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História .y.o.u.t.h. - Adronitis . I


Escrita por: larwhq

Notas do Autor


oi
eu to feliz
nem sei
só estou
uma puta vontade de escrever um monte de coisa
então....... sei lá
espero que gostem

Capítulo 4 - Adronitis . I


Adronitis

   n. Frustração com o tempo que se leva para conhecer alguém – de passar as primeiras semanas conversando em sua porta de entrada psicológica, com cada conversa posterior como entrar em uma ante-sala diferente, cada um, um pouco mais perto do centro da casa – desejando em vez disso que você possa começar lá e trabalhar seu caminho para fora, trocando seus segredos mais profundos em primeiro lugar, antes de abrandar para casualidade, até que você construiu mistério suficiente ao longo dos anos para perguntar-lhes onde é, e o que fazem para viver.

Definição por: Dictionary of obscure sorrows.

 

 

 - Namjoon? – disseram ao mesmo tempo, e então Jungkook bateu na própria testa ao constar que o irmão mais velho do qual Taehyung tanto falara era seu colega de escola ignorante e prepotente, Kim Namjoon – Não acredito.

 - Vamos embora – disse frio se aproximando apenas para pegar no pulso do mais novo.

 - Jungkook, vai à minha festa não vai? – Namjoon parou de puxar o irmão e o olhou incrédulo.

 - Desde quando é amigo dele? – perguntou já nervoso.

 - Vocês se conhecem? – franziu o cenho, curioso.

 - Estudamos juntos – Jungkook respondeu recebendo a atenção dos outros e sorriu jocoso.

 - Não me respondeu Taehyung! – apertou o pulso do mais novo que puxou seu braço, se soltando.

 - Por que está tão nervoso? Eu não fiz nada – mesmo que com medo, foi em direção a Jungkook deixando um selo em sua bochecha – Até mais hyung – sorriu contido em foi em direção ao carro que lhe esperava sem dizer mais nada.

 Namjoon naquele momento gostaria de passar com o carro que dirigia por cima do seu colega de colégio, e deixou essa vontade explícita quando quase o fez ao retirar o carro da vaga em que este se encontrava, passando-o por muito perto dos quadris de Jungkook que descia a calçada.

 - Hyung, o que está fazendo? Está tão nervoso... – Taehyung disse com a sua costumeira voz serena e doce, o que por um segundo fez Namjoon pensar em talvez se arrepender. Mas não o fez – O que houve?

 - Kim Taehyung. Não quero você perto do Jeon, estou sendo claro? – Namjoon apertou com força o volante e as juntas de seus dedos chegaram a fazer um estalo.

 - Mas hyung, o que ele fez? Poxa, você nunca me deixa fazer amigos... – o mais novo fitou seus pés por cima do carpete do automóvel e entristeceu-se.

 - Já te disse que meus amigos também são seus amigos, só precisa de mim e deles, mais ninguém, muito menos um Jeon nojento – o mais velho rosnava com ódio. Taehyung nunca vira seu meio-irmão tão irado, ele nunca gritava consigo. Para Namjoon, Taehyung era seu irmãozinho frágil do qual deveria proteger de todo o mundo.

 - Por que fala assim deles? – perguntou já tendo uma noção da resposta, seu padrasto sempre fora alguém preconceituoso, e com Namjoon, seu filho, não seria diferente. O mais velho ignorou o menor, fazendo uma curva brusca, que fez com que Taehyung batesse a cabeça no vidro, mas ainda sim, sendo ignorado – Sabe que não gosto dos seus amigos – murmurou baixinho, massageando a área atingida.

 - Por que não? – perguntou, agindo friamente mais uma vez; e Taehyung só ficava cada vez mais assustado.

 - Eles são rudes, violentos, os vejo bêbados sempre e ficam te arrastando para festas. Não têm... – abaixou tom de voz por medo da reação de seu hyung – ... Escrúpulos.

 - O que quer dizer? Meus amigos não são bons o suficiente para você, é isso? – rangeu os dentes pela incontável vez só nos últimos minutos.

 - Não é isso que eu disse hyung – Taehyung queria se bater pelo fato de estar prestes a chorar, se sentia uma garotinha em defesa e odiava isso, era sensível demais. Sua voz soava cada vez mais baixinha – Eles só não me fazer sentir bem – Kyungsoo é o pior – como um amigo deveria fazer; como o Jungkook faz...

 - Taehyung, não percebe?! Ele quer se aproveitar de você, da sua inocência, ele é só mais um viado querendo corromper as pessoas completamente normais – parou bruscamente em frente sua casa e virou-se para seu irmão; sua feição era assustadora.

