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História You're My Home - Meu Erro


Escrita por: anagranger

Notas do Autor


Boa noite pessoal!!!!
Olha aí, eu consegui postar rápido hahaha
Eu espero que vocês gostem do capítulo!!!
Aviso que vai ter Vercy e eu espero que vocês gostem da história que eu montei para as duas!!!
E podem ficar com raivinha da Jauregui nesse capítulo que eu deixo hahaha (mas só nesse hahaha)

Capítulo 10 - Meu Erro


Fanfic / Fanfiction You're My Home - Meu Erro

Lauren’s POV

 

Alguém pode me responder que porra eu estou fazendo?

Eu sentia os lábios de Camila sobre os meus e tentava a todo custo aprofundar ainda mais o nosso contato.

Só quando a velocidade do beijo foi diminuindo foi que eu me dei conta da merda que eu estava fazendo.

Eu não sei o que me deu. Só sei que quando vi que o garoto estava quase beijando Camila, um ciúme descomunal tomou conta de mim. Eu inventei uma desculpa qualquer para tirá-la de perto dele e a trouxe para o lugar mais distante que eu encontrei.

Antes que eu pudesse me conter o desejo que eu tinha de tê-la falou mais alto e eu me vi praticamente a atacando e tomando seus lábios possessivamente.

Eu me afastei dela, separando nossos corpos, e a observei durante um tempo. Ela mantinha os olhos fechados e sua respiração estava descompassada.

Então a realidade deu um tapa na minha cara

Meu Deus, o que eu fiz? Pensei em desespero. Eu acabei de beijar uma aluna. Dentro da escola. Onde estou com a cabeça?

Camila abriu os olhos lentamente.

- O quê...? – Ela começou, mas eu a interrompi.

- Olha Camila, me desculpa. Isso... isso não deveria ter acontecido. Eu.. eu não devia ter feito isso. Me desculpa.

Eu saí da sala sem nem olhar para trás, com o arrependimento me corroendo. Eu nem conseguia saber direito onde estava. Quando estava no meio do salão, Normani me encontrou:

- Laur, tá tudo bem? Você está mais pálida que o normal. O que, no seu caso, beira a transparência.

- Acho que não. Minha cabeça está doendo. – Inventei uma desculpa. – Se importa se eu for para casa?

- Claro que não. Têm vários professores por aqui. Nós damos conta. – Mani falou. – Amanhã você vem?

Mais essa ainda! Pleno domingo ter que vir para cá. Mas nós havíamos combinado com os alunos de limpar o ginásio amanhã, para iniciar a semana com tudo organizado. Eu pensei em Camila e no nosso encontro inevitável na manhã seguinte.

Afastei o pensamento e respondi a minha amiga:

- É claro. Eu vou estar aqui.

Saí rapidamente do local evitando olhar para os lados. E do mesmo modo segui para casa. Tentando me concentrar no trânsito e tirar Camila do pensamento. Deu certo. Pelo menos até chegar em casa.

Quando já estava em baixo do chuveiro, com a água quente tocando meu corpo, os pensamentos e a culpa me invadiram.

Como eu fui estúpida.

Foi então que o pior pensamento me ocorreu: e se ela contar para alguém. Ou pior. E se ela contar para os pais dela.

Eu estou perdida.

Não vou só perder meu emprego, mas a minha credibilidade como professora e pior ainda posso ser presa. Ela é menor de idade. Eu posso estar bem ferrada.

Não precisa ser um gênio para adivinhar que eu não dormi nada durante a noite. Fiquei rolando na cama, com estes pensamentos insistindo em martelar na minha cabeça.

Levantei cedo e preparei um café bem forte. Acho que era a única coisa que me faria não parecer um zumbi. Isso e uma maquiagem carregada, então foi assim que eu saí de casa.

Mas parece que não funcionou muito bem. Pelo menos, não com Normani, que assim que me viu, falou:

- Credo branquela, parece que descansar te deixou pior. De vampira passou a zumbi.

- Bom dia para você também, Mani. – Falei irônica.

