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História Youth - Touché.


Escrita por: kondzilla

Notas do Autor


Olá amigos, como estão? Tranquilos?

Primeiramente, fora Temer.

Feliz dia da independência, né não?


Bom, não tenho muito a dizer além de um obrigado pelos 58 favoritos em Youth, vocês são foda!

Eu não revisei esse capítulo antes de postar, então desde já peço desculpa pelos erros de coesão e coerência, tentei ao máximo não contradizer e ou distorcer as coisas, enfim........... boa leitura!

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!LEIAM AS NOTAS FINAIS, TEM COISAS IMPORTANTES LÁ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Capítulo 2 - Touché.


Fanfic / Fanfiction Youth - Touché.

Sem tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em lugares onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte... Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.

 

 

Beber até esquecer o nome, madrugar em festas e acordar em cima de corpos semi-nus possivelmente suados e pintados com tinta neon com algum desenho tosco em sua pele, dançar a noite toda até as pernas ficarem dormentes, sair pela rua fazendo barulho enquanto os vizinhos chamam a polícia são apenas alguns costumes e ambições adolescentes que vem crescendo nos últimos tempos.

 

Jovens tem tendências a serem idiotas revoltosos, recorrendo sempre ao caminho mais difícil ou até mesmo aquele que sabe que vai revoltar mais as pessoas, mas vai mesmo assim, sabendo que quando quebrar a cara só vai ouvir um monte de baboseira  de gente velha e careta. Na verdade, adolescentes são pessoas muito estranhas que na maioria das vezes são um caos por dentro e adquirem uma tendencia grande de se auto-destruírem na medida que crescem, e isso é tudo o que sei sobre eles.

 

Seth balançava a lata de tinta-spray vermelha em sua mão esquerda, enquanto passeava os olhos pelo corredor para ver se não havia nenhum xereta presenciando o seu pequeno show, e como era de se esperar, estava vazio graças ás aulas extracurriculares, bendita sejam essas.

 

— Vão substituir o capitão do time de Rugby por aquele coxinha? Então vamos ver.— Pensou alto enquanto adentrava o deserto vestiário masculino.

 

O loiro ajeitou os cabelos compridos atrás da orelha e tirou do bolso do moletom a máscara preta que ele costumava usar quando ia trabalhar com esse tipo de tinta e com uma mão só a colocou em seu rosto.

 

Chacoalhou pela última vez a lata em sua mão, foi até a parte em que ficavam os armários e não se importou em selecionar em qual ele despejaria seu talento artístico, pressionou sem dó o dispositivo na lata, que esparramou tinta vermelha por todos os armários, fazendo aquele típico barulhinho que agradava tanto a Seth, ainda mais naquelas circunstâncias.

 

O garoto sorria por trás da máscara enquanto traçava as letras que daqui cinco minutos ele contemplaria com um sorriso ainda mais vitorioso nos lábios. Derramou uns pequenos resquícios de tinta em seu moletom, mas não deu muita bola, já que com uma lavada provavelmente já sairia, ou se não, seria mais uma peça de roupa das quais ele gostava de chamar de customizações originais.

 

Seth terminou sua obra, deu quatro passos para trás e viu o contraste do vermelho nos armários mal pintados de azul-escuro, sorriu. Só queria ver a hora que os frangos, ou melhor, atletas do Rugby dessem uma olhadinha em seus armários, Seth sabia que eles iam gostar tanto quando ele de ver a frase ''pau no cu da cube''  estampada em seus armários. Ele daria qualquer coisa pra ficar lá e ver a reação do time, mas não queria arriscar ser pego, então ele guardou a lata de tinta spray  e saiu de lá o mais rápido que pode, controlando-se para abafar a risada que ele tinha certeza que se começasse, não pararia tão cedo.

 

A cube nada mais é do que a abreviação de: Companhia Ultra Integrada em Bases Educacionais, que traduzindo para um português mais claro, se tratava de um pé no saco dos atletas que são parte do time da escola.  A cube adorava se meter em tudo e estragar toda a colocação que eles, devido aos conhecimentos sobre quem é quem, decidiam quem colocar em qual cargo, ainda mais no time de Rugby, que os garotos eram bem seletivos em questão de quem seria o novo capitão.

 

Seth não gostou nada de ser tirado de seu posto que ele já ocupava há quatro anos, desde a oitava série, ninguém nunca ousou contestar sua capacidade, ele era bom no que fazia, e os outros concordavam que por mais que ele fosse uma pessoa difícil de se conviver, era um bom capitão, e só estava reivindicando o posto que é seu por direito, da maneira que ele mais gostava: causando alarde. 

 

[ . . . ]

 

Mercury abriu a garrafinha de água com gás e sorveu o primeiro gole, já sentindo o arroto com gosto de álcool saindo da garganta.

 

— Nossa, você ta um lixo. — Bree referiu-se ao estado em que Mercury se encontrava.

 

— Eu tô de ressaca, Bree, experimenta ser arrastada pro Rust-Eze durante uma noite toda.

 

— Sendo assim, bem feito. Não sei qual é a graça de encher a cara todos os domingos.

 

— Eu bebo é pra cair mesmo, se fosse pra ter graça eu tava era no circo. — Mercury deu mais um gole na água gaseificada e encarou Bree, que revirou os olhos com o comentário patético do garoto.

 

— Aquele cubículo de doenças sexualmente transmissíveis ainda aceita a entrada de menores? — Bree referiu-se ao Rust-Eze, o bar frequentado pela maioria de West High.

 

— Não sei, eu tenho dezoito. — Mercury disse e deu um gole na água, soltando um arroto gorgolejante. — Mas devem aceitar.

 

— Entendi, boa sorte com o seu porre, Mercury. — Bree levantou-se da arquibancada da área externa da escola, por pouco não tropeçando nos próprios pés e passando vergonha na frente das pessoas que caminhavam por ali.

 

Mercury a observou caminhar em direção a uma mesa a onde costumava ver os membros do clube de teatro. Num gesto involuntário, o garoto mordeu a parte interna de sua bochecha e correu seus olhos por toda a parte, demorando-se em um garoto que ele reconheceu como Daniel Landon, um dos inúmeros otários do terceiro B.

 

Daniel parecia meio aborrecido com algo, comia uma maçã de forma rápida e ele a jogou fora sem nem antes terminar de comer a fruta.
Mercury até pensou em falar com ele, não era como se ele se importasse, mas ele era do tipo curioso, que gostava de saber coisas sobre as pessoas.

 

Geralmente, pelo que ele ouve pelos corredores de West High a onde a fofoca é o seu passaporte pra popularidade, dizia-se que Daniel era um cara que raramente ficava emputecido com algo, então, vê-lo naquela forma era mesmo curioso.

 

Mercury até pensou em se levantar para ir até o garoto para se informar sobre o que estava rolando com ele, mas, aparentemente, já faziam isso por ele.

 

Bernard sentava-se na mesa junto a Daniel de forma nada discreta, tirando o boné da cabeça do garoto e colocando na sua própria, Daniel revirou os olhos.

 

— O que você quer, Bernard? — Daniel tomou de volta seu boné.

 

— Ué, não posso saber por que o meu amigo está aborrecido?

 

— Amigo? Certo... o que você quer? Até onde eu me lembro você esteve me ignorando esses dias por que não ajudei você na prova de física — Daniel insistiu.

