1. Spirit Fanfics >
  2. You're my Fallen Angel >
  3. A clareira

História You're my Fallen Angel - A clareira


Escrita por: drinkblood

Notas do Autor


Oi minhas amoras, tudo bem?
Aqui está o primeiro capítulo da história dos filhos dos casais que tanto amamos.
Espero que vocês gostem.
A jornada de Jett e Kirsten começa agora.
Boa leitura.

Capítulo 2 - A clareira


Ouvi o pequeno pássaro bater com o bico na minha janela. Me revirei na cama e peguei o celular. Eram cinco horas da manhã.

Me levantei, vestindo a roupa, minhas botas e coloquei minha aljava nas costas. Peguei a maçã que minha mãe sempre deixava no criado mudo e segurei-a nos dentes enquanto abria a janela, saindo para a madrugada escura.

Fechei a janela e fui deslizando pelas lajotas do telhado. Chegando na beirada, saltei aterrissando no chão. Respirei fundo, sentindo o cheiro do orvalho e dos pinheiros da floresta ao redor da pequena cidade.

Mordi a maçã, limpando o sumo na manga da minha blusa e adentrei a floresta. O calor veio de encontro com minha pele, fazendo-a pinicar. Andei silenciosamente.

Eu conhecia o caminho de cor, pois já tinha ido ali inúmeras vezes. Terminei a maçã e joguei-a em um lugar qualquer quando ouvi um galho se quebrando. Parei de respirar e levei a mão até minhas costas, segurando a flecha.

Um movimento na minha direita e eu empunhei o arco e a flecha, esperando. Mais um movimento e soltei a flecha. Não ouvi gemido de dor, nem o som da mesma ter acertado alguma coisa.

Então ouvi a risada familiar e os passos em minha direção. Soltei o ar.

- Sou eu, Kitty. Se acalme. – Jett saiu das sombras segurando minha flecha e sorrindo.

- Pensei que era outra coisa. – Respondi, pegando a flecha de sua mão. – Vamos.

Saí na frente, agora correndo, sempre desviando dos galhos e cipós. Eu ouvia Jett atrás de mim, como todas as vezes durante esses dezenove anos.

Éramos amigos desde criança. Como diria a minha mãe, "irmãos de pais diferentes". Pelo menos era isso que ela achava. Eu era mais velha que ele seis meses. Nós já tínhamos dezenove anos. Quando tínhamos três anos, nossa família se mudou para Forks e éramos vizinhos.

Minha mãe Vee era melhor amiga da mãe dele, Nora. Nossos pais - Kurt e Patch -, também melhores amigos. Quando atingimos a idade de doze anos, eu era cerca de dois palmos mais alta que Jett. Aos dezesseis anos ele disparou. Hoje eu precisava levantar a cabeça para olhá-lo nos olhos. Seus olhos avelã intensos.

Na formatura do último ano do colégio, ele foi meu par no baile. Ele era o único garoto pelo qual meu pai não surtava. "O irmão mais novo de Kitty". Toda vez que eles falavam isso eu revirava meus olhos. Trevor estava com catorze anos. Meu irmãozinho mais novo. Enquanto meus cabelos eram negros como os do meu pai, os dele eram loiros como os de minha mãe.

Quando eu era pequena, sempre sofri na escola. A garota que caia na aula de Educação Física e não se machucava. A garota estranha. Perdi as contas de quantas vezes Jett fora suspenso me defendendo. E eu, defendendo ele.

Não foi estranho saber que minha família era sobrenatural, era estranho ver o mundo totalmente diferente de nós. Como se nós tivéssemos dons e os outros não. Só não era fácil lidar com as diferenças.

Mas depois que o período do colégio passou mesmo pais começaram a pagar minha faculdade. Faculdade de Artes, mas sinceramente? Não tinha nada a ver comigo. O que eu amava mesmo era o que eu e Jett iríamos fazer naquele momento.

Chegamos até a clareia ofegantes. Eu sentia o suor escorrendo pelas minhas costas e apoiei as mãos nos joelhos para tomar fôlego. Jett parou atrás de mim, sem fôlego. Seu corpo se chocou contra o meu, me derrubando.

- Cacete, Jett! – Gritei, sentindo meu braço ralar no chão.

Ele agachou, segurando meu braço com a testa franzida.

- Desculpe, Kitty. Foi sem querer. – Olhando o seu semblante preocupado eu não consegui segurar uma risada. Avancei nele, derrubando-o no chão com uma gargalhada.

Ele rolou até cair de costas comigo montada sobre ele. A nossa risada ecoava pela floresta.

