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História You're bruning up, I'm cooling down. - There must always be a Stark in Winterfell.


Escrita por: thai_stark

Notas do Autor


Queria agradecer pelos comentários, me deixaram muito feliz. Espero que gostem.

Capítulo 3 - There must always be a Stark in Winterfell.


Winterfell amanhecera agitada. Cavaleiros das diversas casas vassalas dos Stark caminhavam de um lado para o outro, ocupavam o grande salão, conversavam alto, duelavam e cuidavam dos cavalos, lhes dando comida e penteando seus pelos brilhantes. Sansa caminhava em direção a um aglomerado de homens escolhidos a dedo por seu irmão, seguida por Brienne. A mulher quase nunca lhe deixava sem guarda, sempre mantendo sua presença imponente ao lado da Senhora de Winterfell. Jon estava selando um garanhão, ao lado de Davos e Tormund, Fantasma se encontrava deitado em seus pés, passando a caminhar elegante em direção a garota quando a viu. Sansa acariciou os pelos do lobo gigante e encontrou o olhar de Jon. Ele lhe sorriu, mas ela não retribuíra. Ainda remoia as palavras ditas por ele na noite anterior.

— Você não pode ir — dissera autoritário.

— Até onde me consta eu posso ir aonde quiser — ela falou o contrariando. Seu olhar pesou sobre o irmão e ele sentiu a Sansa criança o encarar. Não gostava daquela Sansa.

— É a Protetora do Norte agora, precisa ficar e colocar ordem em seus vassalos, o castelo precisa de suprimentos, tem que tomar conta disso também. Precisa designar tarefas, e todas as outras coisas que um Senhor tem por dever fazer. Além do mais, sempre precisa haver um Stark em Winterfell.

 — Tenho plena consciência disso. Mas é Bran quem está lá, me esperando. É meu irmão, Jon. Preciso vê-lo. Sequer acredito que aquelas palavras na carta são reais. Não irei acreditar até poder mirá-lo com meus próprios olhos.

— É uma jornada perigosa e longa. Você já passou pelo suficiente. Voltarei antes que se dê conta, além do mais, seria um atraso para nós. Eu e Tormund podemos reduzir a viagem em metade do tempo se formos apenas nós e alguns outros homens. Davos ficará com você, para auxiliá-la. E tem Brienne.

— E Mindinho. — Sansa revirou os olhos. — Se serei um atraso em sua vida, não tomarei mais do seu tempo. Boa noite, Lorde Snow. — as palavras eram irônicas e carregadas, Sansa saiu arrastando os pés. Jon sabia que ela iria remoer suas palavras por alguns dias, mas logo tomaria consciência de que fora a melhor opção e o perdoaria.

— Bom dia, Lady Sansa. — Davos a cumprimentou, passando a se portar ao seu lado, ela retribuiu o cumprimento, educada.

Tormund encarava Brienne de forma descarada. Sansa sorria por dentro com o olhar fumegante do selvagem sobre sua protetora juramentada. Achava que formariam um belo casal, mas a mulher sequer olhava para o homem. Era muito fechada. Sansa achava uma pena, no entanto. Poderiam fazer lindas canções sobre os dois.

— Bom dia, milady. — Jon cumprimentou tímido. — Vamos partir em poucos minutos, há algo que queira acrescentar? — Sansa o sondou de cima a baixo. Seu olhar queimando sobre ele. Jon se remexeu desconfortável, desviando seus próprios olhos dos dela. Sansa sabia intimidar uma pessoa quando queria.

Foi uma surpresa para todos quando ela se aproximou dele e o abraçou. Jon reagiu de forma estranha àquele contato inesperado, permanecendo imóvel por alguns segundos, mas logo retribuiu o gesto, apertando o corpo da garota contra o seu. O rapaz enterrou seu rosto nos cabelos macios da irmã, sentindo o aroma fresco dos fios recém-lavados.

