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História You're my Person - Efeitos Colaterais Part 2


Escrita por: itslinapp

Notas do Autor


Olá! Primeiro quero me desculpar pela demora, tive um block com esse cap e demorei bastante pra começar a escrever.
Eu n tinha ideia pra capa, então resolvi mostrar uma foto da Amélia pra quem não está no grp do whats.
Espero q vocês gostem... e sorry pelos erros.
Bjoss amores! 💋

Capítulo 37 - Efeitos Colaterais Part 2


Fanfic / Fanfiction You're my Person - Efeitos Colaterais Part 2

Anteriormente...

Oficial: Bom dia, a senhora Regina de Locksley está presente? 


Robin: Ela já vai descer, mas eu sou o marido dela, posso saber do que se trata?


Oficial: Vim informar a morte do Dr. Daniel Colter. 


Regina estava descendo as escadas quando ouviu a notícia - O Daniel mo... - disse espantada e tentando recuperar-se do impacto, pra só assim terminar de proferir o verbo - Morreu?

___________________________________

Regina: Como assim o Daniel morreu?


Oficial: O corpo dele foi encontrado perto do porto. Ainda não podemos afirmar com certeza, mas tudo indica que foi vingança.


Regina: Vingança? Mas quem? - aproxima-se do marido.


Oficial: Bom, isso estamos tentando descobrir.


O policial terminou de dar as informações necessárias e se despediu. Robin tentava decifrar o que ela estava sentindo, a morena apenas sentou com as mãos cubrindo a boca e apoiando os cotovelos nas pernas. Ele sentou-se ao lado e quebrou o silêncio ruim que havia se formado.


Robin: Tá tudo bem? - perguntou afagando as costas dela. 


Regina o olhou - Acho que sim. Eu só não entendo isso. A notícia me chocou mas...


Robin respirou fundo - Eu sei, mas?


Regina o interrompeu - Mas não me afetou. Que tipo de monstro eu sou?


Robin: O que? - franziu a testa sem entender a pergunta afirmativa.


Regina: Eu consigo até sentir alívio com isso.


Robin: Você não tem culpa de sentir alívio, depois de tudo que ele te fez passar - falou calmamente.


Regina: Mas era o pai da minha filha. Passei dez anos ao lado do Daniel.


Robin engole seco - Eu não lamento, seja lá quem tenha feito isso, fez um favor.


Regina: Que horror Robin!


Ele suspirou - Bom, eu vou trazer a bandeja lá do quarto. Fica ai no luto, na tristeza, slá qual sentimento melancólico que você vai ter por esse desgraçado - uma pontadinha de ciúmes surgiu em Robin, que o fez enxergar nela uma tristeza escondida em palavras de indiferença e só de imaginá-la sofrendo pelo homem que já lhe fez tanto mal, o deixava furioso. Ele subiu as escadas com suas próprias conclusões tiradas por olhos cheios de ciúmes e de raiva guardada pelo ex da mulher que ama.


REGINA

A morte é um fim pra quem se vai, mas ela se torna eterna pra quem ficou. Quando alguém que conhecemos parte é um impulso natural surgirem recordações. No caso do Daniel todas as lembranças boas foram substituídas pelos atos horríveis e pelos momentos tristes que ele me fez passar. Mas apesar de tudo que aconteceu entre nós dois, ainda existia esperança dentro de mim, eu a alimentava em prol da espera que ele mudasse. Apesar de toda raiva que eu nutria, não poderia esquecer jamais que Amélia era o nosso vínculo eterno e por ela, somente por ela, esperava uma mudança, esperava que o mesmo sentisse algo pela filha, sentisse o dever e tomasse a consciência da paternidade. Infelizmente isso não aconteceu, fico me perguntando até hoje porque o Daniel que amei na faculdade se tornou a peça primordial pra me afundar em angústia.


Flashback ON (Narração da Regina)

É noite de quinta feira, segundo período da faculdade e estou como uma louca. Tenho prova de anatomia amanhã e, apesar de ter estudado bastante, de saber de praticamente tudo que foi dado, ainda fica aquela insegurança. 

Sei o quanto sou exagerada, mas qualquer pessoa seria se fossem filha dos meus pais, escuto reclamações por tudo, mamãe exige que minhas notas sejam no mínimo nove e meio, papai, apesar de ser mais sutil e delicado com as palavras de sermões, também espera o mesmo. No período anterior tirei oito em anatomia, dona Cora só faltou me esganar e passou a noite inteira me dizendo o absurdo que a pontuação foi e que preciso me esforçar mais, já que não faço nada além de estudar. Amo medicina, mas eles exageram muito.


Daniel: Regina, relaxaa!! - gritou quando me viu jogar o livro longe.


Regina: Relaxar? Você sabe o que meus pais vão fazer se eu tirar nota baixa?


Daniel: Nota baixa? Suas notas são ótimas, foi a melhor da sala no período passado - sentou-se ao meu lado no sofá - Sem contar que você sabe toda a matéria - seu indicador tocou de leve meu nariz.


Regina: Queria que o senhor e a senhora Mills enxergassem isso.


Daniel: Vem cá - abriu os braços me convidando pra um abraço.


Daniel tem sido um grande amigo, claro que tem a Mary pra me ajudar, mas as coisas com ele são bem diferentes. Mary sempre foi escandalosa e quando algum problema surge, ela transforma tudo numa grande tempestade, na verdade nós duas somos assim e ter alguém despreocupado, como o Daniel, por perto traz mais leveza pra minha mente.


Daniel: Que tal a gente sair? - sugeriu enquanto acariciava meus cabelos.


Regina: Tá maluco?! 


Ele me afastou e levantou ficando de frente pra mim - Olha, a prova é amanhã, nós já estudamos, só falta relaxarmos. Afinal, não adianta saber tudo se não estivermos calmos. Então, tem um barzinho aqui perto a gente podia beber um pouco e curtir despreocupados.


Regina: Não tô no clima de bar - falo escorregando e deitando no sofá.


Daniel se aproxima e segura minhas duas mãos - Pode levantar, vamos, vamos! - sou praticamente arrastada até o bar e, sinceramente, ainda bem que ele me trouxe aqui. 

Encontramos alguns amigos de classe, bebemos, conversamos, estava bem divertido, mas o alerta de meia noite foi a deixa pra nos despedirmos da galera e voltarmos pra casa. Paramos em frente ao meu prédio, ele virou-se pra mim antes que descesse do carro - E ai? Tá se sentindo melhor?


Balancei a cabeça positivamente - Obrigada.


Daniel: Não precisa agradecer, afinal vai me deixar colar sua prova amanhã, não vai? - falou com um tom brincalhão, adorava esse jeito que ele tinha. 


Regina: Acho que alguém vai tirar nota baixa...


Daniel: Quem seria?


Regina: Você, não vou te dar cola.


Daniel: Não seria tão malvada - sorriu enquanto tinha o olhar fixo a mim.


Um silêncio se formou assim que as risadas acabaram. Ficamos ali olhando um pro outro, adorava a companhia do Daniel, adorava a amizade dele, mas acima de tudo adorava o poder que ele tinha de fazer tudo mais leve, de me fazer rir sempre. De uns tempos pra cá sinto que ele vem me olhando de forma diferente e eu fico na necessidade diária de encontrá-lo. Não sei se estou misturando as coisas e tenho medo de estar confundindo meus sentimentos, de estar interpretando mal os atos dele e acabar perdendo um amigo.


Regina: Você vai dormir aqui ou prefere dormir com o August?


Daniel: Hmm, dormir com duas gatas ou com o mala sem alça do August? Deixa eu pensar... - olhou pra cima pra pensar.


Regina: Ahh e vou pedir pizza agorinha, mais uma vantagem pra dormir com a gente - sorrio.


Daniel: Acho que vou ficar com vocês então. Pela pizza!! - dou um tapinha no seu ombro.


Saímos do carro e subimos pro apartamento. Assim que entrei vi um bilhete na mesa.


"Amiga, passei pra pegar umas roupas, vou dormir na casa do Sidle hoje, amanhã a gente se vê na facul. Ah!! Quero cola na prova de amanhã, não consegui aprender quase nada, Anatomia não é de Deus!"


Sorrio ao ler - O que seria da Mary e de você sem mim, em? - o questiono.


Daniel aproximou-se - Da Mary eu não sei, mas minha vida não teria ficado tão linda se você não tivesse chegado - cada palavra que o mesmo pronunciara era um passo a mais que ele dava pra perto de mim, perto demais, quase colando nossos corpos. Minha respiração foi acelerando, tenho certeza que ele tá sentindo o meu ar quente - Adoro você Regina - suas mãos tocaram meus cabelos, os afastando delicadamente pra poder tocar o meu pescoço. Eu estava dividindo meu foco entre seus olhos e sua boca. Quando ele veio juntando nossos rostos eu engoli seco e me desviei afastando-me pra pegar o telefone.


