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História You're bruning up, I'm cooling down. - III And not forget where you come from.


Escrita por: thai_stark

Notas do Autor


Não ia postar hoje, mas como tiveram pedidos irei atendê-los!
Queria agradecer a todo mundo que vem comentando ao longo desse tempo em que estou postando, é muito bom saber a opinião de vocês!
Espero muito que gostem!

Capítulo 11 - III And not forget where you come from.


Sansa se encontrava reunida com alguns nobres Senhores das casas vassalas aos Stark. No entanto, ter vários nobres juntos com tantas personalidades fortes para lidar era algo que poderia causar uma desordem que gostaria de evitar. Podia não ter conhecimento de campo, mas sabia como convencer aqueles homens a entrarem em comum acordo.

— Pro inferno com todos os Kastark — Lorde Gordo Manderly falava com sua voz profunda ecoando pelo cômodo.

— É tão traidor quanto os Kastark, senhor. Não esqueça que pequeno Lorde Rickon estava em suas mãos quando o deixou ser capturado. Agora está morto! — Robbet Glover disse em tom de zombaria, embora sua face permanecesse séria. — Ao contrário da casa Glover que jamais abandonou os Stark. Estávamos prontos para marchar com Stannis Baratheon para retomar Winterfell, enquanto o senhor se escondia em seu castelo e se embebedava.

Lorde Wyman fez menção de se levantar, ergueu seu grande corpo poucos centímetros da cadeira mal equilibrada antes de desistir. Olhou com fúria para o herdeiro Glover. Sansa esperou que uma tragédia acontecesse se Lorde Manderly não fosse tão pesado para partir para uma briga. Ela revirou os olhos.

— Lady Sansa me concedeu seu perdão, com seu coração bom e puro. Não é um nobre de segunda classe como o Senhor que vai apontar dedos sujos contra mim. — o Senhor de Porto Branco cuspiu aquelas palavras.

— Parecem duas crianças querendo medir qual brinquedo é melhor — Lyanna Mormont falou impaciente. — Parem de discussões desnecessárias e vamos ao assunto que interessa. Precisamos tomar as Gêmeas o quanto antes, se tivermos que medir forças contra os Lannister perderemos homens que não podemos nos dar ao luxo de perder — a jovem senhora olhou para Sansa procurando apoio.

— Lady Lyanna tem razão, senhores. Recebi uma carta de Jardim de Cima e os Lannister não tem mais apoio da casa Tyrell. No entanto, o exercito de Rochedo Casterly ainda é muito grande e não podemos perder homens em batalha. Nossa guerra é outra — Sansa disse olhando para cada um dos presentes. Seus olhos se demoraram sobre Davos que até o momento ouvia a discussão e nada dizia. Quando viu os olhos da garota sobre si, tomou consciência de que chegara sua hora de falar.

— A carta que Alys Kastark nos mandou deve ser analisada de forma estratégica e racional. Não podemos deixar nossos sangues ferverem em fúria e desejo de vingança. Lorde Arnolf pagou por seus crimes de traição contra Stannis, e Lady Alys tem um acordo com Jon Snow, se Snow confia em suas palavras, devemos confiar igualmente. Precisamos de suas espadas. Quanto aos Umber, a casa esteve dividida durante todo esse tempo em que um Stark não esteve em Winterfell, agora que temos nossa Rainha, o Norte deve se unir.

— Peço a compreensão dos senhores. Mandarei uma carta à Lady Alys e à Última Lareira para unirmos forças e marcharmos para Correrio. Meu tio Edmure tem alguns homens aguardando para irem até as Gêmeas. Sor Davos irá com vocês. Ficarei aqui porque Winterfell não pode ficar sem meus comandos, mas rezarei pelos senhores todos os dias. Que os Deuses os protejam.

Os homens assentiram e Lyanna Mormont lançou um sorriso orgulhoso para Sansa. Os nobres se retiraram deixando Sansa a sós com Davos e Brienne. A jovem Rainha tinha uma expressão cansada, pensava em seu pai e em como tinha que lidar com tantas personalidades e pensou também em Robb e em como havia sido traído.

— Fez um bom trabalho em apaziguá-los, Lady Sansa. Traremos o comando das Gêmeas para a Senhora. — Davos lhe lançou um olhar confiante.

