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História You're my Fallen Angel - Pai e filho


Escrita por: drinkblood

Notas do Autor


Oi amores, tudo bem?? Bom carnaval pra vocês!!!
Aproveitem o feriado para ler mais um capítulo.
Espero que gostem.
Boa leitura.

Capítulo 10 - Pai e filho


Fanfic / Fanfiction You're my Fallen Angel - Pai e filho

POV - Jett

As pessoas me achavam especial por diversos motivos. O primeiro deles é que o meu nome foi escolhido em homenagem à um amigo dos meus pais, na época que o pai da Kirsten – meu tio Kurt – ainda possuía a fraternidade. 

Ele se tornou o melhor amigo da minha mãe por diversos motivos e morreu protegendo ela de uma verdadeira psicopata obcecada por meu pai – o maior bad boy de todos os tempos, Patch Cipriano. Vocês devem conhecer.

O segundo motivo foi que eu fui o presente de um anjo. Não como a Kirsten. Mundos estavam abalados quando ela nasceu. O nascimento dela foi natural. O meu não.

No dia do casamento dos meus pais, Basso – um arcanjo que vivia consertando as merdas dos anjos caídos desde a época que minha mãe tinha dezesseis anos – presenteou ela com a gravidez. Até hoje os olhos dos meus pais brilham, relembrando o quanto aquilo fora especial para eles. 

E o terceiro motivo é que eu sempre fui um tipo de calmante para qualquer outra pessoa. Quando meus pais tinham uma discussão boba sobre viajar para Paris ou para o Brasil, eu sempre dizia "vocês são imortais, podem ir para qualquer lugar em qualquer momento de suas vidas". E eles se acalmavam com o óbvio.

E mais importante do que isso, quando Kirsten estava apavorada – como no dia do nosso baile de formatura – eu conseguia tranquilizar. Foi o dia mais louco de nossas vidas. Aquela coisa chata dos pais tirarem fotos no pé da escada e minha mãe ficar de minuto a minuto ajeitando a gravata borboleta do meu smoking - mesmo não sendo necessário.

Tenho quase certeza que foi no dia da nossa formatura que eu percebi que nunca poderia ser o melhor amigo da Kirsten sem segundas intenções. Ela estava linda naquele vestido verde que deixava sua pele mais branca e os cabelos mais negros. Sem contar na sua boca que estava em um tom vermelho que simplesmente me deixou sem ar.

Mas eu não podia fazer elogios românticos como "você está absurdamente linda, Kirsten. E eu com toda certeza gostaria de te beijar" . Então eu simplesmente disse “É, Kitty, vou ter que arrebentar os babacas que tentarem dar em cima de você”. O que era verdade. 

Eu sempre tive meu pai como exemplo dentro de casa. O modo que ele olha e ama a minha mãe é inexplicável. A conexão de ambos, quando um sofre o outro sente. É totalmente incrível.

E ele sempre me disse "Jett, meu filho, no dia que você se apaixonar por alguém. Lembre-se que essa pessoa é filho de alguém". Meu pai nunca disse apenas "cuide da filha de alguém" ou "cuide da garota que você vai se apaixonar", porque ele teve um amigo da fraternidade que o amava com outras intenções e meu pai quebrou o coração dele.

Por mais que eu nunca tivesse interesse e vontade de beijar outro homem, eu achava isso importante. Eu amava meu pai pelo modo que seu coração era bom, livre de qualquer preconceito. Ele viveu tanto, ele sempre soube das coisas.

Então eu aprendi que, para tratar bem uma mulher e qualquer pessoa, era importante notar a pessoa. Os mínimos detalhes, como por exemplo, o modo que a Kirsten brincava com a covinha na bochecha dela enquanto estava distraída. Ou o simples gesto de morder o lábio inferior quando estava pensativa ou nervosa. E não tem coisa mais importante do que você perceber que alguém te nota tanto que já aprendeu alguma de suas manias bobas. 

Eu podia ouvir a voz do meu pai dizendo "Jett, se você não perceber os mínimos detalhes de alguém, você nunca vai perceber quando tem algo de errado com ela".

Meu pai sempre disse que me apoiaria em qualquer escolha que eu fizesse, inclusive a pessoa que eu resolvesse assumir um relacionamento. Mas definitivamente não era essa expressão de apoio que ele tinha no rosto quando me viu beijando a Kirsten.

