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História Youth - 3


Escrita por: netfeellix

Notas do Autor


Esse cap não tem imagem de capa por que eu estou com preguiça desculpa :p

Capítulo 3 - 3


Acordei com uma forte dor de cabeça, estava com um gosto muito ruim na minha boca, olhei para os lados e não fazia ideia de onde estava. Me sentei na cama massageando meus olhos e tentando me acalmar com toda a claridade do local. Olhei em volta quando meus olhos focaram de vez e percebi que não estava em meu quarto, talvez por isso a claridade, olhei para a cama e estava sozinho nela, mas logo ouvi o barulho da porta do banheiro se abrindo e Jackson saiu do local com uma toalha envolta da cintura e secando os cabelos. Flash’s da noite passada vinham como uma enxurrada em minha cabeça e eu não fazia ideia de onde enfiar a minha cara. Levantei correndo perdendo o equilíbrio e caindo sentado no colchão.

- Bom dia Mork.

- O que aconteceu ontem?

- “Bom dia Jackson”. Você bebeu um pouco demais ontem e eu te trouxe aqui para casa já que minha mãe não está.

- Eu... Eu tenho que ir.

- Fica, toma café comigo depois você vai. Sua casa é aqui do lado.

- Não Jackson, eu realmente tenho que ir.

Levantei pegando minha blusa perto da porta e saindo da casa. Fiquei um tempo perdido no corredor até que consegui sair. Tudo parecia tão errado na minha cabeça, eu lembrava de tudo que eu fiz, lembro da dança com Jackson, das bebidas, do beijo principalmente do beijo, como eu podia ter cedido assim tão fácil? Eu nunca mais sairia da minha casa, desculpa meus pais mas eu não iria mais levar uma vida adolescente, na minha primeira saída eu já tinha feito muita coisa para me arrepender. Ter beijado Jackson foi uma dessas.

Entrei em casa na ponta do pé, não queria ter que explicar para minha mãe aonde eu estava e eu não sabia se a desculpa de estar com Jinyoung ia colar.

Subi as escadas devagar ainda pensando em tudo que aconteceu, eu sabia que era uma má ideia sair do meu conforto, sabia que eu ia me dar mal mesmo assim eu fui e me arrependi como sempre.

Tomei um banho demorado e me troquei, mesmo com a dor de cabeça e o cansaço eu ainda tinha curso e eu teria que ir.

Desci as escadas como se tivesse acabado de acordar, meus pais estavam tomando café na cozinha.

- Bom dia filho. Fiz café para você. – Mães sempre sabem o que é bom para curar ressaca, até mesmo quando ela não sabe que tem uma ressaca acontecendo.

- Obrigada mãe. – Sorri fraco. Meu pai estava tão concentrado lendo o jornal que parecia que eu nem estava ali, ou que eu e minha mãe estávamos conversando, mas isso era normal dele então não ligávamos mais.

- Como foi ontem? – Horrível e eu nunca mais quero sair.

- Foi legal até. Pensei que eu não iria me divertir.

- Ainda bem que foi legal. Mark que horas você chegou, eu e seu pai fomos dormir cedo não te vimos chegar.

- Cheguei as 3.

- Acho que é uma hora comum para adolescentes.

As três da manhã eu estava beijando Jackson. Por favor não lembre disso.

Continuei conversando com minha mãe sobre a festa do dia anterior até a hora de sair para o curso.

Mesmo que eu tenha certeza do que eu quero fazer no futuro, eu abro sempre meu leque de possibilidades por isso aos sábados eu tinha curso de inglês e de designer gráfico, meus pais sempre acharam que era muita coisa para minha cabeça mas eu sempre mantive minha palavra que conseguiria me dedicar a tudo aquilo e eu sempre consegui. Estava passando em frente a casa do Jae quando o vi saindo de casa de óculos escuros e cara de cansado.

- Bom dia Mark.

- Oi Jae. Cansado de ontem?

- Sim. Se hoje não tivéssemos prova eu nem ia.

- Eu me sentiria culpado se não fosse. Eu escolhi sair mesmo sabendo que hoje tinha curso cedo.

- Verdade. Bom vamos?

- Sim.

- Como foi ontem? Assim que chegamos você sumiu com Jaebum.

- Não foi. Quer dizer passamos a noite inteira juntos mas ele não parava de falar sobre basquete e como o time estava preparado para a temporada.

- Nossa que saco.

- Sim. Eu até quis mostrar que queria algo mais, mas a vergonha não deixou e eu fiquei a noite inteira ouvindo sobre placares e Leblon James. – Ri alto do comentário. – E você e Jackson?

- Complicado. Bom, nós ficamos ontem. – Disse abaixando a cabeça. – Eu meio que me joguei para ele.

- Como assim?

- Eu bebi ontem pela primeira vez e não soube me controlar, acabamos nos beijando e agora eu dou por morta minha vida de adolescente normal.

- Tudo por causa de um beijo?