 - Ele não está me corrompendo oras, talvez eu goste dele, e daí? – sua voz estava extremamente calma e suava; baixinha e serena, mesmo escondendo a dor de saber que seu irmão o rejeitaria daquela maneira se expusesse seus pensamentos com mais clareza – isso não me faz anormal, você não pode ser ignorante dessa maneira, hyung.

 - Basta! – gritou; o que fez o menor se encolher no banco – Não quero você com ele, e não quero mais ouvir nenhuma palavra sobre isso, me entendeu? – apenas assentiu com a cabeça baixa; ainda encolhido – E é melhor que você não seja como eles, porque você sabe exatamente o que meu pai fará se ele sequer desconfiar.

 Namjoon saiu do carro e bateu a porta. Aquele estrondoso som só fez com que o menor se encolhesse mais ainda e se corroesse por dentro por ter feito isso. Taehyung se sentia como um gatinho assustado, e eram nesses momentos, que ele dizia a si próprio que gostaria de ter nascido um gato de rua ao invés de ser criado trancafiado em casa.

 

•••

 

 Mais uma vez, Taehyung se encontrava fitando o nada, pensando em o que Jungkook causara em si. Podia ser frágil e aparentar ser inocente, mas não era bobo. Tinha uma ideia do que a vontade de beijar outro garoto significava, e não estava nem um pouco contente por isso ao pensar por mais algum tempo.

 Tinha vontade de correr até a sala de estar e contar tudo a sua mãe – como sempre fez e sempre acreditou que faria – mas as consequências que isso teria não seriam nada boas. Pela primeira vez decidiu-se de que seria melhor não falar sobre.

 Em qualquer outro momento recorreria a sua progenitora ou ao seu meio-irmão mais velho, no qual sempre confiou, mesmo que o outro não desse muita bola para aquilo que lhe era segredado. Mas como reagiriam se ele dissesse algo que cogitara anteriormente e que agora era mais do que uma certeza? Taehyung nunca foi de esconder como se sente, nunca foi de guardar as coisas para si, nunca foi de enfrentar seus problemas sozinho. Mesmo que não tivesse muitos amigos, sempre podia contar com essas duas pessoas, nunca achou que fosse ter que esconder algo delas.

 Agora era necessário. A reação que Namjoon teve ao sequer imaginar Taehyung estar pensando em gostar de outro garoto fora assustadora; imagine o que faria se ele tivesse essa certeza? Certamente contaria a seu pai, e então a vida de Taehyung estaria arruinada a partir dali.

 Imaginou em diversas maneiras de expor os seus sentimentos, talvez sua mãe o aceitasse, ou talvez ela fizesse o mesmo que Namjoon faria.

 Por que isso deveria ser tão difícil? Não poder contar com ninguém era um grande medo do pequeno. Não gostava de estar sozinho, de lidar com as coisas sozinho, mesmo que a maneira como se sente em relação à outra pessoa dependa somente dele e de mais ninguém.

 É claro que ele já sabia, como dito, não é nada bobo. E também não é como não tivesse cogitado essa ideia ao ver a maneira como várias garotas se insinuavam e ao perceber que isso não lhe causava nada além de pena, pena por elas pensarem que ele talvez pudesse gostar delas.

 Mesmo que nunca tendo gostado de outro garoto, não poderia deixar de notar que às vezes achava um ou outro atraente, mas claro, nunca tão atraente quanto achara Jungkook.

 - Taehyung? Precisamos conversar – ouvira a doce voz de sua mãe ao adentrar seu quarto e em silêncio fitou-a, aguardando que a mesma prosseguisse – Sua festa é amanhã, e como sabe eu também não estarei aqui, quero saber se posso confiar em você para trazer seus amigos aqui, não quero nenhuma confusão.

 - Quase todos que vão estar aqui são pessoas da Academia ou amigos do Namjoon, sei que quem eu convidei não vão causar nada, já aos amigos de meu irmão não posso confiar minha palavra – disse baixinho, não poderia negar que estava irritado, não gostava nem um pouco dos amigos de seu irmão.

 - Por que não gosta deles meu filho? – recostou-se ao batente da porta e cruzou os braços.

 - Já lhe contei, a senhora não acreditou em mim, mãe – olhou o nada, não queria trazer de volta as memórias do quão mal Kyungsoo fez-se sentir.

