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História You're my Fallen Angel - Ataque de pânico


Escrita por: drinkblood

Notas do Autor


Olá meus amores, vocês estão bem?
Aqui está o novo capítulo e eu espero que vocês gostem. Estou muito muito animada com essa fanfic e espero que vocês também estejam.
Boa leitura s2

Capítulo 8 - Ataque de pânico


Fanfic / Fanfiction You're my Fallen Angel - Ataque de pânico

- Oh meu Deus... – Patch falou coçando a nuca. – Isso é um problema.

Espalmei minhas mãos no ar em sinal de rendição. Olhei nervosa para Jett que estava com as mãos nos cabelos como se tivesse cometido o pior erro de sua vida.

- Tio, eu... nós... – Olhei novamente para Jett com os olhos arregalados, mas ele olhava nervoso para o seu pai.

Patch balançou a cabeça e suspirou.

- Jett, você sabe que se fosse sua mãe ela ia ter um surto. – Patch olhou rapidamente para o corredor e fechou a porta atrás dele. – Eu não vou gritar com vocês, mas...

- Pai, fui eu. – Jett falou torcendo as mãos de modo desesperado. – A culpa não é dela, eu não sei porque fiz isso apenas... a Kirsten não tem culpa.

Patch olhou para nós dois e riu.

- Filho, calma. Eu não estou pregando nenhum de vocês dois na cruz. Eu sei que vocês dois cresceram juntos, são quase irmãos, mas isso acontece. – O olhar de Patch perdeu o foco por alguns segundos antes de retomar o olhar para nós. – Eu já beijei a Nora escondido e a mãe dela me pegou no flagra, só que diferente de mim, ela me expulsou da casa quase aos chutes.

- Desculpe, tio. Isso nunca devia ter acontecido. – Falei dando um sorriso nervoso. – Como você mesmo disse, nós somos quase irmãos e bem... isso não acontece entre irmãos.

Olhei para Jett que abaixou a cabeça, engoli em seco. Patch ficou me encarando e sua expressão ficou séria.

- Vocês dois cresceram juntos e nem eu, nem seus pais acharam problema em deixar vocês dois sozinho, Kirsten. – Patch olhou para Jett. – Mas eu não posso permitir que vocês continuem a ficar sozinhos se isso voltar a acontecer. Vocês têm dezenove anos e sabem o que é responsabilidade. Kirsten, a Nora não dormiu aqui hoje porque sua mãe estava quase tendo um terceiro filho. Você sumiu e não entrou em contato desde ontem. Você precisa ser mais responsável e se importar mais com seus pais. Eu sei que as vezes nós pais falamos coisas que os filhos não querem ouvir, mas é para o bem de vocês.

Assenti e abaixei a cabeça, sentindo a vergonha me engolir.

- Desculpe.

- Você não tem que pedir desculpas para mim, Kirsten. Seus pais estão a cinco casas de distância, é para eles que você tem que pedir desculpas. Ainda mais com tudo isso que está acontecendo. – Patch disse.

Patch era um ótimo pai e amigo, disso eu tinha total certeza. Na maior parte do tempo era compreensivo, engraçado e gentil. Mas quando o assunto era sério, ele vestia a capa do pai responsável e não tinha medo de usá-la.

- Jett, depois eu quero conversar com você. Homem para homem, não se preocupe, você sabe que eu nunca teria coragem de levantar a voz para você, mas filho, eu não posso deixar isso passar sem uma conversa. É a filha do meu melhor amigo, é a filha de alguém.

Jett assentiu para o pai.

- Acho melhor você ir para casa, Kirsten. – Patch me falou com um sorriso que basicamente dizia “me desculpe, mas esse é meu papel de pai”.

Assenti e peguei minhas coisas pelo quarto sem olhar para Jett. Quando estava saindo do quarto sob o olhar de Patch, Jett tocou meu braço, mas instintivamente me esquivei. Eu sabia o que aquele toque significava. “Me ligue depois”, “eu te ligo depois”, “você vai ficar bem?”

Desci as escadas da frente, ouvindo os passos de Patch atrás de mim. Quando chegamos até a porta, eu olhei para ele sentindo uma vergonha absurda.

- Você, ahn... vai falar para meus pais? – Perguntei segurando forte minha mochila contra o peito.

- Você sabe qual foi a primeira coisa que eu falei para o Jett três horas dele nascer? – Patch me perguntou e eu neguei com a cabeça. – Que se ele tentasse namorar você, o Jett iria bater nele.

