História You're not in my plans - segunda temporada - Be my baby - Maroon 5

HARRY POV's

-Eu gostaria de saber como você aguenta viajar tantas vezes de avião no ano? Eu já estou cansada só de pensar. - Vane disse enquanto andava apoiada em meu braço.
-Você acaba se acostumando sabe? E então não é mais tão cansativo como era antes. - expliquei.
-Não sei se eu me acostumaria um dia.
-Acostuma sim. - chacoalhei seu corpo devagar e ela reclamou.
-Não sei como consegue estar com tanta energia. - ela disse com a voz mole, claramente cansada.
-Nem parece aquela garota que quase gritava de alegria quando pisou em Londres pela primeira vez.
-Eu estou feliz, mas mal consigo abrir os olhos, como eu posso ver onde estou? 
-Que dramática! - falei fazendo cosquinhas nela. 
-Harry nossas malas! - ela gritou me fazendo parar.
-Onde? - Vane começou a rir atrás de mim.
-Você vai ver sua garota maldosa. - ela ria enquanto ia se afastando de mim.
-Da licença, podemos tirar uma foto com você Harry? - uma garotinha me abordou antes que eu pudesse me vingar de Vane por sua brincadeirinha. 
-É claro. Qual é o seu nome? - me abaixei para ficar da sua altura.
-Lily. - ela esticou o celular e eu mostrei a língua para a foto fazendo a menininha rir.
-Obrigada. - ela me deu um beijo na bochecha incrivelmente feliz. - Eu adoro a 1D! - ela soltou uma risadinha, devia ter uns 6 anos de idade.
-Obrigado princesa. - quando levantei para procurar seus pais me vi em volta de um pequeno círculo de garotas pedindo por fotos.
-Harry tira uma foto comigo por favor? - ouvi uma garota dizer 
-Eu também quero uma foto Harry! - levantei o olhar procurando por Vane.
-Vou atender todas vocês meninas, apenas tenham calma. - falei tentando chamar o menos de atenção possível.
-Aí meu Deus as malas. - acredito que essa seja a voz de Vane, mas não consigo vê-la.
Atendi todas as meninas que estavam ali e depois disso me despedi dizendo que estava atrasado, olhei novamente em volta procurando Vane, finalmente a vi junto com um cara que a ajudava a pegar minha mala da esteira.
-Amor? - a chamei chegando mais perto.
-Olha já peguei as malas, John me ajudou. - ela apontou para o cara ao seu lado.
-Obrigado, já podemos ir? - perguntei vendo a cara de espanto do rapaz por me ouvir chamá-la de amor.
-Claro, obrigada pela ajuda John. - ela sorriu para ele que se derreteu todo. Que cara idiota.
Acenei com a cabeça para evitar dizer algo mau educado para ele.
Segurei na cintura de Vane e a puxei para a saída do aeroporto. Lotada de paparazzis como sempre. Segurei em sua mão para passarmos por lá sem se perder.
-Aquele cara estava dando em cima de você. 
-O que? O John? - ela disse olhando pra mim.
-É. - abri o porta malas e coloquei nossas malas.
-Não fica com essa cara emburrada não, ele só me ajudou.
-Ele parecia muito feliz em carregar uma mala para uma linda garota.
-Sem implicância, se não fosse por ele sua mala teria ido embora. 
-Que fosse. - falei mais irritado do que eu achava que estava.
-Tá bom, não precisa ficar tão bravo, não ia acontecer nada. - ela tinha razão mas ainda sim eu não conseguia não ficar bravo.
-Eu sei. - ela revirou os olhos e entrou no carro batendo a porta. Ficou o caminho todo virada para a janela do carro, observando silenciosamente a Londres que ela não tinha visto ainda, já que era dia e da vez que viemos era noite.
Vane soltava alguns suspiros e às vezes parecia querer começar um frase mas desistia antes disso, acho que minha expressão irritada ainda estava presente, fazendo com que ela não quisesse conversar comigo. O que era idiotice mas de qualquer forma eu também não estava muito afim de conversar.
-Vamos ficar na casa da minha mãe, tudo bem? Na minha casa não tem nada e ela insistiu para que ficássemos lá. - falei quando paramos no farol.
Ela apenas assentiu com a cabeça, talvez quem não quisesse falar agora era ela. Nem as músicas do rádio ela estava cantando, o que era raro de acontecer, parecia sem sentido agora querer que ela cante, apenas para saber que estava tudo bem e que ela não estava brava comigo pelo ocorrido hoje no aeroporto. No farol seguinte me virei pronto para pedir desculpas e dizer que ela tinha razão, e que fui um idiota, porém encontrei uma Vane de olhos fechados e boca entreaberta, os braços cruzados mostrando frio e os cabelos no rosto para que eu não reparasse que ela havia dormido.