- Para mim está bom sim. Mas para você eu já não tenho certeza. Não quer voltar para casa? – Ela perguntou preocupada.

- Eu vou ficar. Entramos nessa juntas e não vou te deixar na mão. Já não basta ontem eu ter saído mais cedo. – Falei apesar de ter vontade de sair dali e nunca mais voltar. Vai saber se Camila não vai aparecer ali com a polícia.

Eu me repreendi mentalmente pelo pensamento.

Deixa de ser paranoica, Lauren!

Entrei no ginásio com Normani e olhamos a bagunça lá dentro. Suspiramos ao mesmo tempo. Apostei comigo mesma que limpar levaria mais tempo do que tínhamos levado para montar.

Logo os alunos começaram a chegar. Em minha paranoia se mostrou mesmo uma paranoia, já que Camila entrou no ginásio junto com Allyson e não escoltada por policiais.

Meu olhar ficou prezo nela por alguns instantes e ela pareceu sentir isso já que logo estava me encarando também.

Percebi um meio sorriso surgindo nos lábios dela e me virei rapidamente para ajudar Normani.

Eu não posso fazer isso. Minha relação com ela já foi longe demais. Todos os sorrisos, os encontros fora da escola, as coisas que eu sentia perto dela, haviam sido demais. Eu me deixei levar e isso não podia acontecer. Todo o contato que eu teria com ela, a partir de hoje, seria extremamente profissional.

Eu me distrai dos meus pensamentos com todo o trabalho que tínhamos a fazer, e isso demorou quase o tempo da montagem, como eu havia previsto.

Passei a manhã toda evitando contato com Camila e também evitando entrar no vestiário, que era nossa sala de organização, o lugar do maldito beijo.

Já tinha passado da hora do almoço quando terminamos e eu segui direto para casa. Lá passei o resto do dia. Me recusei a sair com Keana e até mesmo o jantar na casa dos meus pais.

Se teve uma coisa que descobri nessa manhã evitando Camila, foi que ficar longe dela, do seu sorriso contagiante, era difícil. Muito difícil. Meu olhar viajava para ela sem nem ao menos perceber, e em um desses momentos a vi conversando com Shawn perto das arquibancadas. Isso embrulhou meu estômago, mas eu continuei com a minha postura profissional.

Como eu não sou uma pessoa de sorte o momento de encará-la de novo chegou rapidamente.

Eu estava sentada na minha sala, esperando a próxima turma, a turma dela, entrar. Enquanto esperava relia as informações que deveria passar a eles. Quando ouvi os primeiros passos eu ergui a cabeça.

A maioria dos alunos me cumprimentava e eu os respondia sorrindo fraco. Quando Camila entrou meu coração disparou, mas ela passou por mim sem olhar, e se sentou no mesmo lugar de sempre, mantendo a cabeça baixa. Ela deve ter entendido, pelas minhas atitudes ontem, que nada mais deveria acontecer entre nós.

- Bom dia, turma. – Eles me responderam e eu me levantei. – Hoje nós vamos terminar de falar sobre o estilo literário que estávamos trabalhando. Eu vou passar algumas informações gerais, e como trabalhamos dois autores diferentes, vai ser fácil fazerem as associações. E, no final da aula, eu vou deixar vocês escolherem o próximo livro que iremos ler. – Deixei que eles comemorassem, então continuei: - Mas, por enquanto, vamos nos ater aos livros de terror escritos no século XIX.

Eu segui com a aula, evitando qualquer contato visual com Camila, sem, no entanto, a excluir. Mas a participação dela foi, sem dúvida, abaixo do normal. Na verdade, ela nem falou, e até mesmo sua amiga Allyson pareceu estranhar a sua atitude.

Quando eu terminei a aula me sentei na minha mesa e perguntei:

- Alguém tem alguma ideia para as próximas aulas?

Uma garota loira levantou a mão e eu permiti que ela falasse:

- Bom, já que trabalhamos com o terror nas últimas semanas, eu acho que seria uma boa ideia voltarmos a ler algum romance.

