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História Youth Gone Wild - O milionário sem prole


Escrita por: americancherry_

Notas do Autor


Ok.
Hey sweeties!
Cá estou eu com mais uma possível longfic. Antes que vocês leiam, seria bacana lerem as notas aqui, pois mais tarde pode vir a surgir algumas dúvidas e elas talvez estejam respondidas aqui.
Essa nota vai ser um pouco longa, desculpem por isso, mas é necessário por que quero esclarecer algumas coisas.

* Se você me acompanha a algum tempo, deve saber que eu ODEIO death fic. Então se você estiver receoso quanto a isso, saiba que nenhum personagem irá morrer. Se em algum momento eu citar mortes, serão de personagens que não tem relação direta com a história, personagens distantes etc.

* Os quatro personagens principais são inspirados em pessoas reais, tentarei me manter fiel a personalidade de cada um. Você que leu The A Team já deve estar familiarizado com a Alexia (eu) e o Gabriel. Os outros dois personagens, Lana e Luigi, são amigos de nossas pessoas, Luigi teve o nome alterado pelo fato de que o destino quis assim, é.

* Vai acontecer MUITA coisa sem noção, sem explicação e que não faria nenhum sentido no mundo real. Aviso isso agora por que já recebi muita mensagem dizendo que escrevo coisas irreais e sem noção. Eu sei, é um dos propósitos. Afinal a fanfic está aqui para dar vida a nossa criatividade, certo? :)

* Em "Avisos da história" e "gênero da história" você pode encontrar algumas palavras chaves de conteúdo que aparecerá. Terá bastante coisa polêmica, mas avisarei na nota inicial de cada capítulo quando for ocorrer.

* Tem uma cambada de links nas notas finais, se você não quiser ver todos, veja pelo menos os dois primeiros, ok?

* Qualquer dúvida, pode me escrever via comentário ou mensagem privada, peço que não chamem no chat por que diariamente estou no celular e o celular não mostra o chat.

É isso, enjoy it!

Capítulo 1 - O milionário sem prole


Fanfic / Fanfiction Youth Gone Wild - O milionário sem prole

Fechou os olhos e respirou fundo. Seus dedos tremiam levemente e seus olhos se estreitaram de forma raivosa.

"Vamos lá, você consegue." Pensou consigo mesma, apertou as pontas dos dedos no objeto em mãos e o barulho pareceu ser mais alto que o normal, aguçando sua audição e a fazendo quase entrar em pânico. Não, não, não! Shh, silêncio!

- Quase... - Sussurrou decidida, aplicando um pouco mais de velocidade no que fazia, tentou colocar menos força, mas parecia que nada adiantava, o barulho continuava ecoar em seus ouvidos a fazendo lembrar que sim, haviam pessoas em volta e ela estava a dez minutos tentando não fazer barulho ao concluir sua missão.

A ponta da língua escapou para o canto da boca, suas feições eram de extrema concentração, fechou os olhos com força e deu o último impulso necessário para terminar o serviço.

Abriu.

Comemorou o feito com uma dancinha tosca e ouviu as risadinhas do senhor ao seu lado, ele estivera a observando nos últimos dez minutos.

Abrir uma bala em silêncio em um avião cheio de pessoas dormindo, nunca havia feito nada mais arriscado em sua vida.

- Eu sempre as abro antes de embarcar, coloco todas num potinho. - Ele comentou bem humorado. A garota enfiou a bala na boca com um bufo de frustração. Como não pensou nisso antes?!

 

- Algumas Semanas Antes -

Era um dia mais que tedioso, não tinha nada que precisasse ser feito e seus amigos pareciam ter evaporado de uma hora para outra.

- Ótimo, Alexia. Você e sua solidão.

Encarou o teto tentando pensar no que fazer, tinha algumas fanfics para ler, mas seu ânimo para elas era igual a zero. Desbloqueou o celular e entrou no instagram, rodou algumas vezes a tela vendo alguns vídeos aleatórios para tentar se distrair. Seus olhos captaram uma notificação do email aparecer no topo da tela, puxou a barra de notificações vendo que o email remetente era de alguém chamado Charles Bennet e o assunto dizia: Alexia, Luigi, Gabriel e Lana.