Ele a acompanhou para fora de casa e eu suspirei pensando na conversa séria que teríamos. Patch Cipriano sempre fora um molenga para levantar a voz para mim, mas ele sabia muito bem como exercer o papel de pai e eu o amava por isso.

Quando meu pai voltou para o meu quarto, ele fechou a porta e sentou-se ao meu lado na cama. Eu não parava de balançar o joelho por causa do nervosismo, então ele pousou a mão na minha perna para me acalmar. Levantei o olhar e vi que ele estava me observando com um sorriso idiota na cara.

Franzi o cenho e revirei meus olhos quando percebi que meu pai definitivamente iria zoar com a minha cara.

- Pai. – Gemi colocando as mãos no meu rosto quando ele começou a rir.

- Desculpe, filho. Não consegui resistir. – Ele deu dois tapas fortes nas minhas costas e eu relaxei um pouco. – Você é mais parecido comigo do que eu pensava.

- Eu... – Abri minha boca duas vezes pra tentar formular alguma coisa. – Eu não sei o que aconteceu.

Meu pai ficou em silêncio por longos segundos até fazer o papel que ele precisava fazer.

- Jett, meu filho, você tem dezenove anos. A sua vida toda foi com a Kirsten. Eu entendo. – Ele segurou mais forte no meu ombro. – Eu só não quero encrenca entre você e Kurt. Ele é meu melhor amigo e eu definitivamente não posso escolher entre meu próprio filho e meu melhor amigo.

- Eu sei, pai. Eu não quero criar confusão, eu só... – Soltei o ar e olhei para ele que prestava atenção. Era assustador o quanto eu e meu pai tínhamos os mesmos traços. – Eu não consigo ir em festas, curtir como esses idiotas de dezenove anos fazem. Pai, você frequentava bares, jogava e até hoje joga sinuca. Eu não consigo ser assim.

- Isso não é lei, Jett. Para você ser homem não é obrigado ter uma garrafa de cerveja na mão, um taco de sinuca na outra e uma mulher no seu colo. Eu quis essa vida, porque era assim que eu ganhava a vida e obtia meu status. – Meu pai pressionou os lábios um no outro, deixando suas covinhas proeminentes. – Mas depois que eu conheci sua mãe, eu só me divertia com ela. Porque a Nora roubou todo o meu prazer de me divertir sozinho e sou eternamente grato por isso. 

- Nunca daria certo entre eu e ela, pai. Ela deve ter algum... – Contorci o rosto antes de pronunciar a palavra. – Ela tem namorado. Eu vi um babaca com ela quando eu fui buscá-la na festa. Mason ou algo assim.
Meu pai riu e eu arqueei minha sobrancelha.

- Filho, quando eu mostrei desinteresse para sua mãe, ela agarrou o melhor amigo dela. Você tem ideia do quanto eu me achei um cuzão por causa disso?

- Não brinca. – Respondi rindo.

- Aposto que ela deve guardar rancor até hoje. E eu me odeio por isso. É uma história engraçada. – O semblante do meu pai estava carregado de nostalgia e eu imediatamente quis saber da história.

- Temos todo o tempo do mundo, pai.

- Quando estava na época do Cheshvan, os anjos caídos podiam possuir humanos. E eu tinha o meu próprio subjugado. O desgraçado me odiava. Quando eu entrei no colégio, conheci sua mãe e acabei me apaixonando por ela, descobri que o desgraçado perseguia ela com uma máscara de esqui. Ele tentou matá-la e quando ela se ofereceu como sacrifício para eu me tornar humano, eu recusei e salvei a vida dela. – Meu pai sorriu com a lembrança. – Nesse ato, eu virei seu anjo da guarda. Mas você sabe, Nora Grey Cipriano sempre foi uma mulher teimosa. Ela falava que eu estava controlando cada passo dela e não me queria mais como seu anjo da guarda.

Arqueei as sobrancelhas.

- E o que você fez, pai?

- Virei anjo da guarda da inimiga mortal dela, sua falecida tia Marcie Millar. Filho, ela era uma vaca. De verdade. Você precisava ver a cara da sua mãe quando eu beijei essa garota.

- Pai, como diabos você saiu vivo? – Falei entre as risadas.

- Eu pensei que ela ia arrancar minhas bolas.

Começamos a rir e eu consegui me sentir relaxado.

- Mas sério filho. Eu entendo que vocês cresceram como irmãos e melhores amigos. Mas não deixe isso arruinar com a amizade linda que vocês construíram por quase vinte anos. – O rosto dele estava tranquilo, mas eu podia sentir a preocupação.

