Os raios de sol que entravam pela cortina aberta do quarto de Troye o fizeram ele despertar um tanto irritado. Olhou no relógio de cabeceira da cama e ainda faltava dez minutos para ele levantar e se arrumar para o colégio. Rolou na cama de um lado para o outro na esperança de dormir mais os dez minutos, porém era impossível, seu sono já tinha ido para o espaço enquanto a ansiedade por encontrar Connor o preenchia.
Sem resmungar levantou da cama e tomou um banho rápido se trocando em seguida, pegou o casaco, a mochila e o celular descendo para o primeiro andar enquanto mandava uma mensagem carinhosa ao mais velho, lhe desejando bom dia e a resposta veio segundos depois.
“Bom dia! Me espere na esquina da rua daqui vinte minutos para irmos juntos. Estou com saudade. C x”
O sorriso grande nos lábios de Troye não passou despercebido pelo olhar atento de sua mãe que colocava o café.
- Alguma notícia boa? - ela perguntou fitando o filho.
- A melhores senhora Mellet! - Troye respondeu com humor e beijou a bochecha da mulher se sentando em seu lugar em seguida. Já tinha semanas, se não meses que ele não ia para o colégio junto com Connor, e Troye se sentia feliz por isso, esperançoso por aquela conversa do dia anterior ter servido de alguma coisa.
A ansiedade não o deixou comer muita coisa, então depois da xícara de café e metade de um pão, Troye escovou os dentes e se despediu da mãe saindo de casa, ainda faltava cinco minutos para o horário combinado, porém ele não se importou de chegar mais cedo. Sorriu quando de longe conseguiu ver Connor encostado no muro e sorriu mais ainda quando o mais velho lhe retribuiu o gasto.
- Oi! - Connor cantarolou e puxou Troye pela cintura o beijando ali, na rua.
O mais novo retribuiu ao beijo e o aprofundou embrenhando os dedos nos fios curtos do cabelo de Connor, guiavam o beijo como se o tempo tivesse parado para os dois, como se nada além daquilo importasse mais, e de fato, nada além daquilo importava.
Quando o ar se fez falta, selaram os lábios de forma demorada finalizando o beijo, a mão de Connor que apertava a cintura de Troye, desceu agora para suas mãos e entrelaçou os dedos enquanto caminhavam em direção ao colégio.
- Seu aniversário é daqui uma semana… - Connor cantarolou olhando rapidamente para Troye que assentiu.
- Bem observado! - ele respondeu divertido. - Já pensou no meu presente?
- Na verdade já! - Connor falou recebendo um olhar curioso do mais novo. - Não é bem um presente, mas acho que vai gostar.
- E não pode me falar?
- Não, porque ai deixa de ser surpresa.
- Qual é! - Troye falou indignado e parou de andar fazendo Connor ter a mesma ação. - Só uma dica.
Connor sorriu e olhou para os lados se certificando de que estavam sozinhos na rua e então selou seus lábios nos de Troye que sorriu.
- Consiga ficar fora de casa esse final de semana... - Connor sussurrou contra os lábios vermelhos de Troye que ficou mais confuso. - Essa é a dica babe.
- Mas…
- Agora vamos, tenho prova de biologia no primeiro horário! - o mais velho murmurou o beijando mais uma vez antes de o puxar pela mão voltando a caminhar.
xx
Troye guardou apressado as coisas dentro da mochila e saiu em passos rápidos da sala, o que o fez trombar com Kayla que o olhava curiosa.
- Vai me contar o que está acontecendo agora? – a garota perguntou sem conter o sorriso e Troye mordeu o lábio. – Sou sua melhor amiga, não sou? – Kayla provocou. - Hm?
- É! – ele respondeu depois de um suspiro e pegou a mão da garota enquanto a puxava em direção ao portão da escola. Quando estavam longe o suficiente de todo aquele pessoal, Troye suspirou fundo ofegante e fitou a garota que ainda o olhava curiosa. – Estamos juntos.
A expressão de Kayla mudou de curiosidade para confusão e cruzou os braços.