 

— Ah, Fala sério, você vai começar com esse doce? Pensei que já tínhamos nos resolvido! Vai falar ou não vai?

 

— Você fala como se quisesse me comer. — Daniel debochou do vocabulário de Bernard.

 

— Desculpa, Danny, hoje não. — Bernard gesticulou com o dedo fazendo um sinal de ''não'' de forma feminina, o que quase arrancou uma risada de Daniel.

 

— Da licença, Bernard.

 

—  Você é muito chato, eu só quero saber por que você ta tão puto.

 

— Por que se interessa, Bernard? Você só fala comigo quando precisa de cola nas matérias.

 

— Daniel, fala logo, caralho! — Bernard pressionou.

 

Daniel bufou impaciente e muito a contragosto, falou o que o aborrecia.

 

— Tive problemas com um dos Park. — Revelou.

 

— Hm, o Park Júnior rebelde de novela mexicana ou o rico?  — Bernard puxou o livro que estava entre os braços de Daniel e observou a capa.

 

— Bom, aquele cara é o maior pé no saco de toda a America. Começando pelo fato de que aquele coxinha disse que ia levar meu apartamento a lote se eu não pagasse a mensalidade da imobiliária dele, tentei falar que eu tava duro, não tenho um tostão no bolso, mas aquele cara quer que se foda, só se importa com a merda do dinheiro que ele provavelmente deve usar pra limpar a bunda. — Daniel disse irritado.

 

Bernard não pode evitar de achar graça de Daniel, quis rir da forma como o garoto se irritou ao falar de seus problemas. Daniel dificilmente se abria para as pessoas, Bernard estranhou ele ter soltado tudo de uma vez com facilidade, deveria estar muito puto mesmo.

 

— Esquece isso, por um tempo, Daniel. O Park rico nem deve dar a foda pra isso, só deve estar querendo te botar um apavoro.

 

— E ele está conseguindo. Se eu perder o apartamento da fraternidade eu estou é fodido, em todos os sentidos da palavra.

 

— Porra cara, vai arrumar um emprego então! Fica foda você ficar aí chorando com o cu na mão enquanto o mafioso fica te cobrando.

 

— Vai tomar no seu cu! Você acha que é fácil assim arrumar um emprego né? Preciso entregar currículo e nem montar essa bosta eu sei. Não recebo dinheiro dos meus pais pra me manter no prédio da fraternidade como a maioria, e olha que são só trezentos reais por mês.

 

— Tem empregos fáceis, tipo, sei lá, prostituição ou venda de drogas, sempre tem um caminho mais fácil!

 

Daniel quis rir da forma como Bernard falou aquilo com naturalidade, mas logo que o sorriso se formou em seu rosto, desapareceu por lembrar-se que seu ódio era maior do que qualquer outra coisa.

 

— Sabe cara, você precisa relaxar! — Bernard disse.

 

— Ah não, nem vem, sai de perto de mim. — Daniel puxou de volta seu livro que Bernard usava para girar em seu dedo indicador.

 

— Danny, fala sério, olha pra você! Parece até uma mulher de TPM, com raiva de cada coisa besta e lendo esse livro depressivo! — Referiu-se a cópia de ''o morro dos ventos uivantes'' que Daniel carregava em suas mãos.

 

— E qual é sua ideia de diversão, Bernard? — Daniel perguntou em tom debochado.

 

— Se você quiser descobrir, vai ter que me acompanhar, muchacho. — Bernard forçou um sotaque mexicano por trás do seu inglês carregado.

 

— Primeiramente, você é ridículo falando em espanhol, para com isso. Segundo, para de me chamar de Danny, é um apelido terrível. Me faz sentir com quatro anos de idade.

 

— Primeiro, vai a merda. Segundo, eu sou lindo de qualquer jeito, até falando as nove línguas do criador. Terceiro, você vai sair do seu apartamento hoje a noite e parar de bater punheta pra personagem de jogo online, tá me entendendo?

 

— Me respeita, seu perdigoto. Vai botar um aparelho nesses seus dentes encavalados!

 

— Você não fala dos meus dentes não em, olha que já já você vai me deixar é pistola com esse seu cu doce! — Bernard brincou em tom de advertência.

 

Daniel Parou para observar o garoto, sabia que Bernard não ia desistir fácil de arrastá-lo no mínimo para uma orgia naquele dia.

 

— Eu vou voltar pra minha casa antes da meia noite, ai de você se me deixar jogado em vômito como da última vez. — Ralhou Daniel.

 

Bernard sorriu e levantou os braços em sinal de vitória, quando os dois garotos escutaram o sinal tocando indicando o início do primeiro período de aulas.

 

Os dois garotos se levantaram e Bernard circundou seu braço por volta do pescoço de Daniel antes de dizer a ele:

 

— Meu irmão, hoje a noite vai ser estouro!

 

[ . . . ]

 

Louvado seja nosso senhor Jesus! — Pierre gritava em cima da carteira enquanto reverenciava de forma irônica a aquele que conhecíamos como ''Jay''

 

— Desce daí, caralho! — Jay puxava as mãos de Pierre enquanto engasgava-se com a risada.

 

— Jesus não fala palavrão! — Pierre disse.

 

— É, Jesus manda as pessoas pro inferno então desce daí se não é pra lá que você vai!

 

— Ainda que eu ande pelo vale da morte não temerei mal algum, Deus é pai, não padrasto. — Zombou Pierre, fazendo os outros garotos rirem.

 

Pierre desceu da mesa vencido pelo cansaço e sentou-se em sua cadeira assim que viu a professora entrando na sala vestida em um vestido verde que deixava suas gordurinhas salientes.

 

— Parece um Kiwi. — Pierre disse, o que arrancou uma risada de Jesus, que sentava logo atrás do garoto.

 

— Vacilo. — Jesus sussurrou após perceber que o olhar da velha senhora Canterville caíra sobre eles.

 

— Muito bem, pivetes, qual é a piada de hoje? Moby Dick já não foi a da semana passada? — Sarah Canterville, a professora de filosofia olhou para os garotos que seguravam a risada fazendo uma careta.

 

— Pô, que isso professora, ninguém aqui te ofende só por que você parece uma garrafinha de corote, na verdade, isso é o que mais me faz gostar da sua aula! — Christopher Miles entrou na conversa com seu comentário que fez todos da sala rirem, até mesmo a própria professora.

 

— Cala a boca, Chris, a maconha já deve ter levado dois terços desses teus neurônios, por isso que na minha matéria você vai bombar. — Sarah disse com sua habitual voz rouca por conta dos cigarros, arrumando as coisas em cima de sua mesa e olhando para a sala que ria da discussão dos garotos.

 

— Professora, você não tem medo de ser despedida por falar desse jeito com os alunos? — Pierre disse.

 

— De que jeito? Eu não falei nada demais.

 

— Eu vou processar você por danos morais, Sarah! — Christopher berrou.

 

— Pode ir lá e denunciar que eu falo da sua biqueira. — Sarah jogou um pedaço de giz no garoto impertinente, que em resposta jogou um beijo para a professora.

 

Sarah sentou-se na mesa e ficou com os pés suspensos na mesma observando a sala, reparou em um dos alunos mais desatentos, que parecia divagar enquanto olhava pela janela.

 

— Keeran! A pergunta de hoje é pra você! — Sarah pareceu despertar o garoto que virou a cabeça para ela sem entender nada do que ela estava falando.

