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História You're bruning up, I'm cooling down. - Song of ice and fire.


Escrita por: thai_stark

Notas do Autor


Esse capítulo tem muitos acontecimentos que me deixaram animada. Espero que gostem dele tanto quanto eu! Agora nossa história está caminhando de forma mais intensa e será assim até o final.
Depois desse tempo todo que percebi que aqui não é como no Nyah! que aceita o texto com as alterações do word, tipo itálico. Eu coloco muitos pensamentos em itálico, acho que deve ter ficado meio confuso já que aqui ficou com a formatação normal hahahaha

Capítulo 24 - Song of ice and fire.


Edmure Tully chegou trazendo consigo corpos castigados pelo inverno e notícias que fizeram Sansa tremer, mas não de frio. Não se lembrava da aparência de seu tio, tantos foram os anos que se passaram desde que ele a tinha visto. Ainda um bebê no colo de sua mãe, ele havia dito. Agora é uma mulher, se parece tanto com Catelyn. Naquele momento, o homem que estava a sua frente tinha um semblante cansado e maltratado. As rugas que acomodavam seus olhos eram precoces para sua pouca idade. Os cabelos que deveriam ser de um castanho acobreado vivo e lustroso como os de sua mãe, eram opacos e mastigados, a barba era cheia e desgrenhada e alguns fios começavam a ficar prateados. Sua postura era sempre alerta e levemente paranoica, olhando por sobre os ombros sempre que sua memória o traía e esquecia-se de onde estava. Sansa sabia que havia ficado refém dos Lannister por tempo o suficiente para que jamais se recuperasse por completo, assim como ela. Sentiu o peito aquecido por tê-lo ali. Não o conhecia, era um estranho, mas, mesmo assim, aquele homem era sua família. E havia experimentado tantos horrores quanto ela.

— Estou feliz que esteja aqui, tio. Não o chamaria caso não fosse importante. — Sansa falou quando ele sentou-se ao seu lado no Salão Principal após ter sido devidamente acomodado no cômodo que um dia pertencera à Eddard e Catelyn Stark. Sansa achou que seria bom para ele, ela mesma não tinha coragem de entrar ali, o quarto estava vazio desde a derrota dos Bolton. — Como estão Roslin e o bebê?

Ela viu a face de seu tio se iluminar. Os Frey haviam tirado muito tanto dela quanto dele, mas Roslin parecia ter sido um presente em meio ao caos. Observou a excitação que pareceu brotar naquele homem tão miserável.

— Os deixei a salvo em Correrrio. Roslin me enviou um corvo quando já estava a caminho, no entanto... — Edmure se interrompeu. Ele fitou a sobrinha, analisando-a.

— O que há? — ela quis saber. Não havia mais nada que a pudesse surpreender negativamente naquele ponto. Já estava calejada o suficiente e pronta para qualquer novo golpe.

— Daenerys Targaryen passou por Correrrio. Ela atravessou o Tridente montada em um dragão e forçou meus homens que estavam nas Gêmeas a baixar o portão da Torre da Água. Roslin disse na carta que se ajoelhou. Informou que marchei até Winterfell, ela vem até nós.

— Roslin está bem? — Sansa tocou uma das mãos de seu tio, apertando-lhe os dedos ossudos e cheios de calo.

— Estão bem. A Rainha Dragão oferece misericórdia àqueles que se rendem. — ele informou, parecendo aliviado.

— Eu já sabia que a garota Targaryen vem até nós, tio. Há tanto que precisa saber...

Sansa lhe contou tudo. Contou sobre Jon, sobre Lyanna e Rhaegar. Contou-lhe sobre os sentimentos que nutriam um pelo outro e sobre Tyrion. Ele a ouviu atentamente até a exaustão. Jon não havia se reunido com eles naquele dia, tanto era o que tinha para discutir sobre estratégias de batalha. E assim se passou a noite. E se passaram dias adiante com Sansa tentando se esquivar de Jon sempre que ele se aproximava. Agora que Edmure estava finalmente ali, não havia mais motivos para adiar o casamento. Mas, mesmo assim, ela havia insistido para que esperassem até que todos os vassalos da casa Stark estivessem reunidos e com isso conseguiu ganhar algum tempo. Mas Jon se mostrava impaciente e determinado.