- Como assim estamos juntos? Quem?
- Eu e o Connor! – Troye respondeu baixo com as bochechas coradas e Kayla arregalou os olhos.
- EU SABIA! – a garoto gritou e Troye bateu de leve em seu ombro a repreendendo. – EU SABIA TROYE SIVAN!
- Se eu quisesse que o colégio todo soubesse não teria te trago até aqui.
- Ninguém escutou! – ela rebateu com um sorriso nos lábios. – Eu sabia que isso não ia demorar a acontecer, e relaxa, todo mundo já pensa isso.
- A gente da tão na cara assim? – Troye perguntou divertido e a garota riu assentindo.
- O jeito que ele te olha... Que você olha para ele... – ela respondeu e abraçou o garoto. – Estou feliz por você, na verdade por vocês!
- Obrigado. – ele respondeu correspondendo ao abraço. – Agora eu preciso...
- Encontrar seu namorado! –ela falou assentindo e Troye corou. - Depois quero saber os detalhes, mínimos detalhes.
Troye riu negando com a cabeça e despediu da amiga com um beijo rápido na bochecha e saiu do colégio já vendo Connor na árvore o esperando, como combinado.
xx
O celular de Connor tocou mais uma vez e foi Troye que ficou incomodado com aquele som irritante pela quinta vez em menos de meia hora.
- É melhor você atender.
- Você quer que eu vá embora? - Connor bateu o fitando e recebeu um olhar confuso do outro garoto. - É meu pai, e se eu atender esse maldito celular vou ter que deixar aqui.
Troye suspirou fundo e sentou passando a mãoo pelo cabelo enquanto fitava o mar.
- E se você não atender, ele vai ficar mais irritado ainda. - falou dando de ombros e colocou na boca o resto das batatas fritas que ainda tinham ali.
Depois de saírem do colégio, passaram no fast food mais próximo e compraram os lanches indo para a praia onde costumavam ficar. De todos os lugares, ali era o único em que os dois podiam ser eles mesmo, podiam trocar beijos e carícias sem o receio de alguém os pegar e isso parar nos ouvidos do pai de Connor.
Ali, eles podiam ser o casal, que sempre, ansiaram em ser.
- Mas eu quero ficar aqui com você! - Connor falou manhoso e abraçou Troye por trás roçando o nariz pelo pescoço do outro, inspirando fundo o perfume que tinha ali.
Troye sorriu e embrenhou os dedos nos cabelos curtos de Connor, depositando um beijo devagar em sua bochecha, continuaram assim, trocando carinhos até que mais uma vez o toque do celular do mais velho fez com que o clima acabasse.
- É sério, atende isso. - Troye suspirou e se afastou começando a juntar as coisas que tinham por ali.
Connor levantou passando as mãos pelo jeans, tirando a areia que tinha ali e foi para longe atendendo ao pai que gritou aparentemente já bêbado quando ouviu o alo baixo que veio do filho.
Troye terminou de colocar tudo na mochila e ficou de longe observando Connor que minutos depois voltou cabisbaixo até ele.
- Eu te disse… - ele cantarolou suspirando, pegando a mochila e colocou sobre o ombro, o mais novo suspirou baixo e passou seus braços pela cintura de Connor, o abraçando apertado.
- Não podemos dar motivo a ele. - Troye falou baixo e ficou na ponta dos pés beijando os lábios de Connor que sorriu fraco retribuindo mais forte o abraço.
xx
- Pai? - Connor chamou baixo fechando a porta e engoliu a seco quando viu a garrafa vazia sobre a mesa. - Pai, cheguei! - falou mais uma vez subindo devagar para o quarto. Foi questão de segundos quando ele fechou a porta do mesmo e Peter a abriu de forma rude.
- ESTAVA COM AQUELE GAROTO CONNOR? - ele gritou com as pupilas dilatadas se aproximando do filho que pela primeira vez o olhava assustado. - ESTAVA COM O TROYE?
- Pai eu não…
- ME RESPONDA! - Peter gritou mais uma vez e avançou até o filho o puxando pela barra da camisa. - ESTAVA AOS BEIJOS COM OUTRO GAROTO?
