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História You're My Home - Primeiro Dia


Escrita por: anagranger

Notas do Autor


Boa tarde pessoal!!!!
Aqui está o segundo capítulo da história!!!!
Espero que vocês gostem!!!!

Capítulo 2 - Primeiro Dia


Fanfic / Fanfiction You're My Home - Primeiro Dia

Lauren’s POV

 

Acordei duas horas antes do previsto, e não consegui voltar a dormir. Um nervosismo inexplicável tomava conta de mim.

Dentro de algumas horas eu estaria dando as minhas primeiras aulas na Miami High School, um desafio novo na minha curta carreira de professora de Literatura Inglesa.

Sou Lauren Jauregui, tenho 26 anos e me formei a quatro na Miami University. Tenho lecionado em uma pequena escola particular desde que me formei, até ser convidada, no início do verão, pela senhora Moralez para me mudar para a Miami High School, uma escola bem maior do que aquela em que eu trabalhava, e muito mais exigente com seus alunos e professores.

Eu aceitei o desafio e agora aqui estou eu, no meu apartamento, as cinco e meia da manhã, preparando um café forte para tomar, e repassando mentalmente minhas aulas.

Na verdade, eu não possuía plano algum. Eu nunca gostei de ser o tipo de professora que mantêm os alunos em uma coleira, onde eles não podem nem manifestar suas opiniões. Claro, mantenho um nível de exigência, que é importante para manter o respeito da turma, mas também escuto seus interesses na hora de planejar as minhas aulas. Por isso, estava chegando ao primeiro dia de aula sem nenhum plano formado na cabeça.

Tomei meu café tranquilamente e depois retornei ao meu quarto para me arrumar. Quando terminei ainda faltava pelo menos uma hora para sair de casa. Resolvi mexer no meu celular e vi que havia duas mensagens.

A primeira era de Verônica Vives-Iglesias, uma das minhas melhores amigas de infância:

 

Boa sorte filhote de Drácula, vai dar tudo certo. Você é ótima nessa parada que ensina. Até me ajudou a não reprovar uma vez, lembra? Lucy também está mandando boa sorte. Nos falamos a noite.

 

Lucy Vives-Iglesias é minha outra melhor amiga de infância. Ela e Vero são casadas a um ano, mas namoram desde a adolescência. São o único caso que eu conheço, além do meu pai e da minha mãe, de um amor que deu certo.

Falando nos meus pais, a outra mensagem era da minha mãe.

 

Laur, preciso que você leve a Taylor para a escola. Seu pai está no plantão e eu tenho uma emergência para atender no consultório. Obrigada.

 

Ainda bem que eu estava adiantada, senão não daria tempo de passar na casa dos meus pais.

Meu pai, Michael, é cardiologista, um dos mais famosos de Miami, e diretor do maior hospital da cidade. Ele ainda ministra palestras em universidades. Minha mãe, Clara, é pediatra, e além do trabalho no hospital possui um consultório na área periférica da cidade, onde atende gratuitamente crianças carentes. Não preciso nem dizer que o maior desejo deles é que eu fizesse medicina também, mas nunca falaram nada sobre o assunto e aceitaram muito bem minha decisão de dar aulas de Literatura.

Eu tenho ainda dois irmãos. Christopher, de 20 anos, que faz faculdade de Direito na Miami University e Taylor de 15 que está entrando no primeiro ano do ensino médio.

Respondi rapidamente as mensagens das duas e pegando minha bolsa sai de casa.

Eu morava sozinha desde que me formara e começara a trabalhar. Várias coisas haviam acontecido nesse período e eu preferi sair da casa dos meus pais e me tornar independente, mesmo que ainda me mantivesse perto o suficiente deles. Nunca poderia abandonar minha família.

Em dez minutos estava estacionando em frente à casa dos meus pais e via minha irmã sair apressada de casa.

- Relaxa. – Disse quando ela entrou no carro. – Ainda temos tempo. Sua escola não é tão longe assim.

Taylor estudava na escola onde eu trabalhava antes de ir para Miami High, e que não ficava nem a vinte minutos de carro dali.

