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História Your Heart - Vkook II Taekook - - Desculpas -


Escrita por: Sweet_Kpopper

Notas do Autor


Boa Leitura! ^^

Capítulo 15 - - Desculpas -


Fanfic / Fanfiction Your Heart - Vkook II Taekook - - Desculpas -

"Não consigo me perdoar por ter agido desta maneira com você. Desculpe!"Autor Desconhecido

Jungkook P.O.V's

Senti a água gelada bater contra a pele de minhas costas, mas não tinha forças para gritar, tudo o que me restou foi tremer como se estivesse em uma banheira de gelo. Sabia que já estava fora de perigo, porém, ainda sim deveria ir ao hospital. Depois do que houve mais cedo, é bem capaz de eu conseguir um afastamento definitivo. O surto simplesmente foi a prova de que não estou em meu melhor momento psicológico. Chegou a hora de ser profissional, e reconhecer que não ofereço risco apenas a mim mesmo.

Possivelmente todos os meus pacientes serão entregues a doutora Lee. Não que eu esteja duvidando da capacidade de minha colega de trabalho, mas ela está bem longe de ser uma boa médica. Me pergunto quantos vão morrer estando sob seus cuidados, porém, reconheço que tal número pode ser maior se eu insistir em atendê-los nestas condições. O fato é que para mim, os enfermos nunca foram apenas estatísticas. Me sinto bem em salvar vidas, em contribuir por mais anos de felicidade das famílias que possivelmente estariam aos prantos.

Minha única reação foi chorar ainda mais, as lágrimas desciam sem controle algum. Talvez isso me ajudasse a aliviar a angústia em meu peito, tirasse o peso de minha culpa, ainda que nem mesmo eu consiga me perdoar agora. Senti meu corpo ser erguido, e colocado sobre uma cama qualquer, em seguida, meu irmão me vestiu com roupas quentes e confortáveis. Conseguia ver o quanto deixei JungHyun desesperado. Por mais que ele tentasse esconder, era evidente o rastro de lágrimas secas em suas bochechas.

Taehyung apenas permanecia ao seu lado, completamente assustado e possivelmente sem saber o que fazer. Meu garoto, eu o magoei profundamente, é isso que faço com as pessoas que tentam me amar, acabo as afastando e acabando ainda mais com o psicológico delas. Tê-lo deixado daquela maneira somente aumenta o peso de minha culpa, imagino qual sua reação ao me ver quase morto naquele chão frio. O mais novo correu sérios riscos de ter uma parada cardíaca com tantas emoções fortes, se isso tivesse de fato acontecido, não faria questão alguma de voltar a viver.

– Irmão, consegue me entender? – disse JungHyun jogando uma luz para ver a dilatação das minhas pupilas.

– Sim. – sussurrei, quase sem forças pelo efeito potente daquela mistura.

– Não vou te levar ao hospital agora. Vou tratar você aqui, também vou preparar algo que possa comer. – o mais velho disse, sabia que estava tentando apenas me proteger da possibilidade de afundar minha carreira. – Taehyung, você pode passar a noite aqui?

– Sim, hyung. – meu garoto concordou, ainda que sua voz ainda estivesse abalada.

– Bom, vou ver se consigo fazer algo com o que achar no armário. Acompanhe ele, tudo bem? – indagou JungHyun pouco antes de deixar o quarto.

Permaneci encarando um canto qualquer da parede. Minha cabeça ainda girava, a injeção para amenizar os efeitos ainda estava agindo, então ficaria tonto por alguns minutos. Porém, não era apenas o remédio que me impedia de encará-lo, os efeitos da vergonha naquele momento pareciam bem maiores. Logo senti o colchão se afundar ao meu lado, então braços cercarem minha cintura, as mãos do mais novo tremiam, tudo por conta do susto. Me sentia o pior ser humano da terra, não tinha o direito de machucá-lo dessa maneira. Taehyung têm todos os motivos para brigar comigo, no entanto, se agarrou a mim pelo medo da perda.

– Por que fez isso, seu idiota? – disse ele me apertando com força, mas aquilo não me causou dor alguma. – Prometeu que iria me curar, por quê não quis cumprir a promessa?

– Desculpe. – sussurrei deixando alguns selinhos em sua testa. – Eu sou um completo idiota, me desculpe.

– Kook-ah, não faça mais isso com seu babe. – o mais novo suplicou, aquilo me causou uma dor que mal conseguia explicar. Tudo o que fiz foi acompanhá-lo naquele choro intenso.

– Desculpe, meu anjo. – minha voz vacilou. – Por favor, me desculpe.

– Chega. Chega de pedir desculpas. – disse ele selando nossos lábios.