Ficou um bom tempo tentando processar o título daquele email. Veja bem. Alexia, obviamente era ela. Seria algo perfeitamente normal. Então vinham os nomes a seguir. Luigi e Gabriel eram seus melhores amigos a algum tempo já, meninos de ouro, mas moravam longe de si, e a amizade se construiu virtualmente. Lana era melhor amiga de Gabriel, morava no mesmo local que ele, já havia conversado paralelamente com a garota e ela parecia ser uma ótima pessoa.

Agora a dúvida era, como esse homem conhecia todos eles?

Foi isso que a intrigou e a levou a abrir o email. Se ajeitou no sofá para ficar de um modo mais confortável e começou a ler.

"Cara, Alexia.

Me chamo Charles Patrício Bennet, moro em Los Angeles, mas fui criado no Brasil. Sei que as coisas parecem confusas para você, mas vou explicar-lhe tudo. Sou um homem de quase cinquenta anos que ainda se acha um adolescente, não casei e não tive filhos, por escolha própria, nunca tive interesse amoroso em ninguém ao longo da vida, e vivo para fazer gestos nobres para a população. Não quis ter filhos por que achei mais coerente ajudar aqueles que não tiveram pais dignos, ajudar instituições, orfanatos, hospitais.. Tive um bom desempenho profissional, e isso foi um mérito que consegui com muito orgulho. Sou milionário, mais que isso se formos contar de verdade, mas não tenho mais onde esbanjar meu dinheiro. Tenho tudo que preciso e ajudo todas e quaisquer estabelecimentos que precisem de ajuda. Conversando com um amigo, descobri que ele era uma espécie de "pai de coração" de alguns jovens, ele os conheceu, e os ajudou a realizarem seus sonhos, a viajar, conhecer o mundo e viver as suas custas. Por que cá entre nós, não nos importamos com isso. E eu resolvi aderir ao seu estilo de vida, e ai entram vocês. Eu quero ter o prazer de lhes proporcionar isso, de lhes trazer para cá, dar uma vida de sonhos, realizar seus sonhos, viajens, passeios fantásticos e tudo que quiserem. A única coisa que pedirei em troca é a convivência com vocês, ficaremos em casas separadas, mas quero poder conhece-los e vê-los com frequência. Listarei abaixo meu número de telefone e skype, caso queira uma conversa "cara a cara". Explicarei melhor tudo se quiser, e poderá fazer as perguntas que quiser."

 

- Atualmente -

Ajeitou o fone no ouvido, o gosto de uva da bala era forte em seu paladar e era tudo que precisava para relaxar. Encostou a cabeça na janela e fechou os olhos lembrando-se de como tudo começou.

No dia que recebeu o email.

Naquele dia adicionou o homem no skype e eles passaram a madrugada toda conversando, discutiram tudo sobre o que havia lido, ele lhe explicou detalhe por detalhe de como aquilo funcionava e fez questão de apresentar o tal amigo "pai de coração", chamado Aaron. Conversou com Aaron e com os quatro garotos que ele havia de certa forma adotado, dois garotos chamados Lucas e Nathan, e duas garotas chamadas Emily e Olivia. Eles lhe contaram desde o começo, desde quando receberam o email sobre tudo isso e como foi quando enfim aceitaram a proposta e foram para lá. Como a vida mudou, para melhor, e como suas famílias estavam felizes por eles, sem falar que recebiam dinheiro também, para que não fossem viver um sonho no exterior e deixassem parentes passando necessidade no Brasil. Estava quase caindo de sono quando desligaram a chamada, prometendo pensar na proposta e falar com os amigos sobre isso.

Lembrou de como foi engraçado a reação dos amigos, que Luigi estava incrédulo enquanto Gabriel gargalhava sem parar, Lana ao fundo do vídeo pulava na cama com histéricos "ai meu deus, ai meu deus". Contou que Charles chegou a eles através de um vídeo no YouTube, video que ela havia feito como presente de aniversário para os meninos, onde andou ruas e mais ruas colando frases de incentivo em postes, árvores e latas de lixo, tudo isso com a câmera gravando tudo. Charles explicou que achou essa ação linda e que era isso que ele estava buscando nas pessoas, iniciativa. A iniciativa de Alexia o comoveu, e os garotos motivos do vídeo deveriam ser ótimos seres humanos também, afinal, alguém "qualquer" não mereceria algo daquele tipo. Buscou a garota no Facebook e viu um pouco da vida dela, entrou nas páginas dos garotos também, e foi assim que encontrou a outra garota, Lana. Viu como ela e Gabriel pareciam um mesmo ser só que com pequenas mudanças e sexos opostos. Viu que além de melhores amigos planejavam seguir uma vida juntos, foi assim que resolveu fechar o pacote de "filhos" com aqueles quatro jovens.