Regina: Vou... vou ligar pra pe-pedir a pizza - respiro fundo tentando me controlar. Não deu tempo discar os números, ele tirou o telefone da minha mão, o que me fez engolir seco no mesmo instante que o fitei - Daniel, eu acho melhor a gente não...


Senti sua mão na minha cintura e imediatamente fui sendo puxada - Podemos parar e pedir a pizza ou podemos parar de fingir que não tem nada diferente acontecendo entre nós dois. Eu escolhi ficar no seu apartamento ao invés de ir pra casa, sua vez de escolher entre amizade e amor.


Foi a deixa pra que eu me jogasse em seus braços e escolhesse o amor. Nosso primeiro beijo que foi seguido da nossa primeira vez. Talvez eu tivesse sido apressada, mas nesse dia meu coração e meus instintos me guiaram. Ah! E minha nota no dia seguinte foi a máxima.

Flashback OFF


Dia seguinte...

O velório do Daniel foi um pouco vazio, na verdade dos amigos que ele colecionava apenas o August se fez presente, no mais, apenas a minha família, a Ruby com o Filipe e sim, o Robin veio comigo e a Amélia, apesar de estar claramente contrariado. 

Seguimos pro cemitério, o padre fez o discurso e logo em seguida, Ruby foi com o pequeno Filipe, que tinha uma rosa branca em mãos, e o fez jogar sobre o caixão do pai. 

Apesar de tudo que ele fez, da clara falta de empatia pela Amy, fui fazer o mesmo. Junto com minha pequena aproximei-me da cova, a entreguei a rosa, no mesmo instante ela abriu a boca e tentou comer.


Regina: Não pandinha!! - segurei seu bracinho a impedindo - Joga ali, vai... - guiei sua mão e folguei seus dedinhos pra que soltasse involuntariamente. O inesperado aconteceu, ela se inclinou e começou a chorar por causa da rosa. A segurei e me afastei aos poucos tentando acalmá-la. 


NARRAÇÃO

Amélia insistia em querer a rosa, na verdade era uma mistura de vontade e sono, o que tornava tudo mais complicado para mantê-la silenciosa.

Robin estava sério, enquanto Regina a balançava, ele deu a chupeta e a pegou no colo. Foi a deixa, se sentiu salvo por sua princesinha, finalmente tinha uma grande desculpa pra sair do lugar. Afastou-se do funeral enquanto a balançava e a fazia deitar em seu ombro - Vamos pegar um florzinha só pra você - disse enquanto saia andando pra fora do cemitério.


Depois de tudo finalizado todos foram caminhando pros seus carros. Ruby e Zelena aproximaram-se da morena.


Ruby: Nunca me senti tão leve após sair de um cemitério - disse suspirando e ajeitando a camisa do filho.


Zelena: Eu só vim porque sabia que vocês duas viriam.


Regina: Vocês são péssimas - balançou a cabeça negativamente alternando o olhar entre elas.


Zelena: Vai dizer que não sente um alívio?


Regina: Não me orgulho disso.


Ruby: A única pessoa realmente triste é o August - falou mais baixinho do que já estavam.


Regina: A única pessoa que veio com a sincera dor da perda, né?


Zelena: Era safado feito ele!


Regina: Não, August levava o Daniel pras noitadas, mas o August era solteiro.


Ruby: Pensei que a Mary ia vir.


Regina: Ela me ligou dizendo que tinha uma cirurgia e não teria tempo.


Zelena: O Robin tava puto da vida, né? A cada dele tava denunciando a indiferença.


Regina: Ele não veio de bom grado, mas veio por causa da Amy.


Cora aproximou-se deixando Henry conversando com o Mark - Querida, cadê a Amélia?


Regina: Robin deve ter ido pro carro com ela.


Cora: Vou com você até lá, só assim vejo minha neta - fala num tom de reclamação.


Regina: Culpa sua, ela passa o dia em casa e a senhora tem motorista pra lhe levar lá - cruza os braços.


Cora: A culpa é do seu pai, que vive marcando coisas fora de Seattle - vai logo se livrando da acusação.


Regina: Hm sei, quando sua neta estranhar vocês dois não reclamem.


Chegaram perto dos carros. Robin estava encostado em um deles conversando com filha, quando as mulheres se aproximaram.


Regina: Vamos?


Robin: Vamos, ela tá com sono, mas se recusa a dormir - disse sério.


Amélia se estica para a mãe, mas Cora se interpõe entre as duas - Vem pra vovó querida - a pega no colo, já abraçando - Quando você vai passar uns dias na casa da vovó, em? Seus pais vão ter que viajar pra você ir dormir lá?


Regina: Diga a ela pra vir lhe ver, pandinha. Sua vó reclama, mas não vejo ninguém ir lhe visitar - reclama novamente.


Cora: Amanhã vamos estar em casa, vocês sete podiam ir almoçar conosco - refere-se as famílias das duas filhas.


Robin: Vou trabalhar amanhã o dia inteiro, infelizmente não posso.


Regina: Tenho sessão de quimio.


Cora olha pra Zelena e Ruby - Vocês também tem alguma desculpa?


Zelena: Eu tô liberada.


Ruby: Eu também.


Zelena: Vamos ficar de plantão hoje e amanhã pela manhã estamos livres.


Cora: Ótimo, apareçam então. E vocês dois, apareçam depois de amanhã, sem negações ou desculpas.


Amélia esfrega os olhinhos e se estica pra mãe, que a pega - Tudo bem mamãe. Agora vamos indo, diz ao papai que eu disse xau.


Eles se despedem e voltam pra casa. O caminho inteiro foi embalado no silêncio. Robin ficou batendo com os dedos no volante e não a olhou durante todo o percurso, Regina sabe que ele está furioso e segurando-se pra não dizer o quanto está desgostoso com situação. Chegaram e ela tirou Amélia, que já dormia, da cadeirinha. Assim que entraram o silêncio foi quebrado por um diálogo básico.


Regina: Vou trocar a roupa dela e levá-la pro quarto, traz a bolsa?


Robin: Eu subo já - falou secamente.


Regina: Okay - ignorou e subiu. 


Amy tava toda mole. Regina tirou a roupinha e a menina permaneceu num sono de princesa. A fralda tava cheia de xixi e pra não acordá-la a morena molhou algodões e passou pra limpá-la, seguido de lenços umedecidos. Finalmente sequinha e devidamente arrumada pro cochilo da tarde, a morena colocou ela no berço e cubriu. Assim que Regina virou-se Robin apareceu no quarto trazendo a bolsa. 


O loiro ia por em cima da poltrona quando ela o impediu - Não, vou tirar as coisas de dentro - disse num tom baixo e aproximou-se pra pegar o objeto. Ele a entregou permanecendo em silêncio, virou-se calado, sem nem olhá-la, seguindo até a porta. Regina deu três passinho ligeiros e segurou seu braço - Robin, não faz isso. 


Ele a olha - Isso o que?


Regina: Essa coisa de ficar seco comigo por causa de ciúmes.


Robin: Eu não tô seco com você - ela cruzou os braços e o fitou arqueando as sobrancelhas, dizendo com sua expressão "Jura que não está?" - Eu só não sei porque essa melosidade toda com aquele cara, só porque morreu?! - seu tom era baixo mais cada palavra foi dita com raiva.


Regina: Eu não não estou melosa. Olha, vem cá - o puxa pra sentar no sofá do quarto.


Robin: Eu não vou conversar com você agora e aqui sobre isso - reluta pra não sentar.


Regina: Vai sim, pelo menos aqui vamos ter que falar baixinho. Senta Robin - disse num tom autoritário.


Ele cruzou os braços - Tô bem em pé.


Regina: Eu não estou melosa por causa do Daniel. Fui ao enterro porque, independente de qualquer coisa, ele era o pai da Amélia.


Robin: Eu sei que ele era o pai da Amélia, você faz questão de lembrar disso sempre, apesar de nunca ter assumido a responsabilidade e vir aqui só pra exigir um direito sobre a menina que ele nem deveria ter - continua rabugento.