— Volte a salvo para mim — ela falou perto de seu ouvido, seu halito quente arrepiando cada pelo presente em sua nuca. — Traga Bran a salvo para mim — reiterou e então o largou, passando as mãos em seu vestido, o arrumando no lugar.

— O farei — respondeu em um sussurro quase inaudível, apenas para que ela ouvisse.

Então montou em seu cavalo, segurando as rédeas de forma firme, dando o comando para que partisse. E assim o fez. Seguiu galopando para longe e cada vez mais longe, seguido por Tormund e alguns homens de confiança. Fantasma permaneceu ao seu lado. Sentia que o lobo conseguia perceber a presença de Lady em suas memórias, ele passava bastante tempo ao seu lado. Ou talvez sua sensibilidade se devesse ao sempre triste estado de espírito da garota. Sansa assistiu Jon partir. Permaneceu ali até que sumisse no horizonte, suspirando fundo quando não mais o podia ver. Brienne lhe tocou o ombro, compadecida. Acompanhou um pouco do sofrimento de sua Senhora e sentia empatia por ela. Era compreensível sua apreensão a respeito dos irmãos. Sansa olhou para a mulher, a gratidão lhe jorrando através dos olhos e lhe sorriu serena, sincera.

— Temos muito há fazer — anunciou a mulher — Pod está lá dentro a nossa espera, disse que temos muitas pessoas para ver. — Sansa assentiu, caminhando de volta ao castelo com passos longos. Davos a seguiu, assim como sua protetora e o lobo de Jon. — A primeira é Lorde Baelish — Brienne disse muito rápido, numa tentativa de amenizar o anúncio.

Sansa nada disse, sua expressão era impassiva, indiferente. Abriu caminho entre os homens através do Grande Salão e partiu rumo a Grande Fortaleza. Seguiu ligeira até um cômodo que passou a utilizar como uma pequena sala de conselho, para reuniões. Não se sentia confortável utilizando os aposentos principais de seu pai. Um guarda se postava na porta, ele a reverenciou quando passou, percebeu por suas vestes que era um cavaleiro do Vale. Suspirou fundo quando adentrou a sala. Suas pernas tremeram e seu coração gelou quando o viu. Petyr Baelish era um homem perturbador em aparência. Embora quase dois palmos mais baixo que ela, ainda conseguia sentir sua presença muito forte no local. Seus olhos eram verdes acinzentados e seu olhar intimidador. A barba pontiaguda, na opinião de Sansa, era o que contribuía para deixá-lo com uma aparência tão assustadora. Porém, era um homem bonito, o que a desconcertava.

— Lady Sansa — ele cumprimentou. Sua voz era rouca e profunda. Ela acenou para ele, não lhe dirigindo a palavra. Sentou-se em uma grande cadeira atrás de uma mesa pesada de mogno que continha alguns pergaminhos em cima, Fantasma se aconchegando sob seus pés. Petyr sentou de frente para ela, Davos, ao lado do homem e Brinne permaneceu de pé. Não havia sinal de Podrick.

— Vá direto ao ponto — o cavaleiro das cebolas o encarou de forma ameaçadora. Embora a aparência ordinária não servisse para amedrontar ninguém. Petyr o olhou soberbo.

— Tinha esperança de que pudéssemos conversar a sós — dirigiu-se para Sansa, seus olhos passaram tempo demais sobre ela, o que a fez desviar os seus.

— Lady Sansa é a Senhora de Winterfell, Protetora do Norte, não há porque encontrá-la a sós, não é sua amiga para compartilharem confidencias, diga o que quer e tome seu rumo — Brienne o cortou, majestosa. A mulher sim era alguém a se temer. Sansa sorriu divertida, um sorriso de satisfação.

Petyr pareceu desconfortável de repente, abandonando seu ar de superioridade. Sabia que seria mais fácil de manipular Sansa se estivessem apenas os dois. Mas aquela pequena reunião de deslocados deveria servir.