Levou um bom tempo para os quatro aceitarem a proposta, para os outros conversarem com Charles também e suas famílias tirarem todas as dúvidas e inseguranças da mente.

Foi assim que Alexia acabou sentada na poltrona de um avião, rumo a Los Angeles.

[...]

Aeroporto Internacional de Los Angeles - 26 de Setembro de 2016

Estava exausta, fisicamente e mentalmente. Enquanto caminhava até a esteira para retirar suas malas, sentia o quão cansado estava seu corpo. O vôo não havia sido longo, mas a ansiedade dos dias anteriores a viagem fizeram com que suas noites de sono não tenham rendido muito. Tirou o celular do bolso da mochila e desligou o modo avião. A barra de notificações encheu rapidamente, optou por ver as mensagens primeiro.

 

Charles: Meu vôo vai atrasar um pouco, não sei o que deu em mim de sair de NYC dias antes de vocês chegarem. Devo chegar uns 10 minutos depois do previsto. Xx

 

Ômega: Eu cheguei

Ômega: acabei de chegar na verdade
Ômega: Lexy eu to perdido
Ômega: scrr

 

Gabe: Estamos embarcando agora. Yay!! ^-----^

 

Franziu o cenho. A mensagem de Gabriel havia sido enviada quase no mesmo horário que ela mesma havia embarcado. Faziam 5 minutos da mensagem de Luigi e pelo menos dois da mensagem de Charles. Mandou ao homem uma mensagem avisando que já aterrisou e estava aguardando os outros. Não respondeu Gabriel por que a essa hora ele e Lana já deveriam estar quase chegando. Resolveu responder Luigi, que pelo visto, havia conseguido se perder.

 

Lexy: Se perdeu como? Onde você tá criatura?

 

Ômega está digitando...

 

Desviou o olhar para cima, precisava ficar de olho na esteira com as malas. Ainda não tinha vislumbres da sua, esperava não esperar muito, além de cansada estava com fome.

Ômega: Eu não sei (?)
Ômega: pedi informações para chegar ao banheiro e quando sai do banheiro tinha esquecido o caminho de volta pro portão '-'
Ômega: por que esse aeroporto tem que ser tão grante e ter tantas curvas?

Riu baixo, virou os olhos para cima e sorriu. Esse menino não tinha jeito, não era a primeira vez que ele se perdia por ai, e era sempre engraçado ouvir as histórias, mas agora parecia quase uma comédia. Como ele havia conseguido se perder no aeroporto? Com tantos guardas e placas pelo local.

 

Lexy: Me descreve o lugar que você tá, vou só pegar minha mala e vou ai te socorrer

 

Ômega está digitando...

 

Viu o tecido vermelho da mala sair pela esteira, se aproximou para conferir se era mesmo a sua e suspirou contente ao ver a etiqueta com seu nome. Retirou a bagagem da esteira e ajeitou a mochila nos ombros, baixou o olhar para o celular enquanto caminhava em direção as escadas e elevadores.

 

Ômega: segundo andar, tem uma loja de livros e um McDonald's perto :<

 

Mandou um breve "ok" e se encaminhou as escadas rolantes. Ao subir no local olhou em volta tentando ver algum vislumbre do letreiro do McDonald's no segundo andar, mas só via letreiros de agências de viagem e lojas de doces e eletrônicos.

Avistou um guarda próximo a uma loja de gibis e se aproximou já sentindo suas bochechas corarem e sua timidez falar mais alto.

- Com licença, onde fica o McDonald's?  - Perguntou da forma mais educada que pode. O guarda sorriu brevemente pelo inglês carregado de sotaque da garota, era óbvio que não era sua língua nativa.

- Continue nesse corredor, vire no próximo a direita, passe os banheiros e vire no primeiro corredor a esquerda. - Balançava a cabeça absorvendo as informações. O local era mesmo enorme. Pelo visto, Luigi havia saído do banheiro e ido para o lado oposto.

- Muito obrigada! - Agradeceu sorrindo e recebeu um aceno de cabeça alheio. Seguiu as informações do homem, observando variedade enorme de lojas que haviam por ali. Era quase um shopping, e ela sabia bem como era se perder em um shopping, tudo parecia igual e ela nunca decorava o nome das lojas para saber se guiar.

