Você é um escritor, Yoongi.
Constrói os contos mais belos e envolventes, com capacidade de tocar não apenas almas, mas disseminar ideais e apresentar a outros formas inovadoras de ver o mundo e a vida. Seus textos são líricos como sua existência, possuem a profundidade de sua psique representados em cada uma das linhas.
És intenso não apenas por suas estórias, mas através de suas emoções e pela forma que tenta passa-las para mim através de seus toques e seus beijos, que me preenchem o peito e me sufocam com o tamanho de minha reciprocidade a eles – tão poderosos que parecem capazes de fazerem com que eu me perca por inteiro apenas com a sensação do teu abraço, da sua pele contra a minha, ou chamuscar-me os lábios com o quão abrasador pode ser seu amor.
És um mestre de palavras, fazendo-as se curvarem de acordo com as suas vontades. Você as escolhe com dedicação, pois és seletivo em demasia, apenas para uni-las da forma mais bela e poética, tornando-as capazes de tocarem o coração de todos que as absorverem. Você faz com que elas se dobrem a ti com maestria, tornando-as mensageiras de teus ideias, moldando-as ao seu bel-prazer, mostrando-se o imponente domador que és.
Um domador delas e de mim.
Mas como poderia eu, um simples estudante de dança, não cair de joelhos perante à alma profunda e artística que carregava escondido sob o semblante estoico que costumava carregar? Como não poderia me atentar a cada termo que deslizava para fora de seus lábios rosados, tão encantado com o som de sua voz rouca com um tom meio embriagado e tudo que esta me dizia? Ou mesmo não me derreter quando sua expressão se suavizava em um sorriso tão doce que me saturava o peito?
Você disse que sou sua inspiração.
E és em mim que seus olhos costumam se perder quando buscam uma maneira de descrever as mais belas emoções, pois diz que sentiu a maioria delas ao meu lado ou dentro do meu abraço, e que se pudesse exprimir a sublimidade destas em seus contos de forma que seus leitores experimentassem ao menos um terço, estaria satisfeito.
Resumiu à magnificência de meus toques como a culpada de sua intensa necessidade irremediável de mim, além de me encher com seus maravilhosos beijos por ajudá-lo a encontrar o significado da saudade, pois nunca havia a compreendido até ser privado de minha presença.
Disse que se sentia privado de uma parte vital de si, como um livro de dois volumes em que o primeiro fora perdido, e que era isso que a saudade era: a incompletude na ausência.
Mas você está sempre perdido em suas palavras.
E são elas que adornam o seu mundo e são a pólvora que lhe inflama a alma. Estão gravadas naquelas folhas borradas com café que tanto preza e que estão espalhadas por seu apartamento; além de cobrirem aquele caderno de couro preto que carrega para todos os cantos por temer perder alguma ideia, no bloco de notas do seu celular e nas paredes do seu quarto pelas noites que acordava e não encontrava nenhum dos seus itens para anotação.
Dedica-se por inteiro à elas, buscando novas fórmulas e combinações que possam explicar o mundo com perfeição ou torná-lo ainda mais fantástico, criando aventuras que nunca pôde viver ou que nunca tentou buscar – você mesmo dissera que existiam pessoas que iam atrás da vida e aquelas que escreviam sobre ela, e que você fazia parte do último grupo.
Você as endeusa enquanto me deixa solitário, afogando-me no silêncio ensurdecedor de seu apartamento ou na falta de qualquer sinal de sua parte, sempre envolvido em um novo projeto e me obrigando a mendigar os restos de seu tempo.
A ausência de suas palavras me fere e me consome, me deixa tão inseguro e necessitado – e é por isso que estou apelando para estas malditas que estão sempre competindo comigo – e vencendo – para entrar nesse seu mundo privado e te trazer para mim. Por inteiro.
Yoongi, quando você irá se perder em mim?
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