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História Your eyes were filled with sunsets - But I only had sunrises in my heart


Escrita por: intomyworld

Capítulo 1 - But I only had sunrises in my heart


O fim do mundo nunca chegou a acontecer, apesar dos rumores.

Pouquíssimos livros trazem a historia do mundo como ela deveria ser contada, os detalhes sórdidos e macabros da ‘epidemia’ que atingiu o mundo anos atrás, da grande revelação dos vampiros. São realmente poucos que sabem dos detalhes, do que realmente acontece por detrás dos panos.

Vampiros sempre foram criaturas da fantasia humana, sempre foram um desejo, uma perdição que os humanos encontram nessas criaturas fantasiosas. Livros, filmes, séries, desenhos… Vampiros sempre estiveram na mídia. Criaturas fictícias que se alimentavam de sangue, possuíam a pele pálida e uma beleza gélida, sexys. E ainda assim, quando os primeiros clãs de vampiros foram revelados… O mundo entrou em colapso.

Afinal, vampiros não eram nada como os humanos sempre imaginaram. Eles eram diabólicos, se assim eu posso dizer. Olhos verdes, peles de aparência doentia, tão altos e tão dependentes de sangue.

E nada os matavas. Alho? Mentira. Cruz? Enganação. Água-benta? Rezas? Exorcismos? Tudo mentira, nada disso jamais eliminou vampiros. Estacas de madeira, ferro, ouro no coração? Só faziam doer. Vampiros eram tidos como imortais.

Até a epidemia começar.

 

Eles não são vampiros, não necessariamente. Eles não precisam de sangue, constantemente, para sobreviver. Eles podem sair a luz do sol, respiram normalmente, sua temperatura corporal não é tão gélida. Mas eles não morrem tão facilmente como os humanos e nem envelhecem como tal.

Eles são algo entre um humano e um vampiro, uma mutação, um erro. Os últimos “transformados” registrados durante a quarta onda da epidemia, meros 5 anos atrás e a onda mais fraca já registrada na Asia, foram pouco mais de 3.000, pelo menos é o que dizem os jornais.

Quando o mundo entrou em colapso e a primeira onda aconteceu na América do Sul, alguns países fecharam as portas para os imigrantes, isolaram-se do resto do mundo. A Coreia do Sul foi um dos primeiros países a corta comunicação com todos. O caos e o pânico foi inevitável, todo tipo de medida contra a epidemia foi tomada e ainda assim, suas primeiras vitimas apareceram em uma cidadezinha próxima a Masan.

De repente, vitimas apareceram em todas as cidades, uma por uma, se espalhando pelo litoral e rapidamente chegando a Seoul, aonde o número de vitimas foi absurdo. Dizem que pelo menos metade da população da capital foi atingida até o fim da primeira onda.

Ninguém sabe realmente o que aconteceu, os registros são poucos e falhos. Alguns especulam que os afetados acabaram se matando. O que se sabe é que os afetados sumiram e só voltaram a aparecer na segunda onda.

Foi durante a segunda onda que cientistas começaram a fazer avanços e desenvolver uma arma que matasse tanto os vampiros quanto os afetados. Milhões foram gastos com experimentos, tentativas falhas e frustrações servindo de combustível para que cada vez mais pesquisas fossem desenvolvidas, capturas de vampiros e afetados foram promovidas, qualquer um que tivesse uma ideia, por mais louca que parecesse, era financiado pelo governo para que pudesse seguir em frente com sua pesquisa. Até que a arma perfeita fosse desenvolvida, o país não descansou.

E finalmente a solis lamia foi criada. Ninguém realmente sabe do que ela realmente é composta, mas a população sempre está mais preocupada em acabar de vez com os vampiros e os afetados.

Com a criação da solis lamia, diversos grupos começaram a surgir com o intuito de combater vampiros e proteger os humanos. Alguns foram totalmente dizimados por ninhos, outros sumiram sem explicação e outros foram ficando cada vez mais fortes, tornando-se heróis aos olhos da população.

Solais é um dos grupos mais fortes, com bases nas maiores cidades e uma base principal em Seoul. Com uma porcentagem de erradicação de 87% dos ninhos que atacaram, foram rapidamente colocados no comando do GFE.

Todos sabem disso, é um conhecimento que Kibum pode recitar enquanto estiver dormindo e ainda assim, todos as suas crenças, seu conhecimento do mundo e dos vampiros foi esmagado ao conhecer Jonghyun.