- Tudo bem pai. – Respondi. – Mas... E se eu partir meu coração?

Meu pai sorriu e me puxou para um abraço.

- Meu filho, se você partir seu coração, eu vou estar aqui para te ajudar e você sabe disso.

- E se eu partir o coração dela? – Eu perguntei e ele franziu o cenho.

- Não parta. – Eu assenti e ele soltou um sorriso que lembrava o meu nas fotos quando tinha cinco anos. – A não ser que você queira perder as bolas.

Soltei uma gargalhada e ele me acompanhou.

Cerrei o punho para ele, que bateu com o punho cerrado de volta. A porta do meu quarto se abriu levemente e minha mãe colocou a cabeça na brecha, curiosa. 

- O que é tão engraçado?

- Nada. - Eu e meu pai falamos ao mesmo tempo. 

Minha mãe nos encarou por alguns segundos e ela revirou os olhos.

- A Kirsten já está em casa. Sã e salva.

- Tudo bem, eu vou ver como ela está. – Falei me levantando e meu pai também se levantou.

- Baby, você pode me ajudar na cozinha? Ou você tem alguma coisa para fazer? – Minha mãe perguntou, enlaçando os braços no pescoço do meu pai.

- Tudo por você, Anjo. 

Foi minha vez de revirar os olhos para a meleca dos dois e pude ouvir os dois dando risadinhas quando estava descendo as escadas.

- Oh, Deus! – Ouvi minha mãe gritar e eu não pude segurar a careta de desgosto.

- Pelo amor de Deus, saiam do meu quarto e vão para o de vocês! – Gritei de volta e ouvi a porta batendo.

É, eu realmente precisava sair antes daquela bagunça começar.

****

Contantd cerca de 50 passos, ou até menos, eu estava na casa da Kirsten. Quem atendeu a porta foi meu tio, Kurt. O cara realmente botava certo medo. Quase dois metros de altura e nunca abriu mão do cavanhaque ameaçador que eu via nas fotos desde quando ele e minha tia Vee se conheceram.

- Jett, entre. Você está bem? – Ele perguntou me cumprimentando com um soco no meu punho cerrado.

- Estou. Como andas as coisas por aqui? – Perguntei me abaixando para tirar meus tênis.

- Não, não, Jett. – Vee veio correndo, agitando as mãos. – Não tire, vai ficar resfriado com os pés no chão gelado.

Eu sorri. Algumas coisas nunca mudavam. Kurt revirou os olhos.

- Um homem desse tamanho, com quase vinte anos. Por Deus, mulher!

- No dia que você pegar um puta resfriado, ó grande homem imune a doenças, eu vou rir da sua cara. – Vee falou de volta revirando os olhos e ele a puxou para um abraço.

É, definitivamente hoje o dia estava com alguma essência afrodisíaca no ar, tornando nossos pais pessoas incontroláveis um perto do outro.

- Você veio ver nossa bebê? – Minha tia perguntou e eu demorei três segundos para entender que a “bebê” era a Kirsten.

Assenti com a cabeça e ela sorriu.

- Vou chamá-la.

Observei enquanto minha tia subia as escadas e me virei para meu tio.

- Cadê o moleque? – Eu perguntei, me referindo a Trevor.

- Dormindo, provavelmente. É incrível como nessa fase dos catorze, quinze anos vocês se tornam monstros que só sabem dormir. – Meu tio falou sorrindo.

Dei de ombros, até porque eu não sabia se dormi tanto nessa fase da vida.

- Jett, querido, pode subir. – Vee falou e eu dei um soquinho do braço do meu tio. Ele acenou com a cabeça e foi para a cozinha.

- Obrigado, tia. – Agradeci e ela beijou minha testa.

Subi as escadas e parei diante da porta de seu quarto. Imediatamente me senti culpado. Ela devia estar dormindo, ou descansando. Levantei minha mão para bater, mas imediatamente parei. Eu nunca batia na porta dela e ela nunca batia na minha.

- A gente precisa conversar. – Falei e ela assentiu.

- Queria me desculpar. – Eu falei e ela franziu a testa.

- Pelo que, Jett? Você não fez nada.

- Pelo beijo. – Eu disse com um sorriso sem graça e ela pressionou os lábios.

Ela parou por um instante como se estivesse pensando em alguma coisa.

- Eu também beijei você, Jett. Eu não me afastei.

- Nós somos amigos. – Eu falei.