 

— Quê? — Keeran piscou os olhos repetidas vezes, não havia dormido nada na noite anterior.

 

Quê? — Jay imitou Keeran, revirando os olhos pra cima e colocando a língua pra fora.

 

— Keeran, responda-me. Qual a diferença entre saber e opinar alguma coisa em seu senso comum? — A professora desceu da mesa e foi até o quadro, a onde ela escreveu com a clássica letra garranchosa as palavras ''saber'' e ''opinar''

 

Os olhares todos caíram em cima de Keeran que não sabia nem em que mês estavam, ele olhou as palavras no quadro por alguns segundos, e apenas meneou a cabeça em negação.

 

— Vou desistir, professora, não está dando certo. — Disse Keeran, fazendo com que todos a sua volta soltassem uma gargalhada curta.

 

— A diferença entre saber e opinar em seu senso comum é... — A professora começou a falar, mas foi interrompida.

 

— Quando você opina alguma coisa em seu senso comum, você tem como base sua primeira compreensão de mundo, quase que uma opinião sem fundamentos. Já quando você sabe de algo, você automaticamente adquire o conhecimento necessário pra falar sobre alguma coisa, sendo assim, capaz de opinar algo sem ter como base primária o seu senso comum. — Devon era observado por toda a sala, que se silenciou ao escutar o garoto começar a falar.

 

— Olha se não é o Einstein da nova geração. — Pierre brincou.

 

— Posso entrar? — Park encostou a cabeça na porta e falou manhoso enquanto encarava a professora.

 

— Você sabe o que penso sobre atrasos, Park. — A professora cruzou os braços. — Mas você falou bonitinho. Pode entrar, senta atrás do Chris. — Ela indicou o lugar e recebeu um beijo jogado de Park.

 

Devon tomou seu assento atrás de Christopher, que assim que percebeu a presença daquele que ele chamava de ''aliado'' já se ajeitando na cadeira atrás de suas costas, fez questão de se virar para trás pra conversar com o mesmo.

 

— E aí? Vai rolar aquela parada de sexta a noite no rust-eze?

 

— Que parada? — Pierre indagou, tomado pela curiosidade.

 

Chris e Park se entreolharam, o olhar que partia de Devon era mais um de ''seu merda, boca de caçapa.'' Mas logo ele resolveu não fazer rodeios, expondo não só para Pierre, mas para Jay também seus planos para sexta-feira a noite.

 

— Temos um lance pra sexta. Eu preciso de ajuda pra uma festa que eu vou dar e os caras do rust não me negariam uma ajuda, ouvi dizer que hoje a noite abre, vou começar a negociação.

 

— Quem te garante sobre isso, Park? Do Hades que é um pouco mais maleável você pode até obter alguma coisa, agora do Zhong?  — Jay fez uma careta que Park entendeu por ''aí fode.''— O Zhong, apesar de gente boa,  já é mais cabeça dura em relação de negócios exteriores, você deve estar ciente, né?

 

— Então é verdade mesmo o que os garotos da oitava série estavam comentando sobre você ter ficado louco por causa de um cartaz? Tudo por causa da merda da festa do colégio que você quer fazer melhor?   — Pierre riu. — Park, você precisa de uma ajuda profissional, quem sabe Jesus.

 

Jay deu um olhar torto para Pierre e desferiu um tapa na cabeça do amigo, que continuou rindo da piada, assim como os outros.

 

— Não posso perder minha fama de egocêntrico por aqui, eu preciso dar um banho nessa festa farofa que a escola vai fazer, não admito que depois de passar o ensino médio e o superior nessa escola, nós ainda vamos ter que nos contentar com uma festa bosta como as que eles dão, fala sério, nem tem loló, Pierre. Eu só quero o bem geral da população. — Park piscou para Pierre que mostrou o dedo do meio para o garoto.

 

Pierre fez menção de abrir a boca para falar algo a mais quando a professora Canterville chamou-lhes a atenção.

 

— Desculpa atrapalhar a conversa das moças sobre algo extremamente relevante, mas eu preciso dar aula. — Sarah arqueou as sobrancelhas e tombou a cabeça pro lado.

 

— A gente estava falando sobre a matéria, Sarah. — Chris disse.

 

— Shh.. fica quietinho, fica. — Sarah caminhou até próxima a carteira de Christopher e deu um tapinha, fazendo com que os outros garotos rissem.

 

O mal de fazer as coisas por debaixo dos panos em West High era que: ali naquele lugar tudo tinha ouvidos, desde as pessoas até o reboco do teto. Nada passava despercebido, ainda mais se tratando de mais uma das merdas que seriam protagonizadas por Devon Park.
 

Os garotos erraram feio em mencionar a festa dentro daquela sala de aula se queriam fazer dela algo secreto por pelo menos um tempo, por mais baixo que eles estivessem falando, sempre havia um alguém atento em tudo, e isso poderia botar tudo a perder antes mesmo de começar.

 

[ . . . ]

 

Enquanto uns estavam em suas aulas teóricas e práticas sobre química, filosofia e física, outros matavam aula na quadra a onde mais tarde estariam todos para presenciar a final do jogo de basquete com o time adversário, os Wildcats, de Oregon Coast High.

 

— Tem fogo aí? — Eric perguntou para Hayden após os garotos fecharem as portas da quadra e se ajeitarem nas arquibancadas de ferro.

 

— Tenho sim, segura aí! — Hayden jogou o esqueiro para Eric, que segurou apenas com uma mão, enquanto com a outra ele tirou o cigarro que carregava atrás da orelha, Hayden achou aquilo completamente brega, mas apenas preferiu ignorar e observar Eric enquanto acendia o cigarro e dava a primeira tragada.

 

— Aceita? — Eric estendeu o cigarro para Hayden que apenas meneou a cabeça dizendo que não. O fumante deu ombros e apenas devolveu-lhe o esqueiro.

 

— E então, qual a finalidade de estarmos aqui? — Hayden se levantou da arquibancada e esticou seu corpo enquanto era observado por Eric, que olhava sem discrição cada movimento que era feito por Hayden.

 

— Não sei, ficar chapados, talvez? — Eric inclinou-se para frente.

 

— Nem fodendo! Lembra do ano passado quando combinamos que ficaríamos chapados? Você acabou deitado na calçada parecendo que estava sob efeito de gás do riso e eu num hospital tomando injeção de glicose.

 

— Você é frouxo! — Eric sorriu e deu mais uma tragada.

 

— Frouxo é seu pinto.

 

— Você já viu? — Eric levantou uma das sobrancelhas.

 

— Sai fora, de curto já basta a vida.

 

— Vou ter que discordar. — Eric desceu dois degraus da arquibancada, ficando mais próximo de Hayden, que ainda se mantinha de pé na mesma.

 

— Então o que sugere que a gente faça? — Eric perguntou arrastado, quase que num sussurro enquanto tragava seu cigarro mais uma vez.

                                                                                                                                                      

''Sexo, por favor.'' Era a resposta que Hayden daria se estivesse chapado, na verdade, até lúcido ele daria essa resposta, mas não deixaria que Eric soubesse das coisas dessa forma.

 

O garoto mais novo mordeu seu lábio inferior enquanto olhava para os lados em busca de algo para se entreterem.