Seoul logo perdeu o glamour que atraiu Kibum de Daegu até a capital. Nos primeiros meses, tudo era novidade. As ruas lotadas, as luzes brilhavam como nunca, o cheiro de comida em cada esquina, os mercados de rua, os prédios tão altos que pareciam que iriam cortar o céu ao meio, famosos em todo lugar. Logo isso tudo perdeu o apelo, Seoul passou a ser apenas uma versão maior, mais barulhenta e poluída de Daegu.

Observando as ruas lotadas de Itaewon de topo do prédio, tremendo de frio apesar do casaco pesado em seu corpo, Kibum não pode deixar de notar o falso senso de segurança que as pessoas pareciam se cobrir não importava a época do ano. O inverno em Seoul era traiçoeiro, as noites mais longas, neve criando um cobertor branco em todas as ruas, tão puro e ao amanhecer, sempre manchado de sangue.

Se o inverno era traiçoeiro, vampiros e afetados eram mais.

Kibum observava aquelas pessoas, todas apressadas para chegar em algum lugar, correndo para buscar conforto em um copo de bebida, cigarros e perfumes baratos. Corpos dançando pela noite, ao som de batidas pesadas e em uma mistura de álcool, suor e sexo. Ele sabia muito bem que não importa em qual boate entrasse, seria a mesma coisa, apenas diferente pessoas. Todas uma vitima em potencial.

Boates eram os lugares mais propensos a ataques. Era apenas uma questão de qual seria atacada aquela noite. As pessoas sempre foram teimosas, apesar dos diversos avisos para evitar sair a noite, principalmente quando álcool e drogas estivessem envolvidos.

Kibum já vira historias demais para saber que todas elas terminavam do mesmo jeito. Um corpo descartado em qualquer lugar sem um pingo de sangue, olhos revirados, mordidas no pescoço e uma matéria no jornal matinal de ‘mais uma vitima’. Mesma noticia, pessoas diferentes.

No final, todas se tornavam uma estática, algo a ser estudado em relação ao comportamento vampírico. Era patético, se tornar mais um dentre dezenas.

Nas ruas ocupadas de Itaewon era difícil dizer quem era humano, vampiro ou vampe- o termo politicamente correto para as ‘vitimas’ da epidemia. Todos se pareciam demais, se moviam com tanta pressa, se escondia entre camadas de roupas de inverno e mascaras.

Distraído pelos seus próprios pensamentos, Kibum quase não o notou.

Caminhando tão lentamente por Itaewon que chegava a ser um milagre que mais ninguém o notava, cabelo tão loiro que chegava a ser tão branco quanto a neve, não parecia ser tão alto e graciosamente belo, Kibum o observou caminhar até alcançar as portas de um bar famoso por suas apresentações musicais. A estatística do seu transmissor quase imperceptível depois de anos de uso pareciam tão alta enquanto Kibum continuava a observar aquelas portas por onde o outro tinha acabado de passar. Algo nele o intrigava, Kibum nunca havia visto alguém andar tão calmamente como se os problemas do mundo fossem nada de mais.

O outro homem era um mistério que Kibum queria decifrar.
 

Passando pelas mesmas portas que havia visto o outro passar quase uma hora atrás, Kibum sentia como se finalmente estivesse coçando a coceira que sentia sob sua pele. O bar era luxuoso, mesas espalhadas sob um carpete preto, um palco ao fundo abrigava instrumentos e um microfone, mas nenhuma banda estava lá. Um balcão separava três bartenders e uma prateleira, decorada com as mais variadas bebidas, das mesas, alguns bancos estavam desocupados perto do balcão, porém todas as mesas estavam ocupadas.

Kibum caminhou até um dos bancos, enquanto tentava procurar pelo homem de mais cedo. Um bartender (a placa no seu peito dizia Hakyeon) sorriu quando o viu se aproximar e Kibum decidiu pelo menos tomar algo e esperar um pouco antes de desistir e escutar sua consciência de que procurar por um estranho era perigoso.

Pediu um Martíni e virou-se em direção ao palco, algumas pessoas estavam se ajeitando em frente aos instrumentos, mas o microfone continuava vazio. Kibum quase pensou que seria tocados apenas instrumentais, até que ele subiu ao pouco.

De perto, ele era ainda mais belo. Kibum notou que era mais alto que o outro, o maxilar bem definido, lábios carnudos e olhos tão expressivos que Kibum, por um momento, desejou poder se perder naquele olhar. O loiro sentou-se no banco em frente ao microfone e enquanto ajustava a altura do mesmo, correu seus olhos pelo bar até encontrar seu olhar com o de Kibum e o sorriso que formou-se no seu rosto ao notar o contanto visual foi o suficiente para fazer um arrepio percorrer pelo corpo de Kibum.

Um arrepio que Kibum estava mais do que acostumado, mas que trazia consigo algo a mais.