— Entendo que agora que conquistou seus objetivos, que tem seu lar de volta como sempre almejou, que é a Senhora de Winterfell, é lhe exigido que tome um pretendente para si, que tenha herdeiros. Como podemos notar, tem um histórico não muito bom com casamentos — Brienne pigarreou, o interrompendo.

— O que está insinuando, Lorde Baelish? — Davos lhe perguntou, estreitando os olhos.

— Está insinuando que eu me case com ele — Sansa falou, enjoada. — Digo que não tenho interesse nesse acordo, Petyr. — seu olhar era de desprezo. — Lhe sou muito grata pela grande valia que os cavaleiros do Vale foram para a reconquista de Winterfell e a tomada do Norte, mas não me convém casar com você.

— Devo lembrá-la, no entanto, que foi nosso tratado essa união, eu lhe cederia de todo o grado meus homens, mas não sem ganhar algo em troca.

— Eu quem devo lembrá-lo, Senhor, de que até onde me consta meu primo Robert é o verdadeiro Lorde do Ninho da Águia e Defensor do Vale, você apenas casou com minha tia, que os Deuses a tenham por sua morte trágica e repentina — fulminou o homem com seu olhar.

— Isso é uma ameaça? — ele a desafiou, tornando sua face rígida, tirando o sorriso sempre cínico de seus lábios.

— Ameaçando o Senhor? De quê? — ela lhe sorriu debochada.

— Não acredito que Lady Sansa tenha algo contra o senhor para ameaçá-lo. Ou tem? — Davos perguntou encarando o homem. Sansa havia lhe confidenciado previamente a respeito das circunstâncias duvidosas da morte de sua tia. Chocou-lhe saber que a menina de doce aparência tinha cartas tão sombrias na manga.

— Acredito que isso seja tudo o que tem para tratar comigo, Senhor? Tenho outros Senhores para ver ainda hoje e o meu tempo é precioso. — Sansa falou, sem lhe dar margem para prosseguir. Petyr levantou-se contrariado e dirigiu-se à porta, não antes de lhe lançar um olhar de retaliação, ela sabia que aquilo não sairia barato. Por ora, resolveu aproveitar o momento.

— Isso foi admirável, Lady Sansa, o modo como o desafiou, uma verdadeira Senhora. — Brienne confidenciou depois que Mindinho tinha-se ido. Davos concordou com a mulher.

— Temo que ainda não acabamos com Lorde Baelish. Ele não é um homem que sai de situações sem pegar o que acha que lhe pertence.

— Ele pode tentar. — Brienne repuxou seus grandes lábios em um sorriso desajeitado. Sansa retribuiu o gesto.

— Quem irei ver agora? — quis saber.

— Lorde Manderly, Senhora. — Davos disse. — Precisamos de uma sensibilidade maior com o homem, ele sente a morte de seu irmão Rickon como se lhe fosse um próprio filho.

— Mande-o entrar, então, Sor Davos.

Davos se precipitou para fora do cômodo, indo buscar Wyman Manderly, Senhor de Porto Branco. Brinne se aproximou de sua senhora, abrindo a boca e a fechando em seguida, como quem desiste de falar algo.

— Pode falar o que quiser, Lady Brienne — Sansa olhou para ela de forma terna.

A mulher não teve tempo, porém, Sor Davos voltou acompanhado de Lorde Wyman, Podrick vinha logo atrás. Brienne fulminou o garoto com os olhos, perguntando-se aonde ele teria se enfiado daquela vez.

— Perdão, Lady Sansa, pelo atraso. Acabei por me perder nos corredores — fez uma reverencia exagerada e se colocou ao lado de Brienne, que lhe deu um tapa pesado no ombro. Sansa apenas sorriu.

— Lorde Wyman — disse ela, levantando-se para cumprimentá-lo — É um prazer tê-lo em nossa presença. Sente-se, por favor — indicou a cadeira que há pouco era ocupada por Mindinho.