Regina: Ai meu Deus, Locksley! - o puxou, o fazendo sentar e levando as duas mãos ao seu rosto, pra só assim ele a olhar nos olhos - Para com isso, eu lamento que as coisas tenham terminado assim - começa a gesticular - Não, não queria que o Daniel tivesse morrido, mas sim que tivesse mudado, se tornado pelo menos alguém que possa ser chamado de pai. Mas ele não mudou e provavelmente não ia mudar nunca, então sim, sinto um grande alívio, ele se foi e uma parte daquilo que me deixava angustiada foi junto. Independente de qualquer coisa, se ele estivesse vivo ou não, se você é ou não o pai biológico da Amy, o primeiro homem pra quem ela vai dizer "Eu te amo" vai ser você, porque é você que ela tem como pai, é você quem cuida dela, que ela sente falta, que ela ama - segura o rosto dele novamente - E eu também, eu amo você meu amor. Não tem porque ficar assim, nenhum outro homem nesse mundo vai substituir você nos nossos corações - ele abaixa a guarda aos pouquinhos. Regina sorri e aproxima-se iniciando uma sequência de beijinhos bem lentamente pelo rosto dele - Agora tira essa cara de rabugento - disse e lhe deu um selinho rápido e mais outro e outro... No começo ele não correspondeu permancendo com os lábios paralisados, mas aos poucos foi levando as duas mãos até a cintura dela e finalmente passou a retribuir.


As bocas foram abrindo devagar dando espaço e explicitando o convite para um beijo. Regina foi chegando mais perto e as mãos do loiro desceram discretamente pra bunda dela a puxando pro seu colo. Os toques de reconciliação, por mais mínimo que tenha sido o desentendimento, sempre são os melhores, porque os corações vão se acalmando, a tensão vai passando e os corpos vão relaxando e entregando-se por completo. 

O ar parecia ser infinito, as línguas pareciam detetives e a boca do outro uma cena crime, elas não queriam deixar nada passar, cada cantinho precisava ser investigado. A razão passou a invadir a cabeça da morena quando Robin começou a subir sua blusa. 


Ela segurou as mãos bobinhas dele e sorriu ainda contra seus lábios - Melhor pararmos por aqui - o encarou - Olha ao seu redor, ainda estamos no quarto da Amy, seu safado.


Robin sorriu - Você quem começa e eu que sou safado?


Regina saiu do colo de seu marido e sentou-se ao lado - Vamos pro nosso quarto? - disse com um olhar safado e um sorriso malicioso.


Robin: Regina... não faz isso, não fica me atiçando - levanta se recompondo.


Regina levanta e o abraça por trás - Ué! Não tá com saudades de mim? - morde de leve as costas dele enquanto acaricia abdômen por cima da camisa.


Robin: Tem certeza? - ele queria ter certeza que ela estava confortável, que ela realmente estava com desejo e com o corpo disposto.


Regina: Absoluta - fica na ponta do pé pra dar uma mordidinha na orelha dele.

[Trilha: All of me - John Legend]

Os dois vão caminhando com as mãos entrelaçadas em meio a toque e risadinhas.

Robin fechou a porta e ela o empurrou contra a mesma, as costas dele bateu com um certa força na madeira. A morena o beijou com volúpia, chupava os lábios dele como se estivesse saciando uma vontade de meses, sua língua saboreava cada centímetro da boca do marido como uma chocólatra se lambuza ao alimentar-se de seu vício. Robin segurou na cintura dela e inverteu as posições diminuindo toda aquela intensidade e encostando sua testa a dela. A respiração de Regina estava mais que ofegante, seu busto subia e descia ansiando pelo ar. O loiro aguardou um tempinho e quando os pulmões dela já não reclamavam, retornou a beijá-la, numa trilha que passava pelo pescoço, queixo, seguido por mordidas na orelha e na bochecha.


Robin: Sem pressa Milady - sussurrou. Ele entrelaçou seus dedos aos dela e levantou as duas mãos contra a porta, na altura de sua cabeça, enquanto voltava a beijá-la. 


Regina livrou suas mãos, foi acariciando os ombros dele e cravando suas unhas de leve. Ela foi descendo os toques e por alguns instantes separou as bocas e voltou sua atenção para abrir o cinto e desabotoar a calça, enquanto iam até a cama segurando-o pelo cós. 


As passadas pararam quando ele a puxou pra si, respirou profundamente pertinho da orelha dela, inalando o doce cheiro que a mesma possuía - Tão cheirosa - deslizou uma mão até a bunda, ela levantou uma perna o fazendo segurar firme e a suspender em seus braços.


Regina o olhou fixamente - E tão sua - completou seus atributos.


Robin sorrisou e a levou pra cama. Não havia pressa, todas as preliminares seriam feitas delicadamente, tudo pra que a deixasse ainda mais a vontade. 

Foi a vez dele começar a despi-la, foi logo pela calça, desatando e puxando-a logo em seguida. Segurou firme aquelas pernas torneadas, ficando entre elas e passando a acariciar cada uma, levando suas mãos perto da intimidade dela e voltando para os pés. 

Regina o entrelaçou pela cintura, o fazendo se aproximar mais. Robin passou suas as mãos pela barriga dela em direção aos ombros, puxando e levando junto sua blusa. A morena usava uma lingerie azul royal, que aos olhos dele a deixava ainda mais linda. De todas as cores, Robin adorava vê-la no azul, seja qual fosse o tom, azul parecia a combição perfeita pra tanta beleza que ela já carregava.


Robin: Te olhando assim, eu tenho certeza que azul é a cor mais quente - mordeu o lábio inferior.


Regina: Enxergo todo esse calor quanto olho pra você - retrucou seguindo a linha de sedução, arrancando-lhe um sorrisinho.


Robin começou a passear pelas curvas que tanto amava, usando as pontas dos dedos, arrepiando cada pedacinho de sua mulher. A morena roçou a perna no corpo dele e tentou usar os pés pra levantar a camisa do marido. Ela parecia estar com pressa, calculando mal os limites do próprio corpo que, apesar de todo o calor do momento, não estava cem por cento vitalizado. Robin tirou a camisa ainda de joelhos enquanto a olhava deitada, toda entregue a ele. A fez sentar em seu colo e começou a beijá-la enquanto suas mãos acariciava as costas dela subindo até fecho do sutiã, o abrindo e jogando-o pra longe. 

Regina envolveu o seu pescoço num abraço, selando as bocas e colando os corpos. Seus seios ficaram contra o peitoral dele, pele com pele, grudados como dois ímãs. 

Ele pos uma mão nas costas dela, apoiando o peso pra deitá-la sem afastar-se. O loiro passou a beijar, chupar e morder todo a extensão daquele corpo perfeito a sua frente. Regina até ia se mover mas quando sentiu os lábios descendo por sua barriga ela relaxou, jogando a cabeça pra trás. A última peça a ser retirada era a calcinha de renda, que ele arrastou enquanto apalpava todo o caminho da bunda até os pés, logo ela se juntou as demais roupas no chão daquele quarto. 

Robin se fez sobre ela e enquanto a beijava, a invadiu devagar sem desfocar em cada reação de sua amada. Regina franziu a testa discretamente e soltou um gemido baixo expressando um claro desforto inicial, que não deixou de ser notado pelo marido.


Robin: Tá tudo bem? - perguntou a olhando nos olhos.


Ela respirou fundo - Tá sim.


Robin delicamente beijou seu pescoço - Qualquer coisa que sentir, me avisa, tudo bem? - sussurrou.


Regina: Tudo bem - sorriu de canto.


Os movimentos foram lentos, como se estivessem seguindo o toque de uma música calma, num ritmo delicado, sincronizado, sem pressa, mas também tão maravilhoso como sempre fora. Ele gradativamente foi intesificando, sem exageros, com toda a delicadeza que o momento pedia. Quando ambos atingiram o prazer Robin deitou ao lado dela esperando que a mesma tomasse fôlego.


Regina: Eu te amo, sabia? - virou-se pra ele com um sorriso no rosto, enquanto puxava o lençol pra se cubrir.


Robin ergueu a cabeça apoiando-a em sua mão pra olhá-la melhor - Sabia sim, impossível não me amar - brincou levando um tapinha no mesmo instante. Ele tirou alguns fios que caíam pelo rosto dela - Também amo você, cada cantinho, cada atributo e cada defeito - aproximou-se pra beijá-la, mas foi impedido com uma mão em seu peitoral.


Regina: Como assim cada defeito? - arqueou a sobrancelha - Eu tenho defeitos? Que mentira!


Robin gargalhou baixinho - Bem, convencida pode ser um deles, não é? - brinca, mas o sorriso de piada logo dá lugar a um sorriso de admiração. Ele começa a acariciar o rosto dela, passa o polegar pela cicatriz, enquanto vai analisando-a por completo - Amo cada detalhe seu, cada imperfeição que te faz ser tão perfeita.


Os castanhos brilhavam com o pouco de luz que invadia o quarto. Os lábios de Regina expressaram a felicidade de ouvir aquelas palavras e seus olhos retribuiram todo o amor que lhe foi demonstrado. 