Kibum o desejava, queria sentir a pele bronzeada do outro contra a sua, queria percorrer suas mãos pelo cabelo loiro, queria sentir e descobrir o gosto do outro na sua boca. Queria ouvir cada suspiro, cada gemido, cada palavra que poderia deixar aqueles lábios. Era pura tentação.

Era puro pecado, afinal por mais que o outro parecesse esconder, Kibum podia muito bem notar que o outro era um vampe.


 

Quando chegou em seu apartamento, um fogo sob sua pela, a voz suave do outro em sua memória, Kibum mal dera atenção a Woohyun dormindo no seu sofá. Precisava de um banho frio urgentemente, um calmante talvez.

A voz do outro, que logo descobrira que se chamava Kim Jonghyun, repetia em sua memória, cantando sobre um amor perdido. Tanta emoção em sua canção que algumas pessoas estava chorando em suas mesas, mas não Kibum.

Kibum lutava contra a excitação que borbulhava em suas veias e aquecia todo o seu corpo apesar do ar-condicionado do bar. Toda sua coerência foi embora dando lugar a nada mais que pura e inalterada lascívia por um vampe. Kibum só podia estar louco.

Sua solis lamia esquecida no bolso do seu casaco, era um peso reconfortante em sua mão quando finalmente arranjou coragem o suficiente para sair daquele bar, o ar gélido o fazendo se encolher dentro do seu casaco e correr para casa o mais rápido possível.

Sua reflexão no espelho não enganava, o rubor na suas bochechas, sua respiração pesada, sua pupila tão dilatada que sua irís era nada mais que um fino circulo castanho tomado pelo preto. Kibum agradeceu aos Deuses que Woohyun estava dormindo e Minho havia viajado para completar seu mestrado.

Jogando suas roupas em um canto do banheiro para recolher depois, Kibum suspirou quando seu sexo descoberto entrou em contato com o ar frio do banheiro, sua ereção persistia por mais que pensasse no qual errado estar excitado por causa de um vampe era.

A água quente do chuveiro não ajudou em nada seus nervos, Kibum tentou ignorar o máximo que pode sem necessitar tomar um banho gelado. Tentou pensar em qualquer coisa que não fosse a imagem que sua imaginação conjurou de Jonghyun fincando suas presas em seu pescoço.

Não resistindo, levou sua mão até sua ereção e finalmente, com um suspiro de alivio, moveu sua mão levemente. Sem pressa, movia sua mão sobre seu sexo e sentia uma corrente de desejo percorrer por todo o seu corpo. Não conteve seu gemido quando fez pressão contra a glande, seus olhos se fechando e água quente ainda escorrendo pelo seu corpo só aumentavam seu prazer.

Imaginou como seria ouvir a voz de Jonghyun em seu ouvido, lhe falando as mais lascivas das suplicas. Kibum acelerou os movimentos da sua mão sobre sua ereção, podia sentir seu orgasmo surgindo e não tentou prolongar seu prazer.

Suas pernas tremiam, da sua boca saiam gemidos e suspiros incontroláveis que subiram em volume quando sentiu seu orgasmo o atingir, manchas dançaram em sua visão quando finalmente abriu os olhos e observou a água levar pelo ralo seu sêmen.

E só depois o peso do que tinha feito o atingira.

Achar um vampe belo? Tudo bem, acontecia. Masturbar-se pensando em um vampe e imaginar ser mordido por tal? Não tão legal assim.

Kibum não conseguia parar de pensar em Jonghyun, era quase doentio o quanto o loiro aparecia em seus pensamentos.

Depois daquele noite no bar, semanas atrás, Kibum não voltou a ver Jonghyun. Por mais que procurasse e voltasse ao bar, nunca o viu por lá ou nos arredores de Itaewon. Era como se Jonghyun fosse fruto da sua imaginação, mas arrepio que Kibum sentia não era por causa do frio e muito menos por causa de sua imaginação.

Jonghyun era tão real quanto Kibum, a única diferença é que o outro aparentemente se escondia muito bem -o que não era uma surpresa. Provavelmente circulava nas ruas que alguém da Solais procurava por Jonghyun. Afinal Kibum não resistia e perguntava a qualquer vampe ou vampiro que encontrava pelo caminho se eles conheciam algum Kim Jonghyun, todos negavam, mas era a intenção que importava.

Woohyun estava mais do que preocupado com sua obsessão (“Por favor Kibum! Por que você precisa tanto encontrar esse vampe?”), mas Kibum estava quase desistindo de encontrar o outro.

Foi Jonghyun quem veio ao seu encontro.

