História You're not in my plans - End of the day - One Direction

-Vih você viu minha jaqueta vermelha? Vou com ela mas não sei onde está! - gritei do quarto dela.
-A última vez que vi estava de baixo da cama.
-Porque ela está de baixo da cama? 
-Eu não sei. 
-Aqui está. - falei pegando a peça e dando uma sacudida para poder vesti-la.
-Já fechou as malas? - ela perguntou entrando no quarto.
-Falta só uma.
-Quer ajuda? 
-Pega a bolsa que está no banheiro pra mim por favor.
Ela fez o que eu pedi e ficou me observando enquanto terminava de dobrar as últimas roupas para colocar na mala.
-Esse mês passou voando.
-É mesmo.
-Acho que vou pro Brasil no fim de semana que vem, já que tem feriado, minha irmã está me cobrando pra ir pra lá.
-Certo, me avisa se for mesmo. - ela assentiu.
-Vem, vamos comer, tem um jantar especial pra você.
-E o que você fez? 
-Eu não fiz nada, quer dizer fiz cookies pra você comer no avião mas a comida mesmo é do restaurante ali do lado. - eu ri.
-Mesmo assim obrigada. Você sabe que eu amo seus cookies, então não vou recusar.
-Vamos comer logo, estou com fome.
Jantamos sem parar de falar por nem um segundo, a necessidade que tínhamos de nunca ficar em silêncio era enorme, nós sempre tínhamos assunto, definitivamente.
-Prontas meninas? - Ed entrou no apartamento e percebemos que era hora de ir.
-Vou deixar a louça pra você. - sorri e ela revirou os olhos. - vou pegar as malas e já vamos Ed.
-Eu te ajudo. - ele se prontificou.
-Obrigada. - agradeci e fomos até o quarto de Vih pegar tudo.
No caminho até o aeroporto fomos lembrando das coisas que aconteceram durante esse mês, em várias dessas ocasiões Harry estava conosco, e era estranho ele não estar agora.
-Ah qual é? NADA, eu disse, NADA, supera a cara da Vitoria no dia da festa dela quando achou que havia esquecido seus tão amados saltos na festa. - falei rindo.
-Eu concordo, foi cômica. - Ed começou a rir.
-Isso riam do desespero alheio, um dia vocês que vão estar na minha pele e sou eu quem vai rir de vocês.
-Porque nós não tiramos uma foto Ed? Nós deveríamos ter tirado uma só pra ela ver.
-Você não tirou porque estava envergonhada demais pra isso. - Vitoria retrucou.
-Chegamos. - Ed estacionou o carro.
Descemos todos do carro e pegamos as malas em silêncio, caminhamos juntos até dentro do aeroporto, despachei minhas malas e voltamos a andar até o meu portão, Vih andava abraçada a mim e Ed segurava a mão da namorada.
Sentamos naquelas cadeiras duras do aeroporto para esperar o meu vôo, conversamos por todo o tempo em que ficamos ali, e enfim eu tinha que ir.
-Está na hora do vôo, tenho que ir. - levantamos das cadeiras.
-Vou sentir sua falta loirinha. - Ed sorriu me dando um abraço. - se cuida e a gente se vê quando ela resolver me levar pro Brasil. - apontou pra namorada ao lado. 
-Você pode ir quando quiser, não to te impedindo de nada, aliás, nem posso, é um país livre. - ela falou com mau humor e nós rimos.
-Tchau meu amor, até logo. - abracei Vitoria apertado. - Obrigada por tudo, espero voltar pra Los Angeles logo.
-Acho que você vai voltar logo. - ela disse olhando pra algo atrás de mim.
Me virei e vi ele, todo encapuzado, assim como Ed estava, pra não chamar a atenção. Seus cabelos estavam presos em um coque e a touca os cobria completamente, ele ainda estava um pouco longe mas olhava diretamente pra mim.