— Eu sei que há algo errado — ele disse uma noite. Ela fingia dormir quando ele se aninhara ao seu lado e nada disse em resposta.

Mas não conseguiu escapar dele na manhã que se seguiu. Ela se esgueirava cautelosa para fora das cobertas quando ele a agarrou firme.

— Diga-me o que se passa, Sansa. É frustrante que ainda tente esconder algo de mim — ele bufou, irritado. Havia perdido a paciência.

— Jon... — ela o olhou. Olhou em seus olhos cinzentos e viu neles o relance do garoto que um dia ele fora, com todos sussurrando coisas sobre si longe de seus ouvidos, escondendo-lhe segredos. Sentiu-se mal. — Sinto muito. — se apressou ao dizer. Ele a encarou intrigado. Sansa se remexeu entre os braços dele para poder tocar-lhe a face. — O amo tanto, Jon Snow. — ele sorriu e se inclinou para beijar-lhe os lábios.

— Diga-me de uma vez... — sua voz agora era suave, abandonando toda a irritação que sentira antes. Ela tinha o poder de desarmá-lo.

— Sobre Daenerys Targaryen... Ela não marcha só. Tyrion Lannister vem com ela. — as palavras pareceram formar cortes em sua garganta à medida que foram sendo proferidas. Observou com dor quando ele se desvencilhou e levantou-se. Ficou de pé de costas para ela, mirando as grandes janelas. Ela se aproximou, agarrando-lhe a cintura e repousando a cabeça no dorso dele. — Diga algo... — implorou, contendo a vontade de chorar.

— Sinto que nunca seremos completamente felizes — ele reclamou. Sansa apertou-o com mais força, os dedos finos fazendo pressão em sua barriga. Sentiu que tudo dentro de si revira-se como uma tempestade. A ventania que carregava a neve carregava também toda sua esperança.

— Vamos encontrar uma solução. — a incerteza em sua voz era palpável e ele sentiu. Virou-se para poder olhá-la.

— Talvez o duende sofra um acidente... — Jon disse. Falava sério e aquilo fez Sansa temer.

— Não diga coisas assim — o repreendeu. Mas talvez ele realmente sofra um acidente.

— Perdoe-me. Vamos encontrar uma solução. — repetiu as palavras dela com firmeza, com esperança de que os Deuses o ouvissem daquela vez.

***

Jon abria caminho entre os homens que se acomodavam no pátio e marchava rumo ao Portão do Rei. Havia sido informado de que um exército se aproximava. Davos corria para acompanhá-lo, mas cada passo do cavaleiro equivalia a dois do Snow. Quando parou diante da Estrada do Rei e Davos finalmente o alcançou, viu ao longe a mancha disforme que contrastava com o mar de neve que se estendia adiante. Suspirou fundo. É chegada a hora, então. Eles se aproximavam de maneira rápida, quase como se a neve não lhes oferecesse qualquer dificuldade. Procurou por dragões no céu e foi então que uma sombra se formou sobre ele. Uma sombra negra e gigantesca, quase como se o dia tivesse se transformado em noite. Sentiu-se quente mesmo quando os flocos de neve encharcaram suas roupas. O que pairava sobre si poderia muito bem ter engolido o sol. Quando olhou para cima, viu uma criação colossal. Parecia tão grande quanto Castelo Negro. Suas asas poderiam destroçar as muralhas de Winterfell com um único golpe. Era escuro e brilhante, com olhos tão grandes quanto as aberturas das cavernas que encontrou além da Muralha. A mulher que o montava era branca como um cristal de gelo, quase transparente, com as veias saltando em todos os lugares de seu corpo que estavam expostos. Os cabelos eram tão claros quanto sua pele, prateados e longos. Uma multidão se reuniu para assistir enquanto o dragão pousava, tomando grande parte da estrada. Outra grande parcela correu, se dispersando para dentro do castelo, se escondendo atrás de suas muralhas. Jon abriu a boca, impressionado. Sentindo um misto de medo e fascínio. Quando as imensas patas do dragão tocaram o chão, Jon sentiu o mundo inteiro estremecer. O exercito que estava distante pouco tempo antes, agora se amontoava perto do animal. Passara tanto tempo admirado que não percebera a aproximação.