Regina: Te conhecer foi como achar uma plantinha no meio de uma floresta devastada. Agora eu sei o que é falar "Eu te amo" e sentir o coração cheio de sinceridade, sei o que é ter alguém por mim e viver por alguém. Agora eu entendo porque algumas coisas não deram certo, eu precisava te encontrar, precisava te ter comigo, precisava ser sua. Sei que eu as vezes fraquejo, que cheguei a desisti de mim mesma, mas vou continuar tentando, não quero me perder de você nunca. Era o nosso destino e se houver outras vidas, quero passar todas elas te encontrando, me apaixonando e te amando sempre.


Robin ouviu cada palavra atenciosamente. Uma declaração feita de alma e coração e selada com um beijo cheio de amor. Ele sorriu - Vem cá - a chamou pra deitar em um de seus braços. Assim ela fez, aconchegou-se em seu ombro e recebeu um beijo na testa seguido de cafuné.


Regina quebrou o silêncio - Maridinho? - levantou a cabeça pra encará-lo.


Robin: Oi... - abriu os olhos assim que a respondeu.


Regina: Eu vou dormir agora, tá?


Robin: Okay, maridinha. Pode dormir, quando você dormir eu vou ficar te admirando mais um pouquinho, até pegar no sono também, combinado?


Regina sorriu - Combinado - deu um selinho nele - Boa noite.


Robin: Boa noite, milady - a fez deitar em si novamente e cumpriu o trato, velou por seu sono até que seus olhos decidiram descansar da realidade e continuar amando-a nos sonhos.


Amanhece...

REGINA

Acordei com uns barulhos vindos do corredor. Fui logo passando uma mão no outro lado da cama e percebo que estava vazio. Abro os olhos preguiçosamente - Robin? - sento pra calçar as sandálias e procurá-lo pelo quarto - Robin? - nem precisei levantar, havia um bilhete no meu criado mudo.


"Bom dia meu amor! Precisei sair bem cedo e não quis te acordar. Te vejo no hospital.

Bjos, te amo!

Ass: O homem da sua vida"


Existe alguém mais lindo e convencido que o meu marido? 

Abro um sorrisinho bobo e levanto pra tomar meu banho, escovar os dentes... Assim que me arrumei, escuto de novo o barulho no corredor, seguido de um gritinho e algumas reclamações, resolvo ir ver. Era o Roland tentando fechar a porta de seu quarto e a Amélia querendo entrar.


Roland: Amélia, eu preciso trocar de roupa, sai!!! - reclama e ela começa a chorar por não conseguir entrar.


Vou até a mocinha - Hey, pode sair dai! Vem logo.


Amélia: Ôand mamai!! - ela bate forte na porta.


Regina: Amélia, vem agora! - não ia buscá-la, ela tem que obedecer sem precisar ser à força - Pode fechar a porta Roland - ele fecha e ela abre o escândalo, fazendo aquilo que tenho como o limite, jogar-se no chão.


Louise apareceu saindo do quartinho dela - Fui buscar a chupeta, única forma dela acalmar - ia acalentá-la.


Aproximei-me - Nada de chupeta Louise, ela tem que parar com isso - me agacho e a faço ficar de pé.


Amélia: Quato mamai!! - bate na porta novamente com raiva.


Regina: Nada de quarto - a coloco no braço pra descermos e ela começa a se esticar pra poder voltar - Amélia, vai você ficar de castigo! - falo séria, mas nada pareceu adiantar, chegamos à sala e ela continua a insistir no choro - Okay - a coloco no quadradinho da sala e retiro todos os brinquedos - Vai ficar ai de castigo - nesse instante o volume do choro aumentou, uma birra infinita, se jogou no colchão e abriu a gritaria. Passei pra cozinha tentando mostrar estar ignorando e disse pra Louise fazer o mesmo. Tomei rápido um copo de suco e ela ainda chorava chamando "mamãe", voltei pra sala uns dois minutinhos depois. A vi segurando na grade do quadrado com o rostinho molhado e o choro começando a cessar, me aproximei e dei a chupeta. Já haviam se passado 3 minutos, então a retirei - Se chorar de novo a mamãe coloca de castigo - disse apontando pro novo cantinho da repreensão. Ela me olhou, esfregou os olhinhos me encarando com a expressão mais fofa e impossível de resistir, deitando em meu ombro logo em seguida. 


Roland desceu as pressas, me levantei com ela e fui até ele - Pegou o dinheiro pro lanche?


Roland: Peguei sim...


Segurei seu rosto e dei-lhe um beijinho na bochecha - Tenha um bom dia.


Roland: Xau Gina e xau Ameliazinha - deu um beijinho na irmã, que permanecia deitadinha e quieta em meus braços.


Santo remédio foi esse castigo, ela permaneceu obediente e sem autoritarismo a manhã e o comecinho da tarde inteira. Ficamos grudadas, pra onde eu ia ela vinha atrás, chegou a ser engraçado como o quadrado foi a solução. Precisava me arrumar, minha sessão era as 15h e o relógio já marcava 14h25. 

Louise estava passando as roupinhas, Olga preparando o jantar, Roland fazendo lição e todo mundo se encubiu de dar uma olhada na bebezinha da casa. Subi pra tomar banho e me trocar, assim que desci novamente já eram 14h48 e escutei um "Ai meu Deus, Amélia!" vindo da cozinha. Fui até lá e a cena era cômica, ela tinha derramado o pote farinha de trigo e pego a caixa de biscoitos, que provavelmente o Roland havia deixado na mesa. Tudo numa questão de 4 minutos, tempo em que a Olga se ausentou da cozinha.


Ela me viu e sorriu vindo na minha direção - Mamai! - mostrou as mãozinhas todas brancas, aliás ela estava toda branca, coberta de farinha.


Eu devia ter me controlado? Devia, mas foi inevitável, acabei rindo - Você não tem jeito mesmo, né? - agacho-me e ela se aproxima. Enfiou os quatro dedinhos na boca e começou a chupar - Tá gostoso?


Amélia: Ôtoso - sorriu e veio colocar a outra mão na minha boca pra que eu provasse.


Regina: Mamãe não quer, pode comer tudinho - não adiantou negar, porque ela insistiu colocando o indicador nos meus lábios - Okay! - provei na pontinha do dedinho e mordi bem de leve, o que a fez puxar a mão e sorrir sapeca.


Louise apreceu - Bom, vou levar a mocinha pra um banho.


Regina: Faz isso por favor, preciso ir se não vou me atrasar.


Louise a pegou no colo - Vamos lá seu pitoquinho danado! Dá xau pra mamãe!


Acenei um xau pra ela e mandei beijo. Recebi um xauzinho e um beijinho estalado no ar. Despedir-me do Roland e peguei um táxi rumo ao hospital. Robin com certeza estava na emergência, mandei uma mensagem avisando que já havia chegado e segui pra sala da quimio. Havia algumas mulheres lá, as mesmas de sempre, as cumprimentei com um "Boa tarde", como de costume, e me sentei esperando pelo médico, que logo apareceu. Ele colocou a medicação e saiu. Peguei uma revista e comecei a folhear pra passar o tempo, nada de diferente.


XXX: Oi... - chamou-me. Era uma mulher loira, de cabelos bem curtinhos.


Regina: Oi - sorri educadamente.


XXX: Você vem aqui há algumas semanas e ainda não sabemos seu nome - olhou pras demais, que com certeza tinham a mesma dúvida.


Regina: Ah, desculpem. Me chamo Regina.


XXX: Prazer Regina, me chamo Ellis, Ellis Grey. Aquela ali é a Roni - a moça de olhos escuros e com um lenço rosa na cabeça acena - Aquela é a Sara - apontou pra morena de olhos claros - E a baixinha ali é a Max.


Max: Oi!!


Regina: É ótimo conhecê-las. Me desculpem novamente por não falar, acho que é tudo meio complicado, venho aqui e torço pra que acabe o mais rápido possível.


Sara: A gente entende... qual o seu tipo de câncer?


Regina: Cerebral...


Max: O meu é no estômago.


Roni: Leucemia.


Ellis: O meu é de mama.


Sara: Útero.


Elas falavam com uma grande naturalidade, parecíamos estar no clube do livro.


Ellis: É casada?


Regina: Sim - abri um sorriso - E tenho dois filhos. Bom, um é meu enteado, mas não deixa de ser meu filho.


Roni: Pelo seu rostinho de novinha eles devem ser pequenos...


Regina: Sim, o menino tem nove e a menina 1 ano e 11 meses. Obrigada pelo elogio.


Ellis: Tem foto?


Pego meu celular e mostro uma foto da Amélia com o Roland. 


Ellis: Meu Deus eles são lindos! - mostra pras outras.


Um enfermeiro aparece e elas olham pra Sara e sorriem, fico sem entender a reação. Quando ele saiu os comentários começaram.


Max: E ai Sara? Já pediu o telefone?! - brincou.


