História Your private hell babe - Capítulo 7

Sabe quando você se sente tão incapaz a ponto de não saber o que fazer?
As vozes ficam distantes e abafadas
Tudo a sua volta começa a girar...
O desespero toma conta...
Você tenta correr o mais rápido possível mas não consegue nem dar um passo...
E de repente, tudo escurece aos poucos...
Então você não vê mais nada, a não ser escuridão.

Eu sei como é isso, e muito bem!.


- ASPEN! PUTA MERDA CARALHO - foi a última coisa que ouvi antes da coloração preta atingir meus olhos e incapacitar minha mente de formular uma resposta. Ou pelo menos, fazer minhas pernas saírem do lugar e me levarem pra longe.

Era uma voz conhecida, rouca e perfeita. Mesmo com o timbre abafado pude perceber cada detalhe de desespero naquela frase. Uma voz masculina que mesmo desesperada, transmitia calma e auto controle ao mesmo tempo.

(...)

- Aspen?

É a primeira coisa que escuto ao abrir os olhos. A claridade invade meus globos oculares com uma intensidade e rapidez impressionante. Ao me acostumar com a luz, olho ao meu redor. Diversos aparelhos fazendo barulhos estranhos e irritantes, paredes brancas sem detalhes, totalmente lisas e uma grande janela que dava para a avenida. Estava numa cama não muito confortável e tubos menores invadiam meu braço esquerdo. Olho para o lado oposto da janela. Uma estante com algumas decorações sem graça mas que com certeza custaram mais que todos os meus bens materiais, e olha que minha família é bem rica. Uma poltrona bege claro e... um homem ali sentado. Quando viu que eu de fato estava acordada, o homem veio até mim.

- Meu deus Aspen, que susto. - o homem diz

- Papai? - falo sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

Depois de todos esses dias perturbadores e horrendos, só queria minha família

- Sim querida, eu estou aqui. Sua mãe foi na cafeteria do hospital pegar algo pra beber e já está voltando - meu pai diz sorrindo

- Vocês já viram nossa... - falo com dificuldade

- Fique calma, a enfermeira falou que você ficaria meio grogue por conta da anestesia em grande quantidade - ele sorri calmamente - E sobre nossa casa, sim, nós já vimos.

- A casa do lado pegou fogo - Digo

- Eu sei querida - ele coloca a mão levemente no lado direito de meu rosto e acaricia logo depois afagando meus cabelos loiros, que nem ele fazia quando eu era pequena e estava prestes a sair chutando tudo de raiva. - mas os policiais falaram que também há algumas marcas de tiros nas casas que não foram tão danificadas.

Puta merda

O que eu falo agora?

Pensa Aspen...

-Eu não sei o que aconteceu papai - Falo calmamente - Escutei barulhos de tiros mesmo, e então veio o fogo.

- Como saiu de lá? Se feriu? Porque não contatou comigo e com sua mãe? Tem noção do nosso desespero quando vimos no noticiário nossa casa aos pedaços e nossa filha sem atender o telefone? Sua mãe chorava toda hora falando que você havia morrido no incêndio, Aspen - ele fala preocupado, me analisando.

- Perdi tudo papai, por isso não atendi vocês nem mandei noticias. - Respiro fundo - nessa parte eu não estava mentindo - Sai de lá e caminhei até a casa da Phoebe. Fiquei lá até hoje... - Inventei

- Lembra o que aconteceu? Pra você vir parar aqui? - ele pergunta

Só então realmente me dei conta.
Eu estou em um hospital!

Então uma cronologia muito chata passou pela minha cabeça.

Balada
Josh
Estupro
Ryan
Chris
Ressaca
Primeiro dia de aula
Volta pra casa
Sequestro
*Justin*
Mansão
Chaz
Festa
Briga
Brenda
Ressaca de novo
Discussão
...

Falta alguma coisa...
Porra Aspen!

Tiroteio.

Eu havia sido atingida por um tiro!

- Não lembro - minto - Não me recordo exatamente

- Os médicos falaram que você foi atingida por um tiro. Camille está na sala de espera e falou que vocês duas estavam andando juntas hoje de manhã e foram vítimas de uma bala perdida

- Ah sim - Finjo lembrar

- Sem falar no alto teor alcoólico encontrado no seu sangue... o que aconteceu ontem a noite?

- Ãh...eu bebi? - pergunto irônica - Só sai com minhas amigas e nós bebemos. Voltamos pra casa assim que o álcool fez efeito. - minto descaradamente 

-Certo... Tem uma pessoa que quer muito te ver. É um homem e ele disse que é seu colega de aula. Chamo ele?

Colega de aula? Mas eu não sou próxima o suficiente de nenhum colega meu a ponto de ele querer muito me ver. A curiosidade fala mais alto e quando vejo a resposta está saindo

- Sim, pode chamar - meu pai assente saindo da sala.

Fito o teto acima de mim então uma ideia maluca invade minha cabeça. Eu havia sido estuprada a alguns dias...

- Srta. Mansfield? - uma moça loira entra no quarto. - Sou a dra. Grey, cuidei do seu caso e lhe operei. Um menino está vindo aqui lhe visitar - ela sorri.

- To sabendo - dou de ombros - Dra. Grey - O que aconteceu? - Paro de rir e o fito, preocupada. 

- Sim querida? - Ela para de analisar meu prontuário e sorri me olhando.

- Tem como fazer um teste de gravidez em mim sem contar pra ninguém? Tipo, pra minha família e amigos.

- Se quer sigilo, tudo bem. Sua menstruação não está vindo? Ou algum outro sintoma que possa sugerir uma gravidez? - ela pergunta

- Gravidez? - Alguém entra no quarto.