História .you're the reason - Cápitulo 2

    - Prazer em conhecê-la! Se me permite, o que uma garota de Columbus fará em uma cidade tão pequena como Springfield? - Peguntou levantando uma sobrancelha, denunciando estar confuso.

    - Irei visitar a minha Avó, a tempos não a vejo. Me sinto culpa por deixar de visitá-la por muito tempo. - Falei olhando pela janela

    - E seus pais não ficam bravos? 

    - Meus pais morreram... Foi minha Vó quem me criou. Ela é a pessoa mais importante da minha vida. - Falei cabisbaixa

    - M-me desculpe! Não era minha intenç... 

    - Sem problemas! - O interrompo e sorrio logo em seguida.

    - Bem, eu moro em Springfield, talvez eu conheça sua Avó! Como é o nome dela? - Ele tenta puxar assunto

    -Margareth Morgan Stwart! - Vejo-o arregalar os olhos durante uma fração de segundos e depois abrir um pequeno  sorriso envergonhado.

    - Acho que conhecia, ou melhor, conheço! Ela tem um pet shop? - Ele me parece um pouco inseguro ou é impressão minha...

    - Sim... É, acho que você realmente conhece minha Vó! - Encerro a conversa quando viro meu rosto para a janela e fico em silêncio. Sinto que ele está incomodado com algo. Afasto esses pensamentos quando começo a imaginar a reação da minha Vó quando me ver entrar pela porta da sala dizendo: "Voltei!". Ela com certeza vai se levantar correndo da velha cadeira de balanço dela e vir me abraçar. 

     Que bom que falta apenas um dia de viagem! Não vejo a hora de reencontrá-la. Com esses pensamentos, adormeço com a cabeça encostada na janela e um pequeno sorriso nos lábios.

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     Acordo, novamente, com alguém me cutucando. Penso ser Jeffrey, mas quando acordo, vejo uma mulher me olhando.

    - Sim? - Pergunto com a voz embargada pelo sono

    -Desculpe-me por acordá-la! O moço que estava sentado ao seu lado disse que ele precisava descer antes de chegar a Springfield para, se eu não me engano, encontrar com um amigo, então ele pediu que você o encontrasse no pet shop amanhã à tarde.

     - Okay! Muito obrigado por me passar o recado! - Sorri, recebendo outro em seguida.

    Acho que isso é uma tentativa de Jeff me chamar pra sair... Como reagir a isso? Mas mudando de assunto, faltam apenas alguma horas para reencontrar minha mãe de consideração! Meu Deus! Como estou ansiosa... Mas... Eu não posso aparecer lá de mãos abanando. Tenho que comprar um presente pra ela. E tempo é o que não faltará, pois, apesar dos dois dias de viagem, tenho mais umas duas horas de trem para chegar até a região onde morávamos. Lembro-me muito bem de minha época de escola, tinha que ir á cavalo. Não que o lugar onde morávamos era "pobre", mas sim um local com muitas fazendas. O tráfego de automóveis lá era mínimo, a maioria das pessoas andava á cavalo, de bicicleta ou á pé mesmo.

    Mergulhada em lembranças, nem percebo que já cheguei ao meu destino. Retiro minhas malas do bagageiro e chamo um táxi para me levar até o centro da cidade. 

    Chegando ao centro, me direciono a uma pequena, porém famosa, padaria daqui: "Donna's Bakery", quando entro na mesma, o delicioso aroma de pães fresquinhos e café adentra minhas narinas me fazendo entrar em um estado de transe. Chacoalho a cabeça e dirijo-me a uma familiar atendente.

    - Bem vinda à Donna's Bakery! O que deseja? - A Atendente fala sem olhar para mim e sem todo o entusiasmo que eu acho que era pra ser.

    -Hm...Vejamos, eu gostaria de um mini Croassant de chocolate, um Capuccino médio, e uma fatia de torta de limão, mas sem as raspinhas em cima. - Falo, com um pequeno sorriso de canto. Vejo a "atendente" levantar a cabeça e me olhar com os olhos arregalados.

    - Len! - Donna sai correndo de trás do balcão e, literalmente, pula encima de mim. Retribuo seu abraço, já sentindo meus olhos marejarem. Meu Deus! Como eu sou chorona!

     - É bom te ver também, Donna! Senti sua falta... - Sou interrompida

     - É bom um soco nessa sua carinha... É maravilhoso ter ver novamente sua boba! Você simplesmente sumiu! O que aconteceu? Por que abandonou todos nós sem nem se despedir? - Exagerada, como sempre foi.

     - Fui aceita numa faculdade, mas tinha um prazo para ser entregue a ficha de inscrição. Pensei em mandar pelo correio, mas pelos meus cálculos, a ficha não chegaria a tempo. Então eu fui para entregá-la, mas depois, quando ia voltar pra casa, percebi que não tinha dinheiro suficiente para a viagem. Aluguei um quartinho temporário, arranjei um emprego temporário, comecei os estudos, comprei um apartamento, e fui ficando.

      - Mas agora você voltou? - Falou, confusa.

      - Vim apenas fazer uma visita a todos! - Após a conversa, ela me deu seu novo número e seu endereço. Disse que era para sairmos um dia desses, eu concordei, é claro, estava morrendo de saudades da minha melhor amiga.

    Comprei algumas flores para minha Vó e fui até o pet shop me encontrar com Jeff. Ele me disse que o pet shop havia sido vendido a família dele ano passado e agradeceu por eu ter aceitado o convite. 

     - Len, posso te pedir uma coisa? - Perguntou

     - Claro, dependendo do que for... - Dei uma leve risada

     - Não quero que vá até a casa de sua Vó. - Falou, com uma expressão séria e um pouco hesitante.

       - O que? Mas é claro que eu irei ver minha Vó! Ela me criou! Eu devo minha vida á ela! - Me exaltei. Como ele pode me "pedir" uma coisa dessas. Quem ele pensa que é? Saí correndo do pet shop e chamei uma táxi, o mesmo me levou até uma área onde haviam cavalos de todos os portes e raças, escolhi um, coloquei a sela e o guiei rumo a minha antiga casa. Quando cheguei, me deparei com um matagal enorme onde deveria ser o antigo jardim cheio de flores de minha Vó que eu me lembrava, a pintura antes impecável da casa, agora estava totalmente descascada. Fiquei completamente assustada com o estado que a casa se encontrava, mas minha Vó pode ter se mudado. Um homem passa ao meu lado.

    - Com licença, o senhor poderia me informar se a senhora que morava aqui se mudou?

    - A senhora Mag? Ela morreu pouco tempo depois que sua neta a deixou. - Falou, deu as costas e saiu, enquanto eu sentia a inconsciência me abraçar e meu corpo se chocar ao chão da velha estrada de terra.