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História You're not Alone. - Você não tem ideia da sorte que tem.


Escrita por: nace

Notas do Autor


Yeey, é bem provável que termine essa temporada na semana que vem! o/
Se minha internet deixar ಠ_ಠ

(capítulo pequeno, eu sei)

Capítulo 27 - Você não tem ideia da sorte que tem.


Fanfic / Fanfiction You're not Alone. - Você não tem ideia da sorte que tem.

Mesmo que Jeremy estivesse vivendo sobre um meio-termo, que envolvia a tristeza da despedida de seu amigo e a felicidade por tudo — em relação a viagem — estar tão perfeito naquele momento. O dinheiro não chegava a faltar, muito pelo contrário, e isso deixava o baixinho ainda mais ansioso para ir, chegando a ser uma razão para a insônia de Michael. 

— Quantos dias ainda faltam?! — indagou pela milésima vez só no local de trabalho deles, enquanto, ora mexia nervosamente nos cabelos, ora roía as unhas. — O-Olha, se faltar ainda uma semana, eu cometo um suicídio! 

— Ficou maluco? Não fala isso nem de brincadeira! — Mike o olhou sério com as sobrancelhas franzidas, suficiente para que Jeremy se arrependesse de suas palavras — Enfim, de qualquer forma.. — Mike mudou de assunto, suavizando mais suas feições — faltam apenas três dias, eu acho. Você vai ver, nunca mais vamos precisar voltar nesse inferno. 

— Que bom, tudo parece bem mais fácil pra você. — Jeremy, mesmo caminhando, continuava a brincar com os dedos ligeiramente rachados e longos de Michael. Mike pensou por instantes antes de responder, desistindo ao dar de ombros — Eu vou sentir falta do William. 

— Vai ser difícil esquecer aquele cara. — Mike reorientou sorrateiramente o olhar para sua mesa de segurança, onde Scott estava assentado, buscando se concentrar com alguma coisa que não envolvesse o afrodescendente de cabelos roxos — Parece que o Scott está aprendendo isso. — Jeremy seguiu o olhar de Mike, suspirando baixo ao ver a situação da qual Scott se encontrava. Era ruim, mas tinha quase certeza, apesar de não ver, de que a situação de William era ainda bem pior. 

.   .   .

Nesse dia, só nesse dia, Jeremy fez questão de enfrentar tudo com um bom-humor inacreditável para um funcionário da pizzaria. Ele teve uma longa experiência com a noite em que se encontrava, portanto, não foi algo muito dificultoso. O mais cômico de tudo isso era ver como os outros funcionários lhe olhavam, como se Jeremy por alguma justificativa bem óbvia estivesse no lugar errado. 

— Você parece uma criança, sabia? — Fritz dialogou, em seguida por ter comido mais um bocado do pote de biscoitos, pela primeira vez, Jeremy não se importou em ser chamado assim. Achou até justo, pois estava brincando com a pelúcia do coelho azul já fazia uns vinte minutos — Qualquer um estaria feliz no seu lugar, sabe? 

— Eu estou feliz, Fritz! — Jeremy achegou suas costas na parede em um suspiro moderadamente cansado, tendo as lembranças profundas que vinham do corredor escuro, onde sempre mantinha-se assim que encerrava mais uma noite. Era estranho pensar que tudo isso iria acabar pra sempre — Quer dizer.. eu vou sentir falta daqui, é claro, mas.. 

— Está vendo? Esse é o problema! — o arruivado tampou o pote de biscoitos antes de prosseguir com o que estava dizendo — Qualquer um aqui estaria feliz se estivesse no seu lugar, quer dizer.. você vai abandonar o pior emprego que alguém pode ter, junto com sua alma gêmea! — Fritz sorriu exasperado, perguntando-se se Jeremy entendia o que ele realmente queria dizer — E sabe, logo eles vão achar outras pessoas para trabalhar aqui, e.. tudo será diferente! — Jeremy massageou o queixo com seu polegar direito, centralizado na conversa em que ambos prolongavam. 

— S-Sabe, acho que seremos lembrados, Fritz! Fomos os primeiros funcionários que ainda não enlouqueceram! — Fritz encarou-o com dúvida, estabelendo uma correção nas palavras de Jeremy — Quer dizer, não totalmente. — Jeremy oscilou a cabeça rapidamente, buscando voltar ao assunto inicial — Mas não importa! Olha, eu sinto que.. para o William, tudo isso aqui era um grande vazio antes da gente chegar, sabe? 

— O William não está mais aqui, Jeremy. — Fritz enrugou as sobrancelhas, expressando cada palavra severamente — E mesmo se estivesse, o cara talvez nem sentiria falta. Eu conheço bem pessoas assim. — Jeremy balançou descontentemente seus pés, esperando que o homem sardoso dissesse algo — Diferente de você, eu.. tô cansado de estar aqui. 