— Confio que trará a vitória para nós. Contudo, temos outros assuntos a tratar agora, sor Davos. Sabe que precisamos do apoio do Vale e do Jardim. No entanto, ambos esperam de mim um casamento em troca de uma aliança. Confesso ao senhor que não tenho intenção alguma em me casar com Lorde Baelish, precisamos encontrar uma solução.

— Podemos mandá-lo embora e enviar uma carta ao seu primo, talvez encontrar uma boa esposa e prometê-la a ele.

— Mindinho é astuto e jamais deixaria que o enganássemos dessa forma. Temo não encontrar uma saída para esse dilema.

— Lady Sansa — Brienne falou, pedindo permissão para sugerir algo. Sansa assentiu para ela em concordância. — Acredito que possa usar a informação que tem a respeito da morte de sua tia Lysa como fez antes. Se seu primo e os senhores do Vale souberem que Lorde Baelish está envolvido, será seu fim.

— Pensei a respeito, Brienne, porém temo que eles não acreditem. — lamentou.

— Disse que eles já haviam desconfiado antes. É a Rainha do Norte, sua palavra tem peso contra a de Mindinho. Acredito que devemos trabalhar em cima dessa possibilidade. Deveria escrever uma carta a Robert Arryn.

— Brienne tem razão, minha senhora, não há nada a perder se arriscarmos. — Sansa concordou, fechando os olhos por um momento e imaginando como tudo poderia dar errado.

— Tudo bem. Ainda ficamos com o impasse a respeito de Willas Tyrell, acredito não me restar outra escolha a não ser aceitar me casar com ele. Pensarei em termos para o acordo, no entanto. Acredito poder fazer algumas exigências.

— Se assim prefere, assim será — sor Davos disse um tanto incerto.

— Acredito que esse assunto está encerrado. Agora, Brienne, preciso que fale com Podrick para que envie uma carta à Cidadela e informe que Winterfell precisa de um Meistre. — Brienne concordou e saiu da sala. — Ainda há algo que queira discutir, sor Davos? — perguntou sentindo seus olhos pesarem.

— Só mais uma coisa — o homem se remexeu na cadeira, movendo sua grande e pesada capa cinza, tirou de lá um objeto e o colocou sobre a mesa. — Lorde Snow pediu para que lhe desse isso — e estendeu para que ela o pegasse.

Sansa tocou no objeto que estava coberto por uma capa de couro negra. Tinha uma fivela de prata na ponta que ela desabotoou com cuidado. Tirou dali uma adaga feita de ouro branco, o cabo era do mesmo material e continha detalhes talhados que formavam lobos. A lâmina brilhava afiada. Ela olhou confusa para o homem.

— Por que Jon me daria isso? — questionou analisando a arma.

— Disse que era para sua proteção. Para carregar sempre consigo, disse também para lhe entregar no momento em que julgasse certo. O modo como a vi tratar com esses senhores hoje me fez ter a certeza de que está pronta.

— Sequer sei com manusear. — Sansa o olhou duvidosa.

— Apenas aponte e espete — ele lhe sorriu.

Sansa retribuiu o sorriso, mas não acreditava ser capaz de usar aquela adaga. De toda forma, a guardou sob sua capa.

— Se me der licença, senhor, irei até o Bosque Sagrado.

Davos apenas se ateve a concordar e Sansa partiu dali depressa. O ar que aquela sala tinha era carregado e a fazia sempre lembrar-se de guerras. Queria fugir de tal realidade nem que fosse por alguns segundos. Lembrava que seu pai sempre ia ao bosque para pensar, chegava a passar horas ali. Tentava se espelhar nele para ser alguém melhor.

— Preciso tanto de você agora, pai... — sussurrou para si mesma, tocando com as pontas dos dedos o tronco áspero da árvore-coração. Olhou ao redor e sentou-se sobre um banco de pedras que ficava de frente para o rio congelado.

Não havia calculado quanto tempo se passara, mas concluiu ser bastante. Deixou-se pensar em Jon, a respeito da história que Bran havia lhe contado. Todas as fibras de seu corpo torciam para que fosse verdade, para que não fosse seu irmão. Pensou em como ele ficaria ao ouvir que não era filho de Eddard Stark e queria podê-lo abraçar naquele momento. Contudo, tinha uma parte de sua consciência que a impedia de reconhecer aquilo como verdade. Pensava que seria menos doloroso casar-se com Willas se Jon fosse de fato seu irmão. A viagem ao Gargalo já durava mais do que haviam previsto, preocupava-se caso algo tivesse dado errado. Esperava que Jon voltasse a qualquer momento agora, não conseguia deixar de fantasiá-lo entrando pelo portão sempre que passava por ele. Estava tão entretida em seus próprios pensamentos que não ouviu quando os passos surdos se aproximaram dela. Sentiu uma mão pesada sobre seu ombro e seu corpo inteiro se arrepiou. Quando se virou para olhar suspirou pesadamente.

