1. Spirit Fanfics >
  2. Your Heart - Vkook II Taekook >
  3. - Solução -

História Your Heart - Vkook II Taekook - - Solução -


Escrita por: Sweet_Kpopper

Notas do Autor


AVISO: Capítulo com descrição de cena delicada e forte ao entendimento de alguns. Detalhes de uma tentativa de suicídio. NÃO leia se isso for como um gatilho para você. Se estiver passando por algo semelhante, procure ajuda profissional.

Boa Leitura! ^^

Capítulo 14 - - Solução -


Fanfic / Fanfiction Your Heart - Vkook II Taekook - - Solução -

“Às vezes tudo o que precisamos é de um bom lugar para relaxar e acalmar a nossa mente. Nossa alma grita por paz, grita pelo contato com a natureza, grita pela vida.”Autor Desconhecido

Jungkook P.O.V's

Depois de muito pensar resolvi dar ouvidos ao meu irmão. É, talvez ele tenha razão e eu precise mesmo me afastar um pouco de tudo isso. Quem sabe me isolar por um tempo no pequeno chalé? Ter a calmaria do campo e descansar a mente para aprender a lidar com tudo. Os anos passaram, porém, a dor é de uma ferida que nunca cicatrizou. Ver uma boa relação de mãe e filho me faz lembrar a que eu tinha com a minha, queria sorrir ao lembrar de tudo, no entanto, me sinto culpado por não conseguir ajudá-la naquele maldito dia.

Fiquei ali enrolado em meu cobertor, me sentia acolhido enquanto meu irmão saiu a procura de um telefone. Segundo ele iria ligar para Seokjin e informar sobre o tempo que eu precisava, mas logo iria retornar com algo que eu pudesse alimentar antes de dormir. Porém, com sua demora decidi eu mesmo ir a procura de alguns sanduíches, a fome foi mais forte depois que finalmente me acalmei. Tive um dia incrível ao lado de Taehyung, apenas me pergunto o porque de tudo ter acabado dessa maneira. Primeiro o sorriso, depois as lágrimas.

– Seokjin, eu consegui. Jungkook vai se afastar por um tempo. – fiquei espantado ao ouvir aquela conversa.

Esperei que aquela ligação se encerrasse, ouvi toda a conversa é o suficiente para saber que os dois já tinha tudo planejado. Por mais que eu precise de um tempo, saber que meu irmão agiu pelas minhas costas para me afastar daquilo que há anos me mantém de pé, foi um dos piores golpes que já recebi. Então JungHyun se virou, como o esperado ele nem sequer conseguiu reagir ao me ver novamente em lágrimas parado no meio da sala. Sim, entendo sua ação como uma traição tremenda, jamais faria algo aos meus pacientes, no entanto, na mentalidade deles sou capaz de matar um do jeito que me encontro.

– Tinham tudo planejado? – ele não fez questão de negar. – Sabe o que medicina significa para mim, por que fez isso?

– Se soubesse jamais aceitaria esse tempo, Kook. Preciso cuidar de você, me certificar de que não vai atirar seu diploma no lixo ao tirar a vida de alguém. – o mais velho tentou se afastar, mas eu apenas me esquivava.

– Agiram pelas minhas costas, como esperam que eu fiquei? – indaguei ainda andando e círculos na tentativa de manter a calma.

– Foi necessário, me irmão. Isso é para proteger você e a carreira que está construindo. Está abalado com os últimos acontecimentos, poderia matar alguém durante um procedimentos cirúrgico. – respondeu ainda com receio de dizer algo errado. – Com esse psicológico instável é difícil exercer essa profissão, ainda mais se vidas são colocadas todos os dias em suas mãos.

– Foram anos de estudo, JungHyun! Eu sei de minhas responsabilidades, jamais tiraria uma vida que cabe a mim salvar. – elevei o tom de voz por conta da irritação.

– Não duvido de sua capacidade como médico irmão, mas no momento você não tem condições alguma de comandar um setor importante ou atender os pacientes. – disse ele mantendo a expressão séria. – Isso é para seu bem, entenda. Admitir que precisa de ajuda é o primeiro pass...

– Me erra, Jeon JungHyun! Eu sei do que preciso. – respondi pouco antes de pegar a chave do carro e sair batendo a porta.

Às vezes tudo o que precisamos é de um tempo, mas para quem tem problemas mais sérios o certo é aceitar a ajuda de quem a oferece. Meu erro foi sair sozinho, deixar as frustrações tomarem conta e dar as costas ao meu irmão. Naquele momento tudo o que eu queria era me sentir livre, porém, todos os meus problemas pareceram vir atrás, pesando meus ombros como uma forma de me lembrar de coisas tristes do meu passado. A vida nunca foi fácil, mas jamais deveria ter cedido lugar à tristeza absoluta.