Avistou o letreiro chamativo do McDonald's assim que virou no corredor. Procurava algum sinal de uma loja de livros ou do próprio amigo. Mas nenhum dos dois pareciam estar ali. Massageou as têmporas olhando novamente, e foi assim que viu. No final do corredor, a ponta de um estabelecimento com livros foi vista, ficava a várias lojas do McDonald's, mas definitivamente era ali. Visto que na parede bege do lado de fora, Luigi encontrava-se com os olhos vidrados no celular.

O celular vibrou, achou que poderia ser o garoto, desesperado por encontrar o caminho de volta, mas era uma mensagem de Lana no grupo onde os quatro estavam.

 

Lana: Acabamos de pegar as malas
Lana: Gabriel ta reclamando de fome
Lana: ja chegaram?

Lexy: Já! Fiquem ai, pelamor de Deus. Ômega conseguiu se perder, acabei de encontrar ele, já já vamos ai.

 

Olhou para cima vendo que o amigo olhava sorrindo para si. Constatou que estava perto o suficiente dele, não hesitou em deixar a mala no chão e em deixar a mochila em cima dela, se adiantou a passos rápidos ouvindo a risada alheia e não tardou a envolver o outro em um abraço.

- Ômega! - Choramingou o abraçando forte. Não sabia se ria ou se chorava, afinal era a primeira vez que via o garoto pessoalmente, e isso era muito para assimilar.

-Você não está chorando, está? - O outro riu soprado, murmurou um "não", mas o embargo na voz denunciou a mentira.

- Ok. - Suspirou se soltando do abraço e passando os nós dos dedos no olhos enquanto ouvia o outro rir baixo de seu sentimentalismo. - Temos que encontrar Gabe e Lana.

- Então vamos. - Passou o braço sobre os ombros da amiga, a diferença de tamanho era visível. A garota recolheu a mala e os dois se encaminharam ao primeiro piso, Alexia fazendo questão de relembrar o quão distraído o outro era por se perder de uma forma tão absurda.

[...]

Vinte minutos depois e mais lágrimas da parte da loira, todos já haviam se abraçado e despejado seu sentimentalismo um no outro. Também era a primeira vez que Alexia e Luigi viam Gabriel pessoalmente, mesmo com anos de amizade, e os dois também fizeram questão de apertar as bochechas de Lana e comentar o quanto ela era fofa e pequena.

Era cedo de mais para ter a intimidade de bater nos dois, mas sua palma não se intimidou em bater em Gabriel por ele estar rindo dos comentários alheios.

- Certo, vamos comer antes que o monstro aqui coma a mala. - A morena brincou, beliscou o queixo do amigo e se dirigiu a praça de alimentação com os outros dois rindo das feições enfezadas de Gabriel.

- Estou avisando o Charles que estamos na praça de alimentação. - Luigi murmurou, seus longos dedos teclando furiosamente na tela do celular.

- Eu quero comida. - O moreno estendeu a última palavra enquanto erguia os braços na frente do corpo como se chamasse os alimentos para si.

- Você realmente é magro de ruim. - A loira cutucou a costela do garoto, que devido a regata extremamente aberta nas laterais, ficava a mostra. O outro se encolheu para longe do toque com uma falsa expressão de magoa.

- Chata. - Rebateu empinando o nariz e saltitando até o outro garoto, enlaçou o braço no dele, como se dissesse "ele não me maltrata".

- O que vão querer? - A atendente sorriu simpática para os garotos.

- Não é melhor esperarmos o Charles? Ele disse que iamos todos sair para jantar. - Lana franziu o cenho, mas enquanto dizia isso não podia enganar a si mesma e ao seu estômago o quanto precisava de comida ao ver o cardápio repleto de coisas boas. - Eu to com muita fome, meu deus.

- Crianças? - Ouviram uma voz grave soar atrás dos quatro. Conheciam bem aquela voz de tantas chamadas de skype feitas. Os quatro se viraram sorrindo ao verem Charles com grandes olhos brilhantes e um sorriso alegre. - Hey!

- Charles! - Imediatamente abraçaram o homem, sendo correspondidos entre risos vindos pela parte do mais velho.

- Como é bom vê-los pessoalmente! - Ele sorriu largo se afastando para poder observar melhor os quatro a sua frente. - Estavam fazendo pedido? - Acenou com a cabeça em direção a atendente que observava tudo com um sorriso calmo.