Myeongdong sempre foi a melhor lugar pra fazer compras, com inverno quase dando lugar a primavera, nada melhor que gastar alguns won em roupas.

Kibum estava esperando por Woohyun em um café, o mais velho o abandonou para procurar um par de Doc Martens. Apesar do inverno quase chegando ao seu final, ainda fazia muito frio, era impossível deixar o casaco em casa e Kibum também usava seu cachecol mais grosso para tentar enfrentar o frio.

Prestava mais atenção no seu celular do que aos arredores, então quase não viu quando alguém sentou-se na sua mesa, mas o arrepio que percorreu pelo seu corpo era inconfundível.

“Ouvi dizer que anda procurando por mim?” Só de ouvir sua voz, Kibum teve de conter um suspiro, direcionando sua atenção ao outro pode notar que ele já o observava, um sorriso em seu rosto que o tornava quase angélico. “Então?”

“Você tem muita coragem, Jonghyun.” Kibum disse após alguns segundos de silencio, Jonghyun não parecia surpreso que Kibum sabia seu nome, apenas levantou um sobrancelha em um gesto de ‘continue’ “Itaewon é uma das áreas mais bem protegidas de Seoul. É quase desafiador da sua parte andar por aí como se não houvesse recrutas da Solais em cada esquina.”

Jonghyun apenas riu e seu rosto, Kibum notou, lembrava a de um filhote de cachorro. Era fofo, o modo como Jonghyun jogava sua cabeça para trás e seus olhos brilhavam enquanto ria como se Kibum tivesse contado a mais engraçada das piadas.

Como poderia Jonghyun ser um vampe? Kibum não conseguia processar esse fato.

“Não sou corajoso, muito menos fui a Itaewon querendo ser desafiador.” Por fim, respondeu. Kibum esperou que ele completasse sua explicação, mas ele nunca a continuou. “Eu sei que você é da Solais. Eu consigo sentir a energia da sua solis lamia de longe, no dia do bar? Também a senti. Mas me diga, se sabe o que eu sou, por quê não tentou me erradicar?”

Kibum não sabia o que responder, palavras lhe fugiam quanto mais ouvia a voz do outro. Era quase como um vicio, mas o fato de que Jonghyun podia sentir a energia da sua solis lamia o trouxe de volta a uma linha de pensamente coerente.

“Você consegue sentir a energia da minha solis lamia? Como assim?” Kibum realmente estava curioso, nunca havia ouvido falar que solis lamia emitiam energia e muito menos que vampes a podiam sentir. Jonghyun pareceu surpreso pela pergunta.

“Não sabia disso?” Kibum apenas meneou com a cabeça, não sabia muito sobre sua arma, apenas a usava. Solais nunca havia divulgado muitas informações sobre. O que importava é que ela funcionasse, o como não importava. “Sua preciosa arma é uma combinação de metais e sangue de vampiros, por isso a consigo sentir. Sangue de vampiros é poderoso.” Jonghyun riu.

Kibum não sabia o que pensar, ele não sabia se Jonghyun estava falando a verdade ou apenas o tentando confundir.

“Bom, foi um prazer conversar contigo. Até uma próxima vez, Kim Kibum.” Jonghyun quebrou o silencio quando viu que Kibum não iria depois de alguns minutos e Kibum apenas assistiu Jonghyun levantar-se e ir embora. Sua solis lamia presa no aperto da sua mão direita.

Só quando Woohyun voltou que Kibum notou que nunca havia dito seu nome a Jonghyun.

Com o passar das semanas e a chegada da primavera, o número de vampiros e vampes nas ruas de Seoul aumentou. O número de ataques dobrou em relação ao inverno e Kibum viu sua vida como membro da Solais entrar em declínio com a primavera.

Matar vampiros nunca era uma processo fácil, mas Kibum sabia muito bem o que fazia.

O vampiro que Kibum observava era recém-mordido. Era fácil notar pelo jeito que sua pele parecia não pertencer direito ao seu corpo, seus passos tão confusos quando o de um bebe que acabara de aprender a andar e o que realmente entregava era seus olhos verdes, que freneticamente percorria todos na rua. Chamava atenção demais e as pessoas começavam a notar, sussurros corriam pela rua de Apgujeong, dedos apontavam na direção do vampiro sem um pingo de descrição.

Aquele falso senso de segurança que os humanos tanto tinham, os tornava corajosos. Kibum não havia visto um alma sequer tocar num telefone para chamar a GFE, aqueles que estavam com um celular na mão, apenas tiravam fotos ou gravavam vídeos, sem dúvidas compartilhados no kakao talk com uma legenda tão besta que Kibum podia até imaginar,

‘vampiro em apgujeong!! ele é meio bonitinho? Pena que virou um :(‘

Era fácil demais, previsível demais.