- Por que eu sempre caio nessa? – Ele perguntou, assoprando os cabelos dos olhos. Eu estendi a mão e tirei os fios de sua testa.

- Por que você tem medo de me machucar e levar uma porrada do meu pai. – Falei, olhando para cima observando os pequenos morcegos de ponta cabeça nos galhos das árvores.

Jett estalou a língua em negação e começou a fazendo cócegas em minha barriga.

- Jetty! – Eu gritei, tentando segurar suas mãos, mas ele continuou a apertar a minha cintura. – Pare pelo amor de Deus.

Eu caí e costas e ele veio sobre mim, sem parar de fazer cócegas.

- Eu vou mijar em você! – Eu falei entre as gargalhadas.

Ele parou de fazer cócegas e eu consegui retomar o fôlego. Jett abaixou a cabeça, apoiando uma mão em cada lado da minha cabeça, respirando profundamente.

Olhei para cima e nossos olhos se encontraram. Senti meu estômago dar um giro de trezentos e sessenta graus. Com a luz fraca do amanhecer eu conseguia ver seus lábios vermelhos por causa do sangue correndo para sua face.

Soltei o ar lentamente e empurrei ele, que caiu de costas. A tensão tinha ficado horrível.

- Minha mãe vai me matar por causa dessas roupas imundas. – Eu comentei, me levantando e sacudindo o pó.

Pude ouvir ele rindo baixo e me voltei para as sessões de alvos. Se tinha uma coisa que eu amava mais que qualquer coisa – exceto minha família – era usar meu arco e fecha.

Eu pedi meu primeiro com nove anos para meu pai. Ele achou que era besteira de criança, mas hoje eu não vivo mais sem ele. É onde eu encontro refúgio e paz.

Retirei o a flecha da minha aljava e coloquei-a no arco, mirando no alvo. Soltei a respiração e deixei meus braços leves. Soltando a flecha, ela acertou bem o meio do alvo.

Sorrindo, olhei de relance para Jett que me observava.

- Vai ficar aí me olhando feito besta? – Perguntei, apontando com a cabeça para o outro lado da clareira onde Jett e meu tio Patch sempre treinavam.

- Estou cansado. – Ele disse e eu revirei meus olhos, colocando meu arco sobre a mesa.

Caminhei até ele e estendi minhas duas mãos, levantando-o.

- Pare de ser um maricas, hoje eu treino com você.

Ele revirou os olhos e se levantou. Caminhou até as coisas dele e simplesmente tirou a camisa.

Desviei os olhos como uma completa idiota. Tinha visto aquilo mais de cem vezes durante meus dezenove anos.

Jett caminhou até mim e empunhou as mãos. Tirei o elástico do meu punho e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo. Como em todas as vezes eu atacava primeiro, provocando-o. A luta sempre acalmou Jett, que sempre foi incentivado por seu pai.

Quando ele recebia alguma pressão, corria sozinho até a clareia para tirar o estresse. Eu sempre o seguia e o ajudava. Quando nossos pais arrumaram a clareira, nossas mães não concordaram de início achando que isso nos trariam más influencias, mas por fim elas perceberam que era apenas hobby. Não era como se eu e Jett fossemos sair por aí tentando salvar o mundo ou algo do tipo.

Tentei acertar mais um soco nele e ele me levantou, colocando-me em seu ombro.

- Filho da mãe, me põe no chão! – Eu gritei, dando risada. Ele me girou até me apoiar em uma árvore para recuperar o fôlego.

Olhei para ele e sorri. Ficamos ali não sei quantos minutos, até ouvir o farfalhar de folhas. Corri até a mesa, empunhando meu arco e flecha, apontando para todos os lados. 

- Kitty... – Jett sussurrou, mas eu fiz sinal de silêncio.

Mais um farfalhar e eu engoli em seco, olhando em alerta para Jett. Ouvi um som baixo, como se fosse o de um animal e minhas mãos ficaram trêmulas. Um arrepio correu minha espinha e eu respirei fundo.

Em questão de segundos Jett estava do meu lado, apoiando seu corpo no meu.

- Vamos sair daqui tudo bem? – Ele sussurrou em meu ouvido, colocando a mão sobre a minha.

Ele sabia do meu trauma e também sabia que eu não insistiria. Abaixando o arco e a flecha, ele entrelaçou os dedos nos meus e me guiou para fora da clareira. Não sem antes eu olhar para trás e ver os mesmos olhos vermelhos flamejantes de sempre, olhando para nós. 


Notas Finais


Até o próximo capítulo. Beijos <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...