Decidi ir até ele, perguntar o que veio fazer aqui, ou talvez dar-lhe um abraço, ou apenas dizer o adeus que não disse depois da nossa briga.
-Oi. - falei quando cheguei perto dele.
Sem que eu esperasse ele me abraçou, um abraço um pouco desesperado, mas cheio de amor.
Me aconcheguei em seus braços lamentando por não poder ficar lá pra sempre, me escondendo do mundo em seu casaco, sentindo seu cheiro e desejando que seus lábios tocassem os meus.
-Eu não podia deixar você ir sem uma despedida decente. - dei um sorriso fraco assim como o que ele havia me dado segundos atrás.
-Obrigada por vir, você é muito importante pra mim. - desviou o olhar, estava se contendo para não começar outra briga comigo sobre eu estar desistindo de um nós que nunca existiu.
-Eu trouxe isso pra você. - tirou uma caixinha do bolso do seu moletom.- Pra se lembrar de nós, pra se lembrar dos nossos momentos juntos, pra se lembrar de mim. - sorri já com os olhos marejados quando ele abriu a caixinha mostrando um colar lindo e delicado.
-É lindo, obrigada. - sorri olhando o objeto mais de perto, assim ele o colocou em meu pescoço. - Pode deixar que eu nunca vou esquecer de nada, nem de você. 
-Nem eu de você. - seu olhar sobre mim torna tudo mais difícil.
-Eu preciso ir. 
-Eu sei. - ele olhou triste pro chão e depois olhou pra mim me dando mais um abraço.
-Tchau Vani. - ele disse me dando um selinho demorado.
-Tchau Haz. - me soltei dele.
-Espera. - ele disse quando eu ameacei me afastar. - Uma última foto?! 
Ele pegou sua pequena câmera fotográfica e colocou em frente ao rosto apontando-a para mim como fez várias vezes durante esse mês. 
Dei um sorriso e fiz o número dois com os dedos como ele estava acostumado a fazer em todas as fotos que ele tirava. 
Ele tirou a foto e o vi sorrir com o resultado, voltou a olhar pra mim, o olhar mais triste que já vi em seu rosto. 
Dei um último sorriso para Harry e comecei a andar de costas em direção ao meu embarque.
Não me importei em poder cair, nem em trombar com alguém, eu só queria continuar olhando pra ele o máximo que eu pudesse, pra nunca mais me esquecer como é olhar para aqueles olhos verdes pessoalmente, e como é sentir que eles também gostam de olhar pros seus.
Desviei o olhar rapidamente para Vih e Ed, estavam abraçados me olhando, acenei pra eles que acenaram de volta imediatamente, olhei pra ele novamente e sorri mandando um beijo, ele sorriu olhando pro chão, balançou a cabeça e fez como se pegasse meu beijo, depois mandou outro pra mim e fez um coração com a mão, sorri e fingi pegar seu beijo também, fiz outro coração e então ele sumiu da minha visão.
Esperava que não fosse pra sempre.
Continuei meu caminho repassando aquela cena na minha cabeça milhares de vezes, o sorriso que ele me deu ficaria guardado em minha memória e quando eu sentir saudade, será desse momento que eu me lembrarei.
Sentei na minha poltrona, que por sorte era do lado da janela, o melhor lugar para se viajar.
Fechei os olhos implorando a Deus que essa não fosse a última vez que eu veria Harry Styles, mesmo eu duvidando que o veria de novo, eu pedi com todas as minhas forças que esse não fosse o nosso fim, e que um milagre iluminasse nossos caminhos, fazendo com que de algum modo pudéssemos algum dia, nos vermos de novo, talvez em breve ou daqui alguns anos.
Prometi a mim mesma que quando chegasse no Brasil, esqueceria que um dia tive algo com o Styles, que seguiria em frente sem pensar nele. 
É uma pena que depois de tudo isso eu ainda não tinha aprendido que planos às vezes dão bem errado...