Não. Eu não acho que seria uma boa ideia trabalhar um romance justo agora.

Mas, vendo o olhar de aprovação da maioria da turma, eu fui obrigada a aceitar:

- Pode ser legal sim, voltarmos ao romance. Vocês têm algum livro em mente?

- Poderia ser O Morro dos Ventos Uivantes? – Um dos garotos perguntou.

Eu sorri.

- Claro. – Respondi. – Na verdade vai ser muito interessante trabalhar este livro agora. O último romance que lemos foi Persuasão da Jane Austen. – Eu engoli em seco. Era impossível falar de Austen sem lembrar de Camila, e meu olhar automaticamente foi para ela, que prestava atenção no que eu falava, mas baixou o olhar assim que percebeu minha atenção. Eu retomei minha fala: - Como Emily Bronte, autora de O Morro dos Ventos Uivantes, nasceu após a morte de Austen, será interessante ver como a escrita de romances se desenvolveu no século XIX. Vou pedir então que vocês pesquisem sobre o livro e leiam pelo menos os dois primeiros capítulos para a próxima segunda.

O sinal bateu naquele momento.

- Tenham um bom resto de semana e até segunda que vem.

Eles começaram a sair e eu preferi apagar o quadro, para não olhar Camila saindo da sala. Quando voltei a me virar todos já tinham saído.

Tive ainda mais uma aula antes do intervalo e quando saí da sala só pensava em tomar um café e relaxar.

Cheguei na sala dos professores e depois de me servir de uma xícara fumegante do líquido precioso me sentei em uma mesa, junto com Normani que comia um sanduíche, enquanto mexia no celular.

- Nem olha para o meu. – Falou sem desgrudar os olhos do aparelho. – Eu trouxe um extra para você, porque sei que sempre quer roubar minha comida.

Eu ri fraco. Isso é verdade. Eu e Mani vivemos brigando por comida. Mas hoje eu estava sem fome.

- Não precisa se preocupar, Mani. Não vou comer nada hoje.

Ao ouvir isso ela finalmente levantou os olhos do celular e me encarou espantada.

- O problema é sério mesmo para estar negando comida. – Ela falou. – Desembucha, Drácula.

- Não tem problema nenhum, Mani. – Falei, tentando despistar.

- Claro que tem, Lauren, nem tenta me enganar. Sábado você ficou toda estranha e ontem parecia um zumbi. Aposto que não dormiu a noite, e não falo isso no bom sentido da frase. Agora, vem com essa de que não vai comer. – Ela relatou. – Tem a ver com a mulher de que você me falou?

Suspirei.

- Por que todo problema tem que envolver mulher?

- Porque sim. Mulheres são problemáticas. Eu sei porque sou uma. – Ela deu uma risadinha, mas logo voltou a me olhar, séria. – Fala logo que eu sou uma mulher do tipo ocupada.

Suspirei novamente percebendo que não tinha como fugir do assunto.

- Eu errei com ela, Mani. Errei feio.

- E daí? Você é humana, e humanos erram. Se você se desculpar e mostrar verdadeiro arrependimento ela vai te perdoar.

- Não é tão simples.

- Nunca é. – Minha amiga refletiu. Depois perguntou: - E porque o seu caso é particularmente complicado?

- Porque eu não quero o perdão dela. – Minha amiga me olhou perplexa. – Não posso querer.

- Como assim, Lauren? Olha, se for por causa do seu passado com a...

- Não tem nada a ver com a Alexa. – Cortei antes que ela terminasse. – Tem a ver com o fato de que nós não podemos ficar juntas, por que no final alguém vai se machucar.

- Está vendo. – Normani falou. – É essa história de novo. Medo, Lauren. Tudo se resume nisso. Você tem medo de se envolver com alguém. E está na hora de parar com isso. De seguir em frente, e encontrar alguém que te faça bem.

- Como eu falei antes, não é tão simples. – Falei, já que não estava muito a fim de entrar em uma discussão com ela, tendo ainda que trabalhar daqui a pouco.