Porém Kibum estava confuso. Nenhum ninho em sã consciência deixaria um recém-mordido sair assim, principalmente nas ruas de Apgujeong. Não era da natureza deles, Kibum sabia que vampiros eram muito protetores das sua novas crias.

Aquele vampiro em Apgujeong? Algo estava errado.

A solis lamia em sua mão estava pronto pra ser usada. Kibum usava uma solis lamia em formato de estaca e quando necessário, possuía algumas facas de arremesso também.

Pensou em arremessar uma das facas, da distância em que estava do vampiro, a chance de um acerto no coração baixa, mas se o atingisse já seria muito bem. Também poderia descer do topo da loja em que estava e simplesmente acertar sua estaca diretamente no coração do vampiro, mas seria fácil demais e Kibum nunca gostou de fácil.

Estava mirando sua faca quando sentiu a presença de Jonghyun em suas costas.

“Se eu fosse você, não jogava essa faca.” Sua voz continuava com o mesmo timbre que fazia estremecer todo o corpo de Kibum ao ponto que ele deixou sua faca cair e se virou na direção de Jonghyun.

O loiro usava jeans rasgados e uma blusa de um grupo indie que Kibum talvez conhecesse, mas na hora lhe fugia o nome. Desde o dia em Myeongdong, parecia que Jonghyun tinha feito sua missão pessoal encontrar Kibum em todas as suas caças.

Kibum já havia perdido a conta de quantas vezes havia visto Jonghyun nas últimas semanas. Era estranho, tivera oportunidades demais para matar Jonghyun a ainda assim, nunca tentou. Muito pelo contrario, havia sentando e tomado café com o mesmo, em uma especie de encontro distorcido.

“Por que não?” Kibum olhou rapidamente para o vampiro na rua, enquanto Jonghyun continuava a olhar o mais novo com calma. Jonghyun carregava seu corpo com uma graça que Kibum demorou anos pra adquirir e ainda assim, não deixava de fascinar Kibum.

Jonghyun era seu mistério pessoal.

“Ele se perdeu do ninho, ouvi dizer que seu mestre está louco o procurando. Seu nome é Taemin, se eu não me engano.” Kibum olhou para Jonghyun com incredulidade.

“Você quer que eu deixe a cria viva porque seu mestre o procura?” Jonghyun concordou com a cabeça. “Pirou de vez?”

Jonghyun apenas sorriu.

Uma comoção havia se formado na rua, Kibum podia ouvir o volume aumentar. Gritos, pessoas correndo e choro de criança. Ouviu alguém gritar ‘Jinki’ e finalmente voltou a observar a rua.

O vampiro (Taemin, uma voz em sua consciência muito parecida com Jonghyun lembrou) estava abraçando outro vampiro que parecia ser seu mestre, se as lágrimas de sangue em seu rosto era alguma indicação.

“Jinki é seu mestre, eu os conheço. Eles são legais, pelo menos Jinki e Taemin são.” Jonghyun voltou a falar, mas Kibum mal prestava atenção, a cena se desenrolado na rua era mais interessante do que o mais velho no momento.

Taemin abraçava Jinki como se ele fosse a pessoa mais preciosa do mundo, seu cabelo longo era acariciado por Jinki que sussurrava algo em seu ouvido e que pelo seu sorriso parecia ser algo positivo. Taemin balançou a cabeça e enfiou o rosto no pescoço do seu mestre. Em meros segundos, antes sequer que Kibum pudesse respirar, Jinki e Taemin desapareciam do seu campo de visão. Lá embaixo, a confusão de humanos desesperados continuava, mas no topo daquela loja Kibum não podia deixar de pensar no amor tão claramente estampado no rosto dos vampiros.

Voltando sua atenção para Jonghyun, Kibum finalmente notou a aparência doentia do mais velho, apesar de ser um vampe, Jonghyun tinha a pele bronzeada e de aparência saudável.

“Jonghyun? Algo errado?” Kibum perguntou quando notou o olhar vago do outro, Jonghyun piscava lentamente quase como alguém sob efeito de remédios e ele estava tremendo apesar da noite quente que fazia.

“Eu… Eu preciso de sangue.”



 

Kibum agradeceu a todos os Deuses quando finalmente chegou em seu apartamento e Woohyun não estava no sofá.

Seria difícil explicar o porque dele estar voltando pra casa com um vampe, apesar de não ser a primeira vez de Jonghyun em seu apartamento, era a primeira vez que ele realmente entrava em seu lar.