Jeremy redirecionou o seu rosto na direção do ruivo, que estava desajeitando seus cabelos da cor específica, à medida que murmurava palavras sem tanto sentido. Existia momentos em que Jeremy olhava para ele e conseguia ver a si mesmo ali, quando ainda estava no seu primeiro emprego e tinha sérios transtornos, independentemente de Fritz ter dois anos de idade maiores do que de Jeremy. 

— B-Bom.. — Jeremy achou o caminho de volta para a conversa, tímido — se você tivesse vindo do outro emprego, entenderia o que eu estou dizendo. — Fritz desmanchou-se em um riso nasal, levando uma das mãos da parte da frente de seus cabelos até a nuca. — Saiba que aquela bebida ainda está de pé! — a dupla riu, ecoando por todo o corredor aparentemente vazio. 

.    .    .

— Ei, tá tudo bem? — interrogou Michael, apreensivo — Você tá muito quieto desde que voltou, e você não é tão quieto assim desde que disse suas primeiras palavras. — Jeremy se desfez em um riso acidental, dobrando cuidadosamente suas roupas e as depositando dentro da mala de rodas. 

— A minha despedida com os outros foram bem, como posso dizer de uma maneira educada.. foram uma merda. — o mais velho deu uma risada gostosa, dobrando suas roupas também em sua mala — Sério, eu estava esperando algo maior. 

— Mas vai ter algo maior! Tudo por você, criancinha mimada! — Jeremy emburrou, transferindo-lhe um chute em sua canela direita — Uiui, tá doendo tanto. — Mike conteve um riso com uma das mãos pressionadas nos lábios, para que o outro não armasse um chilique ainda pior do que o que estava fazendo naquele instante. Estava com um desejo imenso de beijá-lo, mas se o fizesse, receberia outro chute na canela por ter interrompido seu teatro. 

.    .    .

Jeremy estava, de longe, parecendo uma esposa recém-convertida e aflita sobre o filho que se encontrava do lado de fora aproveitando a vida adolescente. Era uma manhã harmoniosa, poderia William estar tão maluco assim? A verdade era que William, desde muito cedo, era o porquê da insônia de muitos. Para alguém como ele não havia limites. 

O coração de Jeremy disparou assim que sentiu os braços fortes do outro enlaçarem sua cintura, trazendo-o para perto. Jeremy pensava há poucos instantes que Michael estivesse dormindo, e se assustou bastante ao imaginar que Mike poderia ter escutado seus pensamentos altos. 

— O que tá fazendo? — Jeremy indagou, apesar de que a resposta fosse bem óbvia. A respiração pesada e quente do outro fora pressionada contra seu ouvido. 

— Te ajudando a dormir. — replicou sincero. Aquela posição não era nada desconfortável para Jeremy, mas não trazia sensações aparentemente muito boas para o outro. Com o tempo e com o silêncio, Jeremy acabou também se sentindo desconfortável naquela posição, mexendo um pouco o braço de Mike, que resmungou baixinho. 

Jeremy se movimentou acanhadamente para mais perto, cobrindo-se do pescoço até os pés, apesar de seu cobertor não ter o mesmo calor que Mike tinha. Acabou nem percebendo o que fazia, estranhando a risada abafada do outro em seu ouvido, distribuindo um ou dois beijos orvalhados em sua nuca.  

— Pode continuar se mexendo assim, eu gosto. — Jeremy levou tempo para entender a piada arteira do namorado, mas quando conseguiu, sentiu as bochechas esquentarem como nunca. Acostume-se com o namorado que tem, pensou. 

— Vai se ferrar, vai.

— Somos amigos, Jeremy. A gente não se esfrega um no outro. — Jeremy franziu as sobrancelhas, pensando que o outro estava muito engraçadinho para seu gosto. Ainda mais depois de ter passado seis horas acordado, sem qualquer café — Mas tudo bem, pode continuar, vai ser nosso segredo. 

— Jesus, poderia ser mais gay? — Jeremy gargalhava silenciosamente do lado oposto de Mike, cobrindo a boca com uma das mãos frias para abafar as risadas. Como poderia dormir com alguém assim? 

— Se a Doll não tivesse me mostrado aqueles pornôs gays, talvez eu ainda teria sido um hétero encubado. — agora que Mike começou, não iria mais parar de falar  — Homossexualidade é errado, por isso eu sou bissexual. — Jeremy riu abafado, como um verdadeiro ser passivo, puxou todo o cobertor para si sem que ao menos percebesse. 

— Shh! Eu tô tentando dormir! Qual é o teu problema?! 

.    .    .



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