Para sua sorte, alguns membros do clube de esgrima eram preguiçosos o suficiente para deixarem seus pertences por ali, havia um carrinho repleto de materiais esquecidos dos outros clubes, logo, Hayden moveu-se até ele enquanto era seguido pelos olhares sequiosos de Eric, que não fazia questão nenhuma de esconder o quanto apreciava a maneira como Hayden ficava desconfortável quando ele o observava daquele jeito e sempre dava um jeito de fugir quando estavam próximos demais, e daquela vez, não estava sendo diferente.

 

— Uma partida de esgrima. Se você ganhar, fazemos o que você quer, se eu ganhar, fazemos o que eu quero. — Hayden pegou duas das espadas finas e jogou uma para Eric.

 

— Tem certeza de que quer se preparar pra mais essa humilhação? — O garoto que antes estava sentado agora descia da arquibancada e girava a espada em uma de suas mãos.

 

— Cala a boca, Eric. — Hayden deu um passo para a frente e fez menção de tocar com a espada no peito de Eric, mas o garoto desviou.

 

— Então você acha que vai ser fácil assim?

 

Eric moveu-se para mais perto de Hayden e o mais novo moveu a espada para sua frente, ambas se chocaram. Eric tentou novamente atacar, mas Hayden permaneceu-se na defensiva, só atacando quando era conveniente, só precisava de três toques.

 

Eric decidiu ser mais apelativo, começou a levar a espada até as pernas de Hayden, que tentava ao máximo mante-las afastadas para que a espada não chegasse até elas.

 

O mais novo andou para a frente e moveu a espada com rapidez, cortando o ar, Hayden conseguiu um toque no peito de Eric e sorriu.

 

Touché. — Hayden disse enquanto encarava Eric.

 

— É... touché. — Eric jogou sua espada para o outro lado e fez o mesmo com a de Hayden, que até então ainda estava encostada em seu peito. Talvez Eric tivesse deixado Hayden ganhar, embora o garoto fosse bom, mas naquele dia em especial, Eric queria saber quais eram os interesses de Hayden.

 

O garoto mais velho acabou com parte da distância que separava eles dois no meio da quadra, até que ficassem frente a frente e então, ele falou:

 

— E então... o que vamos fazer?

 

Hayden passou a língua entre os lábios, tentando ignorar ao máximo a forma maliciosa que as palavras saiam da boca de Eric.

 

Quando Hayden fez menção de falar algo, o  sinal tocou, indicando o início do fim do primeiro horário de aulas.

 

— Acho que não da tempo de fazer muito. — Hayden coçou a nuca, evidentemente desconcertado e foi caminhando até as portas da quadra, enquanto era observado pela enésima vez pelos olhos do garoto fumante, que inclusive, já queria outro cigarro.

 

Eric riu balançando a cabeça e seguindo Hayden para a porta, aparentemente, nada interessante aconteceria ali, pelo menos por enquanto.

 

[ . . . ]

— Que se foda mesmo. Faz merda e não aguenta o solavanco de ser comentado aqui na escola? Ah meu filho, não aguenta bebe leite! — Arden gesticulava e falava alto, sem se importar com os olhares tortos que desprezavam seu comportamento.

 

— Fala baixo, seu bosta. — Maya deu um empurrão no ombro de Arden, que resmungou algum xingamento para a garota.

 

— Deixa o cara, Maya. Nem vira você tentar. — Gotye tirou de seu bolso o terceiro cigarro que ele tinha fumado em um intervalo de dez minutos.

 

— Gotye, seus pulmões devem implorar por um pouco de ar puro. — Arden disse ao reparar que ele acendeu o cigarro antes mesmo do garoto iniciar sua fala.

 

— Que nada, tô bem vivo. — Deu a primeira tragada.

 

Os três estudantes estavam saindo da escola depois de seu primeiro horário, o segundo era só pra quem participava dos clubes esportivos, e entre eles, apenas Arden era quem praticava esportes, e o papo deles estava bom demais para ele querer ficar na escola.
Okay, talvez nem estivesse tão bom, mas Arden daria qualquer coisa pra não ficar pros clubes.

 

Os três estudantes foram os primeiros a chegarem no ponto de ônibus, combinando que seu destino seria o quiosque que vendia bebidas fortes em seaside, que nada mais era do que uma praia conhecida por todos os habitantes de Oregon.

 

Enquanto eles não chegavam, passaram a realizar seu passatempo favorito: Falar mal dos outros. 

 

— Viram o nome que está na boca do povo dessa vez? Não, não estou falando de Park e do evento das rãs, antes que achem isso. Não curto muito ele e a forma como que ele se acha o bonitão da bala chita. — Gotye disse enquanto tragava seu cigarro que já estava na metade.

 

— Qual nome? — Arden se sentava no ponto de ônibus e esticava suas pernas para ocupar a maior parte do banco para que as pessoas não se incomodassem em parar justo naquele ponto. Se quisessem se sentar, que andassem até o ponto de cima.

 

Suga. — Gotye sibilou ao ver que o garoto saia da escola e caminhava em direção ao ponto da rua de baixo para evitar cruzar com mais pessoas e arranjar mais problemas.

 

Maya e Arden observaram August caminhar enquanto devolvia os olhares tortos para o grupo de três amigos e baixava a cabeça para olhar em seu celular, esforçando-se para não gritar um vai tomar no cu sonoro a todos eles que o encaravam.

 

—  O que aquela gracinha andou aprontando? — Maya disse enquanto tirava de sua bolsa uma barrinha de cereal.

 

— Não sei ao certo, mas parece que o bonitinho tem feito muita merda ultimamente. — Gotye continuou.

 

— Tipo o que? Beijado rapazes na aula de educação física? — Arden disse fazendo com que os outros rissem, apesar de estar falando sério.

 

— Não, seu otário. — Gotye fez uma pausa para tragar seu cigarro. — Dizem que o nosso querido Suga badboy está andando em maus lençóis por conta de suas crises de transtorno de personalidade. Tentaram ocultar o fato de que em sua última consulta com a Helena sonsa-pra-caralho ele acabou quebrando umas paradas na sala dela, mas nada passa por mim, vocês sabem como é.

 

— Sabemos como é, Gotye. Você é o maior fofoqueiro de North West. — Arden disse, fazendo Maya se engasgar com sua barrinha de cereal.

 

— Fofoqueiro nada, eu sou é comentarista.

 

— Comentarista de vidas alheias. — Maya complementou a frase de Gotye.

 

— Vocês dois são um saco, deveriam me agradecer por fornecer informações pra vocês.

 

— Que diferença faz o Dallas ter quebrado alguma coisa na sala da Helena? Deveria era ter quebrado a cara daquela sonsa que vive enchendo o cu de chá verde pra eu nunca mais ter que ir na sala dela. — Arden disse.

 

— Que horrível, Arden. — Maya torceu o nariz enquanto falava de boca cheia. — Mas eu concordo.

 

 

 

 

Os três continuaram fofocando sobre as outras pessoas enquanto os outros saiam da escola e eram obrigados a dar a volta no quarteirão, pois  o ponto mais próximo havia sido tomado por eles três.

 

Os três só deixaram o tão disputado ponto por que o seu ônibus havia chegado depois de algumas várias horas de espera, do contrário, teriam ficado ali o dia todo só para irritar o pessoal da escola.

 

Porém, quando iam subir no ônibus, foram surpreendidos por dois dos garotos que trabalhavam na borracharia atrás da escola, que eram conhecidos por pegar rabeira no ônibus apareceram correndo sabe-se lá de onde e entraram na frente dos três, subindo no automóvel e já preparando-se para passar pela catraca.