- Eu sei. Mas eu estou ansiosa. – Minha irmã respondeu.

- Sei que deve estar, mas põe o sinto pelo menos. Não quero receber uma multa no meu primeiro dia de trabalho. – Repreendi e ela revirou os olhos, mas me obedeceu. – Onde está o nosso adorável e preguiçoso irmão que não pode nem te levar para a escola antes de ir para a faculdade?

- Não dormiu em casa. – Ela respondeu. – Tô te falando, Laur, não vai demorar para o Chris sair de casa. Ele já praticamente mora com a Alice.

- Idiota. – Falei. – Será que ele não aprendeu nada comigo. E outra. Mama tem um infarto quando Chris sair de casa.

- Por isso que o papa fala para a gente ir preparando ela. Não vai nem dois meses. Você vai ver.

- Tenho que conversar com ele. – Pensei alto.

- Nem vem, Lauren. Todo mundo sabe como você pensa. E o Chris não vai mudar de ideia. Ele ama ela.

- Ele só tem 20 anos. – Rebati.

- Você tinha 22 quando endoidou e quis casar com a Alexa.

- Não fala esse nome. – Falei irritada.

- Desculpa. – Minha irmã falou.

Passamos o restante do caminho em silêncio. Taylor com uma expressão culpada e eu perdida nos meus pensamentos.

Alexa Ferrer foi minha namorada por dois anos. Nós nos conhecemos na faculdade e nos apaixonamos. Estava decidida de que ela era o amor da minha vida e que nunca amaria alguém como a amava, então quando nos formamos decidi pedi-la em casamento. Minha família e meus amigos foram contra, mas eu não ouvi a ninguém. E no final, eles tinham razão. Ela me deu o fora por causa de uma proposta de emprego na França. Era uma proposta irrecusável para uma professora de francês recém-formada e ela aceitou sem nem ao menos me consultar. Pior, foi embora dois dias depois sem nem ao menos conversar comigo ou me deixar mais do que uma mensagem de texto.

Eu nunca mais fui a mesma depois disso. Não acredito mais que o amor eterno possa existir, ou sobreviver às peças que a vida nos prega. Ninguém ama ninguém completamente. E eu não me entrego a ninguém. Não sentimentalmente.

Fui tirada dos meus pensamentos quando parei em frente à escola de Taylor e me virei para me despedir da minha irmã. Ela falou antes que eu:

- Desculpa de novo, Laur. Eu não devia ter tocado no assunto.

- Não tem problema, Tay. Eu já superei tudo isso.

Era mentira, e ela sabia disso, mas não falou nada, apenas deixou que eu a abraçasse.

- Boa sorte, Tay. E aproveita. As pessoas têm certa razão quando dizem que esses são os melhores anos das nossas vidas, mesmo que não pareça quando estamos vivendo eles.

- Eu vou, pode deixar. Boa sorte para você também. – Ela falou e depois desceu do carro.

Eu segui meu caminho para a Miami High, sem mais pensar em Alexa ou qualquer outra coisa além do meu novo emprego. O nervosismo havia diminuído um pouco e eu já estava mais confiante sobre o que viria a seguir. Era uma escola diferente, mas eu continuaria sendo a mesma Lauren Jauregui.

Parei no estacionamento dos professores e entrei no prédio, me dirigindo imediatamente ao escritório da senhora Moralez. Como ainda estava cedo os corredores estavam praticamente vazios e não foi difícil encontrar o escritório da diretora.

Eu bati à porta:

- Entre. – Veio uma voz de dentro da sala e eu a abri vagarosamente.

- Bom dia, diretora Moralez. – Falei entrando.

- Lauren. – Ela falou animada se levantando e vindo ao meu encontro.

Era uma mulher de estatura mediana, pele em um tom bronzeado, com os cabelos castanho-escuros longos e bem presos em um coque. Vestia um terninho preto e uma saia da mesma cor.

- Seja bem-vinda a Miami High. – Ela falou me abraçando. Quando se afastou fez sinal para que eu me sentasse em uma das cadeiras à sua frente. – Fico tão feliz que tenha aceitado meu convite.