- Não foi só um beijo, foi um começo. Ele também estava bêbado e eu não quero que isso dê errado. Sabe. Vamos sair, começar a ficar e de repente um de nós se apaixona e o outro vê que não era bem isso que queria e pronto mais um coração partido por nada. Num relacionamento eu e Jackson o machucado seria eu e eu não quero isso.

- Como sabe que isso vai mesmo acontecer?

- Eu só sei e por isso quero evitar. E também eu tenho mais coisa para pensar do que beijar pessoas.

- Se pensa assim.

O dia não passou rápido mas não tenha nada que tenha acontecido nele que valha a pena contar. Depois do curso acabei voltando para casa sozinho já que Jae tinha outro compromisso. O caminho foi calmo passei todo ele pensando no que eu faria da minha vida se eu realmente enterraria esse adolescente que surgiu, passei em frente a casa de Jackson e apertei meu passo. Quanto menos eu sentisse melhor eu estaria.

 

**

 

O fim de semana passou tão rápido quanto eu quis e logo eu já estava indo para escola com meu amigo “brigando comigo”

- Mas Mark, você foi em uma festa e já está desistindo?

- Sim. Isso não é para mim Jin, nunca foi.

- Não pode dar nem outra chance?

- Acho melhor não. Mas eu me diverti.

- Você quem sabe. Você pode pelo menos nos ajudar a montar a torcida para os jogos do time? – Jin se referia a ele e a Jae que de uma hora para outra resolveram que seriam os “líderes de torcida” do time da escola.

- Nisso eu posso ajudar.

- Ainda bem.

Chegamos na escola e Jin foi puxado por um Jae cheio de ideias, eu fiquei sentado no mesmo lugar de sempre esperando o sinal da primeira aula começar.

- Bom dia?

- Jackson? Bom dia.

- Podemos conversar?

- Já estamos conversando.

- Por favor para de agir assim comigo. Ontem nos beijamos, você estava ruim para ir para casa então eu te levei para minha casa, você dormiu e foi isso que aconteceu, não sei porquê está tão sentido.

- Justamente por isso. Em 17 anos eu nunca havia nem beijado alguém e isso tinha que acontecer no meio de uma festa e eu tinha que estar bêbado? Minha vida poderia ter sido menos clichê que isso não é?

- Primeiro beijo? Então foi isso que te chateou? Seu primeiro beijo ser dado bêbado ou em mim?

- Isso pode soar idiota para você mas eu queria que meu primeiro beijo fosse especial e eu não me importo de ter 17 e nunca ter beijado eu só queria que fosse legal e não que fosse com gosto de álcool.

- Se quiser podemos começar de novo. Vamos sair na sexta.

- Eu não quero sair na sexta, nem com você nem com ninguém, eu quero ficar em casa estudando pelo menos assim eu evito fazer besteira. Licença Jackson a aula vai começar.

Sai de sua frente andando até meu corredor com os fones no ouvido, subi as escadas suspirando baixo e implorando internamente para ninguém me chamar ou achar que eu estava estranho e me parar eu só queria entrar na sala e me ocupar com química para esquecer todas as outras coisas que estavam acontecendo.

 

**

 

- Até amanhã Markiezinho. Tchau cunhado. – Jin se despedia de mim e de Jae enquanto entrava no carro de Chang e sumiam pela rua calma. Eu ainda tinha a conversa que tive com Jackson na cabeça e pensava no quão duro eu fui mas logo voltava atrás e achava que tinha feito a coisa certa.

- MARK HYUNG.

- Oi? Desculpa.

- Estou te chamando a um tempão. Você sabe por que Jackson hyung estava triste hoje?

- Triste?

- É, no intervalo ele ficou em um canto sozinho eu quis ir falar com ele mas Jin hyung achou melhor deixarmos ele em paz.

No intervalo eu menti para o professor e disse que tinha mais exercícios da aula dele para terminar por isso não iria descer e ele me deixou ficar na sala de aula pelos quarenta minutos, foram os melhores minutos da minha vida, uma sala completamente vazia e silenciosa. Não era aconchegante assim nem mesmo na biblioteca.

- Não Jae, não faço ideia do que tenha acontecido.

- Não quer falar com ele? Sabe, ser um bom vizinho.

- Eu passo essa. Tenho meus problemas para cuidar não posso cuidar dos problemas dos outros.

- Tudo bem hyung.

Depois de deixar Jae em casa segui meu caminho de sempre. Mesmo que eu já estivesse perto de casa eu não podia negar que queria que Jackson tivesse me acompanhado até em casa, mesmo quando ele não dizia nada sua companhia era boa, acho que sua energia era boa. Me peguei sentindo sua falta e me repreendi em pensamento. Cheguei logo em casa e subi as escadas me jogando em minha cama assim que cheguei em meu quarto. Peguei um livro de engenharia mecânica e comecei a ler, mesmo que eu já houvesse lido esse mesmo livro umas três vezes.