 

 — Que patifaria é essa? Vocês acham que estão na casa de vocês? A gente chegou primeiro! — Maya disse.

 

— E a gente chegou depois. — Harley respondeu para a garota enquanto Jay pagava as duas passagens.

 

— E você acha que vai a onde com essa sua postura em, borracheiro? Pode sair, a gente ta esperando já faz tempo! — Gotye disse e puxou Harley que quase caiu do ônibus mas foi segurado por Jay.

 

— Ta achando que é quem pra encostar no cara? Ele não te fez nada irmão! — Jay entrou na frente de Gotye. — Cada  um com seus pulos! — Jay empurrou Harley pra que ele passasse pela catraca, quando se preparava para fazer o mesmo foi segurado por Arden.

 

— E você ta achando que é quem pra pular na bala dos outros, em? — Arden falou entre dentes.

 

— Tira a mão de mim, parceiro. — Jay respondeu enquanto mascava seu chiclete e encarava Arden.

 

— E quem vai me obrigar? — Arden afrontou.

 

— Larga o cara, Arden, nem compensa ficar nervoso com umas coisas dessas. — Maya disse.

 

— Que coisa dessa em, garota? Fica na tua aí! — Harley, que observava tudo de trás da catraca rebateu para Maya, que não conteve seu instindo de levantar o dedo do meio para ele.

 

— Enfia no seu cu que ele vai deslizar com facilidade. — Harley disse, Gotye riu.

 

— Vou enfiar no seu! — Ela levantou a voz.

 

— Pegou ar foi, bonitinha? 

 

Maya abriu a boca pra responder mas Gotye deu um empurrão de leve na garota, sinalizando  pra que ela olhasse para Arden e Jay.

 

Jay segurou com força o pulso de Arden, que involuntariamente só empregou mais força enquanto segurava o braço magricela de Jay.

 

—  Garoto, vocês que se resolvam depois, deixa o que pagou a passagem entrar, não vão ficar de patifaria dentro do meu ônibus não! — Disse o motorista, ameaçando acelerar o ônibus com a porta aberta, do jeito em que estavam.

 

Arden soltou o braço de Jay, que antes de mover-se para tomar seu lugar perto de Harley deu uma encarada para Arden, que significava ''fora daqui a gente se resolve.''

 

Os três adolescentes que antes estavam no ponto acabaram sendo enxotados pelo motorista, que recebeu palmas partidas de Harley e Jay, conseguindo arrancar risadas e burburinhos de algumas pessoas presentes no ônibus, que não se demorou em partir para seu destino.

 

Os três adolescentes enxotados, que agora estavam putos, tiveram que terminar seu caminho apé.

 

— Vocês podem ir pra casa, eu vou pra outro lugar. — Arden, que até agora havia ficado quieto enquanto os outros dois xingavam os garotos da borracharia acabou por dizer.

 

— E você vai pra onde? — Gotye perguntou.

 

— Ué, o que você acha? Me resolver com o arrombado da borracharia. Acha que eu sou frouxo de incendiar uma briga e depois correr dela? Hoje não, não pra aquele frango. — Disse simplista.

 

— Sem a gente? Não mesmo. — Maya disse.

 

— O que vocês querem lá? — Arden perguntou.

 

— Eu quero ter uma fofoca pra comentar no dia de amanhã. Meu posto não pode ser perdido assim.  — Gotye disse.

 

— Eu só quero é ver o circo pegar fogo enquanto gravo tudo.

 

Arden balançou a cabeça desacreditado e não deu muita atenção para os argumentos dos amigos, decidiu que iria se resolver com o tal Jay, ninguém parava pra afrontar ele daquele jeito e saia de boa. O borracheiro não perdia por esperar, Arden daria assunto  não só para Gotye, mas para toda a escola. Todos teria, muito o que conversar no dia seguinte.

 

[ . . . ]

— Em vão tenho tentando lutar contra meus pensamentos.... merda, errei de novo. — Tristan policiava-se durante a aula de teatro, que honestamente, estava deixando Monroe, que assistia na platéia, além e entediado, impaciente.

 

— Tristan, qual a dificuldade de dizer sentimentos? — Monroe disse, levantando levemente seu tom de voz para que o garoto o escutasse.

 

— Monroe, paciência! — Disse Darling enquanto tentava auxiliar Tristan pra que ele seguisse sua fala de acordo com o que estava no papel.

 

— Ele já errou quatro vezes a mesma porra! — Monroe respondeu no mesmo momento em que Mia Mckeena entrava na sala de teatro e tomava seu assento ao lado do garoto na arquibancada.

 

 — Calma, Monroe! Tua cena vai chegar, cara, deixa a gente treinar, se tá sem paciência sai fora daqui! — Tristan gritou e recebeu um dedo vindo de Monroe, que só agora foi olhar para Mia ao seu lado.

 

— E aí, Mack. — Ele disse.

 

— Oi. — Ela respondeu seca.

 

— Nossa, você ta bem? — Ele arcou suas sobrancelhas.

 

— O que você acha? — Ela bufou e cruzou seus braços.

 

— Qual foi? — Perguntou Monroe.

 

— Peguei o resultado dos personagens da peça hoje, não acredito que peguei um papel tão dispensável.

 

Monroe respirou fundo e folgou-se ainda mais na cadeira do teatro. Mia fazia o tipo de garota que ele gostava de classificar como ''Branca drama, entre o iPhone e a cama. '' Apesar da garota ser legal, ela tinha surtos com coisas extremamente superficiais, e ele era obrigado a aturá-los, se uma Mia feliz já era difícil de lidar, imagina uma Mia que estivesse puta.

 

— Mia, essa é a última peça do ano, por que você da a foda pra isso? Além do mais isso não vai entrar no seu currículo de atriz. — Monroe disse, Mia revirou os olhos.

 

— Eu só quero que esse ano acabe logo, e quero fechar ele de um jeito digno. — Dizia ela sem focar seus olhos em Monroe, os dois estavam observando enquanto Darling e Tristan contracenavam a cena mais icônica da adaptação feita pelo professor de ates cênicas do filme orgulho e preconceito.

 

— Acho que você pode ter uma forma melhor de fazer isso. Quem sabe dançando no rust-eze. — Monroe riu.

 

— Credo, Monroe. Eu me submeteria a qualquer coisa, mas rust-eze? Não estou tão desesperada assim.

 

— Você fala como se o lugar fosse o inferno na terra. — Monroe salientou.

 

— Bom, até hoje eu nunca vi lugar pior. — Mia rebateu.

 

Monroe desistiu tentar debater algo com Mia, era inútil, ela sempre levaria tudo pro lado de que ela não conhecia nada do mundo, triste para ela. Nada deveria ser muito difícil pra aquela garota, isso deixava Monroe irritado.

 

Os dois interromperam sua conversa e os atores no palco interromperam sua cena quando viram Floyd Bourne, a terceira peça para aquela cena de teatro ficar completa, entrar correndo na sala de teatro e quase cair rolando pelas escadas que precisava descer para entrar no auditório.

 

— Desculpem, estou atrasado. — Ele tirou a bolsa transversal de volta do pescoço e a jogou em uma cadeira qualquer enquanto arrumava os cabelos castanhos.