Connor engoliu a seco negando com a cabeça enquanto lágrimas caiam por suas bochechas.
- EU NÃO CRIEI MEU FILHO PARA ELE SAIR COM OUTROS GAROTOS, NÃO TE CRIEI PARA SE DEITAR COM OUTRO HOMEM! - ele esbravejou e Connor choramingou baixo.
- Pai eu não… - as palavras saiam em partes da sua boca, naquele momento ele era incapaz de formular alguma frase.
- QUERO VOCÊ LONGE DELE! - Peter falou mais uma vez jogando o corpo de connor contra a cama fazendo o garoto bater as costas contra a parede. - SE EU TE VER PERTO DAQUELE GAROTO MAIS UMA VEZ….
- O QUE VAI FAZER? - Connor reuniu as poucas forças que tinha e fitou o pai que agora tinha os olhos arregalados pela má reposta.
- NÃO ME DESAFIE CONNOR FRANTA! - Peter gritou mais uma vez de aproximando do filho que agora estava de pé.
- EU… EU AMO O TROYE E NADA QUE…. - e então tudo ocorreu de forma rápida quando Connor sentiu os dedos do pai contra seu rosto de maneira forte que seu corpo cambaleou caindo contra a cama mais uma vez.
- Não me obrigue a fazer coisa pior Connor. - Peter falou atordoado podendo ver a marca dos dedos contra a bochecha clara do filho que o olhava assustado. O mais velho respirou fundo olhando atordoado aquilo e arrumou os cabelos bagunçados debaixo do boné para depois sair do quarto batendo a porta.
Connor se encolheu na cama ainda com o coração acelerado e o rosto dolorido pelo tapa forte, fungou baixo quando ouviu a porta da sala no primeiro andar, sendo fechada de forma rude, para depois ouvir o barulho da moto velha do seu pai sendo ligada e aos poucos se distanciando.
Suspirou fundo sentando na cama e passou as mãos pelo rosto tirando o celular do bolso, discou rápido o número de Troye que no segundo toque atendeu cantarolando um oi animado.
- Troye… - Connor chamou entre lágrimas.
- Está me deixando preocupado. - Troye falou baixo quando percebeu a voz diferente do garoto e suspirou tentando conter o nervosismo, não queria pensar no pior naquele momento.
- Pode vir aqui? - o mais velho pediu suspirando. - A porta está aberta, sobe direto para o meu quarto. - ele completou e Troye não respondeu, apenas encerrou a ligação e em menos de dez minutos abriu apressado a porta do quarto de Connor olhando assustado para o garoto que ainda estava na cama com os braços pelo rosto. O mais novo respirou fundo e passou a chave na porta a trancando.
- Con… - ele chamou baixinho e o garoto suspirou fundo fitando finalmente Troye que arregalou os olhos quando viu a marca contra as bochechas vermelhas. - O que aconteceu?
- Eu falei para ele! - Connor murmurou baixo e sorriu fraco. - Eu contei para ele Troye, contei que eu te amava.
- Você não… - Troye negou com a cabeça e foi até ele sentando de frente para o seu corpo o abraçando. - Meu amor!
- Eu te disse que faria isso.
- Connor! - Troye falou como num suspirou e buscou pelos lábios do outro começando um beijo calmo enquanto sua mão acariciava a bochecha do mais velho.
Connor desceu sua mão direta até a coxa de Troye e o ajudou a colocar sua perna sobre a cama e assim entrelaçou pela cintura do mais velho, sem romper o beijo.
Troye arfou baixo quando sentiu os dedos gelados de Connor entrar por dentro da sua camisa acariciando suas costas nuas.
- Eu te amo! - Connor falou baixo contra os lábios do garoto de íris azuis que sorriu ainda com os olhos fechados. - Você tem certeza disso? - perguntou já sabendo como terminariam se continuassem com o clima em que estavam.
- Tenho. - Troye assentiu sorrindo e buscou pelos lábios do outro.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.