 - E eu lhe disse que aquilo foi coisa da sua cabeça, Kyungsoo tem uma namorada linda e uma cabeça muito bem formada por pais muito educados, você estava enganado e prometeu não falar mais sobre isso – saiu do quarto sem deixar chance de réplica a Taehyung, isso estava a acontecer muito nos últimos dias. Não o deixavam falar, e isso lhe frustrava, não expor seus sentimentos o sufoca.

 - Tae, arrume-se, vou lhe dar uma carona até a escola, preciso de um tempo a sós com você – mais uma vez alguém aparecia em sua porta, mas dessa vez era Namjoon, e o menor se sentiu apreensivo. Será que ele ouviu?

 

 •••

 

 - Agora me explique que história é essa, e me explique direito – Namjoon já dirigia pelas ruas a caminho da Academia e o silencia ensurdecedor fora quebrado.

 - Uh?

 - Não se faça de bobo porque sei que não é. Por que você e sua mãe estavam falando sobre o Kyungsoo?

 - Não era nada – encolheu-se e olhou pela janela. Namjoon estava devagar demais, como se não quisesse que chegassem tão rápido ao seu destino.

 - Não minta pra mim, você sempre me conta tudo, desde quando isso mudou?

 - Eu conto tudo pra você, hyung-

 - Foi por que eu gritei com você aquele dia? – perguntou exasperado. Estacionou o carro em um acostamento qualquer; precisavam ter aquela conversa e ela precisava ser ininterrupta – Me desculpe Tae, mas é que ver você tão perto daquele cara fez meu sangue ferver, eu não gosto dele.

 - Não é por isso...

 - Então fale comigo, me conte tudo, eu prometo não gritar – tirou seu cinto e virou-se para o menor tentando mostrar empatia.

 - Você não vai entender Namie, você não vai aceitar, vai gritar comigo e vai contar pro seu pai, e coisas ruins vão acontecer comigo – sentiu peito arder. Desde quando seu irmãozinho não confia mais em si?

 - Eu prometo tentar entender Taehyung, eu não quero perder a única pessoa que merece carinho naquela casa, eu só estou com medo por você, sabe como o meu pai é...  – levou sua mão até o ombro do outro, fazendo com que este lhe olhasse – Fale com seu hyung, ok? Eu prometo não dizer nada até que conte tudo o que está guardando aí dentro.

 - Hyung, acho que depois de tudo você já saiba disso, mas caso não tenha ficado claro... – olhou para baixo mais uma vez e respirou fundo – Eu sou gay, e acho que gosto do Jeon.

 Namjoon respirou fundo, ok, ele já sabia que aquilo estava por vir, e se sentiu horrível. Foi como se uma bigorna cheia de entendimento caísse sobre seus ombros, mas junto dela, vinha o dobro de arrependimento, pela sua própria inconsequência.

 - E eu sei que você está pensando, que eu mal o conheço, e que ele talvez não esteja nem aí pra mim, mas é o primeiro garoto que me fez sentir assim, e eu finalmente entendo que talvez não seja normal, mas não há nada que eu possa fazer sobre isso – voltou a olhar Namjoon, que estava estático.

 O maior havia passado bastante tempo pensando no que houvera há duas semanas, e chegou à difícil conclusão de que não queria ser como o seu pai, de que não deveria deixar-se levar por Kyungsoo e os outros, porque essa atitude magoara a pessoa que ele deveria proteger, e ele não conseguiria se perdoar se seu irmãozinho se machucasse por sua culpa. Sim, sua mente manipulada pelo seu pai lhe gritava com todas as forças “Não! Você não pode deixar isso acontecer, ele não pode ser essa abominação!”, mas naquele momento ele tentava ignorar toda a sua vontade de explodir e expor que achava tudo aquilo muito errado.

 Seria difícil, mas ele faria isso. Já estava farto de ser um babaca e não se recordava de quando começara a ser assim. Deveria rever seus conceitos e mudá-los severamente. Não só por Taehyung, mas também por si próprio.

 - E quanto ao Kyungsoo? Por que falavam dele? – sua voz branda e baixa, como se tentasse ao máximo não assustar Taehyung, na verdade era exatamente isso que fazia.

 - Isso é difícil hyung, promete ficar calmo e não fazer nenhuma besteira? – receio, era isso que sua voz exalava. Notou que Namjoon estava sendo o mais compreensível possível, mas e se ele jogasse essa bomba, talvez sua reação possa ser a mesma de sua mãe, e não precisava de mais ninguém duvidando de sua palavra.

 - Só diga logo – e quanto ao mais velho, este estava firme, decidido a ter tudo a limpo, nem que isso o fizesse aceitar coisas que antes estavam fora de cogitação.

 - O Kyungsoo é uma pessoa muito ruim, hyung...