Sorri pensando na possibilidade de estar dormindo por cansaço, e o fato de ter ficado quieta pela viagem toda tivesse haver com isso também. Se o farol não tivesse aberto eu teria tirado uma foto, apesar de desajeitada, sua expressão calma me dava um certo alívio, guardar aquele momento seria ótimo. 
-Amor? - peguei em seu braço e dei uma leve chacoalhada. - Chegamos. - ela abriu os olhos.
-Já? - eu ri assentindo.
-Olha desculpa pela cena do aeroporto, eu fiz tempestade em copo d'Água. - ela sorriu e eu juro que foi a melhor resposta que ela poderia me dar.
-Tudo bem bobinho. - ela desceu do carro e eu fiz o mesmo.
-Oi filho! - minha mãe abriu a porta sorrindo.
-Oi mãe! - a abracei.
-Vanessa, não é? - a garota ao meu lado assentiu sorrindo. - Que bom revê-la.
-É ótimo te rever também. Como você está? 
-Muito bem querida, vamos entrar.
-Pode ir amor, vou pegar as malas no carro. - falei para Vanessa.
-Não quer ajuda? 
-Não precisa. - sorri para as duas mulheres a minha frente e elas entraram em casa.
Peguei as malas e levei para o meu quarto rapidamente. Vane, minha mãe e o que parecia ser a Gemma, estavam na cozinha conversando enquanto eu fazia isso.
-Fico feliz que tenha voltado, todo mundo gosta de você aqui, o que é difícil vindo do Harry porque as namoradas dele são todas chatas! - ouvi Gemma dizer.
-Gemma! - falei entrando na cozinha.
-Eu estou elogiando ela. - Vane segurou a risada quando eu dei um tapinha em minha irmã.
-Vocês estão com fome? Querem um lanchinho? - minha mãe perguntou.
-A gente se vira mãe, não precisa se preocupar. - falei a abraçando. 
-Sendo assim vou ficar na sala com o Robin, qualquer coisa podem me chamar. - assentimos juntos.
Depois de comermos ficamos sentados no sofá da sala junto com a minha mãe e meu padrasto. Conversamos sobre várias coisas, mas obviamente o assunto principal era o Brasil. Dona Anne fazia as perguntas normais de mães preocupadas, Gemma sobre as melhores coisas de lá e os melhores lugares para se ir. Já Robin perguntava se eu tinha certeza disso. Eu entendia a preocupação, tudo podia dar errado, a gente podia não gostar de morar juntos ou brigar todos os dias por causa da louça na pia, mas estávamos dispostos a tentar aquilo. Vane dizia que se não desse certo a gente podia tentar de novo, e a vida é feita disso, tentativas que nem sempre vão dar certo, mas uma hora tudo se ajeita.
-Quer subir? - perguntei para Vane vendo que ela mal conseguia manter os olhos abertos. 
-Sim, estou com sono. - ela esfregou os olhos. 
-Mãe, nós já vamos dormir. Boa noite. - dei um beijo em sua bochecha.
-Pede pra Gemma pegar roupas de cama pra ela e abre a cama de baixo, sua cama é pequena pra vocês dois. - ela disse e deu um beijo de boa noite na minha namorada.
-Ouviu né Gemma, é pra você pegar. - falei para ela que me olhou como se eu fosse um idiota, pronta para me mostrar o dedo do meio.
-Boa noite Anne. Boa noite Robin. - Vane disse e eu segurei em sua mão a guiando para as escadas que levavam para os quartos.
-Seu quarto é a sua cara. - Vane disse observando os bonequinhos que eu tinha na minha prateleira.
-Você acha? - ela assentiu. - Pode ir tomar banho primeiro, enquanto isso eu arrumo a sua cama. - disse entregando uma toalha para ela.
-Tá bom, obrigada. - pegou seu pijama na mala e entrou no banheiro.
-Mamãe não quer que vocês durmam na mesma cama, abre a cama de baixo. - Gemma entrou no quarto sem bater.
-Existe porta pra você bater antes de entrar sabia? Não é necessário, a gente cabe muito bem na minha cama. 
-Você vai esmagar a coitada, abre a cama de baixo. E é pra porta ficar aberta. - arregalei os olhos incrédulo.
-Gemma! Eu não tenho mais 15 anos. 
-Ordens da mamãe. 
-Diz isso pra ela então. 
-Diz você. - ela começou a forrar a cama de baixo.
Fiquei olhando Gemma arrumar a cama onde Vane ia dormir, na verdade ela não ia dormir ali, mas vou deixar que Gemma pense que ela vai.
-Pode ir Haz. - Vanessa saiu do banho segurando suas roupas e a toalha molhada.
-Eu penduro pra você. - Gemma pegou a toalha da mão dela e saiu do quarto já que o varal ficava lá fora. 
-Obrigada. 
-Já venho. - falei entrando no banheiro. 