- Simplifique. – Ela disse séria. – Está nas suas mãos fazer isso. Converse com ela, e tente se resolver. Mas faça isso primeiro com você mesma. Se resolva com você mesma. – Ela olhou o relógio. – O sinal já vai bater.

Normani se levantou e me deixou sozinha. Eu me levantei também, percebendo alguns olhares sobre mim, e saí da sala. Provavelmente algum dos outros funcionários ouviu a nossa conversa. Ótimo. Agora todos sabem que eu tenho problemas pessoais e pensam que eu sou covarde. Queria só ver o que fariam se fossem eles no meu lugar.

E a Mani está muito enganada, eu não preciso me resolver comigo mesma. Eu já me resolvi. Eu não acredito no amor, não no seu sentido romântico. E de todas as pessoas do mundo, a Camila é a única pela qual eu não posso me apaixonar, porque ela continua, acima de tudo, sendo minha aluna.

 

 

Conforme a semana foi passando eu fui percebendo que o destino estava mesmo de palhaçada comigo. Afinal, em uma escola daquele tamanho, quantas vezes você pode encontrar alguém que você não quer ver? Pelo visto muitas, porque bastava eu sair da sala, que lá estava Camila junto com os seus amigos. Entrando na sala, saindo para o intervalo, voltando do refeitório, indo para o estacionamento. Que droga! Eu não posso ter um minuto de paz para a minha cabeça?

Também durante essa semana, uma coisa que Normani me falou rondava a minha cabeça: Converse com ela.

Quando mais eu pensava nessa frase, mais ela fazia sentido. Mas não no sentido que Mani queria que fizesse, mas no sentido que só quem conhece a situação toda vai entender.

Eu precisava conversar com Camila para deixar claro que nada entre nós poderia acontecer, e que nossa relação deveria se restringir à sala de aula.

Eu vi a oportunidade de conversar com ela surgir na quinta-feira, durante a aula após o intervalo. Eu não costumo dar aula nesse horário e normalmente vou até a biblioteca para adiantar as leituras que devo fazer para as aulas, enquanto espero o sinal do último horário tocar. Foi quando a vi passando sozinha por ali.

Eu saí da biblioteca e a segui por algum tempo, para ter certeza de que ela estava sozinha. Quando percebi que ela estava indo para a saída da escola eu a chamei:

- Senhorita Cabello!

Ela se virou assustada. Provavelmente não esperava me ver por ali.

- O..Oi. – Ela gaguejou.

- Onde está indo? – Perguntei.

- Eu não vou ter as duas últimas aulas hoje, por isso estou indo embora mais cedo. – Ela me olhou confusa.

- Nós podemos conversar? – Ela apenas assentiu. – Vamos para a minha sala. Não tem ninguém lá agora.

Nós caminhamos em silêncio até a porta da minha sala, nós entramos e eu fechei a porta após passar.

Ela permaneceu em pé ao lado da minha mesa e eu me sentei ali, como costumo fazer durante as aulas.

- Olha, eu não sei se esse é o lugar adequado para termos essa conversa, tenho quase certeza que não, mas é a única coisa que posso fazer no momento para não te deixar mais confusa. – Afinal, se eu falasse que precisava conversar com ela fora daqui, não estaria levando a sério minha intensão de vê-la apenas como uma aluna. – Eu gostaria apenas de me desculpar pelo que aconteceu sábado. Sei que eu te deixei confusa, e depois saí daquele jeito, sem me explicar direito.

Ela concordou com a cabeça e eu me senti culpada pela minha atitude impensada.

- Eu não deveria ter agido daquela maneira. Nem eu sei o que me levou a tomar aquela atitude. – Menti. – Eu só espero que isso não afete nossa relação profissional, aqui na sala. Aquilo foi um erro, que deve ser esquecido, e nunca mais ser repetido. Espero que isso tenha ficado claro.

Por um momento pensei ter visto o lampejo de uma lágrima nos seus olhos, mas ela apenas concordou com a cabeça.