Quando saí do apartamento entrei em um carro e dirigi sem rumo. Era madrugada, Seul estava calma em alguns pontos, uma boa metrópole nunca dorme por inteiro. Tudo o que fiz foi parar em um posto para completar o tanque, acabei entrando na loja de conveniência e saí de lá com duas garrafas de vodca na sacola. Perdido de minha consciência, não me importando mais com o mundo a minha volta, e cego pelas lágrimas. Tudo o que fiz foi seguir por ruas e avenidas sem um destino certo.

Novamente cometi o erro de deixar as emoções me controlarem, sentindo que meu mundo não era mais o mesmo. De fato não era, desde o retorno se JungHyun, a morte de Sun, esse misto de sentimentos em relação a Taehyung, o velho conflito da ética contra aquilo que me traz um pouco de felicidade. Quando o mundo parecia estável outro fez, um maldito peso me puxa de volta para o fundo do poço. A alma que pede socorro, mas ao mesmo tempo não quer reagir. Talvez eu precise de ajuda, de alguém que pode atestado meus problemas de uma forma que os aceite. Terapia, psiquiatra, remédios, coisas que não são boas para o currículo de um médico. Sendo assim, prefiro morrer do que deixar minha carreira em risco.

Coloquei em prática o plano do meu desespero. A primeira garrafa de vodca foi aberta ali mesmo, no carro, enquanto o guiava sem rumo e com a visão distorcida por uma estrada de cascalhos. Alguns minutos depois parei em frente ao meu pequeno chalé, local que deveria ser especial, onde apenas Taehyung tem o conhecimento apesar de não ficar longe da cidade. Ali foi o cenário perfeito escolhido por minha mente, já não tinha vontade de reagir a não ser dar fim a tudo isso e evitar trazer mais problemas a eles. Vão ficar tristes? Isso é certeza, porém, com o tempo a dor pode se tornar suportável, afinal não tenho tanta importância assim para todos eles.

Yoongi e Jimin podem sentir falta, mas são o apoio um do outro. JungHyun está acostumado a viver com minha ausência, consegue se virar sozinho. E Taehyung? Bom, ele é jovem, consegue fazer o tratamento e encontrar uma pessoa melhor para amá-lo como merece. Juntei as duas garrafas de vodca e um vidro de comprimidos esquecidos há meses no fundo do porta-luvas. Caminhei para dentro da casa e me sentei em frente a ladeira, tudo que fiz foi acender um pouco a lareira para não sentir frio até que tudo se resolva. Quando me encontrarem, possivelmente estarei tão longe que não conseguirei ver suas lágrimas.

Sobre a mesa de centro as garrafas e o vidro de comprimidos eram refletidos pelo fogo baixo da lareira, aquela bebida descia queimando minha garganta como as lágrimas marcavam minhas bochechas. Difícil controlar a dor quando o desespero nos abraça e só enxergamos uma saída. O mundo é assim, não para e espera recolhemos os pedaços pelo chão. Triste, mas real. Me lembro de ter chamado Taehyung de idiota quando tentou o mesmo, somente quando enxergamos a morte como saída podemos entender. Não procuramos dar fim a vida, o desespero é para dar fim a dor que não mais suportamos.

Um filme passava em minha mente. Do dia ondo tudo começou, quando minha mãe dava seu último suspiro em meus braços e todos aqueles idiotas apenas assistiam. Ninguém fez nada, ainda que eu gritasse implorando por socorro nenhum deles se moveu. Por que me ajudariam agora? Me recordo de seus abraços e beijos carinhosos, das noites em que vinha ao meu quarto apenas para me cobrir para que não sentisse frios, das piadas e xícaras de chocolate quente que me aqueciam durante uma manhã fria de inverno. Eu queria ser forte, porém, depois de tanto apanhar já não tenho forças para reagir.

– Perdão, mamãe. – peguei o máximo de comprimidos que consegui e os engoli com a ajuda de uma dose de vodca. – Seu menino não é forte o bastante.

Não houve arrependimento, e enquanto meu corpo sofria os efeitos de mais uma de minhas escolhas, tudo o que eu fazia era chorar e pedir perdão por tudo. Aos poucos fui me deitando, sentindo a respiração fraca assim como meus batimentos, como médico sei bem o que tudo significava. No entanto, mesmo perdendo aos poucos o que muitos chamam de vida, tudo o que eu sentia era paz.

– Achei ele! – consegui ouvir sua voz, mas naquela altura imaginei que fosse apenas o delírio de uma mente cansada.