 

— Relaxa, Floyd, estamos esperando o Tristan incompetente completar a cena dele já tem... três horas. Ninguém aqui moveu um músculo além dele e de Darling. — Monroe disse carregando sua voz de cinismo.

 

Floyd não conteve um suspiro aliviado e Tristan resmungou uns xingamentos ao garoto de cabelos de cor rosa desbotado.

 

— Vem aqui fazer então, Monroe! Você não é o esperto? Vamos ver se você é de tudo isso, então! — Tristan jogou o roteiro no chão e subiu para a arquibancada, jogando-se em uma cadeira vermelha e fazendo sinal pra que Monroe, que permanecia-se quieto em seu lugar, observando o circo que Tristan havia armado.

 

Monroe levantou-se calmamente e caminhou sem pressa em direção ao palco.

 

— Darling, entrega o roteiro pro Floyd. — Disse Monroe quase que num tom de ordem, que não foi intencional.

 

— É... desculpa, Monroe, mas se você não notou, sou eu quem faço o papel da Bennet. — Ela disse levantando o roteiro e indicando seu nome embaixo do nome de Elizabeth Bennet, a principal.

 

— E o Tristan faz o papel de Darcy. A onde está ele agora? — Monroe arqueou uma de suas sobrancelhas e recebeu um olhar fuzilante de Darling, que assim como Tristan, havia jogado seu roteiro no chão e se sentado em uma das cadeiras.

 

— Monroe... — Floyd sussurrou, embora não fosse dizer nada de importante. — É que.. eu não sei nada desse roteiro e... bom, eu... eu não sei o que fazer!

 

— Fica calmo, Floyd, você consegue. — Monroe sorriu de forma amigável, pegando o roteiro do chão e dando nas mãos de Floyd, que respirou fundo e preparou-se para lê-lo, colocando-se a frente de Monroe.

 

— Darcy... creio que não podemos estar aqui, tão próximos de cometer algo tão irrefutável. — Começou Floyd, fazendo uma entonação melhor do que ele pensou que faria.

 

Monroe umedeceu os lábios e encarou o rosto nervoso de Floyd antes de iniciar sua fala, sem nem se dar o trabalho de ler o roteiro.

 

— Se os seus sentimentos ainda são os mesmos, diga-me de uma vez. Minha afeição e meus desejos não mudaram. Mas uma palavra sua irá me silenciar para sempre. Se, contudo, seus sentimentos não mudaram, eu devo dizer que você enfeitiçou meu corpo e alma. E eu a amo. Eu a amo e anseio que não fiquemos separados a partir de agora. — Aproximou-se de Floyd, como mandava o roteiro.

 

As bochechas de Floyd coraram de forma sutil ao perceber a emoção com que Monroe proferia suas palavras, era fascinante.

 

A  cena a seguir era a cena em que Elizabeth se calava e emudecia pela revelação de Darcy, que não parou seu discurso ardiloso para a dama.

 

— Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e eu preciso que me permita dizer-lhe que eu admiro e a amo ardentemente. — Monroe pegou a mão de Floyd que a essa altura, assim como todos os outros três, já estava atônito.

 

Ao sentir a boca de Monroe tocar-lhe a mão, Floyd sentiu um leve arrepio em seu corpo que o deixou desconcertado, o que era estranho, já que tinha ciência de que aquilo se tratava de uma cena de teatro, porém esse fato não corrompeu sua timidez característica de quando estava em cena.

 

Seguindo o roteiro, Floyd abriu um sorriso ao ver que Monroe tinha levantado a cabeça para olhá-lo e então, disse em seu papel de Elizabeth Bennet:

 

— Quem diria que vossa poesia fosse o alimento do amor...  Ensinou-me mais acerca de mim própria do que pensei que um diz fosse capaz de conhecer. És esplêndido senhor Darcy. E.. sim. Meus sentimentos ainda vem sendo os mesmos de abril passado... — Aproximou-se de Monroe de tal modo que suas respirações se misturassem.

 

— Muito bom, ótimo, maravilhoso, foda-se os dois também. — A cena foi interrompida pela voz inoportuna de Tristan na platéia, que quebrou completamente o clima que ali havia sido estabelecido.

 

Floyd levou a mão até os cabelos e deu um sorriso sem graça para Monroe, que percebeu como o garoto se esforçou para não ficar mais tímido do que geralmente ficaria.

 

— Não tem segredo, Tristan. — Monroe subiu as escadas e jogou o roteiro no colo do garoto. — É só ler e repetir o que está escrito. Você tem duas semanas pra isso, o mesmo vale para Darling.

 

— E quem é você pra falar isso agora nesse tom todo de autoridade máxima? — Mia, que até agora só havia observado tudo, resolveu dizer.

 

— Não sou ninguém. Mas acho que se estamos aqui pra fazer uma peça, o mínimo que deveria existir aqui é um pouco de esforço dos atores.

 

Darling revirou os olhos, descendo da arquibancada e batendo os pés no chão até antes de subir no palco e pegar o roteiro das mãos de Floyd, que subiu até a onde estava sua bolsa e pegou seu celular para checar se havia recebido alguma mensagem.

Mensagem de Corleone 4M.

 

''Aí, cadê você?''

Floyd respondeu depois de algum tempinho:

 

''Aulas de teatro, a onde mais eu estaria?''

''Você está me zoando, por algum acaso?''

''Não. O que você quer, Nico?''

''Como assim o que eu quero, Floyd?! Hoje é dia de maldade, como você mesmo chamou, seu falso!''

''Dia de maldade? Como assim? Vai dormi meu, cade teu pai, palhaço.               ''

''Você merece o título de pior amigo do mundo.  Você falou que ia comigo até o lugar da minha entrevista de emprego, Floyd!''

 

Floyd fechou os olhos e mordeu a língua. Merda! Tinha se esquecido completamente de seu compromisso.

 

''A onde está você agora?''

''Saindo da escola pro ponto de ônibus da rua South, aparentemente, uns otários dominaram o ponto daqui da frente.''

''Chego em dez minutos. Depois te levo pra comer um MC. Donalds.''

 

Floyd não esperou que Niccolo respondesse, apenas colocou o celular de volta dentro da bolsa e passou ela pelo pescoço, perguntou-se se deveria avisar alguém, mas saiu de fininho, com sorte, dariam por sua falta só daqui alguns minutos.

 

No mundo em que vivemos, há uma tese predominante de que as pessoas sempre agem com segundas intenções. Que uma hora ou outra elas vão mostrar sua verdadeira face, por que, segundo outra tese predominante, você pode viver cem anos com uma pessoa mas nunca saberá como ela é de verdade, todos sabemos que isso é fato. Ninguém se mostra autêntico cem por cento do tempo, ou deixa claro o que quer. 

Finalizo aqui esse pensamento pedindo pra que você se lembre de que pessoas mentem o tempo todo, e que perdão para esse tipo de ocasião é uma dádiva. 

Pense bem em quem perdoar. Muitas vezes, o perdão não salva, como dizem as bocas alheias, mas sim cria um monstro.

 

[ . . . ]

 

O Rust-eze já abria suas portas e o sol ainda dava as caras por ali. Os donos do bar não estavam por ali hoje,então a abertura do lugar ficou por conta dos dois barmans de confiança deles, Jesse e Casey.

 

Os dois garotos abriram a porta levadiça e não se deram o trabalho de fechar tudo, como os donos, que eram sempre os primeiros a chegar, costumavam fazer.