- Na verdade estavamos decidindo isso agora. - A morena se pronunciou. - Você tinha dito que iamos comer fora...

- Ah, sim! Nós vamos nos encontrar com Aaron e os filhos dele em uma pizzaria, mas podem comer agora sim, ainda vou levá-los a casa de vocês para que possam tomar um banho para renovar as energias.

Os garotos sorriram assentindo. Voltaram-se a atendente para decidirem o que comer. Todos optaram por pedirem uma porção grande de fritas com queijo e hambúrgueres. Os lanches iriam demorar um pouco a ficarem prontos, então escolheram uma mesa e se acomodaram.

- Fizeram uma boa viagem? - O mais velho sorriu, os garotos acenaram em concordância. - Ansiosos para conhecerem a nova moradia?

- Muito! - A loira sorriu. - Você fez tanta propaganda e se recusou a mostrar uma única foto. - Projetou o lábio inferior para fora e encarou o mais velho mostrando sua expressão triste.

- Mas a graça é a surpresa! - O homem riu e se inclinou para apertar a bochecha da garota. - O lugar é sim incrível. Tanto que não só eu, Aaron, os filhos dele, mas também muitas celebridades moram ali também. - Os quatro olharam surpresos para ele. - Eu não mostrei fotos por que quero que vejam pessoalmente a beleza do lugar. É um lugar que preserva bastante a beleza da natureza, e é um condomínio enorme. Os artistas costumam gostar dali por que eles tem um grande espaço para passear e relaxar sem fotógrafos incomodando.

- Parece ótimo. - Luigi sorriu. - Como é o apartamento?

- Ah, é um bem lugar aconchegante! - Afirmou sorrindo, um garoto com o uniforme do local depositou os lanches na mesa e se retirou após ser agradecido. - Os apartamentos tem a mesma área em todos os prédios, a única coisa que os proprietários podem escolher antes de comprar são os quartos. Alguns tem dois, três, quatro... Por ai vai, depende do que o morador quiser. O de vocês tem quatro quartos, são de bom tamanho, visto que pedi para retirarem um dos banheiros.

- Um dos?

- Na planta original daquele apartamento tinham três quartos e três banheiros. Um dos banheiros ficava no quarto maior, o outro no corredor e o último ficava na área de serviço. Como eu presumi que todos querem privacidade, pedi a remoção do banheiro da suíte para que pudesse haver quatro quartos de bom tamanho. Então vocês ainda tem dois banheiros, o do corredor e o da área de serviço, acho eu que é suficiente para quatro pessoas.

- Creio que sim, dois banheiros já é suficiente. - Gabriel concordou, seus dedos transbordavam queijo devido as batatas e ele fazia uma leve careta por isso. - Você mora no mesmo prédio que nós?

- Moro! - Respondeu de boca cheia, rindo baixo pela expressão alheia. - Desculpem, eu sou assim mesmo. - Deu de ombros. - São seis prédios no condomínio, três na frente e três atrás. São identificados por letras, do A ao F. Nós moramos no prédio B, são 18 andares por prédio. Vocês moram no décimo, eu moro no décimo segundo. Aaron e os filhos moram na torre E, ele no sétimo e os filhos no oitavo.

- Eu to ansioso para conhecer todos eles. - Luigi comentou. - Pelas chamadas de skype eles pareceram ser bem malucos, o que é legal, por que a gente tambem é. - Riu.

- Olha aqui, - Gabriel ergueu o indicador na direção do garoto. - você não fale de mim assim não, delas tudo bem, elas são doidas mesmo, mas de mim é inadmissível.

- Gabriel! - As duas olharam indignadas para o garoto.

- Você é um chato. - Lana mostrou a língua ao mesmo tempo que arremessava uma bolinha de guardanapo.

- Deixa ele. - Alexia arqueou a sobrancelha. - Uma hora ele vai ter que dormir...

- Ei!

- Vocês são de mais! - Charles riu. - Vão se dar muito bem com os meninos do Aaron, eles também não são muito normais não.

- Charles!

[...]

- Onde estamos? - Luigi aproximou o rosto da janela. - Wow!

A fachada era púrpura com letras grandes, alguns enfeites coloridos em forma de doces adornavam tudo, deixando uma aparência mágica.

- Wonka's?