- Eu também estou feliz por estar aqui. A escola tem uma excelente reputação.

- Tem mesmo. – Ela falou. – E é meu dever fazer com que continue assim. Então Lauren, me perdoe, mas algumas coisas devem ficar claras. – Eu concordei com a cabeça e ela continuou: - Você diz conhecer a reputação da escola, então sabe que nós levamos tudo a sério aqui, incluindo o comportamento de alunos e professores. Nós não podemos cobrar nada dos alunos se os nossos professores não derem o exemplo. Todas as infrações devem ser punidas para que não voltem a acontecer. Qualquer problema que você tenha com alunos ou demais professores deve ser reportado diretamente a mim para que as devidas providências sejam tomadas. Dentro de sala de aula você tem total liberdade para planejar e ministrar suas aulas da maneira que achar melhor. Tenho certeza que não teremos problemas.

- Tenho certeza que não. – Concordei. – Farei meu trabalho da melhor maneira possível.

- Novamente seja bem-vinda. Eu ouvi falar muito bem de você Lauren Jauregui. Tenho certeza que não irei me decepcionar.

- Obrigada. – Falei.

Ela se levantou e eu a segui.

- Talvez você queira se juntar aos seus colegas antes do início das aulas. A sala dos professores fica na última porta desse corredor. Seu armário fica na mesma sala.

Eu a cumprimentei novamente e sai em direção à sala dos professores.

A sala já estava relativamente cheia e eu fiquei um pouco nervosa ao entrar lá sozinha.

Vencendo o medo inicial eu entrei e alguns pares de olhos me encararam eu sorri nervosa e cumprimentei a todos.

- Você deve ser Lauren Jauregui, a nova professora de Literatura Inglesa. – Falou uma morena muito bonita e elegante, que se levantou da mesa para me cumprimentar. Ela devia ter a minha idade, não mais do que isso.

- Sou sim. – Falei timidamente.

- Normani Kordei. – Ela estendeu a mão para mim. Eu a apertei.

Os outros professores na mesa também se apresentaram e depois me apontaram meu armário. Eu guardei minha bolsa e fiquei com apenas alguns livros e um caderno na mão. Normani, que ocupava o armário ao lado também guardava algumas coisas. Pouco antes do sinal tocar sai com ela para o corredor, já que ela disse que me mostraria a minha sala.

Enquanto caminhávamos pelo corredor conversávamos um pouco mais:

- É ótimo trabalhar aqui. – Ela contou. – Apesar da pose da diretoria Moralez as coisas são muito tranquilas. Os alunos não criam muitos problemas e o corpo de professores é bem unido. Talvez, como eu, você tenha alguns problemas por causa da sua idade. Eles podem demoram a te respeitar, mas no final, acabam entendendo.

- Quantos anos você tem? – Perguntei.

- 25. – Ela respondeu. – E você?

- 26. – Foi a minha vez de responder. – Qual a matéria que você ensina?

- Matemática. – Fiz uma careta e ela riu. – Essa é a reação da maioria das pessoas. Matemática é assim, ou se ama ou se odeia. Não existe um meio termo.

- Literatura também é assim. – Respondi.

Nós paramos em frente a uma sala e ela falou:

- Essa é sua sala. Qualquer coisa que precisar minha sala fica no andar de cima. – Ela sorriu para mim. – Boa sorte.

- Obrigada. – Eu sorri enquanto entrei na sala.

Logo o sinal bateu e quando todos os alunos do segundo ano estavam na sala eu iniciei minha apresentação e um debate sobre a disciplina.

A turma era animada e a conversa fluiu bastante, tanto que nem vi o tempo passar. Quando o sinal bateu nós nos assustamos e eu rapidamente recomendei uma pesquisa para a próxima semana. Apenas para não deixá-los com a impressão de que a matéria seria uma festa.

Me sentei então para aguardar a próxima turma, que seria de um quarto ano, o último deles na escola.

Ao contrário da turma anterior esta parecia ser mais quieta. Comecei do mesmo modo que a aula anterior.