- Eu sei. – Ela respondeu.

Pressionei meus lábios um no outro. Senti minha boca seca. Passei a língua sobre meus lábios e vi Kirsten olhar para a minha boca por alguns segundos antes de desviar os olhos.

- Amigos não se beijam. – Dei uma risada nervosa e esfreguei minhas mãos.

- Eu também sei disso. – Ela respondeu me oferecendo uma risada linda. Jesus, eu senti que meu coração poderia parar a qualquer momento.

- E nós temos um problema enorme com essa coisa que você vê, temos que saber o que isso significa. O que significa nós pertencermos ao que quer que isso seja. – Eu disse apertando sua mão.

- Sim, nós precisamos resolver isso. – Ela apertou minha mão de volta.

Um impulso louco tomou meu coração. Deus, como eu queria beijá-la novamente. Eu sabia que era errado, dentro da casa dela. No quarto dela, enquanto meu tio achava que estávamos só tendo conversa de dois irmãos.

- Mas... – Olhei para seus lábios e depois para ela de novo. – Mas por que eu ainda quero te beijar?

Ela ficou me olhando e eu podia enxergar a luta interna que ela estava travando. Droga. A culpa era minha. Eu tinha beijado ela primeiro, eu estava pressionando ela em alguma coisa que provavelmente ela não queria.

Existia aquele tal de Maven que ela estava envolvida. Ou o nome dele era Mason? Ah, não sei. Talvez isso tudo estivesse errado e apenas eu estava querendo alguma coisa além do que já tínhamos.

Mas por um milésimo de segundo, eu pude ouvir a voz dela na minha mente.

“Por Deus, me beije”.

E foi isso o que eu fiz. Senti seus lábios nos meus, até que não aguentei mais a intensidade daquilo e puxei ela para o meu colo.

Eu sabia muito bem o que estava fazendo e onde aquilo iria parar se não parássemos naquele instante. Não fui adiante, porque eu sabia os limites dela e de modo algum iria pressioná-la.

Ela interrompeu o beijo totalmente sem fôlego e então olhou para mim.

- O que estamos fazendo? – Ela perguntou e eu fiquei em dúvida se ela queria que eu respondesse, ou era uma pergunta para ela mesma.

- Eu não sei. – Respondi mesmo assim.

Então dois toques na porta nos assustaram. Era a mãe dela. Kirsten saltou do meu colo como um raio e olhou alarmada para a porta.

- Kirsten, Jett. Desçam aqui. Eu quero uma explicação muito, mas muito convincente de porquê eu tenho dois policiais na porta da nossa casa.

Kirsten me olhou e eu arregalei os olhos.

- Fodeu.

Ficamos em um silêncio ensurdecedor, olhando um para o outro.

- Kirsten, você me ouviu? – A mãe dela perguntou novamente e Kirsten respirou fundo.

- Ahn, sim mãe. Já estamos descendo.

Ouvimos os passos dela se afastarem pelo corredor e Kirsten olhou para mim.

- O que vamos fazer?

Suspirei, nós estávamos tão ferrados.

- Vamos descer e ver como isso se desenrola.

E nós descemos. Ela foi na minha frente e eu atrás. De cara eu percebi que algo estava errado. Se os policiais já possuíam um banco de dados com todas as informações necessárias, não precisavam de outro interrogatório.

Eu enfrentei um deles, o cara ficou ferrado de ódio. Meu tio se levantou e fez menção de expulsar os dois da casa.

Mas o que eu não parava de pensar era o que aconteceu depois. O rosto da Kirsten ficou vermelho de raiva, quando ela levou as mãos à cabeça do policial. O homem gritou em agonia e a minha Kirsten, que parecia ser tão frágil, simplesmente queimou toda a cabeça do homem.

Eu dei um passo desesperado para ajudar, mas meu tio me segurou com uma expressão horrorizada. Então com um grito abafado o corpo da Kirsten foi arremessado contra a parede da sala. O homem caiu e o outro policial olhava tudo abismado.

Corri para Kirsten que estava desmaiada. Suas mãos estavam em carne viva. Aquilo doeu como se fosse em mim. Que diabos tinha acontecido?

Depois que limpamos a bagunça, eu e o pai dela subimos para ver como ela estava, e pior do que ver ela machucada, era ver que ela não lembrava de nada.

E quando eu saí do quarto dela, a única coisa que eu tinha em mente era descobrir o que tinha acontecido.


Notas Finais


Até o próximo capítulo, beijos s2


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