Ellis: Vocês precisam ser mais rápidas! - aconselhou.


Resolvi me incluir na conversa - Estão flertando?


Sara: Não...


Roni a interrompe - Ela é do tipo que ama em silêncio.


Regina: Olha, ele é solteiro.


Ellis: Olha aí Sarinha!! Agarra o bofe - sorriu da reação - Vou esperar aparecer mais algum doutor bonitão, te ensinar como se faz.


NARRAÇÃO

Um certo cirurgião, loiro e de olhos azuis surgiu na sala no instante que ela terminou de falar.


Ellis: Ui, é agora.


Regina apenas sorriu da situação e esperou pra ver no que ia dar. Robin se aproximou olhando em sua direção.


Ellis: Doutor - chamou baixinho como se estivesse precisando de ajuda, fazendo Regina segurar a risada.


Robin voltou-se pra mulher mais velha - Algum problema? - perguntou prestativo e se aproximando.


Ellis: Eu não sei, a entrada da agulha está coçando - esticou os braços.


Ele pegou uma luva nova dentro do bolso e colocou - Deixa eu ver - pegou o braço e começou a retirar o esparadrapo que segurava.


Ellis: Agora que percebi, seus olhos são lindos, doutor...? - fez um ar interrogativo pra saber o nome do gato a sua frente.


Robin: Locksley - sorriu meio sem jeito com a cantada.


Ellis: Casado? Solteiro?


Robin: Casado - Regina observava com uma sorrisinho no rosto e as demais olhavam a cena atentamente, impressionadas com a amiga.


Ellis: Nossa que chato! Mas com tanta beleza assim me diga que pelo menos é do tipo que dá chances pra outras...


Max: Ai meu Deus - falou baixinho, ainda incrédula.


Robin: Ahh, não - fica meio vermelho - Sou casado e muito bem casado - recoloca o esparadrapo - E não está irritado.


Ellis olha pra agulha - Acho que parou de coçar. E ainda bem que coçou, assim pude ver você de pertinho.


Robin sorriu novamente, não sabia muito o que fazer naquela situação - Mais alguma coisa?


Ellis: Depende, você quer mais alguma coisa?


Robin: Ahhh... eu acho que não - continuou vermelho.


Roni: Doutor, pode deixá-la ai, isso é uma tarada, ela tá ótima.


Ellis: Cala a boca Roni! Eu só estava brincando querido, mas se você quiser levar a sério fique a vontade - soltou mais uma.


Robin: Okay - afastou-se e foi até Regina, que o olhava enquanto ria dele. Abaixou-se um pouco e a cumprimentou com um selinho - Como está se sentindo a paciente mais linda desse hospital? - perguntou num tom baixo e puxando um banquinho pra sentar perto dela.


Ellis: Não acredito!!


Max: Eita Cath, dessa vez você foi flagrada.


Ellis: É ele o seu marido? - Regina acenou positivamente com a cabeça, deixando a mulher vermelha - Ai meu senhor, mil desculpas.


Sara: Alivia não, Regina! - atiçou a brincadeira.


Robin olhou pra esposa esperando pela resposta.


Regina gargalhou baixinho - Relaxa, Ellis. Ele até que se comportou bem! - tocou no braço do loiro.


Elas ficaram conversando mais um pouquinho, até que os medicamentos foram acabando e foram se despedindo.


Ellis ficou até que o de Regina terminasse, aproveitou pra saber mais sobre a nova amiga e o marido bonitão. Questionou se Regina já estava sentindo os efeitos da quimio e a morena explicou quais já haviam atacado e focou explicitamente o quanto a queda do cabelo é aquilo que mais lhe atinge. Foi ai que Grey, que é mais experiente, pois é segunda vez que enfrenta a doença, resolveu aconselhá-la - Já pensou em cortar o cabelo curtinho? Porque ai você meio que ia se adaptando melhor a não tê-lo pelo curto período de tempo.


Regina: Bom, alguns médicos aconselham isso, mas... - olhou pro Robin tentando pedir a opinião dele no assunto - Eu não sei - voltou-se novamente pra Ellis.


Ellis: Deveria cortar. Bom, o meu já está devidamente cortado, sofri muito na primeira vez e quando soube da reincidência, a primeira coisa que fiz foi cortá-lo.


Finalmente a sessão dela terminou e eles se despediram. Robin pegou sua bolsa e seguiu com ela pro estacionamento, assim que entraram no carro o assunto voltou. 


Regina virou-se pra perguntá-lo - Amor, o que você acha se... se eu cortasse o meu cabelo?


Robin: Acho que vai ficar linda do mesmo jeito. E se vai te ajudar a enfrentar com mais leveza esse efeito colateral, acho que deveria fazer.


Regina: Eu quero fazer... talvez seja melhor.


Robin: A gente pode passar num salão agora, se você quiser.


Regina morde o lábio inferior, fazendo uma expressão pensativa por alguns segundos - Então vamos! - afirmou não muito empolgada, mas era o que ela queria.


Eles seguiram pra um salão que ficava a 3 quarteirões do hospital. Foram atendidos e ela explicou que queria algo extremamente curto e disse o motivo. 

Sentou-se na cadeira e respirou fundo, não era só por causa do cabelo, mas o que isso representava, sabe que as coisas só estão começando e que cada dia mais o tratamento tende a ser mais difícil e tem o lado da aparência, tinha medo de ficar feia, das pessoas lhe olharem na rua quando estivesse totalmente careca. 


Robin viu o quão nervosa ela estava, aproximou-se e deu-lhe um beijinho na bochecha - Tá tudo bem, okay?


Ela assentiu com a cabeça e ele sentou nas cadeiras que ficam atrás pra esperá-la. Foi algo decido rapidamente, mas não era por impulso, afinal, tudo está acontecendo rapidamente. A moça começou a cortar os fios e cada tesourada era acompanhada por um suspiro. Ela fez uma nuca totalmente batida e na frente uma franja curta, todo o volume foi retirado (Segue o link da foto nas notas finais). Depois de alguns minutos estava finalizado, ela retirou o avental e assim que levantou Robin aproximou-se. 


Cabeleleira: Gostou?


Regina passou a mão no cabelo, estranhando totalmente, afinal agora pouco seu cabelo estava um pouco abaixo da altura dos ombros - Acho que, que sim - respondeu e deu um sorrisinho rápido pra moça. Robin esperou que ela tivesse o momento de perceber a sua própria mudança, pra só assim tocar sua cintura por trás - O que achou? - perguntou-lhe com um certo receio.


Robin: Tá diferente, mas continua maravilhosa - a abraçou e deu beijinho e uma mordidinha na orelha logo em seguida - Agora vamos? Pras crianças verem a gata que a mãe deles ficou?


Regina ficou de frente pra ele - Jura que tá sendo sincero?


Robin a olhou no fundo dos olhos segurando o seu rosto com as duas mãos - Você é linda e sempre vai estar linda. E sim, eu gostei do corte.


Regina: Mas prefere meu cabelo comprido, não é? 


Robin: Sim, gosto dele mais comprido - respondeu sincero - Mas é só uma questão te tempo pra ele crescer de novo e você decide se quer deixá-lo longo, médio, curto... Pra mim vai continuar a mulher mais linda do mundo.


Ela sorriu e lhe deu um selinho - Vamos!


Seguiram abraçados até o carro e foram pra casa. Assim que chegaram foram direto pra sala, de onde vinha um barulho de Tv. 


Roland olhou pra trás - Ahhhh - ficou boquiaberto ao vê-la diferente - Gina!! Você cortou o cabelo!


Ela aproximou-se do garoto e sentou ao seu lado - O que você achou? - perguntou no mesmo tom animado dele.


Roland passou a mão nos fios - Achei dahora! Ficou linda! - disse com toda fofura do mundo.


Amélia que já estava no colo do Robin, ficou séria analizando a mãe. O loiro sentou com ela ao lado de Regina. A menina olhou pro rosto da mãe e depois pro cabelo, olhou pro pai e voltou pra mãe, como se estivesse comparando e perguntando "Alguém pode me explicar o que aconteceu?".


Regina: É a mamãe amor... - a chamou pro seu colo e ela foi. A menina usou as pontinhas dos dedos pra tocar no cabelo e logo em seguida ficou em pé entre as pernas da morena e puxou a cabeça dela, querendo ver e tocar como estava na parte de trás. 


Depois de todos os comentários de surpresa. Regina subiu com a Amélia pra poder colocá-la pra dormir, já eram 19h e a menina já estava ficando chatinha, sem contar que a morena também estava bastante cansada. Ela tomou banho com filha na banheira, as duas saíram enroladinhas, trocaram de roupa e se aconchegaram na cama do casal.