- Eu... eu posso ir? – Ela perguntou com a voz baixa.

 -Pode. Claro que pode. – Ela ia saindo quando eu a chamei. – Senhorita Cabello! – Ela se virou novamente para mim. – Eu também devo pedir que a senhorita não comente sobre isso com ninguém. Eu não perderia apenas o meu emprego, mas também a minha profissão e a minha credibilidade.

Preferi não mencionar o fato de que também seria presa.

Ela sorriu sem mostrar os dentes e disse:

- Pode ficar tranquila, senhorita Jauregui. Eu não comentei nada com ninguém, e nem pretendo comentar. Não quero te causar problemas.

Então ela saiu. Eu suspirei de alivio e retornei à biblioteca. No entanto, não consegui continuar a leitura do meu livro. Meu peito estava pesado demais. Mais pesado do que eu pensei que ficaria depois dessa conversa.

Fui salva do tédio por uma mensagem que chegou no meu celular:

 

Fala Jauregay, jantar aqui em casa hoje à noite. Temos novidades!! Vero

 

Das duas as uma. Ou a novidade de Vero era muito boa, ou muito ruim. Ela nunca me convida para jantar no meio da semana. Se me pedir para escolher, é claro que eu fico com a primeira opção, afinal, minha semana já está bem ruim sem uma ajudinha do casal Vives-Iglesias.

Dei a última aula do dia, e confesso: nem eu prestei atenção no que estava falando. Minha cabeça ia de Camila indo embora, às possibilidades de coisas que Vero e Lucy podiam me falar. Se algum dos meus alunos se levantasse no meio da aula e falasse que estava horrível eu nem iria discordar.

Por fim eu pude finalmente ir para casa e me arrumei apressadamente para o jantar. Eu queria saber logo qual seria a tal novidade.

Não eram nem sete da noite quando toquei a campainha da casa das duas.

- Fala, papel A4. – Vero falou na porta e se afastou para me deixar entrar. Depois gritou: - Eu te falei, amor, que ela chegaria cedo. Ela sempre chega. Ou porque não tem comida em casa, ou porque é muito curiosa.

Eu dei um tapa na cabeça dela e fui para a cozinha cumprimentar Lucy:

- Não liga para essa idiota, Lauren. – Ela falou quando veio me cumprimentar.

- Eu não ligo, já conheço a tempo suficiente. – Eu ri e Lucy me acompanhou, Vero deu língua para nós duas.

Eu me sentei ali mesmo na cozinha e começamos a conversar enquanto as duas preparavam o jantar. Deixei que elas falassem mais do trabalho delas do que falei do meu, afinal, não queria trazer lembranças. Quando elas perguntaram do baile eu apenas soltei um: “entediante” e o assunto morreu ali.

Quando nos sentamos para jantar, eu perguntei:

- Afinal, qual é a novidade que me tirou da minha casa numa noite de quinta-feira?

Elas se olharam em expectativa e Lucy finalmente soltou:

- Nós decidimos adotar um bebê.

Eu quase engasguei. As duas riram da minha cara.

- Como assim? – Perguntei quando me recuperei. – Me contei essa história direito.

- Bem, já a algum tempo nós estávamos conversando sobre isso, que estava na hora de aumentarmos a família. Então, em uma das matérias da Lucy ela foi mandada para um orfanato. – Lucy é jornalista e fotógrafa e trabalha em um dos maiores jornais da cidade. – Quando ela entrou lá, ela se apaixonou por essa garotinha, a Olivia, então alguns dias depois ela me levou lá, e eu também me apaixonei por ela, Laur. Depois que nós conversamos, decidimos adotá-la. Eu já dei entrada nos papeis.

- Uau! Vero, Lucy, parabéns! – Levantei e abracei as duas. – Nunca imaginei vocês sendo mães! Bom, você, Vero, porque a Lucy sempre levou jeito com crianças. – Vero me deu língua de novo. Viu como é criança? E agora quer cuidar de outra. – Lembro que você sempre acalmava a Taylor quando ela era bebê e chorava.