O homenzarrão sentou-se desajeitado na cadeira demasiada pequena para seu porte físico. Todos fingiram não notar a dificuldade do homem em encontrar uma posição adequada e confortável. Davos voltou ao seu assento anterior, assim como Sansa.

— Lady Sansa — ele sorriu amável, seus olhos cansados acomodados pelas rugas apontando sua avançada idade — Queria que fosse capaz de me perdoar, sei que o que fiz é condenável, no entanto, mas não pude impedir. Umber chegou a Porto Branco e arrastou seu irmão, nada pude fazer com meu exercito tão escasso devido às guerras travadas com seu admirável irmão, o Jovem Lobo. Sinto-me em profundo luto com o que aconteceu e me culpo todos os dias por sua perda, minha Senhora.

Sansa engoliu em seco. A lembrança de Rickon a assombrava todas as noites, manifestando-se em pesadelos pavorosos, assim como a de Robb e as circunstâncias nas quais morrera, levando parte do exercito de Lorde Wyman consigo. Mas não poderia ser insensata, sabia que ter lorde Manderly ao seu lado era de grande valia.

— O perdoo de todo o coração, meu nobre Senhor. Seria insensato de minha parte culpá-lo pelo acontecido. Lorde Umber teve sua punição em campo de batalha, que os Deuses sejam capazes de perdoar suas traições e atrocidades, assim como eu o fiz. Não guardo mágoas, ambas as casas dos Senhores são de grande importância para o Norte e sou sua Protetora, é meu dever saber reconhecer seus erros e relevá-los quando cabível. Acolhemos nossos vassalos de volta, na esperança de que tenham a consciência de volta no lugar. — Sansa falou, sentindo-se orgulhosa de seu pequeno discurso.

Lorde Manderly pareceu muito grato, tomou as mãos dela nas suas e as beijou, soltando sua tão famosa gargalhada estrondosa. Sansa acompanhou seu riso, sentindo um breve momento de felicidade. O homem se retirou ainda agradecendo, com dificuldade notável de se arrastar até a porta, Davos o acompanhou novamente, para se assegurar de que não acabaria por sair rolando pelo castelo. Brienne tomou a liberdade de se sentar de frente para Sansa.

— Você fala como uma verdadeira Rainha, diplomata, sensata e amável, ainda assim com uma imposição respeitosa. Evoluiu muito, Lady Sansa. Sua mãe teria orgulho.

Sansa olhou agradecida para Brienne, lembrou-se de sua mãe, com sua presença tão respeitada pelos senhores vassalos, por seu pai. Era uma versão mais jovem de Catelyn. A diferença mais notável, porém, era o modo como tratava o bastardo de seu pai. Nutrira um carinho sincero por Jon e reconhecia a importância dele em sua vida. A imagem dele viajou por sua mente, nunca havia notado como era bonito quando era apenas um rapaz franzino e isolado. Agora, no entanto, era um homem feito. Sorriu com a imagem. Sabia que iria trazer Bran em segurança. Confiava nele de olhos fechados. Davos irrompeu na sala, seguido pela pequena Lyanna Mormont, que sorriu para Sansa ao entrar. Sentou-se confortável e esparramada no assento que lhe fora indicado.

— Lorde Gordo saiu daqui muito feliz, espalhando as boas novas da Senhora Sansa, aquela que se compadece pelos erros cometidos por esses Lordes desprovidos de inteligência. — a menina falou, debochada. — Age como uma verdadeira rainha, minha Senhora. Finalmente Winterfell tem um lobo para uivar novamente.


Notas Finais


Então é isso, fiz um capítulo mais voltado pra Sansa, depois teremos um mais voltado para o Jon, quero desenvolver os personagens bem antes de qualquer coisa. Me avisem se ficar cansativo, sou muito fã de descrições longas e bons desenvolvimentos haha


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