 

•••

 

 - Cadê aquele filho da puta?! – Namjoon chegou à escola um pouco mais cedo por ter saído antes para levar seu irmão a sua própria, o que lhe deu tempo de botar as coisas a limpo.

 - ‘Ta falando de quem? – Sun Hee perguntou, percebeu o quanto Namjoon estava nervoso e isso não daria em nada bom.

 - Do Kyungsoo, eu vou matar ele! – socou o muro do lado de fora da escola e não tentou se acalmar nem por um segundo. Todos os seus amigos lhe olhavam preocupados e alguns se entreolhavam – Estão escondendo alguma coisa?

 - Você descobriu não é? – Baekhyun perguntou baixinho, estava com muita vergonha de si próprio.

 - Espera, vocês sabiam?! Por que-

 - Calma, a gente não tinha certeza de nada, mas é que o Kyungsoo sempre ficava se gabando por ele ter... Bom, eu acho que você sabe – Dohyun continuou um pouco mais alto.

 - Então aconteceu mesmo? – os olhos de Sun Hee começaram a encher e a garota começou a sentir-se horrenda, um monstro – Ah meu deus! Namie, se eu soubesse que era verdade eu teria feito algo, mesmo com as ameaças dele eu teria te contado, mas todos achamos que fosse mais uma brincadeira idiota, por favor-

 - Não podiam ter me escondido algo desse tipo, isso é sério, mesmo que ele não tenha conseguido, imagine como o Tae deve ter se sentido – sua voz agora demonstrava frustração e decepção.

 - Espera ele não conseguiu? – Baek perguntou, e aliviou-se ao ver Namjoon menear a cabeça – Então não é assim tão ruim, quero dizer, se ele não conseguiu nada...

 - Ainda vou acabar com ele, e depois me acerto com vocês, isso não vai ficar assim – proferiu e seu tom ácido voltou a reinar.

 - Ei, sobre o que estão falando? – todos ali arregalaram seus olhos ao ouvirem a voz de Kyungsoo que se aproximava da entrada do colégio.

 - Namie, não faça nada, ainda estamos na porta da escola...

 - Seu filho da puta! – esbravejou indo em direção ao garoto e prensando-o contra o muro – Você tentou estuprar a porra do meu irmão Kyungsoo! – gritou ainda mais alto e alguns alunos que se encontravam ali pararam para ver a série de socos que começaram a ser desferidos contra o garoto – Você é um merda – chutou suas áreas baixas e esmurrou repetidamente o abdome do outro – Eu devia acabar você – jogou o no chão e começou a chutá-lo até que os braços de seus amigos o segurassem.

 - Você vai matar ele Namjoon! – Dohyun disse tentando acalmar o seu amigo que se debatia e implorava para que o deixassem fazer exatamente isso.

 - Essa é a intenção, ele merece – rangeu os dentes e parou de se mexer, mas seus amigos não ousaram soltá-lo, não ainda – Só de imaginar essas mãos imundas encostando-se ao meu irmão – fechou os olhos e deixou uma lágrima escorrer. Esta que quase não foi notada, causada pela culpa de deixar Taehyung a mercê de Kyungsoo.

 - Você fez o que com o Taehyung? – Jungkook foi notado ao proferir num fio de voz no meio da multidão em silêncio gritante. Olhou para o garoto quase desacordado que sangrava sem nenhum amparo no meio da calçada e depois olhou para Namjoon que o fitava em seguida.

 E foi então que Jungkook perdeu as órbitas por alguns instantes. Como alguém teria coragem de fazer algo com Taehyung, tão pequeno e frágil? Seus punhos se fecharam e seus dentes rangeram. Rosnou em puro ódio e no momento que Kyungsoo se virou para ele e sorriu sarcástico com os lábios expelindo sangue, não conseguiu fazer nada a não ser ir em direção ao mesmo e lhe chutar no rosto com tanta força que o deixou desacordado. E ele continuaria se também não tivesse sido segurando.

 - Ah não, você também não – disse Jimin segurando o braço esquerdo de Jungkook enquanto Yoongi segurava o direito – Não vale à pena.

 - Mas que mer... – todos se assustaram ao ouvirem a voz da diretora que chegou ao centro da multidão – Vocês! – apontou para Namjoon e Jungkook – Levem esses dois para a minha sala, agora! – disse ríspida e certeira – E vocês; – apontou para dois garotos que apenas encaravam a situação assustados – levem esse coitado para a enfermaria antes que a polícia faça isso.

 


Notas Finais


postar e sair correndo: confere


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