- Sim, meu caro. Eu jamais disse a vocês como fiquei rico, disse? - Charles riu. - Quando era bem jovem vivia assistindo A Fantástica Fábrica de Chocolate, era o meu filme favorito no mundo, comecei a tentar reproduzir os doces que apareciam no filme, da forma que eu achava que deveria. Comecei a vender na escola, depois no bairro, juntei dinheiro e abri uma pequena venda, fui conhecendo pessoas dispostas a me ajudar... Até que cheguei aqui. - Ele balançou um molho de chaves. - A propósito, Aaron é meu sócio.

- Caramba!

- Vamos entrar, vamos só pegar umas coisas e ai levo vocês pra casa. - Esperou todos entrarem e fechou a porta, o quadro de interruptores ficava ao lado da porta, destrancou com a chave e enfim ligou as luzes pelo local.

O que viram era incrível. O local parecia um pequeno conto de fadas, haviam flores gigantes que na verdade eram recipientes para doces, haviam inúmeras prateleiras e expositores com doces, sem falar em uma pequena seção de objetos como camisetas, canecas etc.

- Esse local é minha realização pessoal. - O homem comentou, os braços se abriram na direção dos doces. - Não se acanhem, podem pegar. - Sorriu, ele mesmo já retirava algumas jujubas do recipiente mais próximo. - Dou a liberdade a todos meus funcionários, para comerem o que quiserem, eles trabalham aqui, dão o melhor deles, além do salário acho mais que justo que possam comer as gostosuras também. Essa liberdade também é dada aos filhos do Aaron e a vocês, podem vir aqui a hora que quiser e pegar alguns doces.

- Isso é incrível, obrigado! - Gabriel sorriu, girava um chocolate em forma de sereia nas mãos.

- Esses preços são tão acessíveis, isso é ótimo. - A loira observava as prateleiras.

- Ah, sim! Não acho legal colocar preços altíssimos, não é por que tenho um nome conhecido ou por que meus doces são bons que eu colocaria tudo isso com altos valores, até por que, se formos pensar na lógica, preços menores, mais vendas e mais clientes. - Riu.

- Gostei disso. - Lana riu da última fala do homem

- A fábrica fica no sub solo, mas deixaremos esse passeio para outro dia, ok? - Ele ergueu a cesta que preparava e mostrou para os garotos. - Esse é um agrado para vocês, quando acabar é só vir e pegar mais. - Indicou a saída da loja. Depois de um tempo para desligar tudo e colocar a cesta no carro, todos entraram no veículo e enfim foram rumo ao condomínio.

[...]

A sensação de olhar para cima e ver um prédio quase infinito deixou os garotos maravilhados. Os seis prédios eram enormes, na cor creme com uma única faixa laranja na vertical. Os três prédios da frente estavam no nível da rua, os três de trás tinham o primeiro andar em cima do estacionamento fechado, ou seja, ficavam um andar acima do nível da rua.

Como moravam no prédio B, somente precisaram se dirigir ao prédio do meio, o elevador foi chamado enquanto os garotos observavam o quão bonito era o local, as cores pastéis e móveis bem escolhidos davam um ar aconchegante e elegante ao local.

- Vamos ao décimo andar. - Charles comunicou enquanto apertava o botão, todos já dentro do elevador. - Eu vou mostrar o apartamento de vocês, dar a chave de cada um e então vou subir mais dois andares ao meu apartamento, para que todos possamos ficar cheirando a gente novamente. - Os cinco riram.

O elevador não demorou a chegar ao andar dos jovens, saindo do elevador se dirigiram para direita onde se encontrava o corredor que era único, haviam quatro apartamentos por andar apenas. Os dos meninos era a segunda porta a direita, a chave na mão de Charles destrancou a porta e ele deu a iniciativa para que os quatro entrassem na frente.

O apartamento era grande, a decoração era bem planejada, nada muito elegante, mas com ótimas cores e móveis bem escolhidos, era aconchegante e acolhedor. Da entrada tinham bem a frente a sala, olhando para esquerda viam a cozinha típica americana, para direita viam o corredor que levaria aos quartos.

- Por ali - Charles apontou para além da cozinha. - Naquela porta de vidro fica a lavanderia, tem maquina e secadora, depois dela tem o banheiro. O outro fica no corredor. - Indicou que os jovens andassem naquela direção. - Como podem ver tem placas com os nomes de vocês nas portas. E bem, agora vou pro meu tomar banho e me arrumar, passo aqui depois para buscar vocês, ok?