Jonghyun andava lentamente, a falta de sangue lhe afetando. Vampes não precisavam de sangue pra sobreviver, mas ainda assim precisavam de sangue em intervalos regulares. Era uma ideia estupida oferecer seu sangue a Jonghyun, mas Kibum estava curioso.

Curiosidade e Kibum nunca acabavam bem quando combinadas.

Jonghyun sequer protestou quando Kibum o arrastou para seu apartamento. Não disse uma palavra quando Kibum o direcionou até o sofá, sequer sorriu enquanto observava Kibum retirar sua própria blusa.

Kibum poderia ser preso só por falar com Jonghyun, se alguém da Solais o pegasse alimentando Jonghyun, Kibum poderia dar adeus a sua vida, mas nada disso o importava. Não quando Jonghyun parecia tão sedento por sangue. A Solais mal lhe cruzou o pensamento quando sentiu as presas de Jonghyun morderem seu pescoço.

Naquele momento tudo se resumiu a pequena dor que sentiu até o segundo em que a maior sensação de êxtase invadiu seu corpo enquanto Jonghyun tomava seu sangue, a única coisa que Kibum podia escutar era os suspiros de prazer que Jonghyun soltava de vez em quando. Uma de suas mãos foi diretamente pro cabelo do mais velho, acariciando os fios platinados e sentindo a textura fofa do seu cabelo.

“Jjong, por favor…” Kibum implorou quando sentiu sua ereção surgir quanto mais tempo Jonghyun passava com seus lábios contra seu pescoço. Kibum não resistiu o gemido que lhe subiu a garganta quando a mão de Jonghyun começou a massagear sua ereção em seus shorts. Fechando seus olhos, Kibum deixou-se levar pela gama de sensações que assaltava seu corpo.

Quando Jonghyun finalmente deixou seu pescoço, Kibum estava tão próximo do seu orgasmo que gemidos deixavam sua boca sem permissão, manchas dançavam na suas pálpebras fechadas, então não conseguiu segurar o choramingo quando Jonghyun retirou a mão da sua ereção.

Kibum abriu os olhos e a visão de Jonghyun, com os cabelos bagunçados e lábios avermelhados foi demais. Não resistiu, a excitação correndo por suas veias só serviu de combustível para que Kibum beijasse Jonghyun.

Era pura volúpia no ar, o jeito em que seu corpo encaixava-se perfeitamente ao de Jonghyun. As mãos do mais velho cantavam historias de luxuria enquanto passeavam pelo seu corpo, sua língua era uma rima perdida em sua boca, promessas sussurradas no jeito em quem Jonghyun pressionava sua ereção na de Kibum.

Ele estava bêbado em tudo que fosse Jonghyun, seu cheiro, seus suspiros, sua pele bronzeado, seu gosto. Absolutamente tudo levava Kibum a loucura. Sequer notou quando desfez-se das suas roupas e das de Jonghyun, não sabia quando havia arranjado tempo pra correr no quarto atrás de um frasco de lubrificante, não lembrava quando Jonghyun pressionou um, depois dois e por fim, três dígitos dentro de si, preparando-o.

A única coisa que Kibum estava consciente foi de quando finalmente se posicionou por cima do mais velho, o abraçou pelo pescoço e sentiu o sexo do outra contra sua entrada, se abaixou lentamente, sentindo o sexo de Jonghyun o invadir lentamente.

Respirava pensadamente quando sentiu todo sexo do outro dentro de si, começou a se mover no colo de Jonghyun. Seu prazer um crescendo sem fim que se intensificou quando Jonghyun voltou a acariciar sua ereção. Kibum beijou os lábios do mais velhos, movendo-se ao ritmo de uma música que somente ele escutava e quando sentiu o sexo de Jonghyun pressionando sua próstata, jogou toda sua dignidade pela janela. Implorava por algo que não sabia o que, movia-se de maneira irregular com Jonghyun o segurando pelo quadril, Kibum não queria pensar em mais nada que não fosse Jonghyun, nada que não fosse a maneira que Jonghyun pressionava beijos por todo seu pescoço. 

Kibum podia sentir suas coxas protestando enquanto movia-se no colo de Jonghyun, mas não ligava, queria alcançar seu clímax. Queria desmoronar nas mãos de Jonghyun, nunca esquecer do gosto do outro em sua boca.

Jonghyun sussurrava doces palavras contra sua pele e foi com um sussurro que pareceu fazer uma corrente elétrica pelo seu corpo que Kibum gozou. Seu costas se arquearam, jogou sua cabeça pra trás e gritou “Jonghyun!”