Ouviu quando um uivo de lobo ecoou e procurou por Fantasma. Seu companheiro corria até ele, com Nymeria e Arya em seu encalço. Fantasma parou ao seu lado, rosnando, mostrando seus dentes pontudos. Admirava sua coragem, embora pudesse ser destroçado pelo dragão em um piscar de olhos. A mulher saltou do dorso do animal e Jon notou que tinha os pés desnudos. Vestia um fino vestido de tecido tênue, quase invisível, vermelho e preto, que esvoaçava a cada rajada do vento, fazendo parecer com que tinha asas. Fantasma então se calou, ficando parado ao seu lado muito quieto.

— O que... — ouviu Arya balbuciar, mas não prestou muita atenção. Seus olhos estavam vidrados na figura a sua frente.

Foi então que Sansa chegou. Sentiu quando os dedos dela se entrelaçaram nos seus, mesmo assim, não parou de mirar Daenerys Targaryen. Ouviu a voz de Willas em um ponto distante, julgou ouvir também Brienne e Tormund. O dragão ficou de plano de fundo quando ela caminhou até eles acompanhada de três figuras disformes, Jon não se preocupou em olhá-los por tempo o suficiente para ver quem eram. Os passos da Rainha Dragão pareciam fogo sobre a camada de neve que se acumulava sob seus pés, fazendo cm que derretesse, ela não parecia sentir os efeitos do inverno.

— Quem é aquela que se intitula Rainha do Norte? — ela perguntou. Sua voz era grave e autoritária.

Sansa largou sua mão e deu um passo a frente. Não era menos bonita do que a outra. Os cabelos vermelhos como fogo também pareciam queimar. Nunca a vira tão determinada. Olhava para Daenerys de igual para igual.

— Sou eu. — ela disse. Sua voz não falhou em nenhum momento e Jon a olhou admirado. Daenerys riu. Um riso debochado.

— Ajoelhe-se ou morra. — era uma ameaça encoberta de ordem.

— Faça o que ela diz, Sansa. Já a vi queimar pessoas por menos.

Jon procurou pelo autor da voz e foi então que viu Tyrion Lannister. Era tão pequeno que sequer o havia colocado em sua conta. Estava mais feio do que se lembrava, o nariz era apenas uma fenda em sua face deformada. Quando então prestou atenção em quem a acompanhava, viu um homem de pescoço largo e pelos cinzentos, um homem de cabelos cor de palha, magro e alto, e então o viu... Era inconfundível. Os cabelos dourados brilhantes caindo-lhe sobre os ombros, os olhos verdes como esmeraldas e o ar de superioridade. Jaime Lannister. Jon sentiu a ira lhe inundar o sangue. Cada músculo de seu corpo protestando em raiva. Não tentou conter o impulso que tomou conta de si e quando viu já tinha as mãos em punho acertando o nariz do Lannister em cheio. Bran havia lhes contado tudo sobre seu acidente. A memória lhe voltara quando teve uma visão do passado sobre o dia em que havia caído.

— Como ousa trazer esse homem até a minha casa? — quis saber. Jaime estava caído no chão, as mãos massageando o nariz no lugar onde um filete de sangue rubro escorria.

— Vejo que cresceu, Snow. Era apenas um bastardo magricela quando o conheci — cuspiu as palavras na neve e levantou-se com a ajuda do irmão.

— Não há necessidade disso, Jon — Tyrion disse de forma diplomata.

Jon ameaçou avançar mais uma vez, mas Sansa tocou suas mãos e o conteve. Ela o olhou e ele soube que cuidaria da situação. Tinha mais tato do que ele.

— Exige que me ajoelhe, mas traz o homem que tentou assassinar meu irmão ainda criança até o meu lar. Quer que a reconheça enquanto Rainha dos Sete Reinos, mas se une ao regicida. Por que deveria, eu lhe pergunto?

Daenerys deu um passo à frente, ficando em destaque, imponente.

— Acha que o lobo pode ameaçar o dragão, criança? — falava com superioridade, embora fosse quase da mesma idade que Sansa. — Queimarei até o último homem que há nesse castelo se continuar a me desafiar. É o último aviso. Ajoelhe-se ou morra.