Robin e Roland continuaram na sala, o loiro explicou pro garoto parte do que estava acontecendo e o que ainda iria acontecer com a Regina, de forma simples. Roland entendeu tudo e disse "Ah papai, mas a Gina vai continuar linda do mesmo jeito, né? E depois vai crescer tudo de novo", Robin sorriu e ficou contente em perceber tanta maturidade no pequeno.


Robin: Agora vamos subir? Nossas meninas devem estar aconchegadas na cama - levantou e foi seguindo com ele até o quarto.


Roland: Vou dormir com vocês hoje?


Robin: Se quiser, sim!


Roland: Okay, eu quero! 


Robin sorriu e eles entraram. As mocinhas estavam assistindo um clássico disney, Branca de neve. Roland, que já estava de pijama, deitou ao lado de Regina.


Ela o abraçou de ladinho - Eba! Vai todo mundo dormir juntinho hoje! - apertou os dois.


Robin: Quero esse abraço também, ia se deitar e ela o impede usando os pés.


Regina: Banho primeiro seu moço! Vai, vai!


Roland: Hahaha! Pode ir papai!


Ele resolveu obedecer a ordem. Tomou banho, trocou-se e esparramou-se na cama com a família. A noite terminou cheia de risadas e brincadeiras até que todos pegaram no sono.


18 dias depois...

REGINA

As investigações haviam sido concluídas, o delegado marcou uma hora hoje pra nos explicar todo o andamento. Apesar de eu ter explicado que não tínhamos mais um vínculo, ele disse que era algo muito importante. Enfim, Robin só vai trabalhar mais tarde e vamos agora pela manhã ao departamento de polícia. 


Robin: Vou atacar você!!! - disse fazendo uma voz bem grossa ameaçando chegar perto da Amélia, que sorriu sapeca.


Regina: Vamos, amor?


Robin: Ahhhh - a pegou no colo e fez cócegas na barriga dela se jogando no sofá. A danada caía na risada. Ele levantou, segurou os dois pés dela e a suspendeu, a deixando de cabeça pra baixo e deixando meu coração aflito.


Regina: Robin!! Para com isso, coloca ela no sofá! - aproximo-me, mas parece que eu estava falando com as paredes.


Robin: Agora balancinho!! - começou a balançá-la devagar de um lado pro outro. E lógico que ela tava adorando aquele fogo todo.


Regina: Okay, já chega!! - a levanto, pegando-a no colo.


Robin: Ahhhh não mamãe!!! - resmungou - Filha, diz pra mamãe ser menos estressada!


Regina: Ha...ha...ha... - mostro a língua pra ele - Diz pro papai parar de ser sem noção!! - Amélia coloca a língua pra fora tentando me imitar - Ai meu Deus!! Amélia Mills-Colter não pode repetir tudo que os outros fazem, filha! - a repreendo num tom brincalhão e ela sorri começando a fazer besouro - Amor, vamos logo, se não vamos nos atrasar. Cadê a Louise?


Robin: Foi fazer suquinho de laranja pra ela.


Amélia: Aanja! - bateu palmas.


Robin: Parabéns pra você! Nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! - começou a cantar e eu a agitá-la no meu braço seguindo o ritmo e cantando junto.


Amélia: Êêêêê!! - bateu mais algumas palminhas.


Louise apareceu na sala com a mamadeira cheia de suco e a safadinha, assim que viu o que a moça trazia, se esticou pra sair dos meus braços - Mas olha só, estou sendo trocada por suco de laranja - a coloco no chão e ela apressa os passinhos pra pegar mamadeira. 


Louise: Vem, vamos tomar tudinho - segura a mãozinha pra sentá-la no sofá, mas como esperado ela quer tomar em pé. Então a loira a entrega, ela tira a tampa e começa a tomar.


Acabo sorrindo - Meu Deus, não tem jeito mesmo - me viro pra Robin - Vamos?


Robin: Vamos, xau princesinha.


Regina: Xau pandinha!


Ela veio andando em nossa direção e enquanto suspendia a mamadeira. Tirou o bico da boca e quando chegou pertinho segurou meu vestido e o puxou, ficando na pontinha do pé - Mamai!


Agachei-me - O que foi amor? - virou o meu rosto e deu um beijinho estalado na minha bochecha e lógico que morri de amores. Existe coisa mais fofa que a minha filha? Não, não existe. Retribui seu beijo e ela seguiu pra fazer a mesma coisa com o pai.


Voltou a tomar o suco sentando no sofá e pedindo "O Rei Leão"... Hahaha nossa deixa pra ir embora. 

O caminho foi rápido e o assunto foram as crianças, o aniversário da Amélia estava próximo e íamos fazer um bolinho, no do Roland ele disse que queria pizza e que não queria festa, preferia ganhar um daqueles mini carros com motor, assim fizemos, mas não deixo ele ficar andando por ai, só usa quando o pai está por perto.

Lógico que aproveitei o assunto e puxei pra reclamar sobre o excesso de mimo que ele dá pra Amy, deixei claro que precisamos parar de fazer tudo que ela quer, porque ela é pequena demais pra ser ditadora, mas como sempre ele disse "Eu não mimo a Amélia" e fica tudo por isso mesmo. 

Enfim chegamos ao Departamento Policial. O delegado já nos aguardava em sua sala e um oficial nos acompanhou até lá.


OutlawQueen: Bom dia delegado - o cumprimentamos.


Ele levantou - Bom dia Senhor e senhora Locksley - apertamos as mãos e depois o mesmo nos convidou a sentar.


Delegado Brass - Bom, eu vou ser bem direto ao assunto. Como desconfiávamos desde o início, comprovamos que a morte do Dr. Daniel foi resultado de uma vingança antiga.


Regina: Delegado, eu sei que o senhor queria nos deixar a par de tudo, mas sem querer ofender, a morte do Daniel realmente é algo que não nos diz respeito. Ele me fez muito mal e...


Brass me interrompe - Eu sei, a senhora explicou a relação complicada que existia entre vocês, apesar da filha. Mas é que algo ressurgiu no meio da história desse caso. Encontramos digitais no local do crime, elas pertencem a Ronald Garcia - ele pos a foto do homem em cima da mesa pra vermos - Ele faz parte do tráfico de drogas em Seattle e ao ser pego concordou em cooperar. Bom, na verdade ele abriu a boca por raiva de seu chefe - ainda não estava entendendo onde tudo isso ia chegar, mas resolvi escutar - A história do Daniel com eles tem um pouco mais de dois anos, tudo iniciou quando o Dr. Colter abusou sexualmente da filha do chefe do tráfico - o Daniel é um canalha, infelizmente isso não me impacta da maneira que deveria - E é exatamente esse início que veio à tona novamente. Na época do caso do acidente de seu filho - sinto meu corpo estremecer ao ouví-lo tocar nesse assunto, engulo seco e continuo a ouvir atentamente - Não havia provas que nos levassem ao culpado, as pessoas no local alegaram terem visto a van preta que colidiu ao carro do Dr. Colter, mas não havia placa e dias depois a van foi encontrada totalmente queimada e assim, todas as provas se foram. Mas o Ronald Garcia confirmou que a autoria desse acidente foi a mando do chefe do tráfico de Seattle, o objetivo era matar o Daniel, mas infelizmente... desde então após a moça saber da morte de seu filho, pediu que o pai desistisse da vingança, Daniel passou a pagar altas quantias como uma forma de castigo imposto por eles. Mas ao que foi relatado ele não tinha mais o dinheiro e foi enfrentar o chefe, o que resultou na sua morte.


Parei de assimilar as palavras dele assim que terminou de dizer "O obejtivo era matar o Daniel"... sinto que as lágrimas estão se formando nos meus olhos, não consigo acreditar que até depois da morte ele conseguiu me ferir mais uma vez, trazendo a verdade à tona e fazendo a culpa nas minhas costas ficar ainda maior por ter deixado meu filho sob os cuidados de um irresponsável, psicopata e estuprador. Sinto toda a dor retornando ao meu peito de maneira absurda, ele tinha tanta coisa pra viver, tantas coisas a descobrir e tudo foi interrompido por consequência de um ato tão imundo, praticado pelo próprio pai, pai esse que eu o dei. Acima de qualquer culpa que sinto, está a saudade e os "Se" nos momentos felizes da minha vida (Como seria SE ele estivesse aqui?).


NARRAÇÃO

Robin a olhou e percebeu a tensão e a necessidade que ela estava de chorar, tudo só iria passar quando eles saíssem dali. Então, resolveu finalizar a conversar e a visita a delegacia - Espero que a justiça seja feita e que o homem responsável pelo acidente há dois anos atrás seja condenado. Obrigado por ter investigado tudo e resolvido - disse levantando e apertando a mão do delegado - Tenha um bom dia - sorriu rápido e educado - Vem amor - segurou os braços dela ajudando-a a levantar. Ela o olhou fixamente e permaneceu calada, bom, sua boca não proferiu nada, mas seus olhos estavam perdidos num desespero. A tirou o mais rápido que pode do local. Eles entraram no carro e antes de dar a partida ele virou-se pra ela - Quer conversar? - perguntou num tom delicado.