— O que quer? — perguntou se levantando.

— Vim vê-la — Mindinho abriu um sorriso assustador e deu um passo em sua direção. — Nossa última conversa não foi de meu agrado e acredito não termos chegado ao melhor acordo. — disse erguendo uma de suas sobrancelhas bem desenhadas.

— Não irei casar com você — tornou a repetir o que já havia lhe dito antes. — Não se aproxime de mim.

Lorde Barlish não lhe deu ouvidos e continuou sua aproximação. Sansa recuou alguns passos, mas sentiu-se encurralada quando suas costas tocaram a árvore-coração.

— Não há necessidade de ter medo — disse quando se aproximou dela o bastante para tocar uma das mechas de seu cabelo. Ele a levou até seu nariz, absorvendo o cheiro dos fios. — Você se parece tanto com sua mãe. — então a tocou no rosto, a pele de Sansa era muito alva e os dedos de Mindinho contrastavam contra sua carne.

— Não sou minha mãe. Não transfira sua obsessão doentia por ela para mim. Eu quero você longe, quero que volte para o Vale. — sua voz soou firme e tirou as mãos dele de si. — Não me toque. — fez uma expressão de nojo.

— Sou o único em quem pode confiar — disse contrariado quando ela o rejeitou. — Todos esses lordes que traíram seu irmão não hesitariam um segundo em trair você caso tivessem um acordo mais lucrativo.

— Você me traiu tanto quanto eles traíram Robb. Entregaram meu irmão de bandeja para os Frey e deram o Norte para os Bolton, assim como você o fez me entregando para Ramsay. — suas palavras saíram ríspidas.

— E ainda assim foi capaz de perdoá-los.

— Você nunca sequer disse que sentia muito e mesmo que o fizesse não acreditaria. Suma da minha frente, Lorde Baelish. Não quero que cruze meu caminho novamente e se vê-lo mais uma vez tomarei as devidas providencias. —então ela o empurrou, se livrando da proximidade.

Começou a andar com passos rápidos para fora do Bosque, mas sentiu ele a puxando pelo braço e a envolvendo muito forte. Estava enlaçada e se contorcia para sair.

— Me largue, Petyr.

Mindinho não o fez, forçando seu corpo contra ela, segurando seus braços que tentavam lutar contra ele. Puxou a cabeça dela e tocou seus lábios. Sansa o empurrou com mais força e mordeu os lábios dele colados nos seus. Ele se afastou, levando uma das mãos à boca e a olhando raivoso. Observou incrédulo Sansa sacar uma adaga e apontá-la para ele.

— Não me toque novamente. Nunca. Entendeu? — suas mãos tremiam ao segurar a arma e ela controlava-se para não chorar na frente dele.

— O que está acontecendo aqui? — Brienne surgiu imponente, tocando o cabo de sua espada. Sansa se sentiu aliviada. — Esse homem a importuna, minha senhora? — a garota assentiu. — Saia daqui, Lorde Baelish, antes que enfie minha espada em seu peito. — a mulher o ameaçou.

Petyr olhava a cena em choque. Estava contrariado, mas não havia alternativa a não ser sair dali. Ele caminhou rapidamente para fora do Bosque e só então Sansa deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto. A adaga que Jon lhe dera rolou por seus dedos e caiu em um baque surdo na neve. Brienne se aproximou dela e a abraçou. A garota deixou-se abraçar e se envolveu nos braços duros de sua protetora. Permaneceram daquele modo por longos minutos, até Davos chegar.

— Lady Sansa? — o homem chamou, analisando a expressão triste no rosto de Sansa. — O que houve? — questionou preocupado.

— Falarei sobre isso com o Senhor depois, sor Davos. — Brienne falou, sabendo que Sansa não conseguiria falar sobre o assunto naquele momento.

— Tudo bem — as estudou por um tempo. — Só queria dizer que Jon Snow está aqui.