- Bom dia. Meu nome é Lauren Jauregui, eu vou trabalhar Literatura Inglesa com vocês. Nós iremos trabalhar basicamente com o século XIX e início do século XX. Mas antes eu quero conversar com vocês.

Me sentei na minha mesa e os encarei.

- Antes de tudo eu preciso saber o que vocês já leram sobre a Literatura Inglesa dos dois séculos passados.

Eles se entreolharam e permaneceram em silêncio. Depois de um tempo eu resolvi quebrá-lo.

- Ninguém? Vocês podem falar, ok? Minhas aulas serão feitas com base nas nossas conversas e vocês estão livres para se manifestarem.

Percorri meu olhar pela sala e meu olhar parou em uma garota morena, sentada em uma das últimas fileiras, com uma tiara rosa na cabeça, que possuía um laço na mesma cor. Seus olhos eram de um castanho chocolate profundo e ela parecia estar com vergonha, mas levantou a mão timidamente.

- Pode falar, senhorita...? – Parei para que ela me dissesse seu nome.

- Cabello. – Ela falou.

- Pode falar, senhorita Cabello. – Repeti.

- Bom... Eu não sei se vai se encaixar, mas eu já li Jane Austen.

Eu sorri involuntariamente. Jane Austen é uma das minhas autoras preferidas.

- Muito bem! Acho que é uma excelente forma de começarmos. Jane Austen. – Eu falei e me levantei para anotar o nome da autora no quadro, depois me voltei para os meus alunos. – Austen, viveu no final do século XVIII e início do XIX e é um bom nome, se ninguém se opor, para começarmos nossos trabalhos. A escrita de Austen é repleta de humor e sarcasmo, algo pouco comum para a escrita das mulheres na época. Hoje ela é considerada a primeira romancista moderna da língua inglesa. – Os encarei por alguns instantes, depois perguntei para a morena: - Diga-nos, senhorita Cabello, quais obras de Austen a senhorita leu?

- Todas. – Ela respondeu em tom baixo, para meu total espanto, que não esperava que ela fosse tão fã da autora. Ela esclareceu ainda timidamente: - Ela é uma das minhas autoras favoritas.

Eu voltei a sorrir sem poder me controlar.

- É uma das minhas favoritas também. – Falei e depois me virei para o resto da turma. – Mais alguém já leu alguma obra de Austen?

Eles me olharam em silêncio novamente. Eu continuei:

- Então, semana que vem nós iremos trabalhar com o estilo literário de Austen e já comecem a ler Persuasão, a sua última obra lançada. Nós iremos trabalhar com ela a partir da semana seguinte. Mas alguma pergunta?

Uma garota baixa de cabelos castanho avermelhados levantou a mão e eu a encarei:

- Quantos anos você tem? – Ela perguntou.

Era como Normani falara: eles poderiam demorar para entender que deviam me respeitar, mas eu devia mostrar isso a eles. E deveria começar agora.

- Antes de tudo, SENHORITA, eu pretendo manter com vocês uma boa relação, isso é necessário para o bom andamento das aulas, no entanto, exijo de vocês o respeito que é destinado a todos os professores, isso inclui o modo como vocês se dirigem a mim. – Eu parei por alguns instantes, depois continuei. – Em segundo lugar, minha idade não afetará o andamento das aulas, posso lhe garantir isso.

Alguns alunos soltaram risadinhas debochadas e eu decidi encerrar o assunto.

- Mais alguma pergunta? – Me dirigi a todos, que negaram com a cabeça.

O sinal tocou e os alunos começaram a se retirar. Eu me sentei na minha mesa e olhei os alunos que saíam. Meu olhar encontrou com o da senhorita Cabello, que saía acompanhada de uma garota baixinha e dois rapazes altos. Eu voltei a sorrir e ela sorriu de volta, depois abaixou a cabeça tímida, e continuou seu caminho me deixando sozinha na sala.


Notas Finais


É isso por hj pessoal!!!
Espero que tenham gostado!!!!
Próximo capítulo sai provavelmente na quarta!!!
Bjão!!!!


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