Ela abaixou a cabeça e o respondeu - Não - saiu quase inaudível.


Robin resolveu não insistir, ia ficar ao lado dela até que resolvesse expressar o que estava sentindo. Deu partida e seguiu de volta pra casa. Um silêncio mórbido os acompanhara durante o percuso, estavam na metade, ele a olhara de canto e viu seu rosto sendo molhado por algumas lágrimas silenciosas, deixou uma mão ao volante e usou a outra pra acariciar as bochechas dela, descendo para o braço até chegar na mão, onde ele segurou firme enquanto entreolhava a direção e ela. 

Regina apertou mais sua mão e nessa hora todo o choro que insistiu em segurar foi colocado pra fora e ela desabou. Robin soltou rapidamente as mãos pra ater-se ao volante e estacionar nas vagas da calçada. Assim que o veículo parou, ele destravou seu cinto de segurança e voltou-se totalmente pra ela.


Robin: Hey, hey! Shhhh, não fica assim - destravou o cinto dela e a abraçou acariciando seus cabelos.


Regina: A culpa foi minha - disse em meio à soluços.


Robin: Você não teve culpa de nada, o único culpado foi o Daniel.


Ela desfez o abraço pra encará-lo desesperamente - Eu o deixei na mão dele, deixei meu filho na mão de uma psicopata - as lágrimas escorriam e seus olhos estavam vermelhos mostrando toda a dor e desespero de seu coração - A culpa foi minha, eu deveria tê-lo protegido, porque é o que as mães fazem, mas ao invés disso eu deixei ele ir. Ele foi um efeito colateral de tudo isso, ele pagou com a vida a consequência do ato sujo de um homem que... que não merecia sequer tocá-lo. Ele deveria estar aqui, estar crescendo, deveria ter ganhado um cachorrinho, aprendido a ler e a andar de bicicleta, se formar numa faculdade, eu queria poder ter tido ciúmes dele quando trouxesse a primeira namorada em casa e... chorar ao vê-lo casando - respirou fundo numa tentativa falha de tomar fôlego - Eu queria poder escutar ele falar "Eu te amo mamãe" só mais uma vez, queria poder vê-lo na porta da cozinha com a chupeta na boca e... - ela fechou os olhos como se estivesse imaginando a cena - E vindo até mim pra dizer "Bom dia" - encarou o marido profundamente - Eu sinto tanta falta dele Robin... - sua última frase foi dita quase que pausadamente por causa do choro intenso.


Robin a esperou dizer tudo que queria e que sentia pra poder abraçá-la novamente - Eu sei que dói, sei que a saudade que sente dele é gritante, mas você não pode se culpar por algo que não sabia que estava acontecendo. Se soubesse de tudo que o Daniel fez e com as pessoas que ele se envolveu, teria tido a oportunidade de impedir, mas não sabia e essa oportunidade não existiu, então a culpa NÃO É SUA - seus olhos já estavam vermelhos, seu rosto já estava molhado e seu choro embalava suas palavras enquanto ele a trazia ainda mais pra si acariciando os fios escuros - Essa dor de responsabilidade pela tragédia que aconteceu, não deve existir no seu coração, você foi a melhor mãe que ele poderia ter tido e é a melhor mãe do mundo pros nossos filhos. Sei que essa saudade vai estar sempre presente, nada nem ninguém vai preencher esse espaço que ele ocupa dentro de você, mas essa ferida que dói tanto, vai cicatrizar e todos esses sentimentos de perda vão passar a ficar a suportáveis e você vai seguir bem, dentro do seu possível, vai entender que ele está num lugar maravilhoso, que ele está bem. Vai encontrar a paz que precisa e eu vou estar ao seu lado, te ajudando a suturar esse corte no seu coração - depositou um beijou na testa dela e desfez o abraço usando as duas mãos pra segurar o rosto dela - Vai passar, okay?


Regina afirmou com a cabeça e respirou fundo, seu peito arfou e e esvaziou com um certo tremido, enquanto o choro cessava devagar. Ele aproximou seu rosto ao dela e deu-lhe um selinho demorado.


Regina: Eu te amo - disse num sussurro meio rouco.


Robin: Eu também amo você - beijou-lhe na pontinha do nariz e esticou-se pra pegar o cinto de segurança pra ela - Agora vamos pra casa - atacou, deu-lhe um beijinho na bochecha e encostou-se no seu banco, puxando seu cinto e voltando a ligar o carro rumo pra casa.


Dentro de tudo que acontecera e toda a angústia que foi remexida, ela precisava ser amada, sentir-se leve e foi isso que ele resolveu fazer. O trabalho fora esquecido e dedicou o resto do dia exclusivamente para fazê-la se sentir melhor. Desde o banho à comida, do beijo ao cafuné, tudo pra que se coração voltasse a ficar forte, que o corpo relaxasse e que a alma encontrasse um pouquinho de calma dentro desse turbilhão de emoções.


10 dias depois...

(22 de dezembro)

A casa já estava enfeitada pra espera do natal, mas hoje o dia era exclusivamente pra comemorar outra data importante, a pequena Amélia está completando 2 aninhos. Todos estavam bem animados, assim como foi no ano passado, vão comemorar com uma festinha apenas pra família e amigos.

Olga e Louise estavam na sala, estava quase tudo pronto, o bolo seria por conta do Robin. Tudo preparado, mas havia uma coisa errada, Regina passou o dia trancada no quarto, só deu sinal de vida porque depois das 11 horas Olga resolveu ir chamá-la pra comer, a mesma recusou. 

O dia estava sendo péssimo, desde a conversa com o delegado ela teve uma nova recaída depressiva e a cama tornou-se sua melhor amiga. Justo hoje ela está mais que decidida a não descer, veio martelando na cabeça que o quanto mais longe ficasse da família, menos mal faria a eles.


Robin chegou um pouco mais cedo, às 16h, com o bolo. Como saiu bem cedinho ainda não tinha desejado feliz aniversário pra filha, deu boa tarde aos presentes, beijou o Roland e agachou pra falar com a Amélia - Cadê a princesinha mais linda do papai? - abriu os braços som um sorrisão estampado no rosto. A menina o retribuiu fazendo fogo e o agarrando num abraço, ele levantou com ela no colo - Parabéns meu amorzinho!! - a beijou. Amy começou a bater palminhas, alertando que queria ouvir a musiquinha antecipadamente.


Roland: Ai meu Deus!!! Ela passou o dia querendo que todo mundo cantasse parabéns - passou a mão no rosto revirando os olhos - Amelinha, a gente canta quando estiver todo mundo, combinado?


Amélia: Aado(combinado) - repetiu e logo sua atenção voltou-se pra barba do loiro, com o indicador ficou tocando nos pelos como se estivesse tentando furar a pontinha do dedo. 


Robin olhou ao seu redor procurando pela esposa - Filho, cadê a Regina?


Roland: Acho que ela tá dormindo, papai. Olga disse pra mim que ela tava com muito sono, mas é mentira, a Gina tá triste e a Olga só me disse isso porque sou criança e todo mundo acha que não entendo as coisas, mas você sabe que eu entendo tudo, né papai?


Robin sorriu pela pergunta final - Sei sim filho, eu vou... - a campainha o interrompeu, colocou a Amélia no chão e foi atender a porta.


Eram os Mills - Boa tarde! - eles se cumprimentaram.


Robin: Bom, já que os avós chegaram eu vou subir pra chamar a mãe.


Henry: Okay, pode subir que cuidamos dos nossos netinhos - era lindo como eles se aceitavam e se consideravam independente de laços sanguíneos.


O loiro subiu até o quarto. Regina estava deitada, assim que ouviu o barulho da porta fechou os olhos, numa tentativa de não ter que conversar. 


Ele se aproximou a olhando naquele teatrinho - Sei que está acordada - cruzou os braços esperando que ela respondesse.


Regina abriu os olhos - Estou cansada.


Robin: Não, você não está cansada - disse num tom de repreensão - Está se deixando levar pela tristeza - abaixou a guarda e sentou ao lado dela - Amor, hoje é aniversário da nossa princesinha, se anima pra ir cantar pra ela e desejar parabéns! - tenta motivá-la.


Regina: Eu já disse que estou cansada! - fala num tom de quem já estava irritada e puxa o lençol pra cubrir a cabeça.