Era um beijo calmo, tudo o que eu precisava naquele instante. As lágrimas pareceram deixar seus lábios ainda uma pouco mais macia que o normal. Nossas bocas se encaixavam em uma sintonia perfeita, não precisava de brutalidade, ali parecia apenas amor e carinho envolvidos. O toque da alma com sabor de redenção, precisava bem mais do seu perdão do que do meu, e isso tive certeza quando ele me encarou por alguns segundos antes de voltar a unir nossos lábios.

Percebi que isso que precisava, o vazio em meu peito seria preenchido por quem me desse esses sentimentos. Meu irmão e Taehyung estavam ali, dispostos a enfrentar o que viesse. Vieram ao meu socorro quando eu já havia desistido, me trouxeram de volta, e agora demonstram estarem preparados para enfrentar o mundo por mim. Sempre tive amor, mas estava cego demais pela dor que me cercava, preferia sofrer sozinho do que parecer fraco diante dos outros. Meu maior erro, o triste é que foi preciso chegar ao extremo de quase perder a vida para entender isso.

– Eu te amo. – o garoto sussurrou contra meus lábios, e meu peito se aqueceu pela primeira vez em anos. – Eu te amo tanto, Jungkook.

– Eu também amo você. – o abracei mesmo sem forças, mas ali me senti acolhido por um coração que mesmo fisicamente fraco, provou ser mais forte que o meu.

O amor se resume a isso, a perdoar as pessoas independente das idiotices que elas venham cometer. É mostrar a elas o caminho certo a se seguir, apoiando em qualquer decisão, e aconselhando em decisões que possam trazer futuras dores. Ficamos ali abraçados, apenas apreciando o momento tranquilo. O perfume que o mais novo emanava conseguia me acalmar de uma forma inexplicável. Logo o ambiente foi invadido por um cheiro muito bom, tempero de ervas, o favorito de meu irmão que provavelmente estava fazendo sua famosa sopa de legumes. O que alguém precisa ingerir depois de ter quase colocado o estômago para fora, algo para reforçar também a imunidade.

Em menos de um minuto JungHyun apareceu com uma bandeja, e nela haviam três tigelas de sopa, um prato com alguns mini pães, além de uma jarra com suco de pêssegos. Comecei a me alimentar antes mesmo de receber a ordem, sabia que o mais velho não iria querer ser contrariado. Taehyung também se alimentou, por mais que suas mãos ainda estivessem trêmulas, meu garoto se esforçou para me acompanhar com aquilo.

O mais velho ficou boa parte do tempo em silêncio, sou capaz de afirmar que nesse momento se sente tão culpado quanto eu. Após a refeição, ele se retirou para a cozinha ainda sem dizer nada. Imaginei que o mesmo estivesse com raiva por conta de minha mancada, afinal JungHyun tem todo o direito. No entanto, tudo deveria ser entendido com uma conversa, e nesse caso meu irmão está me atingindo em cheio com toda essa falta de coragem. Queria ouvir sua voz, nem que fosse um conselho ou alguns gritos por ter feito tudo aquilo.

Taehyung logo adormeceu, então juntei um pouco das forças que me restavam e o ajeitei no canto da cama, logo retirando seus sapatos e jogando o cobertor sobre seu corpo. Me levantei e saí do quarto, caminhei pelo corredor achando que JungHyun ainda estivesse na cozinha, mas não o encontrei. Na sala o mais velho também não estava, foi quando ouvi um choro baixo vindo do lado de fora. Andei com certa dificuldade, ainda sentindo os efeitos do que fiz. Então senti meu corpo se encolher assim que abri a porta e me deparei com o frio, no entanto, ignorei tudo arrumando coragem para sair, precisava enfrentar o que fosse para conseguir seu perdão.

JungHyun estava sentado em um dos bancos da varanda. Sua cabeça estava abaixada, apoiada em seus joelhos, enquanto chorava intensamente. Me sentei ao seu lado, o vendo se assustar por não me esperar ali, e isso também fez com que ele limpasse correndo suas lágrimas. Procurou mascarar sua tristeza com um sorriso, tudo para me dar forças. Então o abracei rapidamente, e o apertei com força entre meus braços, uma forma de agradecê-lo por ter salvado minha vida.

– Jun hyung, me desculpe. – voltei a chora, mas só assim para me aliviar. – Pode chorar também, JungHyun. Sei que quer fazer isso, porém, acha que vai me deixar ainda mais triste.

– Por quê, irmãozinho? Por que tentou fazer aquilo? – sabia que viria essa pergunta, ao qual eu não teria uma resposta exata.

– Eu não sei. Achei que fosse a melhor solução. – lhe encarei, logo JungHyun deixou as lágrimas escaparem com mais firmeza.

– Eu deveria ter enfrentado tudo isso com você, mas fui covarde. – disse meu irmão me abraçou novamente. – Me desculpe, irmão. Desculpe por deixar tudo esse peso em suas mãos. Agora prometo que estarei sempre aqui.