***

O inverno não havia castigado as terras do Gargalo da mesma forma que fizera com Winterfell. A neve não caía com a mesma intensidade e não era tão frio. No entanto, a chuva caía pesada, sem cessar. A viagem de volta a Winterfell havia se tornado pior do que a de ida. Pelo menos não lhes faltava comida, Lorde Reed havia sido muito generoso em lhes ceder alguns suprimentos. Meera retornara com eles, mas seu pai ficara. Mesmo Sansa tendo o convocado, o homem não deixava seu castelo há muitos anos. Dissera a Jon que seu povo não era um povo guerreiro e que seriam de mais valia protegendo a travessia de invasores do Sul. Arya estava bem, havia se recuperado forte do ferimento, embora tivessem se demorado mais em Atalaia da Água Cinzenta até que estivesse pronta para uma nova jornada. Os homens estavam silenciosos, ainda sentiam a perda de Cregan e não tinham a mesma animação de antes. Aqueles dias que se arrastaram sem que estivesse em Winterfell perturbavam Jon. Tanto tempo ocioso em paradas para descanso, ou para fugir das tempestades, o faziam pensar bastante. O que não deixava sua mente, porém, era a conversa que tinha tido com Howland Reed no dia em que pusera os pés em seu castelo.

Era noite. Howland Reed havia oferecido um banquete aos seus convidados. Embora ofertasse peixes de espécies exóticas e rãs cozidas em molhos feitos de ervas, o sabor era estranhamente agradável. Empanturravam-se como se seus estômagos não vissem comida há meses. A não ser pelo cervo que haviam comido na noite anterior, passaram dias sem ter uma alimentação decente. Quando estavam fartos e satisfeitos, Jon se viu sozinho com Lorde Reed. O homem era sério e Jon percebia que pensava bastante antes de falar. O levara para uma sala de tamanho médio, que tinha uma lareira queimando e uma grande janela com vista para o rio de lodo. Bebiam uma bebida típica dos cranogmanos, era pastosa e tinha um forte sabor de álcool.

— O senhor disse que esperou muito para me ver — Jon começou, quebrando o silêncio. — Por quê?

O homem sorriu. Seu sorriso à meia luz era um tanto enigmático. Jon o analisou com curiosidade. Aquilo o estava inquietando.

— Já lhe conheci uma vez, Jon Snow. Há muito tempo. Estava nos braços de sua mãe — o homem lhe lançou um olhar nostálgico.

— Conheceu minha mãe? — Jon perguntou interessado.

— É... — ele tomou um gole de sua bebida e observou o fogo crepitando.

— Conte-me o que sabe, Lorde Reed. Meu pai prometeu me contar antes de partir para Porto Real, mas... — Jon baixou os olhos com pesar.

— Sinto muito. Eddard foi um bom homem.

— Por que nunca foi nos visitar em Winterfell se eram tão próximos? O que aconteceu para que se isolasse aqui?

Howland permaneceu em silêncio por alguns minutos, parecia ponderar sobre algo. Jon o analisava, esperando que dissesse algo.

— Vou lhe contar uma história, Jon Snow... A história sobre seu nascimento. — Jon estava tão excitado que não conseguiu dizer nada. O homem prosseguiu. — Era um dia quente em Dorne. Seu pai recebeu a notícia de que Lyanna estava em uma torre chamada Torre da Alegria. Sabe da história, imagino. Que foi sequestrada por Rhaegar Targaryen e isso deu início a uma guerra. O que acontece, meu rapaz, é que Lyanna nunca se deixaria ser capturada. Fugiu por conta própria. Não sei se por amor ao príncipe Dragão, mas com certeza por desprezo a Robert Baratheon. Nunca quis se casar com ele.

— O que isso tem a ver comigo, senhor? — interrompeu sem entender.

— Deixe-me continuar — ele repreendeu Jon com o olhar. — No dia em que encontramos Lyanna ela estava praticamente morta. No entanto, deu à luz a uma criança. Fez Ned prometer que jamais contaria a ninguém quem aquela criança realmente era. Quem eram seus pais. Essa criança, Jon Snow, era você. Jaehaerys. Filho de Lyanna Stark e Rhaegar Targaryen.

Jon sentiu o ar faltar em seus pulmões. Sentiu uma fisgada em seu peito e balançou a cabeça em negativa.

