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História You're my Fallen Angel - Bem-vinda ao inferno


Escrita por: drinkblood

Notas do Autor


Oie amores, espero que vocês estejam gostando dos capítulos!!
Boa leitura <3

Capítulo 15 - Bem-vinda ao inferno


Fanfic / Fanfiction You're my Fallen Angel - Bem-vinda ao inferno

POV – Kirsten

O dia anoiteceu e amanheceu novamente. Convenci Jett que eu ficaria bem, então ele foi para casa. Coloquei em minha mente que não deixaria ele se aproximar. Não daquele modo. A sensação que desespero não deixava meu corpo. Eu o tinha machucado e não permitiria acontecer de novo.

Me arrastei para o banheiro, para me arrumar. Eu já tinha faltado dias suficientes na faculdade, o que não seria bom na semana de provas. Era ridículo eu continuar em um curso que eu não gostava, mas era só para me ocupar, já que meus pais não me obrigavam a fazer nada que eu não quisesse.

Lavei o meu cabelo, não me preocupei em secá-lo já que o dia seria quente. Coloquei um short, uma blusa, meu tênis. A mochila estava vazia, então só joguei umas canetas, lápis e uma caderneta.

Eu não tinha o hábito de anotar as coisas no caderno, apenas prestava atenção na aula, anotava coisas básicas e então ia bem na prova de qualquer modo. Não me perguntem como.

Desci as escadas e minha primeira visão foi Trevor comendo seus cereais enquanto assistia televisão. Tive que sorrir. Trevor era uma espécie de calmante nos meus dias mais nebulosos.

- Bom dia, maninho.

Ele olhou para mim e sorriu com a colher na boca.

- Bom dia.

Caminhei até a geladeira, pegando a garrafa de suco de laranja e depois entornando o conteúdo na boca.

- Você sabe que papai e mamãe odeiam quando você faz isso com a garrafa de suco. É nojento.

Limpei a boca com o dorso da mão e forcei um arroto. Trevor fez careta.

- Mas você não vai contar pra eles, vai?

- Contar o que? – Mamãe se arrastou para a cozinha, puxando as tiras do seu robe.

- Nada. – Eu e Trevor falamos ao mesmo tempo. Mamãe revirou os olhos.

- Kirsten, você vai levar Trev para o colégio hoje?

Assenti, enquanto pulava sobre o balcão.

- Come logo, tartaruga. Se eu atrasar mais um dia, o Sr. Robin não vai deixar eu colocar meus pés nas aulas dele.

- Eu não tenho culpa que você sempre chega atrasada na aula. – Trevor respondeu, levando a tigela vazia até a pia.

- Pegue sua mochila. Você escovou os dentes? – Mamãe perguntou, enquanto enchia a cabeça do meu irmão mais novo de beijos.

Ele fez careta, empurrando-a.

- Chega mãe. Vamos, Kis.

- Tchau mãe. – Beijei sua bochecha. – Amo você. Papai também, diga pra ele.

- Pode deixar, filha. – Ela acenou da porta. – Vai com meu carro hoje?

Neguei coma cabeça, pegando os dois capacetes na mesa da entrada.

- Cuidado com essa moto, pelo amor de Deus! Com o Trevor também.

- Eu tenho catorze anos, mãe. – Trevor revirou os olhos e eu sorri.

- É mãe, ele tem catorze anos. Vai fazer sucesso chegando na escola com a irmã mais velha gostosa.

Trevor parecia querer vomitar e foi na frente, marchando até a moto.

Eu sabia o quanto era difícil para ele. Fase da adolescência, pais super protetores, bullying na escola, paixonites. Ainda mais quando era sozinho, porque a irmã mais velha não acompanhava mais a idade.

Toda a minha vida eu tive Jett, então eu não tinha sofrido tanto. Mas Trevor era sozinho.

- Ei, fim de semana a gente sai, ok? – Falei para ele.

Trevor não disse nada. Subi na moto e ele subiu atrás. Capacetes colocados, acelerei.

A escola de Trevor era a poucos minutos de casa. Ele desceu e colocou o capacete no bagageiro. Me despedi com um aceno e acelerei em direção a faculdade.

Eu amava pilotar a moto do meu pai. Era uma sensação de liberdade, parecia que o mundo não estava ruindo, afinal.

Cheguei ao estacionamento lotado da faculdade, parando a moto perto das outras. Passando a chave na trava do pneu, corri pelo campus.

- Kirsten! – Virei, vendo Lauren sentada no capô da caminhonete de Taylor.

Caminhei até eles. Maven acenou com um sorriso, o piercing no smile brilhando por causa do sol.

- Quem é vivo sempre aparece, não é? – Maven disse com um sorriso, me puxando para um abraço. – Tudo bem com você?