O mais velho o abraçou enquanto perseguia seu próprio orgasmo que o atingiu logo depois. Kibum caiu sobre o peito de Jonghyun, pouco se importando com a mistura de suor e sêmen que sujava seu abdômen.

Respirações ofegantes, Kibum escondeu um sorriso no pescoço do mais velho enquanto esperava a força voltar a suas pernas para que pudesse encher a banheira para ambos. Jonghyun estava com a cabeça jogada para trás no sofá, os olhos fechados e um sorriso bobo no rosto.

Era a primeira noite de muitas que passavam juntos.

Sua reflexão no espelho contava uma historia que Kibum já está cansado de ouvir, a constelação de roxos e vermelhos em seu pescoço deixada para trás pelos lábios de Jonghyun contava uma historia por si só, mas não é isso que importava para Kibum e sim a duas pequenas perfurações quase invisíveis por debaixo das cores pintando seu pescoço.

Duas marcas pra sempre impregnadas em seu pescoço, Kibum quase as consegue sentir latejando, clamando por sua atenção, pedindo por mais e Kibum quer mais.

Desde a primeira vez que alimentou Jonghyun com seu sangue, Kibum ficou quase viciado na euforia que as presas de Jonghyun em seu pescoço trazia. Um frenesi sob sua pela que só acalmava quando estava nos braços de Jonghyun.

Kibum já não lembrava de uma vida em que não estava ao lado de Jonghyun e isso estava se tornando um problema.

Toda vez que era chamado pela Solais para erradicar algum vampiro, Kibum não podia parar de pensar que aquelas criaturas também tinham sentimentos, amavam tanto quanto um humano.

Jinki e Taemin eram o exemplo perfeito.

Jonghyun os apresentou a Kibum algumas semanas depois da primeira vez em que havia se alimentado do sangue do mais novo. A presença dos vampiros era assustadoramente sufocante em seu apartamento, Kibum nunca esqueceria.

Taemin era mais novo, era humano e havia perdido sua família por volta da terceira onda, Jinki mais velho do que si, líder de um clã que havia surgindo durante a segunda onda e havia ‘adotado’ Taemin quando encontrou o mais novo nas ruas, passando fome.

De acordo com Taemin, ele não queria virar um vampiro. Não até que teve certeza do seus sentimentos por Jinki e que queria passar o resto da sua vida ao lado do mesmo. Jinki apenas concordou quando quase foi erradico por um membro da Solais. Kibum sentia-se culpado, apesar das tranquilizações de Jinki de que não o culpava apenas por se membro da Solais.

O casal era uma presença reconfortante na vida de Kibum. Algo a que ele pudesse se agarrar com força e não desistir do seu relacionamento com Jonghyun.

Era complicado, nas primeiras semanas, Kibum não sabia direito o que pensar, afastou-se de Jonghyun na esperança que o frenesi sob sua pele estivesse acalmado depois da primeira vez que fizera sexo com Jonghyun, mas sem resultados.

Não conseguia afastar-se de Jonghyun, era como se outro fosse o ar que respirasse. Kibum pensou que finalmente estava ficando louco, mas se realmente fosse loucura, era a melhor loucura, a mais prazerosa. Kibum estava viciado, bêbado em tudo que fosse Jonghyun.

Sua voz ainda estremecia e fazia os melhores arrepios percorrem o corpo de Kibum. Seu corpo era perfeito encaixado contra o de Kibum, esculpido pelos próprios deuses. Suas mãos cantavam milhões de canções de amor na pele de Kibum. Seus beijos eram como a bebida mais gostosa no lábios de Kibum.

Era tudo Jonghyun, e Kibum não queria outro.




 

A estação estava quase mudando do verão para o outono quando tudo deu errado. Kibum já não estava mais atendendo todas as chamadas da Solais. Não atacava ninhos com medo do próximo ser o de Jinki e Taemin. Sua solis lamia abandonada em alguma lugar do seu guarda-roupa.

Kibum sabia que estava chamando atenção com seu comportamento fora do normal, mas sempre que perguntavam dizia que a satisfação e o glamour de ser parte da Solais estavam passando, que finalmente atingira seu ponto crucial. Não aguentava mais erradicar vampiros.

Foi Minho quem descobriu sobre Jonghyun. Foi estúpido, um erro tão comum, Kibum quase havia esquecido que dividia apartamento com Minho quando o mais novo voltou de viagem e a figura de Jonghyun alimentando-se de Kibum no sofá o chocou.

Estavam tão perdidos no êxtase que mal notaram quando a porta do apartamento se abriu e alguém chamou o nome de Kibum. Quando deram conta, Minho estava parado no corredor, olhos apavorados observando a cena e Kibum não sabia como explicar

Como explicar para Minho que Jonghyun não era uma ameaça, não era tudo aquilo que eles foram criados a vida inteira para pensar que eram?