– Não se culpe, hyung. – o afastei, precisava encará-lo para dizer tudo. – Se afastar de todos foi sua maneira de enfrentar a dor, eu te entendo. – sequei minhas lágrimas e tentei controlar minha respiração. – Sou o único egoísta aqui, por achar que sofria sozinho, e por tentar solucionar por conta própria.

– Você não está sozinho, pequeno coelho. – voltei a sorrir ao ouvir aquele apelido. – Tem a mim, e agora Taehyung. Aquele garoto te ama de verdade, precisava ver a reação do mesmo ao te encontrar daquela forma.

– Eu sinto muito. – sussurrei encarando meus dedos. – Estou tão arrependido.

– Bom, resolvemos isso depois. – disse meu irmão se levantou me puxando para dentro de casa. – Está muito frio aqui fora, e você precisa dormir. Conversamos com calma mais tarde.

– Tudo bem. – caminhei de volta ao quarto, enquanto JungHyun ficou com o primeiro do corredor.

Encarei o garoto em minha cama, Taehyung parecia estar em um sono tranquilo, nada mais justo depois do que aconteceu. Sorri com sua expressão serena, então voltei a me deitar ao seu lado, puxando a coberta para cima de meu corpo. Assim que me ajeitei no travesseiro, senti seus braços circularem minha cintura e o mais novo se aconchegar um pouco em busca de calor. Acabei virando uma espécie de urso para o mesmo, e confesso que achei tudo aquilo adorável. Me senti muito útil e amado por sinal.

O silêncio se instalou no ambiente. Meu corpo estava aquecido do frio que estava ao lado de fora da casa, e em por um instante me coloquei a lembrar sobre tudo o que aconteceu de uns tempos para cá, mais especificamente desde que Taehyung apareceu em minha vida. Tudo virou de ponta a cabeça e hoje estamos juntos, mesmo correndo riscos, decidi que valia a pena. Apesar de não ser mais menor de idade, seus pais podem alegrar que me aproveitei de um momento de fraqueza para assediá-lo. No entanto, decidi esquecer aquilo por um instante e descansar, não demorei a pegar no sono, porém, antes de fechar meus olhos deixei um selar nos lábios do meu lindo namorado.

•••

– Não... Por favor, não! – acordei ouvindo um grito abafado ao meu lado, o som estridente de alguém que parecia estar sofrendo. – Ele não... Por favor... Não faça isso.

Então encarei Taehyung. O garoto estava virado para parede, se debatendo, mas não era um novo ataque. Ele definitivamente estava sendo acometido por um pesadelo, por sua forma de agir, percebi que era um dos piores. Tratei logo de tentar acordá-lo, no entanto, estava falhando, nada do que fazia era o suficiente. Meu namorado simplesmente começou a chorar, enquanto suplicava que alguém parasse aquela ação monstruosa.

– Babe, é só um pesadelo. Por favor, acorda. – disse o balançando novamente, ficando aliviado ao vê-lo finalmente reagir.

– Kook... – ele me abraçou antes mesmo de completar a frase.

– Ei, o que houve? – indaguei afagando seus cabelos com carinho.

– Você, hyung. – disse em meio ao choro intenso. – Estavam jogando terra em um caixão. Era o seu, você... Você estava dentro dele e... – meu coração se apertou, era tudo culpa minha. Sua visão teria se tornado real se eles não houvessem chegado a tempo.

– Estou aqui, foi só um pesadelo. – encarei seus olhos assustados, logo secando suas lágrimas antes de acolhê-lo em um abraço. – Tudo bem, não vou a lugar algum.

– Que gritaria foi essa? – logo meu irmão apareceu preocupado na porta do quarto. Seu desespero era tão evidente, que ele nem se importou com a forma que iria nos encontrar.

– Um pesadelo, hyung. Pode voltar a dormir. – respondi o acalmando, e JungHyun logo voltou a sair percebendo a situação sob controle.

– Foi assustador. Foi tão real. – Taehyung esfregava os olhos como uma criança, uma das cenas mais adoráveis que já vi.

– Eu não vou te deixar, ouviu? – o mais novo concordou. – Prometo lutar por você, jamais vou te deixar.

Selei nossos lábios, sabendo que essa é uma forma fácil de acalmá-lo. Me deixei ser guiado pelo momento e continuei o beijando, na medida em que deitava seu corpo novamente no colchão. Taehyung foi se acalmando aos poucos, então se separou com os olhos ainda vidrados aos meus, porém, tal observação durou poucos segundos. Logo ele voltou a selar nossos lábios outra vez, se entregando ao momento como se aquele fosse seu pedacinho de paraíso na terra.

     Somos dois anjos com as asas quebradas, no entanto, o destino nos reservou a missão de curar um ao outro.


Notas Finais


Beijos e até o próximo capítulo! <3


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