- Tudo ótimo. Oi Lauren, oi Taylor. – Cumprimentei com um sorrisinho, observando os dois.

Uma das mãos de Taylor descansavam na coxa de Lauren, que sorria para ele de vez em quando. Me segurei para não revirar meus olhos. Taylor era um cachorro de péssima reputação, mas para uma garota que beijou bocas diferentes em horas de diferença... eu não era ninguém para julgar.

- Hoje tem prova surpresa. – Lauren gemeu, se inclinando no para-brisa.

Contive o impulso de socar a lataria do carro.

- Eu estou fodida.

- Você não estudou? – Maven perguntou, me analisando.

Neguei com a cabeça quando ouvi o motor familiar da moto de Jett. Meu coração bateu forte no peito.

Virei a cabeça quando vi ele descendo da moto, colocando a trava e caminhando em direção ao prédio, sem olhar para os lados. Até que um borrão ruivo se jogou contra ele, sorrindo.

Meu estômago se revirou quando ele ofereceu um sorriso para Hannah, sua amiga da faculdade.

Jett tinha uma habilidade maravilhosa para desenhar. Parecia ter o dom de dar vida as coisas com um simples grafite, então fazia faculdade de arquitetura. Talvez ele tivesse a esperança de ser um garoto normal que faz planejamentos de casas, prédios... assim como eu tinha esperança de poder sentar em frente a uma tela em branco e fazer um lindo quadro. Que transmitisse paz.

Ambos vivendo uma ilusão.

- Terra chamando Kirsten. – Pisquei quando Maven estalou os dedos em frente ao meu rosto. – Algum problema com seu irmão?

- Quantas vezes preciso te dizer que Jett não é meu irmão? – Falei, irritada.

Taylor olhou para mim com um sorrisinho afetado e eu revirei meus olhos. Ele não tinha esse sorrisinho quando o Jett socou a cara chapada dele.

- Vou pra sala com a Kirsten, você vem? – Lauren perguntou para Taylor, que negou com a cabeça.

Como se fosse alguma novidade.

- Eu não vou entrar hoje, tenho compromisso.

Soltei uma risada, balançando minha cabeça.

- Com seu verdinho, não é?

- Prioridades, gata.

Taylor piscou para mim e deu um selinho nos lábios de Lauren, que olhava pra ele irritada.

- Você prometeu que ia começar a frequentar mais aulas, Taylor. Maconha não faz futuro.

- Tá bom, gata. Vai pra aula cuidar do seu futuro. – Ele a ajudou a descer de cima do carro, dando dois tapinhas na bunda dela.

- Você prometeu. – Lauren falou apontando para ele, caminhando de costas.

Fui andando na frente, querendo vomitar com a ceninha dos dois. Ele por ser um babaca prepotente e ela por acreditar que ele mudaria por ela.

Se tinha uma coisa que eu e qualquer garota na faculdade sabia, era que Taylor Mayfield só pensava no próprio pau. Mas parecia que Lauren tinha faltado no dia da orientação aos calouros.

- Vocês acreditam nisso?

A voz de Lauren fez Maven revirar os olhos e eu ri com ele.

- Não, Lauren. Estou surpresa que Taylor optou por fumar maconha até derreter o cérebro pequeno dele. Até porque ele faz isso a quase cinco meses. Por que você se surpreende?

Lauren me olhou, com a testa franzida.

- Por que você faz isso? Como se fosse inabalável?

- Coisas assim não me abalam, Lauren. – Respondi, balançando a cabeça. – Você deveria aprender.

Ela ficou vermelha e esbarrou no meu ombro, entrando dentro do prédio. Suspirei.

- Ela só está nervosa. – Maven disse, colocando a mão no meu braço.

Assenti com a cabeça, entrando com ele pelos portões.

O tumulto de alunos era enorme, a divisão das panelinhas era clara.

Alunos de medicina com suas roupas engomadinhas, alunos de direito penal sufocados com gravatas e roupas com pregas bem marcadas. O grupo dos mimadinhos, das garotas populares. Os festeiros, os viciados, os ligados a natureza...

E os alunos como eu, que andavam pedidos sem saber exatamente o que estavam fazendo.

Passamos pelo refeitório e peguei uma maça. Maven tagarelava sobre alguma matéria que Sr. Robin tinha passado na semana passada. Eu assentia sem ter a menor ideia do que ele falava.

Na ponta do refeitório vi Jett sentado, rindo que alguma coisa que Thomas – seu amigo da faculdade – falava discretamente próximo de seu ouvido, enquanto uma loira com peitos quase saltando para fora do vestido minúsculo, mascava chiclete sentada em uma de suas coxas.

Hannah estava sentava sobre a mesa, com uma das pernas entre as pernas de Jett. Senti meu sangue correr mais rapidamente nas veias e, quando me dei conta, estava caminhando na direção deles.