— Pode queimar tudo o que quiser, será então a Rainha das Cinzas. — Jon não esperava que Sansa dissesse aquilo e por um momento viu Catelyn ali parada em seu lugar.  

— Não há necessidade desse embate. Podemos encontrar algo que agrade a todos — Willas interveio, sentindo que os nervos exaltados resultariam em uma tragédia. — Sou Willas Tyrell, minha rainha. — ele então se ajoelhou diante de Daenerys, forçando sua perna ruim contra o chão. — Minha avó deve ter lhe informado a respeito do que fazemos aqui. Escute o que Lady Sansa tem a dizer. — e então se ergueu, afundando sua bengala com firmeza na neve.

Daenerys o encarou. Era a Rainha do Fogo, mas seus olhos contavam uma história diferente. Eram frios. Os cabelos eram como neve e sua postura era gélida. Porém, o sorriso que abriu fez Jon perceber porque a chamavam daquele modo, era um sorriso caloroso, julgou ser capaz de levar homens a loucura.

— Pois bem, Sansa da casa Stark. Convença-me. Como pode ver, sou misericordiosa com aqueles que me provam seu valor. Carrego o assassino de meu pai ao meu lado, como poderia senão fosse capaz de perdoar? — então cruzou os braços sob os seios, aguardando.

— Não tenho intenção de combatê-la. Há pessoas que contam comigo e há guerras maiores para lutar. Há um perigo se aproximando e é um perigo que não poderemos vencer se nos desunirmos. O inimigo verdadeiro é o frio.

Quando Jon mirou a mulher que amava, viu o contraste aparente entre Sansa e Daenerys. Os cabelos eram beijados pelo fogo, como chamas de uma fogueira sendo alimentada constantemente. Consumia a todos como brasa, mas a chamavam de Rainha do Gelo. Os olhos eram frios e o sangue corria gelado em suas veias, porém as palavras eram quentes.

— A menina diz a verdade, senhora. — o homem gordo que a acompanhava falou. — Aqui a canção de gelo e fogo será cantada.  — ele então pousou seus olhos sobre o Snow. Era desconcertante em aparência e algo em sua voz cansava desconforto. — Há algo mais que quer dizer, garota, vá e diga de uma vez. — ele então voltou sua atenção para Sansa.

Jon viu quando ela procurou por seus olhos buscando força e então falou:

— É verdade que nossas casas têm um histórico de desavenças. Aerys matou meu avô e meu tio. Seu irmão, diz a história, sequestrou minha tia... No entanto, a verdade pode ser escondida como um segredo amargo, mas sempre será descoberta. Esse homem — ela então puxou Jon pelo braço, colocando-o de frente para Daenerys. — É seu sobrinho. É filho de Rhaegar Targeryen e Lyanna Stark. Nossos sangues estão misturados, Darnerys Targeryen. Nossas casas foram unidas pelo infortúnio e é por isso que me ajoelho. — ela então caiu sobre os joelhos sobre a neve e baixou a cabeça. Jon apenas observou, sem saber o que dizer. Sentiu os olhos de Daenerys queimando sobre si.

— Toma-me como tola, garota? — tinha irritação em sua voz. — Levante-se e encare a morte. Olhe para o céu e veja-a chegar.

Sansa levantou-se com dificuldade com a ajuda de Jon e quando olharam para cima, viram mais dois dragões voando. Não eram tão grandes quanto o que estava ali tão próximo, mas eram igualmente ameaçadores.

— Por que teria eu de mentir? — Sansa perguntou, por fim, engolindo em seco.

— Ela diz a verdade. — Daenerys olhou para o homem que estava ao seu lado. — Não há intenção aqui de roubar seu trono. Não os tema. Não os tome como inimigos. Busque em suas memórias, verá a verdade. — ela parecia confiar em suas palavras e então baixou a guarda, relaxando o corpo.

— Lembra-se da Casa dos Imortais, sor Jorah? — ela então olhou para o homem de cabelos cor de palha. — Vi meu irmão e uma mulher... Uma mulher de cabelos negros e vestido azul. Azul como seus olhos, Sansa Stark. Ele cantava uma canção e falava do filho do gelo e do fogo... É verdade, Marwyn? É verdade que esse homem é meu sobrinho? — o homem assentiu.