•••

JungHyun P.O.V's

Quando meu irmão saiu correndo eu o segui, mas infelizmente não consegui alcançá-lo. Sinto que nessa tentativa de ajudá-lo apenas acabei piorando as coisas, apesar de que entendo que não fiz nada de errado. Porém, esse não é momento para reflexão, o conhecendo melhor que muitas pessoas, sei bem que Jungkook pode se descontrolar e acabar fazendo alguma besteira, e esse peso na consciência é o que está me sufocando agora. Por isso precisei pensar um pouco mais, seu celular foi deixado sobre a cama, Yoongi e Jimin ainda estão em Daegu. Eu preciso fazer algo e rápido, essa é minha única certeza.

Peguei meu carro e rodei por todos os lugares conhecidos que ele poderia estar, caminhei sozinho por inúmeros parques onde poderia haver um sinal, mas não encontrei nada. Minha única saída foi ligar para Taehyung, estava evitando fazer isso para não preocupá-lo, sei de seus problemas e o quanto emoções fortes poderiam resultar em algo negativo. Porém, não tive escolha, ele até demorou a atender, mas naquela quando o fez identifiquei a voz de sono, de quem possivelmente estava dormindo há horas. Claro, quem em sã consciência ligaria para outra pessoa às três da manhã?

– Alô, Taehyung?! – nem sequer me desculpei por acordá-lo. Em momentos de desespero é compreensível atropelarmos a educação. – Preciso de sua ajuda.

Aconteceu alguma coisa?

– Briguei com meu irmão e... – procurava as melhores palavras para lhe dizer aquilo, ao menos as que lhe causariam menos impacto. – Tem alguma ideia de onde ele possa ter ido?

Hum... Jungkook mostrou um local antes de me trazer para casa, mas não sei se posso dizer, hyung. – disse ele um pouco hesitante. – Seria como traí-lo e...

– Não é o momento de pensar em traição, garoto. Jungkook pode estar precisando de ajuda. Saiu transtornado, é capaz de tudo.

Está bem. Vou te enviar minha localização, estarei esperando em frente a casa. – disse ele um pouco mais sério.

– Obrigado, cunhado.

Então fui até o endereço que ele me enviou. Fiquei com um pouco de medo até questioná-lo como conseguir sair de casa esse horário, porém, o foco da conversa mudou quando o mais novo apontou uma estrada escura. Não precisamos ir muito longe, apenas alguns minutos foram o suficiente para encontrarmos a casa, logo a frente se carro estacionado ainda com os faróis acesos e a porta aberta. Taehyung correu em minha frente, teve um pouco de dificuldades para abrir a enorme porta de madeira, mas assim que o fez saltou para dentro da casa a procura de Jungkook.

– Achei ele?! – corri ainda mais quando ouvi seus gritos.

Estava preparado com meus equipamentos de trabalho, mas assim que vi aquele cenário me desesperei. Entendi o que havia acontecido a ver alguns comprimidos no chão, as garrafa de vodca quase vazias e o forte cheiro de vômito no local. Minha primeira reação foi desobstruir suas vias aéreas que estavam cobertas pela mistura rejeitada por seu estômago, pior ainda foi ver que enquanto ele sofria aquilo sozinho estava novamente chorando. Não dá para julgá-lo, sei o quanto meu irmão sofreu e entendo suas escolhas, apenas estou aqui para não permitir que ele cometa alguma besteira ainda maior.

Taehyung estava ali em desespero, chorando muito enquanto me via socorrer o mais velho. Era possível ouvir seus murmúrios com palavras pesadas, Jungkook também conseguiu ouvir já que a medida que sua consciência retornava seu olhar foi em direção ao garoto. Por pouco, por muito pouco não o perdemos. Consegui fazê-lo vomitar o resto e apliquei um remédio que amenizava aqueles sintomas. Foram minutos o socorrendo até conseguir novamente restabelecer seus sinais. Então o alívio veio, mesmo em meio ao choro de nós três. Apenas prometi a mim que aquilo não vai mais se repetir.

– D-Desculpem... Me desculpem. – sua voz saiu como um fio quase inaudível.

– Preciso buscar algumas coisas, sim. Se precisar de ajuda pode me chamar. – falei encarando Taehyung que apenas acenou, estava com a cabeça de Jungkook apoiada em suas pernas, acariciando o rosto do mais velho que apenas chorava.

Tudo o que eu precisava era de um tempo. Me sentei na escada de acesso ao gramado e chorei intensamente encarando o vasto escuro a nossa frente. Fui egoísta na maior parte da história, deveria tê-lo apoia e não procurado fugir com fiz. Jungkook sofreu sozinho por muito tempo, parte dessa culpa deve ser creditada em minha conta, essa é a razão de eu querer consertar as coisas e fazer diferente. Espero ter tempo para conseguir isso, jamais sairei novamente do seu lado.

– Eu vou te ajudar, irmãozinho. – sussurrei secando minhas lágrimas. – Me desculpe.

     O arrependimento, isso é tudo o que precisamos na maioria das vezes para dar o primeiro passo.


Notas Finais


Beijos e até o próximo capítulo! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...