Tomaria um banho bem rápido, se eu demorar a Vane pode acabar dormindo na cama de baixo e eu não quero isso.
-Gemma acabou de sair, ela disse que era pra eu dormir na cama de baixo. - ela disse parecendo se divertir.
-Eu não sei o que elas acham que vão impedir mandando você dormir na cama de baixo. - falei rindo enquanto secava meu cabelo com a toalha.
-Nada, porque nem vai acontecer nada. - ela disse se jogando de costas na cama.
-Quem disse? - falei sentando com ela na cama de baixo.
-No máximo um carinho que você vai fazer no meu cabelo até eu dormir. - ela me deu um sorriso sapeca e deitou a cabeça em meu colo.
-E se eu quiser fazer outra coisa? Tipo isso. - beijei seus lábios.
-Aí a Gemma não vai deixar. - Gemma entrou novamente na droga do meu quarto sem bater.
-O que eu disse sobre bater na porta? 
-Eu acho bom você subir para a sua cama. - ela disse falando com seu tom de irmã mais velha.
-A gente não vai fazer nada Gemma, fica tranquila, eu já vou manda-lo para a cama de cima. - Vane disse e piscou para a minha irmã.
-Tchau! - falei para ela que assentiu saindo do quarto sem fechar a porta, o que me deu vontade de esgana-la.
-Você não está pensando que vai dormir aqui, está? - perguntei para Vane.
-Estou e vou. 
-Vane! Dorme comigo! Daqui a pouco a Gemma vai parar de encher a gente.
-Na verdade eu decidi que vou dormir aqui com vocês, no meu quarto está tudo tão solitário e vazio. - ela entrou no quarto puxando seu colchão.
-Não vai não, pode dando meia volta.
-Eu não quero correr o risco.
-Nós não vamos fazer nada, até porque você entra aqui a cada cinco minutos. 
-Como eu quero dormir, será muito mais fácil se eu dormir aqui pertinho de vocês. 
-Você é minha irmã, deveria me ajudar e não me atrapalhar.
-Sou sua irmã mais velha, sou sua segunda mãe. Nem adianta tentar porque depois sobra pra mim. - revirei os olhos.
-Chata.
-Chato.
-Sem criatividade.
-Ridículo.
-Metida.
-Cocô. - ela disse e nós dois explodimos em risadas. - Shhhh Haz, ela dormiu. - Gemma disse olhando para a garota adormecida em meu colo.
Tirei seus cabelos do rosto para que eu pudesse vê-la melhor, estava tão casada que dormiu e nem viu.
-Eu espero que esteja realmente muito apaixonado por essa menina para ter decidido mudar de país com ela. - Gemma sussurrou para que ela não acordasse.
-Eu tenho certeza disso Gem, nunca senti tanta certeza pra algo em toda a minha vida, sinto que é assim que é pra ser e que vai dar certo. Eu não posso pensar na possibilidade de deixá-la ir que me vem um desespero incontrolável. Eu já sei como foi ficar sem ela e eu não quero passar por isso de novo. 
-Eu tenho medo de que ela faça de novo Haz, tenho medo que você possa se machucar mais do que da primeira vez.
-Não pense assim, eu sei que é difícil mas você não a conhece como eu Gem. Ela é garota mais amável que eu já conheci em toda a minha vida, eu posso ver seu amor transbordar pelos olhos de tão puro. Se houvesse alguma dúvida de seus sentimentos por mim eu teria visto a insegurança como vi daquela vez. 
-Eu espero que tudo dê certo pra você irmão, mas sabe que pode voltar correndo se não der, não é? 
-Eu sei sim. - abri um sorriso pra ela já que não podia ir abraçá-la por Vane estar em meu colo.
-Chega de conversa, suba já para a sua cama. - reclamei baixinho.
Coloquei o rosto de Vanessa devagar no travesseiro e a cobri até a cabeça por conta do frio que fazia em Londres, as noites são sempre piores. Gemma se ajeitou em seu colchão ao lado do de Vane e eu subi para a minha cama, me cobrindo também.
-Boa noite Gem. - falei antes de fechar meus olhos.
-Boa noite maninho. - dei um pequeno sorriso ouvindo a palavra da qual me chamou, ela sempre adorou me chamar assim desde que éramos crianças, apenas porque eu sou o mais novo.
A questão é que independente de quantas brigas você tenha, irmãos são irmãos, estarão sempre ao seu lado mesmo que não pareça, te protegendo e cuidando de você, de perto ou de longe, demostrando ou não. A relação de irmãos é algo que só quem tem irmão entende, e só quem é irmão sabe ser. Eu desejo que todas a pessoas possam ter a oportunidade de ter pelo menos um irmão, para brincar e brigar, para proteger e cuidar, para amar e odiar num mesmo período de tempo, pois ter ou ser irmão, é a melhor coisa do mundo.