 

**

 

Mais um dia naquele que era um mês novo e além disso um mês que traria as provas finais, a temporada de basquete e os testes vocacionais para os alunos do terceiro ano. Nem era comigo e eu me sentia estranho, me sentia nervoso e minhas mãos suavam. Cheguei a escola cedo como todos os dias, dessa vez sem a companhia dos meninos. Aquele mês e ainda mais aquela semana era corrida para todos. Sempre no fim de ano temos uma prova vocacional e em todos os anos ela se torna mais difícil, mesmo que eu estivesse encarando a minha segunda eu ainda me sentia nervoso, pensei em como Jae estava se sentindo se essa era a primeira dele. Suspirei me sentando no mesmo lugar de sempre dessa vez com um copo de café em mãos. Naquela manhã teríamos duas provas uma de Biologia e outra de História. No período da tarde teríamos Física e Química e essa por essas duas que eu estava mais nervoso. Em tudo que eu bom em física eu era ruim em química e aquelas provas teriam um peso muito forte no meu histórico para entrar em uma boa faculdade. Estava entretido em meu nervoso quando Jackson passou em minha frente e me fez acordar com seu perfume gostoso, me xinguei por pensar naquilo e me levantei seguindo para minha sala. Passei por ele e tive o braço puxado parando em sua frente.

- Eu sei que não quer falar comigo mas, boa sorte na prova.

- Boa sorte para você também. – Soltei meu braço e fui para minha sala. Me sentei no mesmo lugar de sempre e fiquei observando Jackson pelo reflexo da janela, sorri idiota lembrando de como ele se empolgava quando fala de coisas que ele gosta. Acho que eu fui muito duro com ele mas tudo que eu tinha era medo.

 

**

 

A única coisa que eu precisava naquele momento era uma caneca enorme de café e minha cama. Provas sempre me deixaram nervoso ainda mais quando uma nota poderia mudar todo o curso do meu futuro. Estava praticamente correndo para casa só para não ter que ver ninguém até que meu corpo bateu contra algo digamos que duro e maior do que eu, cai de bunda no chão amaldiçoando qualquer que fosse a pessoa ali.

- Me desculpe. – A pessoa me ajudou a levantar e eu já estava indo embora quando chegou a pessoa que eu não queria ver. – Oi Jackson. – Olhei para cima e vi que o menino que havia me derrubado sorria abertamente para Jackson e eu senti algo ruim, acho que era dor de estômago porque ciúmes com certeza não era.

- Yugy. – Eu tinha mesmo que ficar observando os dois se abraçarem? Estava saindo de fininho enquanto os dois conversavam sobre qualquer coisa que não me dizia respeito e quando virei a esquina corri o mais rápido que minhas pernas doídas deixavam. Minha. Casa. E. Café. Eu tinha que focar nessas coisas antes que algo mais me tirasse o foco.

 

**

- Mark, sua mãe está te chamando para jantar. – Meu pai era sempre tão calmo que me passava calma também e naquele momento com as provas era tudo que eu precisava.

Desci e a mesa estava posta, meu pai como sempre no topo da mesa, eu e minha mãe um de frente para o outro.

- Como foi a aula hoje?

- Começaram as semanas de prova hoje tivemos quatro, amanhã vamos ter mais quatro e nos outros dias vamos ter revisão para a grande prova do fim do mês.

- Meu filho cuidado não vá se estressar a toa e ir parar no hospital outra vez.

- Pode deixar mãe eu vou me cuidar.

- Eu tenho algo para contar para vocês.

Eu e meu pai olhamos para mamãe para que ela falasse logo.

- Joye vai vir nos visitar. – Sorri incrédulo e meu pai fez aquela cara de pai feliz.

- Quando falou com ele mãe?

- Hoje. Ele ligou a tarde disse que está de férias no trabalho e vai vir nos ver. Acho que ele chega semana que vem.

- Eu estou sentindo tanto a falta do Joye.

Aquilo foi uma notícia para acalmar meus nervos, eu e meu irmão sempre fomos grudados até que ele ficou mais velho e foi embora de casa me deixando para trás. Acho que depois disso eu parei de sair e comecei a construir meu mundinho, mesmo que eu tivesse Jinyoung e Jaebum eu me sentia sozinho afinal de contas eles não são meus irmãos e eles tem um ao outro. Mas agora Joye estava voltando e eu me sentia melhor em saber disso. Mesmo que fosse uma visita ele poderia me ajudar, ele sempre sabia o que falar e o que fazer. Terminamos o jantar e eu fui me deitar. Vi que a cortina estava aberta e fui até ela fechar, eu nunca deixava as cortinas abertas isso só podia ser obra da minha mãe. Estava com os dois lados nas mãos quando vi Jackson do outro lado, ele estava na sacada e não me viu, arrastei as cortinas sem fazer barulho e fiquei o espiando por uma fresta ele parecia triste, cheguei a pensar que a culpa fosse minha até ter minha atenção chamada por seu pai saindo e gritando com sua esposa com uma mala na mão. Voltei minha atenção para Jackson, ele via o pai indo embora e eu vi que ele chorava, eu quis chamá-lo e conversar com ele, mas tudo que eu fiz foi voltar para meu quarto me deitar e dormir.

- Não é problema seu Mark. Não é problema seu.



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