- Ora ora, Kirsten. Quanto tempo! – Thomas falou, me puxando para um abraço. Meu cabelo se enrolou na confusão de braços, junto a garota sentada em seu colo.

- Oi Tommy, como você está? – Perguntei.

- Estou bem. E aí, Maven? Tudo tranquilo?

Senti Maven colocar a mão na minha cintura e engoli em seco.

- Tudo certo, cara. E aí, Jett.

O olhar de Jett queimava na mão de Maven. Pigarreei, tentando tirar a mão dele da minha cintura. Sem sucesso.

- Nós estávamos falando sobre a festa de casais daqui duas semanas. – Hannah falou com um sorriso afetado, olhando para mim. – Você poderia levar Maven.

- Eu não...

- Seria ótimo! – Maven respondeu, agora passando os dois braços na minha cintura e descansando o queixo na curva do meu pescoço.

O mesmo lugar que Jett descansou a testa depois de...

- Seria mesmo. – Jett respondeu me tirando do meio de delírios.

Olhei para ele com a testa franzida. Ele estava com a mão na coxa de Hannah, que olhava para mim com aquele maldito sorriso.

- Ótimo! – Thomas disse, colocando a mão sob a camiseta da menina. Arregalei meus olhos quando ela ofegou, segurando a borda da mesa.

- Puta que pariu, Thomas. – Eu falei tendo um ataque de risos.

Jett olhou para mim curioso quando não conseguia explicar.

- Argh, que nojo cara. – Maven disse, beijando meu pescoço. Congelei. – Jett, ele tá... bem. Digamos que eles estão fazendo um sexo diferenciado aí do seu lado.

Jett ficou vermelho, empurrando Thomas que não parava de rir. A loira estava prestes a encerrar o assunto quando a mão de Thomas reapareceu por segundos até ele levá-los a boca. Ela o olhou invocada.

Senti meu rosto pegar fogo quando percebi que Jett estava olhando pra mim. Ele definitivamente estava pensando a mesma coisa que eu.

- Vou pra sala. A gente se vê por aí.

Caminhei apressada pelas mesas até alcançar o corredor que dava para as salas. Olhei de relance para a porta e percebi que Maven não me acompanhava. Suspirei aliviada.

Quando estava quase entrando na sala, ouvi gritarem meu nome. Me virei a tempo de ver o vulto vermelho que era Hannah.

Contive a vontade de revirar meus olhos.

- Kirsten, queria dar uma palavrinha com você.

Eu ri.

- Você falou igual o diretor Phillip.

Ela bufou, revirando os olhos.

- Você e Jett. Tá rolando alguma coisa?

Meu estômago se revirou, mas meu sorriso continuou inabalável.

- Hannah, você sabe que Jett é meu melhor amigo. Rola muita coisa entre a gente.

- Você entendeu o que eu quis dizer.

- Por que a pergunta?

Ela se aproximou, querendo me encostar na parede, mas dei um passo a frente fazendo-a recuar.

- Eu e ele estamos dando vários passos, você sabe. Tivemos só uma discussão esses dias, nada demais. Só que ele gosta de mim, ele me falou isso. – Ela soltou uma risada nervosa. – Mas ele também me disse que você não aprova nosso relacionamento.

Tive vontade de bocejar olhando para os olhos da mentirosa. Dei dois passos em sua direção, oferecendo meu sorriso mais debochado.

- Hannah, acredite em mim. Eu não tinha conhecimento da sua existência até o dia que vi você no quarto dele. Eu não sou uma ameaça pra você, já que eu não sei quem é você e muito menos o que você quer de Jett.

Ela arregalou os olhos, o rubor se misturando com suas sardas.

- Você está mentindo.

Eu ri, vendo Sr. Robin correr pelo estacionamento. Felizmente ele estava atrasado dessa vez.

- Por que eu mentiria? Estou sendo sincera. Não faço ideia de quem é você.

Ela apertou os cadernos nos braços, levantando a cabeça para tentar de desafiar.

- Pois saiba que eu sou a namorada do Jett. A garota que ele come na cama dele todo fim de semana quando você não está plantada na porta dele.

Cerrei meus punhos e olhei para o fim do corredor, vendo o professor correndo em direção a sala. Olhei para Hannah.

- Saia da porra do meu caminho.

Embarrei em seu ombro e ela derrubou as coisas no chão. Entrei na sala segundos antes do professor entrar.

- Bom dia turma.

- Bom dia. – A sala murmurou, olhando para mim.

Me joguei na carteira e cruzei meus braços.

- Vemos que a Srta. Hernandez resolveu aparecer hoje! – Sr. Robin sorriu para mim. – Seja bem-vinda de volta!

É, seja bem-vinda de volta ao inferno.


Notas Finais


Até o próximo capítulo, que já está em andamento inclusive!
Beijos sz


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