Ela caminhou até Jon e lhe tocou a face. Jon estremeceu. Os dedos dela eram ferventes e percorriam sua pele deixando rastros de fogo por onde passavam.

— Posso sentir o sangue Targaryen em suas veias. Qual seu nome?

— Jon Snow — a voz era trêmula. Havia algo nela que o desconcertava.

— Pois bem, Jon Snow. — ela se afastou. — Venha comigo. — e então caminhou até seu dragão. Tocou-lhe o focinho gigante, sua pequena mão alva se perdendo na imensidão negra. Jon se aproximou com cautela. Sentia o jato morno de vapor em si sempre que o animal respirava. Tinha medo. Todos observavam a cena com um silêncio sepulcral. — Vamos lá, toque-o. Chama-se Drogon. Toque-o. — incentivou.

Ergueu o braço e percebeu que suas mãos tremiam e não era devido ao frio. Quando por fim tocou o animal, sentiu as palmas de suas mãos queimarem, mas quando as tirou em um impulso, não viu ali queimaduras. Daenerys o encarava com curiosidade. Ele então tocou-o mais uma vez, mais determinado dessa vez. As escamas do dragão eram negras e pareciam feitas de pedra quando as alisou, tão duras que eram. Drogon não ofereceu resistência ao toque, seus grandes olhos pareciam dois lagos vermelhos e fumegantes. Fantasma se aproximou de Jon, enroscando-se em suas pernas. Teve medo de uma reação de Drogon, mas o dragão pareceu aceitar a presença do lobo gigante ali.

— Impressionante — ouviu Tyrion dizer.

Então se afastou apressado, encarando as próprias mãos. Tentou assimilar o que tinha acontecido.

— A casa Stark e a casa Targaryen são unidas por sangue. Posso ver agora, Lady Sansa. — Daenerys disse. — Ajoelhou-se, contou-me a verdade. Diga-me, o que quer eu faça com esse homem? — apontou então para Jaime.

— O que? — Jaime perguntou em desespero aparente.

— Poupe-o, Lady Sansa. — foi Brienne quem falou. — Foi ele quem me mandou na missão de salvá-la. Foi ele quem me manteve firme na promessa que fiz à sua mãe. Poupe-o.

Sansa e Jon se olharam. Jon queria vingança. Queria a morte daquele que causou tantos danos à Bran e até onde sabia à Eddard Stark também. Mas viu que Sansa era mais flexível, viu que ela não faria o mesmo que ele.

— Perdoo-o, senhor. Mas cabe ao meu irmão perdoá-lo por completo. Entrem em meu castelo e comam de minha comida. São meus convidados. Sor Jaime pode ir ter com Bran. Brienne lhe mostrará o caminho.

Então o Lannister saiu, sendo guiado por Brienne. Jon percebeu quando Tormund os seguiu como um cão farejador.

— Sor Jorah, peça para que meus seguidores montem acampamento aqui. Irei ouvir o que Lady Sansa e Jon Snow tem para me dizer. Mande que os senhores da Campina se juntem a mim, assim como meus homens de ferro, acredito ser chegada a hora de encararem-se de frente a lula e o lobo gigante. — o homem assentiu e então sumiu em meio a multidão.

Eles então entraram no Castelo, dispersando os homens que haviam se reunido curiosos para observar o que se passava.  

***

Era noite, o Salão Principal estava cheio de homens se divertindo e conversando alto. Sansa estava sentada com Jon a sua esquerda e Daenerys a sua direita. A Rainha Dragão havia ouvido tudo o que tinha a dizer. Ouviu Jon falar sobre os confrontos que tivera com Os Caminhantes Brancos. Ouviu sobre o Rei da Noite e a profecia do príncipe prometido. Ela já tinha conhecimento sobre a profecia, Marwyn a informara. Havia se mostrado bastante flexível e sensata, ganhando a admiração de Jon e Sansa. Sam reencontrou o arquimeistre que conhecera na Cidadela e agora eles conversavam animados. Também com Daenerys havia chegada o pai de Sam, Lorde Randyll Tarly. Jon temeu um conflito entre eles, mas o homem pareceu diferente do que o relatado pelo amigo. Viu-o abraçar o filho com carinho e falar animado a respeito de Goiva e do bebê. Uma criança amolecia até mesmo os homens de coração duro. Jaime Lannister havia ficado por horas com Bran. Por fim, o garoto dissera que já não havia o que ser perdoado. Jaime cumpria seu papel na história, Bran estava fadado àquela queda, o Lannister fora apenas um agente do destino.