- Ok. Até daqui a pouco, Charles. - Gabriel sorriu, sua mão girou a maçaneta do quarto e ele pode entrar para ver. - Ai meu deus!

[...]

Depois que os quatro tiveram seus surtos com os quartos, exploraram mais um pouco a casa, os armários já estavam abastecidos, na geladeira o bilhete de Charles dizia que não havia comprado guloseimas por que não sabia o que gostavam, era por parte deles comprar essas coisas.

Os quatro já estavam de banho tomado, já haviam conseguido ajeitar seus pertences em seus quartos e as coisas pareciam se encaixar, cada vez mais se sentiam verdadeiramente em casa.

Os doces trazidos por Charles estavam sobre a mesa de centro na sala, não abusaram, afinal iriam sair para jantar, mas todos conseguiram matar um pouco da vontade com todas aquelas guloseimas.

- Charles está na porta. - Lana comentou levantando do sofá, o celular em mãos indicava a mensagem recebida. Os jovens sairam e trancaram o apartamento, cada um carregava sua chave, apenas por precaução.

- Vamos!

O caminho até a pizzaria foi curto, Charles explicou no caminho que Aaron e os filhos estavam do outro lado da cidade visitando a mãe dele, por isso irem todos juntos não foi possível. A entrada da pizzaria estava vazia, mas o interior estava consideravelmente cheio, após perguntarem por Aaron na entrada, a atendente logo indicou onde estava a mesa. De longe já se via a pequena bagunça que estava naquela mesa, Aaron parecia tão falante quanto os quatro jovens ao seu redor e era quem estava falando no momento, gesticulando exasperadamente.

- E ai ele simplesmente pulou, assim, sem mais nem menos! - Era o que ele dizia, até seus olhos encontrarem Charles e os quatro ao seu redor. - Hey, olá!!

E então a cena do aeroporto foi praticamente copiada, um monte de abraços, palavras de saudação, beijinhos no rosto, comentários sobre altura e roupas. Até que enfim todos puderam se sentar devidamente.

- Nossa, eu já tava pirando aqui de ansiedade. - Emily se pronunciou, ela esboçava um grande sorriso. - Oli tava se contendo, mas bem vi os olhos dela indo pra porta toda hora.

- Olivia só faz pose de calma. - Nathan riu da garota. - Mas é claro, como ia esquecendo. - Ele curvou o corpo em uma leve reverência. - Sejam bem vindos, caros amigos.

- Cala a boca, Nata. - Lucas revirou os olhos. - Que cordialidade.

- Não me chame de Nata! - Bufou.

- Francamente, vocês nem se comportam na frente dos novatos. - Aaron balançou a cabeça. - Nós já fizemos nossos pedidos, é só anotar aqui que o garçom vem pegar. - Ele passou o papel e a caneta para o lado da mesa que os recém chegados estavam. Ali já constavam cerca de três sabores de pizza, entre eles bacon, quatro queijos e portuguesa.

- Certo. Hum... Frango. - A loira encolheu os ombros ao ouvir os amigos rirem, todos sabiam que frango era o sabor preferido dela para qualquer salgado.

- Aquele negócio... Ai, como é que é, Gabriel? - Lana olhou confusa para o amigo, ele devolveu o mesmo olhar.

- E eu que sei? - Franziu o cenho. - De que você tá falando?

- Depois eu lembro. - Abanou a mão no ar, sua face esboçava uma leve frustração.

- Olha, Alaska postou uma foto. - Ouviram Olivia comentar com Emily. Foi automático a visão de Gabriel se fixar nas duas.

- Vocês gostam de Ru Paul?

- Sim! - Responderam em coro. - Eu inclusive tenho um sapato de salto com o nome do programa.

- Não sou fã de salto. - Alexia comentou com Lana que estava ao seu lado.

- Ah, nem eu! Prefiro tênis. - Respondeu convicta.

- Bem mais confortável. - A loira riu concordando.

- Peito defumado!! - Ouviram uma voz ecoar pela mesa.

Silêncio.

Todos olharam para Luigi, o garoto fez cara de confuso ao ver todos olhando para ele.

- O que foi...?

- Peito defumado! - Lucas e Nathan exclamaram juntos, nisso a mesa inteira começou a gargalhar.


Notas Finais




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