— Isso não é verdade — ele levantou-se, caminhando para fora da sala.

— É a verdade, Jon Snow. E uma vez que aceitá-la será mais fácil entender os motivos de Ned.

— Eddard Stark é meu pai. — ele se virou para o homem. — Por que ele mentiria para mim durante a vida inteira?

— Fez uma promessa à Lyanna em seu leito de morte. Jamais quebraria uma promessa. Ned sacrificou sua honra por você, jovem Snow, sempre será seu pai. Mas o sangue que corre em suas veias é outro.

Jon deixou a sala perturbado. Aquilo não podia ser verdade. E, ao mesmo tempo, não havia motivos para Lorde Reed mentir a respeito de algo tão sério. Sentia-se enjoado, como se toda a sua existência não passasse de uma grande mentira. Sua cabeça rodava e suas têmporas saltaram pulsantes. Tudo o que sabia sobre quem era não era real. Tudo o que teve que suportar por ser o filho bastardo do Senhor de Winterfell agora caía sobre si de forma pesada. Suas pernas tremiam e demorou a encontrar o caminho até o quarto onde Arya repousava. Observou a irmã enquanto dormia serena. Irmã... Se aquilo fosse verdade não era sua irmã. E se Arya não era sua irmã, Sansa também não era. Não conseguia definir o que sentia e sequer sabia o que fazer com tal informação.

Não conseguia contar quantos dias estavam na estrada, mas em todos eles refazia aquele diálogo em sua mente. Tivera outras conversas com Lorde Howland ao decorrer do tempo em que passou no Gargalo e passou a aceitar quem era. Continuava sendo um bastardo, continuava não conhecendo sua mãe, mas agora sua figura paterna era outra. Embora nunca fosse aceitar outro pai senão Ned, tinha que começar a entender que o  sangue que pulsava sob sua pele era morno, misturando a frieza Stark e o calor Targaryen. Passou a questionar se não estaria louco, se não teria fantasiado aquilo tudo. Mas ao contar para Arya ela o ajudou a entender. Porém, mais do que nunca, sentia-se perdido no mundo. Tinha que desconstruir tudo o que sabia a seu respeito e se refazer.

Teve dias e mais dias, dias intermináveis, para começar a conceber a ideia de que era filho de Lyanna e Rhaegar. Ainda se via pensando em Arya como sua irmã e em Ned como seu pai. Chegaram a Winterfell após um longo e exaustivo percurso. Estava fadigado, tanto mente quanto corpo. Só queria deitar e dormir por dias. Quando avistou as muralhas do castelo erguerem-se elegantes e os estandartes Stark flutuarem com lobos gigantes prateados, teve certeza de que não importava de onde tivesse vindo Winterfell era seu lar. Ele abriu um sorriso quando passou pelos portões e viu as construções tão familiares. Olhou para frente e viu Sansa correr em sua direção. Ela tinha a face vermelha e seus olhos estavam inchados, concluiu que estivera chorando. A face dele se repuxou em uma expressão preocupada e ela pulou em seus braços, o apertando com tanta força que o ar teve dificuldade de passar por seus pulmões.

— O que houve? — perguntou próximo ao ouvido dela e a apertou com força, enterrando sua cabeça nos cabelos vermelhos.

Sansa se afastou poucos centímetros, ainda mantendo seus corpos colados. Tomou a face dele em suas mãos e lhe deu um beijo na bochecha. Então o olhou nos olhos. Jon sentiu seu corpo aquecer, gostaria de poder beijá-la ali mesmo, na frente de todos, sem se importar com as consequências.Mas não podia. Pelo menos não enquanto só ele soubesse a verdade.

— Eu amo você — Jon piscou algumas vezes tentando assimilar o que acabara de ouvir.

— O que disse? — ele perguntou, tentando confirmar.

— Disse que amo você — Sansa lhe sorriu e ele retribuiu, abriu um sorriso largo e entusiasmado.

— Eu também amo você.

E voltaram a se abraçar. Tinham tantas coisas para assimilar naquele momento, mas todo o mundo ao redor deles parecia ter desaparecido. Todas as pessoas que conheciam, todas as guerras que haviam lutado e que ainda lutariam. Todas as dores que os atormentavam, nada parecia real. Eram apenas os dois no mundo.


Notas Finais


Finalmente!!! E aí, o que acharam?


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