Olhei para ele sem saber o que falar. Mordi o lábio inferior.

- Mas a Nora riu. – Continuou ele. – Ela disse que de tantas garotas no mundo, você seria a última que ele iria querer namorar, até porque vocês dois iriam crescer juntos como irmãos.

- Tio, por que... por que está me contando isso? – Perguntei sem jeito.

- Porque eu não quero ver meu filho apanhando do seu pai, E eu também não iria querer levantar a mão para o seu pai por tentar levantar a mão para o meu filho. – Patch respondeu sério e eu assenti. – Se cuide, Kirsten. Converse com seus pais sobre seu sumiço repentino, resolva isso.

Falei um “tudo bem” fraco enquanto descia as escadas da frente da casa. Caminhei em direção à minha casa com o coração na mão. O peso dos acontecimentos estavam me consumindo. A voz sussurrando em meu corpo. Os olhos vermelhos. As mãos de Jett em minha cintura. Os lábios dele nos meus. A língua sobre a minha.

Cheguei na porta de casa me sentindo sufocada. Dobrei os joelhos e me curvei com as mãos sobre eles. Eu estava tendo um ataque de pânico. Não, não agora. Subi as escadas e escancarei a porta às cegas. Minha respiração cada vez mais acelerada.

Jett, Jett, Jett... eu tinha beijando meu melhor amigo. Um monstro estava atrás de nós.

Desabei no meio da sala com as mãos no tapete e procurando o ar no ambiente. Percebi os movimentos ao meu redor. Minha mãe gritando alguma coisa e Nora segurando seus braços. Percebi eu pai se ajoelhando na minha frente com os olhos cheios de lágrimas falando alguma coisa para mim, mas eu não entendia nada.

Eu precisava de ar... ar... meu ar. Meu ar era Jett... Oh meu Deus, Jett... eu tinha beijado meu melhor amigo. O que me consumia era que eu queria mais.

- Filha... filha você lembra da nossa respiração? – Ouvi a voz do meu pai e eu concentrei minha visão nele. – Um... dois... três... quatro. Vamos, faz com o papai.

Era assim que meu pai me acalmava quando eu tinha meus ataques de pânico quando era pequena e tinha pesadelos desde que tinha visto os tais olhos vermelhos. Comecei a respirar conforme a contagem dele, inspirando e expirando. Meus batimentos cardíacos começaram a se acalmar e minhas mãos ficaram menos trêmulas.

Finalmente consegui encontrar foco na sala, onde meu pai estava me abraçando fortemente contra o peito e minha mãe ajoelhada ao lado dele, chorando. Meu Deus, eu tinha tanta culpa.

- Obrigado, pai. – Falei em um sussurro e senti suas lágrimas molharem minhas bochechas.

- Minha pequena Kirsten, o que aconteceu com você? – Ele perguntou me abraçando mais forte. Não tive coragem de responder.

- Filha... – Minha mãe tocou minhas costas e eu me virei para ela, hesitando em olhar em seus olhos. – Eu não vou gritar com você. Eu estava preocupada, nós estávamos preocupados com você.

- Eu sei, me perdoem. Eu nunca mais vou fazer isso. – Falei, enxugando as lágrimas que eu nem tinha percebido que tinham caído de meus olhos.

Olhei ao redor procurando por minha tia Nora quando vi ela saindo da cozinha com um copo de suco. Meu pai me levantou e entregou o copo em minhas mãos. Bebi em silêncio enquanto eles me observavam.

- Obrigado. – Agradeci colocando o copo sobre a mesa. – Ahn... o Jett foi me buscar. Você podia agradecer ele por mim, tia? Acho que não tive tempo.

- Mas é claro meu amor. – Nora falou passando a mão pelos meus cabelos e eu sorri em agradecimento. Um sorriso falso e doloroso. – Ter certeza que eu posso ir, Vee?

- Sim, você já fez o suficiente por mim. Muito obrigado. – Minha mãe respondeu e elas se abraçaram.

Observei Nora sair pela porta quando a tensão pesou na sala. Eu me sentei e suspirei.

- Eu não fui fazer trabalho da faculdade. Eu fui em uma festa na clareira com a galera da faculdade. Bebi demais, todo mundo bebeu, então eu não consegui voltar. – Falei, emitindo qualquer coisa sobre o assassinado, sobre a voz misteriosa ou qualquer coisa que parecesse anormal.

- Kirsten... – Minha mãe falou com os olhos se enchendo de lágrimas novamente.