 

Eles começaram a ajeitar tudo, virar as cadeiras para debaixo das mesas, limpar os copos sujos da última noite, arriscaram até passar uma vassoura pelo estabelecimento que parecia não ser limpo a décadas, sem muita conversa por que isso adiantaria o trabalho para os dois.

 

Quando viram que tinham coisas mínimas para ajeitar antes de estarem oficialmente aberto, permitiram-se começar a trocar algumas ideias.

 

— Ei, Har, me ajuda com o jogo de luzes? — Jesse disse a Casey que estava do outro lado do bar, atrás do balcão de bebidas, separando-as por cor e ano de fabricação.

 

— Em que parte você precisa? — Casey passou por cima do balcão e caminhou até o palco de karaoke, que ultimamente tinha servido também como palco de umas apresentações de pole dance depois da meia noite.

 

— Aqui, olha, pra primeira parte eu não consigo ajeitar as luzes verdes, sabe? Fazer a transição das verdes para as vermelhas. — Ele girava o botão que geralmente faria com que as luzes mudassem de cor, mas tudo o que obtinha era uma sutil alteração de tons de verde mais claro a mais escuros.

 

— Essa porcaria travou. — Resmungou Casey tentando girar os botões do painel de luzes.

 

— O quê? Mas ontem mesmo estava funcionando como se nada tivesse acontecido! — Jesse forçou os botões tentando fazer com que eles destravassem, mas de nada adiantou.

 

— Jess, vamos acabar quebrando isso! — Advertiu Casey, como se tivesse tido uma premonição.

 

— Que nada, não vamos na... — Mal Jesse terminou sua frase e na forçada seguinte no botão o aparelho se quebrou, soltando faíscas e obrigando os jovens a protegerem as cabeças enquanto o resto das luzes se apagava, deixando os dois apenas com a luz que vinha da porta de entrada.

 

— O que é que a gente fez? — Sussurrou Jesse.

 

— A gente? Jesse, você... meu Deus... a gente vai morrer. — Casey disse.

 

— Não.. a gente não vai morrer, calma, a gente só precisa de um eletricista, certo? — Jesse perguntou.

 

— E eu é que sei? Se a gente não tiver o dinheiro de hoje a noite a gente vai é se foder, Jesse! — Casey começava a se desesperar.

 

— Calma, não vamos entrar em pânico ainda, o Zhong e o Hades ainda não estão de volta, né? A gente pode conseguir arrumar. — Jesse tentou tranquilizar Casey, mas estava tão desesperado quando o garoto.

 

— Eles vão voltar hoje a noite, Jesse! Não tem chance da gente conseguir alguém pra arrumar a fiação até lá!

 

— Então o que você sugere que a gente faça? — Jesse caminhou de um lado para o outro enquanto levava as mãos aos cabelos azulados, que semana passada estavam cor de rosa.

 

— Eu não sei. — Casey disse baixinho enquanto olhava para o nada procurando uma solução. O menino mais novo sentou-se no palco e afundou sua cabeça em suas mãos enquanto os passos nervosos de Jesse só conseguiam se concentrar no calor que começava a fazer naquele lugar.

 

E isso fez com que surgisse uma ideia ali entre eles.

 

— Jess... — Casey chamou levantando sua cabeça.

 

— Que? — Ele parou de andar e olhou atônito para Casey.

 

— Quanto custa uma caixa de velas? — Ele perguntou.

 

— Não sei, dois dólares, talvez. Por que?

 

— Porque acho que vamos precisar de muitas caixas de vela pra iluminar esse bar hoje. — Ele encarou o amigo que demorou alguns minutos para processar o que o outro quis dizer.

 

— Casey a gente vai acabar botando fogo nesse lugar. — Ele disse assim que compreendeu o que o amigo queria dizer.

 

— Tem uma opção melhor? — Ele franziu as sobrancelhas.

 

Jesse pensou um pouco e mordeu o lábio inferior, não. Ele não tinha uma ideia melhor.

 

—Olha, se esse lugar queimar inteiro eu jogo a culpa em você! — Jesse tirou as chaves do bolso e estendeu a mão para Casey que não hesitou em aceitar a ajuda para se levantar e saírem do bar.

 

Quando os dois rapazes saiam do bar, repararam que a porta foi aberta, balançando a sineta que ficava em cima da mesma, os dois gelaram acreditando que seria algum dos donos que resolveram chegar mais cedo.

 

Porém, deram de encontro com um garoto magricela, que Jesse não reconheceu, porém Casey respirou aliviado por ver de quem se tratava.

 

— Nunca mais faça isso! — Disse o garoto mais novo descendo do palco enquanto o garoto na porta levantou suas mãos em rendimento, caminhando até Casey para um abraço amigável.

 

— U-hum... — Jesse fez um som com a garganta, recebendo os olhares de Casey e do Garoto desconhecido.

 

— Jesse, esse é Lee Wirt. Ele é a atração de hoje.

 

— Ah... — Jesse franziu as sobrancelhas e coçou a nuca meio desconcertado. O garoto era magrelo e baixinho, aparentemente deveria ser menor de idade. Não que aquilo fosse problema, não era a primeira vez em que contratavam menores de idade, mas o garoto tinha uma aparência extremamente jovial pra alguém que estivesse disposto a dançar por dinheiro.

 

— O que aconteceu aqui? — Lee cruzou os braços.

 

— Bom, aparentemente, o gênio da tecnologia queimou a fiação de luz. — Casey disse apontando para cima. — Não temos o que fazer a não ser trazer uma caixa de som e velas e rezar pra que o movimento não caia.

 

— Vocês vão movimentar esse lugar a luz de velas? Sério? Isso é muita coragem. — Lee mordeu o próprio lábio inferior e observou ao seu redor. — Eu vim aqui pra montar a preparação pra hoje a noite, já que eu não sou nenhum especialista nisso, achei que queria bacana estar aqui um tempo antes pra dar uma olhada no local.

 

— Aparentemente, vamos ter que cancelar as atrações, nossa grana vai toda pras velas agora e  o movimento não é certo... não sei se deveríamos confirmá-lo para hoje. — Jesse disse. — Não temos como dar certeza de seu pagamento.

 

— Bom, se quiserem eu posso ajudar por aqui hoje, sabem? Sou um estudante de West High, quem sabe não consigo algo panfletando por lá? Casey poderia vir comigo enquanto você vai atrás das velas. — Sugeriu Lee. — E eu poderia conseguir alguns outros equipamentos de iluminação, sabe? No mínimo um daqueles globos eletrônicos a base de baterias eu arranjo.

 

Casey encarou Jesse, que a principio pensou em recusar a proposta de Lee por não estar muito afim de ir sozinho atrás das porcarias das velas, mas aceitou.

 

Lee e Casey ficaram então encarregados de divulgar a noite no rust-eze, a onde menores de quinze anos poderiam entrar de graça até as sete da noite, então certamente pediriam por bebida e teriam mais movimento, consequentemente, mais lucro.

 

O panfleto feito com rapidez anunciava aquilo que eles chamariam de ''candle day.'' Pelo fato óbvio de que teriam que lidar com jovens de todas as idades dentro de um ambiente iluminado apenas por velas.