Nós rimos com a lembrança.

- Eu só não entendi uma coisa? – Elas me olharam. – Porque vocês me chamaram aqui? E porque só eu? Podiam ter chamado todo mundo.

- Você é lerda mesmo, né, Jauregay? – Vero perguntou revirando os olhos.

Eu a olhei confusa, mas foi Lucy quem explicou.

- Nós queremos que você seja madrinha da Olivia, Lauren.

Sério? Isso é mesmo real? Elas estão me chamando para madrinha da filha delas? Elas são sem juízo mesmo.

- Isso é sério? – Resolvi perguntar e elas acenaram com a cabeça, rindo da minha cara. – Vocês são doidas, né? Confiar a filha de vocês a mim desse jeito.

- E tem alguém melhor? – Lucy falou. – Você é nossa amiga desde sempre. Acompanhou todo o nosso relacionamento. Nos apoiou quando ninguém mais fez isso. E agora você vai acompanhar o crescimento da nossa filha.

- Mas eu nem sei cuidar da minha própria vida. – Elas riram novamente. – Como vou ser exemplo para alguém. Eu, que só faço merda na vida. Que não consigo tomar uma decisão certa.

De repente Camila veio de novo nos meus pensamentos e eu respirei fundo.

- Você não está nada bem, não é? – Vero perguntou. Eu concordei. – Percebi no momento que você chegou. Você quase não falou, não quis comentar sobre o trabalho, e só sorriu quando contamos sobre a Olivia. O que está acontecendo?

Eu não sei como, mas essas duas liberam uma coisa em mim que me faz falar. Elas são minhas melhores amigas da vida toda, se não me entenderem agora ninguém vai entender. E de repente eu estava contando tudo: sobre Camila, como eu a conheci, sobre a palestra do meu pai, o encontro no parque, a ida no shopping, como eu descobri que gostava dela, sobre o beijo e finalmente, sobre a conversa que tive com ela hoje. Coisas que eu não havia contado a Normani, não por falta de confiança, mas porque Normani a conhecia, e conhecia a rotina da escola. Seria mais difícil para ela entender. Mas para Vero e Lucy eu abri tudo, abri meu coração, e quando terminei de contar percebi que estava chorando.

Quando eu terminei de contar, elas me olharam por algum tempo, até que Lucy falou:

- Lauren, eu não acredito que você fez isso!

- Eu também não. – Falei. – Eu nunca pensei que me apaixonaria por alguém de novo, muito menos por uma aluna.

- Eu não estava falando disso. – Ela me olhou séria, e eu fiquei confusa. – Eu não acredito que você disse tudo isso para ela hoje. Não dessa maneira que você contou.

- O que tem de mais nela ter falado, amor. Achei até que ela explicou bem a situação para a garota. – Vero falou, não entendendo o ponto de Lucy, assim como eu.

- Vocês duas são duas insensíveis do caramba. – Ela falou, olhando feio para Vero. – O problema está no modo como você falou Lauren. Como se não importasse para você. Como se fosse um beijo qualquer. Pelo que você descreveu a garota parece ser bem inocente. Já parou para pensar que esse pode ter sido o primeiro beijo dela?

Merda! Eu não tinha pensado nisso. Vai que aquele foi o primeiro beijo dela. Eu estou tão ferrada. Eu beijei a garota e depois descartei como uma coisa qualquer. E pode ter sido o primeiro beijo dela. Levando em conta a surpresa dela e a demora em corresponder, eu não duvido que não tenha sido.

Você só faz besteira Lauren Jauregui!


Notas Finais


Bom pessoal, a Mani tenta aconselhar a Jauregui, vocês viram isso, mas a Jauregui não se ajuda, né?
Enfim, espero que tenham gostado
Talvez nos próximos capítulos eu fale mais da Olivia (filhinha da Vero e da Lucy) eu não sei, ainda não planejei nada, mas com certeza ela ainda vai aparecer na história, só não sei quando
Bjão


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