- Eu sei, estou sendo uma filha irresponsável, ingrata. Me desculpem por isso. Simplesmente não tem desculpa para algo assim. Não vou fazer de novo e assumo meu erro. – Disse olhando para meus pais.

- Nós te amamos muito, filha. Nós sabemos que você tem dezenove anos, quase vinte. Nós tentamos dar a maior liberdade para você, mas nós somos seus pais, ficamos preocupados com você. Se alguma coisa acontecesse com você... – Meu pai falou e o peso da culpa ficou pior.

- Me perdoem. – Disse segurando a mão de ambos. – Vocês são pais maravilhosos e eu simplesmente não mereço isso. Mas eu juro que vou melhorar. Eu só queria... um dia normal sabe? Como uma pessoa normal que não vive sendo perseguida por coisas estranhas ou vocês sabem... alguém que sequer é humana.

- Eu entendo você, filha. Eu já fui adolescente, seu pai já foi um adolescente terrível por falar nisso, mas nós não podemos simplesmente aceitar você sumir por um dia inteiro sem dar sinal de vida. Nós ficamos muito preocupados, seu irmão não parou de chorar, ele veio se acalmar de madrugada. – Minha mãe disse apertando minha mão.

Me senti encolher por dentro. Meu irmãozinho ficou me esperando para jogarmos o seu jogo de quebra cabeças. Eu além de péssima filha, era uma péssima irmã.

- Eu amo vocês, me desculpem. – Falei novamente e eles me abraçaram.

- Nós também te amamos, filha. – Meu pai disse beijando minha testa.

Minha mãe acenou com a cabeça em concordância e me abraçou.

- Você quer tomar café? – Ela perguntou e eu neguei com a cabeça.

- Jett fez meu café da manhã, obrigado. Vocês se importam se eu for dormir um pouco? Estou morrendo de dor de cabeça. – Falei e eles se levantaram.

- De maneira nenhuma. Vá descansar, filha. – Minha mãe disse e beijou minha testa.

Peguei minhas coisas e subi as escadas correndo, indo direto para o meu quarto. Tranquei a porta e me joguei na cama com a cara no travesseiro. Eu sentia o cansaço no meu corpo, sentia o sentimento de angustia por ter presenciado um assassinado, eu me sentia culpada por querer mais do Jett. Eu sentia tudo e me sentia cada vez mais vazia.

O perfume de Jett começou a incendiar meu travesseiro por causa de seu moletom. Me agarrei àquilo como se fosse minha vida, porque era aquele momento que eu precisava do seu abraço reconfortante e eu não tinha.

Ouvi meu celular vibrar na mochila, mas ignorei. Eu simplesmente não poderia lidar com ninguém naquele momento. Nem com Maven, nem com Jett. Duas batidas na porta e ouvi ela abrindo.

- Filha... está acordada? – Minha mãe perguntou em um sussurro. – Jett está aqui.

Quase dei um pulo – tanto da cama, quando no coração.

- Ele está aí? – Eu perguntei agarrando o lençol.

- Está na sala. Ele pode subir? – Minha mãe perguntou.

“Não mãe, ele não pode subir. Porque eu simplesmente não consigo olhar para ele. Não consigo olhar para ele sem meus olhos se desviarem para aquela boca que me beijou tão hesitante, mas tão excitante. Que enviou um milhão de sensações pelo meu corpo que eu nunca senti e nunca imaginei sentir com a pessoa que cresceu comigo, meu viu tomar banho quando era pequena e me via a maior parte do tempo caminhando de calcinha pela casa quando eu tinha cinco anos. Então não, mãe. Ele não pode entrar aqui.” – Isso era o que eu queria dizer.

- Sim, pede para ele subir. – Foi o que eu disse.

Comecei a ficar nervosa quando ouvi a voz da minha mãe lá embaixo falando alguma coisa e quando ouvi a voz mais grave de Jett falando algo de volta. Os passos na escada pareceram uma tortura, assim como o barulho da maçaneta ser virada – porque ele nunca batia na minha porta e eu nunca batia na dele.

- A gente precisa conversar. – Ele disse e eu assenti.

Me afastei um pouco para dar espaço para ele na cama. Ele deitou e ficou me olhando. Normalmente eu nem ligava com esses minutos que o Jett apenas ficava olhando. Mas aquilo estava me consumindo.

- O que foi? – Perguntei nervosa.

- Queria me desculpar. – Ele falou e eu franzi a testa, sem entender.

- Pelo que, Jett? Você não fez nada.