Robin puxa o lençol a descobrindo por completo, o que revela que literalmente ela não saiu da cama hoje, ainda estava com a camisola que dormiu. Ele não ia deixá-la ficar dessa maneira - Ah não Regina, levanta! - dá a volta na cama pra ficar próximo a ela - Amor, seus pais já chegaram, já, já os outros também chegam e a pessoa mais importante na vida da aniversariante não vai estar lá embaixo - sua voz saia como de uma pessoa tentando despertar outra.


Regina: Ela vai ficar bem melhor sem mim, eu garanto - foi pegar o lençol pra se cubrir novamente.


Robin: Okay, já chega - apoia um braço segurando os dois joelhos dela por baixo, enquanto o outro foi pras costas.


Regina: O que você tá fazendo?!! - eleva a voz. Robin ignora e a suspende seguindo pro banheiro - Para!!! Me coloca no chão agora, Robin! - começou a se debater e a dar tapas nas costas dele.


Robin: Não vou deixar que você fique assim, se é pra te levar a força todos os dias pra esse banheiro, é isso que vou fazer! - responde autoritário.


Regina: Se não me colocar no chão agora, eu juro que me separo de você!


Robin: Okay, faz o que você quiser, pede o divórcio! Eu não vou dar mesmo - entra no banheiro e só a coloca no chão quando estão dentro do box. Ela ainda tenta sair e se desvencilhar dele mas o mesmo bloqueia a saída e liga o chuveiro a colocando debaixo.


Regina: Para com isso!! - grita fechando os olhos assim que a água quente caiu em si.


Robin: Não! Eu não vou parar, até você parar! - a segura pelo rosto tentando fazê-la o encarar - Eu sei que tá sofrendo, mas se você acha que vou ficar parado enquanto você fica sem tomar banho, sem comer e se isolando do mundo, tá muito enganada! Eu estou aqui, vou está aqui sempre, fazendo você se chocar com aquilo que está ao seu redor, não vou deixar que essa tristeza te faça perder as coisas boas que estão acontecendo - ela finalmente o encarou, a água agora escorria apenas pela parte de trás de seu cabelo e pelas mãos de Robin, que seguravam na sua nuca - Eu estou aqui, a Amy tá lá embaixo junto com o Roland, sua família te quer por perto, te quer participando. Nós te amamos meu amor, ficar sem você é que nos faria mal - ele se aproxima a beijando delicadamente no canto esquerdo da boca, dando outro no canto direito, seguindo o caminho agora perto dos olhos dela, depois na pontinha do nariz até acabar a trilha com selinho, que foi dando espaço pra um beijo lento. Os corpos, que estavam afastados, foram se juntando devagar, todos os atos encaminharam para um abraço. Ela aconchegou-se nele de tal forma que tudo ao redor parecia não existir, o tempo congelou e eles conseguiram ouvir as batidas um do outro misturadas as arfadas lentas do oxigênio entrando nos pulmões, tudo numa sintonia perfeita embalada na queda daquela água quente. 

Robin começou a tirar a sua camisola, depois a calcinha e foi se despindo também. Pegou o sabonete líquido e foi passando pelo corpo dela, a espuma foi escorrendo, ele pegou o shampoo e foi massageando sua cabeça enquanto lavava delicadamente os fios que agora estavam curtos. Ela também o ajudou em seu banho, ensaboando o abdômen e as costas... Não houve nenhum toque ou olhar de desejo, cada ato transbordou carinho e cuidado.

Eles saíram juntos e se trocaram pra descer, Regina estava linda, toda ao natural com um vestido branco de alça fina, decote V bem discreto, modelando até um pouco acima da cintura, onde tinha um cinto rendado mostrando uma faixa de pele. Robin colocou uma calça jeans com uma camisa social rosa claro, dobrou as mangas e abriu os dois primeiros botões deixando-a com um estilo mais casual. Depois de estarem devidamente perfumados eles descem abraçados. A maioria já tinha chegado, faltava apenas o Mark com a Lexie. 


Zelena: Finalmente!!!! O casalzinho 20! - fala ao vê-los entrarem na sala.


OutlawQueen: Boa Noite!


Regina afastou-se do Robin e foi até a Amélia.


Mary: Pera ai Gina! - gritou fazendo a morena parar - Pipoquinha!! Olha pra dinda - chamou enquanto batia fotos.


Zelena: Mary, para de tanta foto! 


Mary: Cala a boca Zelena! Ruby coloca o Filipe aqui pra eu tirar uma deles.


Emma: Regina, salva sua filha!


Mary: Vou filmar ela abrindo os presentes!


August: Ela não tá nem ai pros presentes, só quer saber dos papéis.


Amy estava sentadinha, batendo em uma das caixas embrulhadas. Quando Mary decidiu parar as fotos pra apagar algumas tremidas, ela se aproximou da filha a pegando no colo, sentou no sofá e a abraçou. Tava uma barulheira, todos conversando e rindo, e no meios das tempestades de palavras estavam as duas brincando no sofá, desfocadas para as outras pessoas, mas tidas como personagens principais daquele cenário, sendo filmadas por um par de câmeras azuis.


Regina: Feliz aniversário pandinha - falou baixinho, só pra menininha e deu um cheiro seguido de beijos - Mamãe ama você, desculpa por não ter ficado dia todo ao seu lado - falava como se a filha fosse realmente entender tudo - Cadê o beijo da mamãe? - a pequena sorriu e a presenteou com um selinho bem babadinho. 


Elas ficaram grudadas o tempo inteiro, Zelena e Mark puxaram o parabéns, Mary encarregou-se de registrar tudo, a noite estava repleta de alegria. Amélia adorou toda a folia, bateu palminhas, tentou assoprar as velas fazendo biquinho e tornou-se o ponto alto da noite ao meter a mão no bolo, dando um forte tapa. 

Quando a aniversariante começou a dar os sinais de cansaço, os convidados foram indo embora. Regina sentou com Roland e Amélia no sofá pra jogarem no celular, a menina já tinha a chupeta na boca e estava devidademente arrumadinha pra dormir. Robin ficou conversando com o Killian, que fora o único a ficar mais um pouco. 


ROBIN

Killian se despediu, eu voltei pra sala e me deparei com uma cena maravilhosa, as três pessoas mais importantes da minha vida dormindo escoradas uma na outra. Aproximei-me e tirei a Amélia primeiro, a coloquei no quarto, depois voltei pra pegar o Roland e por último a dorminhoca mais pesada. Vê-la dormindo tão serena chega a doer ter que mexer e arriscar acordá-la. A pego no colo e subo pro nosso quarto. 


Regina: Você é o melhor marido do mundo - disse toda sonolenta com o rosto afundado em meu pescoço.


Robin: Você tá muito manhosa pro meu gosto - abro a porta e entro. 


Ela deu um beijinho no meu queixo - Não sou não.


A coloco na cama e tiro seu sapato - Vai pelo menos trocar de roupa?


Regina: Se você estiver disposto... - disse preguiçosa.


Robin: Mas é muito folgada mesmo - brinco e começo a tirar seu vestido, logo em seguida lhe visto com uma camisola - E você ainda fica mole?! - reclamo e deposito um beijo na sua testa.


Tomo uma ducha rápida e me deito ao seu lado. Achei que ainda teria a possibilidade de tê-la acordada depois do meu banho, mas desmaiou de vez. Fico um tempinho admirando aqueles traços maravilhosos de seu rosto, seus olhos fechados numa expressão relaxada, essa, sem dúvida, é a imagem da minha paz. Dou-lhe um selinho quase sem tocar em seus lábios - Boa noite Milady.




Notas Finais


Narração Final (Voz da Regina)

Ahh meu pequeno anjinho
Onde estais nesse exato momento?
Estais traquinando ai em cima?
Ahh meu pequeno anjinho
Te deram asas tão cedo
E me fizeram te soltar a mercer dos ventos
Me desculpe por não ter te ensinado a voar
Hey, meu pequeno anjinho
Vou ficar te esperando
Naquele mesmo jardim coberto de estrelas
Talvez você encontre o caminho de volta
Ou talvez eu encontre o caminho de ida
Vamos tentar
O destino foi cruel
E agora a vida nos separa
Enquanto minhas memórias nos une
Tu ainda és o meu mundo
Tua risadinha ainda é minha melodia preferida
Ah meu pequeno anjinho
A saudade é tão grande
Que as vezes escuto suas asinhas batendo
Ah meu pequeno anjinho
Saiba que te amo
E que parte de você estará sempre dentro de mim.


[Não consegui colocar dentro cap, o app ta estranho. Sorry]

Até o próximo cap!! Obrigada por lerem! Mwah! 💋
Cabelo da Gina 👇

http://photos1.blogger.com/blogger/6527/46/1600/fal_104_01.0.jpg


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