Então vieram Asha e Theon Greyjoy. Jon também se sentira inundado de ódio ao ver Theon e sua face traidora. Mas Sansa lhe dissera tudo o que ele havia feito enquanto estavam com Ramsay. Ele salvou minha vida, falou. E Jon encontrou em seu coração um espaço para perdoá-lo. Tinha pena de Theon, essa era a verdade. Contaram-lhe sobre seu tio, o chamado Euron Olho de Corvo, e o embate que tiveram com ele na costa de Dorne junto com os Redwyne. Perderam alguns navios na batalha, mas conseguiram derrotá-lo. Tiveram que lidar com o encontro entre Lyanna e Jorah Mormont, Jon teve que dar a notícia da morte do pai de sor Jorah e o homem não pareceu abalado. Lyanna não o reconhecera enquanto um homem da Ilha dos Ursos, fora exilado então ele era apenas o acompanhante de Daenerys e nada tinha a ver com ela. E então tinha Tyrion e sua presença incomoda. Jon aprendera a gostar do Duende em sua estadia em Castelo Nego, mas ele ainda era marido de Sansa e aquilo era difícil de lidar.

— O que está dizendo é que não podem se casar porque Lady Sansa é casada com Tyrion? — Daenerys perguntou quando tocaram no assunto. Sansa assentiu e olhou para Jon.

— Nem ao menos consumamos nosso casamento, Sansa. — Tyrion dissera.

— Casaram-me com Ramsay porque achavam que estava morto, senhor. Agora que sabemos que está vivo, ele nunca foi meu marido. Você é, senhor. Somos casados pelas leis do reino e pelos olhos dos Deuses. — ela disse, amarga. Daenerys ateve-se a assentir e não tocaram mais no assunto.

Sansa obervou com curiosidade quando a Rainha Dragão se ergueu de seu assento e chamou a atenção dos homens que inundavam o grande salão.

— Atenção, senhores — ela disse, fazendo com que todos a olhassem atentos. — É de meu conhecimento que Lady Sansa e Jon Snow tem por vontade se casar. Muito me entristeceu ouvir sua história desafortunada e cheia de empecilhos. Ouvi-os atentamente e pude sentir o amor que sentem um pelo outro — ela então os olhou, um sorriso contagiante estava estampado em seu rosto. — Como Rainha dos Sete Reinos cabe a mim definir nossas leis. Conversei com minha mão, Tyrion Lannister, e concordamos que tenho autoridade o suficiente para anular a união de Lady Sansa e Lorde Tyrion, que sequer foi consumada. Teremos um casamento em breve, senhores!

O salão explodiu em vivas. Jon viu até mesmo Lorde Manderly gargalhar animado ao lado de Robett Glover. Passou os olhos pelo ambiente e encontrou as faces felizes de Sam, Lyanna, Brienne, Edmure e Willas. Tormund gargalhava alto e estava de pé, estendendo um corno de cerveja em sua direção. Davos tinha um sorriso discreto no rosto. E então encontrou Arya e Bran, os dois pareciam tão excitados quanto ele. Viu que Tyrion também sorria ao seu lado e sentiu a gratidão lhe transbordar do peito. Olhou então para Sansa, que tinha o sorriso mais alegre que ele já vira em sua face. Então tomou os lábios dela em um beijo rápido, porém apaixonado, deixando que todos soubessem que era sua e que seria sua até o fim de seus dias.


Notas Finais


É isso, espero de verdade que tenham gostado.
A quem interessar, acabei de postar uma nova história sobre Jon e Sansa. É uma one, então é uma leitura rápida;
https://spiritfanfics.com/historia/it-hurts-like-hell-6917420


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