- Pelo beijo. – Ele disse com um sorriso sem graça.

“Você quer se desculpar por um beijo que foi sem dúvida o mais sincero que eu já recebi em toda a minha vida?” – Era o que eu queria dizer.

- Eu também beijei você, Jett. Eu não me afastei. – Foi o que eu disse.

- Nós somos amigos. – Ele disse.

- Eu sei. – Eu respondi.

Ele pressionou os lábios e passou a língua sobre eles. Olhei para sua boca.

- Amigos não se beijam. – Ele falou em uma risada nervosa.

- Eu também sei disso. – Ri para ele de volta.

- E nós temos um problema enorme com essa coisa que você vê, temos que saber o que isso significa. O que significa nós pertencermos ao que quer que isso seja. – Ele disse alcançando minha mão e apertando ela.

- Sim, nós precisamos resolver isso. – Apertei sua mão de volta.

- Mas... – Ele olhou para mim, para meus lábios e para mim novamente. – Mas por que eu ainda quero te beijar?

Sua voz saiu baixa, porém nítida. Saiu naquele tom inocente, mas tão decidida. Ele não tinha medo disso? Não tinha medo que isso virasse uma bola de neve, que virasse mais problemas? Que nós dois cruzássemos uma linha e nunca mais conseguíssemos voltar para onde pertencemos?

Porque eu tinha medo. Eu achava esse momento de vulnerabilidade tão delicado. Nós convivemos dezenove anos juntos sem cruzar a linha e depois de quebrada, mesmo por alguns minutos, já tinha virado um veneno viciante. Eu achava aquilo tão perigoso. Mas Deus, como eu amava o perigo.

“Me beije.” – Era tudo o que eu queria no momento, era só aquilo. Apenas ali. Iríamos fingir que éramos normais por aqueles minutos. Deus, era só aquilo que eu queria. Uns minutos de normalidade. Depois eu podia voltar a me preocupar com olhos vermelhos, Nephilim e anjos. Depois nós poderíamos voltar a ser Jett e Kirsten. Mas no momento eu só queria ser a garota que deseja beijar esse garoto tão lindo com o cabelo teimoso que não saía de seus olhos. – “Por Deus, me beije”.

Seu dedo percorreu desde a palma da minha mão, traçando o caminho pelo meu braço e a junção do ombro com o pescoço. Até sua mão ocupar o espaço em minha nuca e levar meu rosto em direção ao seu. Quando nossos lábios se tocaram novamente eu senti aquela sensação de queimação no corpo todo.

Ele beijou delicadamente meu lábio superior e então o meu lábio inferior. E depois ambos. Minhas mãos subiram de seus braços para sua nuca. Aquilo parecia tão familiar, tão certo.

Suas mãos desceram até minha cintura, me puxando para seu colo. Puxei seu rosto contra o meu com mais avidez. Sua boca sobre a minha, a língua tracejando meu lábio inferior antes de deslizar sobre a minha. Mordi seu lábio e ele soltou um gemido fraco que me fez segurar seu cabelo com mais força. Ele não tinha o direito de me fazer sentir daquele jeito.

Senti as mãos de Jett subirem pelas minhas pernas, pelo short jeans e finalmente sob o moletom. Suas mãos quentes contra minha pele mais quente ainda. Iríamos incendiar um ao outro. Ele manteve as mãos ali em minha cintura, sem avançar, sem pressionar, porque era Jett. Meu Jett conhecia meus limites.

Soltei meus lábios dos dele o suficiente para que eu pudesse respirar. Eu sentindo sua respiração em meu rosto. Ofegante. Ofegante por causa de mim. Levantei meu olhar para seus olhos cor de avelã, os olhos que eu tanto conhecia. Minha mão tracejou todo o seu rosto, desde o queixo, os lábios, o nariz, o contorno dos olhos, suas sobrancelhas e a testa que sempre insistia em ficar franzida.

 - O que estamos fazendo? – Perguntei mais para mim do que para ele.

- Eu não sei. – Ele respondeu e eu assenti, porque eu também não sabia.

Ouvi dois toques na porta e praticamente saltei do colo de Jett com o coração aos pulos.

- Kirsten, Jett. Desçam aqui. – Era minha mãe. – Eu quero uma explicação muito, mas muito convincente de porquê eu tenho dois policiais na porta da nossa casa.

Olhei para Jett que arregalou os olhos.

- Fodeu.


Notas Finais


Até o próximo capítulo s2 beijosss


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