Kibum só teve tempo de segurar Minho quando o outro puxou sua solis lamia do seu bolso e tentou atacar Jonghyun. Podia sentir a adrenalina pulsando pelo seu corpo, seu campo de visão reduzido à solis lamia de Minho, pronta para atravessar e matar Jonghyun.

O tempo pareceu desacelerar nos segundos em que Minho soltou-se e avançou na direção de Jonghyun. Kibum assistiu a tudo aquilo como se fosse uma cena passando na televisão. Seu corpo não lhe obedecia, ele assistiu enquanto Minho e Jonghyun brigavam pela sala do seu apartamento como se ele fosse uma mera presença espectral ali.

Kibum sentiu quando sentiu braços envolverem sua cintura, mas só voltou a si quando o vento acertou-lhe o rosto enquanto Jonghyun o carregava para longe do seu apartamento. Kibum apenas olhou enquanto seu prédio ficavam menor quanto mais a distância crescia a medida que Jonghyun corria dali.

Só pararam quando alcançaram uma entrada subterrânea em um beco que Kibum sabia muito bem que daria no esconderijo de Jinki e Taemin.

Ali embaixo, o ar era frio contra sua pele despida, os tremores que tomavam seu corpo era fruto da adrenalina deixando seu corpo, ainda abraçava Jonghyun com todas as suas forças e lagrimas caiam livremente pelo seu rosto. Kibum sentia-se fraco, como se tivesse perdido todas as forças que o mantinham em pé. Jonghyun sussurrava tranquilizações, mas Kibum não conseguia se acalmar.

O que faria se Minho tivesse acertado Jonghyun? Como iria seguir em frente? Kibum não conseguia parar de pensar nessas coisas.

“Você sabe que eu te amo, não? Eu nunca deixaria algo te acontecer.” Jonghyun sussurrou em seu ouvido e Kibum, nem por um minuto duvidou daquilo.

“Eu te amo muito, okay? Eu não sei o que seria da minha vida sem você.” Kibum choramingou, abraçando o corpo de Jonghyun mais forte contra o seu, sentindo seu cheiro que começava a tranquilizar Kibum.

Eles devem ter feito algum barulho ao chegaram, pois logo Taemin aparecia na sala, os cabelos despenteados e a cara de quem tinha acabado de pegar no sono.

“Uh? Jonghyun, aconteceu algo?” Perguntou enquanto lutava contra um bocejo, observando a maneira como Kibum estava agarrado fortemente a Jonghyun.

“Nada, só um imprevisto. Volte a dormir, Tae.” Jonghyun o respondeu, o mais novo apenas concordou com a cabeça, cansado demais para tentar descobrir o que realmente acontecera e logo sumia pelo corredor que levava até seu quarto.

Kibum só queria descansar e esquecer daquele dia.

Era inverno outra vez, a neve caia sem piedade pelas ruas de Itaewon e Kibum observava tudo isso do topo de uma loja, mantendo atenção nas portas de um bar que era famoso por suas atrações musicais.

Esperava Jonghyun para que pudessem ir para casa, mas o outro estava demorando mais do que o normal. Kibum não estava preocupado, Jonghyun sabia se defender. Especialmente contra membros da Solais.

Após o fiasco da primavera com Minho, Kibum decidiu desaparecer. Cortou suas conexões com a Solais, sua solis lamia guardada em algum lugar do labirinto que era o esconderijo subterrâneo de Jinki.

Havia algo no ar, tornando tudo mais sinistro. Jinki disse que algo estava para acontecer, mas não sabia o que. Kibum não se importava muito, mas podia sentir os arrepios subindo-lhe pelo corpo que nada estavam relacionados ao frio quanto mais tempo passava na rua de Itaewon.

Pode ver o exato momento em que Jonghyun saiu do bar e olhou em sua direção, Kibum sorriu. Finalmente poderiam ir para casa.



 

Duas semanas depois, a quinta onda começou.

 


Notas Finais


olá? olá! Faz um bom tempo (mais de 3 anos!!!) que eu não posto (ou sequer utilizo, pra ser honesta) o socialspirit, mas eu escrevi essa fanfic pro SHINee fic fest que rolou um tempo atrás e só lembrei que ainda não tinha postado ela em lugar nenhum um dia desses. Honestamente, eu não estou 100% satisfeita com essa bagunça, mas ainda sim foi um plot que eu achei maravilhoso e quero continuar a escrever e expandir qualquer dia desses. Enfim, espero que tenham gostado.


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