 

 

Aparentemente, todos tinham problemas aquele dia, uns maiores do que outros, isso era fato, mas nem mesmo um simples trabalho de barman ficava fora de problemas, e eles teriam que correr contra o tempo, pois faltavam apenas quatro horas para organizar tudo.

 

[ . . . ] 

 

O garoto descia aborrecido para o ponto de ônibus enquanto pensava em como queria que todo mundo se fodesse do fundo de seu âmago. Hiro odiava ficar chateado, mas via-se em um redemoinho infinito que sempre voltava pra aquele mesmo pensamento idiota de que ele deveria manter-se quieto sobre seus sentimentos... inclusive por outros garotos.

 

''Respire, Hiro. Controle-se. É o mínimo que você pode fazer.''

 

Respirava de forma frustrada a cada novo passo que dava até o pier mais próximo da praia que mais parecia uma lagoa suja.  Geralmente, Hiro ia lá em horários em que não haviam muitas outras pessoas, achava que assim era uma maneira melhor de se concentrar em não surtar de vez por guardar tanta coisa pra si mesmo.

 

Porém, sempre havia olhos curiosos que olhavam encantados para os fios de cabelo rosado junto a pele branquinha de Hiro, e dessa vez, um olhar conhecido veio de encontro ao seu.

 

Talvez não fosse tão conhecido assim, já que Hiro estava no terceiro B e o garoto era do terceiro C e aparentemente não reconheceu Hiro de primeira vista, como ele teria o reconhecido.

 

Sea estava no pier. O que era estranho para Hiro, que nunca tinha o visto por ali, ainda mais em pleno lugar em que ele costumava ficar.

 

Hiro parou a alguns metros de distância de Sea, ponderando se deveria ou não chegar mais perto para falar com o garoto, ele mordeu sua língua e reparou que Sea o encarou com seu cenho franzido. Hiro respirou fundo e decidiu ir até o garoto.

 

— É... oi! — Hiro tentou iniciar uma conversa.

 

— Oi Hiro. — Sea falou simplista. Hiro se ofendeu um pouco com o modo indiferente de Sea falar com ele, mas tentou ignorar esse fato.

 

— Como vai você? —  Perguntou Hiro livrando-se da mochila nas costas e sentando-se no corrimão do pier, ficando de costas para o mar e observando Sea arrumar constantemente o cabelo, como se fosse uma espécie de toc.

 

— Não sei responder essa pergunta. — Sea encarou o garoto de cabelos rosados de volta.

 

— Por que não? — Hiro perguntou com os olhos curiosos.

 

— Ah, Hiro, coisas demais, tempo demais, falação demais, gente demais... preciso diminuir coisas em minha vida. — Respondeu Sea. Hiro nada disse. Apenas assentiu tentando processar aquela resposta de Sea que não fazia sentido nenhum.

 

— Nunca te vi por aqui antes... — Hiro falou depois de algum tempo.

 

— Sempre te vi por aqui. Mas ficava longe do pier. — Sea revelou, chocando um pouco Hiro.

 

— E por que nunca veio falar comigo? — Perguntou Hiro, mas recebeu apenas um levantar de ombros em resposta. Sea não parecia estar afim de conversa, e Hiro também tampouco estava animado pra começar um debate com o garoto sobre qual vida era mais triste, pois pelo que sabia de Sea, as coisas eram nada fáceis para ele.

 

Os dois garotos passaram a observar quietos como as ondas se quebravam contra o pier enquanto olhos curiosos observavam eles dois, próximos um ao outro, que para quem visse seria uma cena no mínimo romântica.

 

— Acha que eles vão demorar pra se beijar? — Vênus perguntou a Drake, que respondeu com uma cotovelada na amiga.

 

— Quieta, estou tentando ouvir o que eles estão falando.

 

— Ah ta, agora você faz leitura labial? — Ela cruzou os braços enquanto Drake não desgrudava os olhos dos garotos.

 

— É claro! Olha, agora mesmo eles estão falando que queriam estar fazendo um troca troca violento. — Drake disse, fazendo com que Vênus risse e empurrasse de leve o braço dele.

 

— Vamos embora, já observamos a praia pro trabalho de biologia.

 

— Sai fora, deixa eu olhar se eles vão se beijar ou eu vou ter que gritar pra um deles tomar atitude. — Drake já colocava as mãos em formato de concha mas foi parado por Vênus, que tapou sua boca.

 

— Cala tua boca garoto! Você não vai falar nada! — Vênus disse e teve seu dedo mordido por Drake, que logo que se viu sem a mão da garota em sua boca, gritou para os meninos no pier:

 

Vão se beijar ou vão esperar um convite formal?

 

Vênus baixou sua cabeça quando reparou que os dois garotos olharam para eles quase que no mesmo tempo.

 

Drake virou-se para o lado oposto aos dois, não contendo as risadas enquanto Vênus tinha vontade de dar um chute em sua cabeça.

 

Quando os dois garotos se viraram de volta para encarar o mar, Drake pegou Vênus pelo braço e praticamente arrastou a garota pra longe dali.

 

— O que foi isso em garoto? Ta doido? — Ela se ajeitou colocando-se ereta e mostrando o dedo mordido ao amigo.

 

— Bota a mão na minha boca de novo sua otária.

 

— Por que você saiu correndo de lá então, seu cagão?

 

— Por que a gente tem coisa melhor pra fazer.

 

— Tem, é? Que coisa que eu não tô sabendo? — Vênus cruzou os braços.

 

— Isso você só vai saber quando a gente chegar lá. — Drake sorriu tombando um pouco sua cabeça para o lado e novamente puxando Vênus pela mão, dessa vez sem a mesma brutalidade.

 

Acontece, que mesmo não estando sendo observados pelos dois que já haviam saído dali, sempre haveriam outros pares de olhos curiosos, que estariam sempre ali pra distorcer os fatos.

 

É como diz a lei de Murphy:

Se uma coisa tem chances de dar errado, dará.


Notas Finais


Bom, eu tentei colocar o maior número de personagens possível, sei que ficou ultra quilométrico, tanto é que eu precisei dividir em duas partes por que nesse não deu pra fazer tudo, por que se eu fizesse o capítulo ia beirar as doze mil palavras.
As atualizações não serão tão frequentes assim, eu tentarei atualizar pelo menos quatro ou cinco vezes ao mês, por que como eu já disse, Youth não será tão extensa como as minhas outras fanfics, acredito que nem todos os capítulos vão ter essa faixa de palavras, mas sempre serão extensos.
Tem personagem pra caralho pra eu colocar ainda, ta? São quase duzentos então; NÃO VAMOS FICAR LOUCOS POR QUE O PP NÃO APARECEU AINDA, CALMA GENTE, CALMA LÁ.
Bom, se alguma coisa ficou confusa aí pra vocês, vocês me falam aqui nos comentários e eu prometo responder eles com todo o amor e carinho, beleza?
Obrigado por ter lido até aqui, vocês são foda o resto é moda!

Crie um twitter para o seu personagem e junte-se a nós pra brincar de fanfic por lá!

Twitter do Park: https://twitter.com/parksaydvn
Twitter do Stephen (Park rico.) : https://twitter.com/xstephenpark
(Coloquei os desses dois por que são meus personagens, mas já há personagens de outras pessoas no twitter também, espero te ver por lá! :D)
Meu twitter pessoal caso queiram um contato mais direto:https://twitter.com/hellofulgor

trailer: https://www.youtube.com/watch?v=dQclIb92q6A


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