Capítulo IX – Sentimentos
MAAH
E eu me senti estúpida.
Porque? Bom, vou te contar.
Quando nos abraçamos, eu senti de novo. Aquilo que eu tentava esconder a muito tempo. Acho que desde a primeira vez que ele me ajudou contra o bullying. Desde lá, eu já me sentia assim. E nunca percebi que ele sentia o mesmo.
Eu tinha decidido partir pra outra depois de um ano, sem saber que ele me amou por nove anos. Nove FUCKING anos.
Eu decidi ir atrás de alguém que nunca ligou pra mim.
Depois que vi ele ali na porta do meu quarto, instantaneamente o abracei e chorei em seu peito. Foram lágrimas de tristeza, mas também foram lágrimas de compreensão. Eu sabia que aquilo aconteceria, mas não quis acreditar.
- Maah, o que aconteceu? – Cal.
- Eu... O João fez uma aposta de me namorar por um dia. Ele me enganou. E eu caí na dele igual a.... igual a alguma coisa. – Eu.
Olhei no fundo de seus olhos, e percebi um brilho ferido.
Foi como se eu tivesse entrado lá dentro. Como se eu visse tudo. Como se eu sentisse tudo o que ele sentiu por mim.
- Ele pode não ter te amado, Maah, mas eu te amo. – Cal.
E eu senti.
A estupidez.
Eu o deixei de lado por nove anos. Nunca percebi.
E acho que ele percebeu que eu entendi.
No momento que eu fui falar algo, Calango sal correndo do meu quarto. E eu sabia para onde ele estava indo.
Bom, aqui em Uberlândia não tem praia, mas tem vários rios, cachoeiras, lagoas.... Mas, havia um lago em especial para nós dois.
A prefeitura mandara tirar a terra próxima do local e colocar areia*, pois mesmo sem ter oceano o local tinha uma brisa salgada e o lago era grande. Mas ninguém mais ia lá.
A não ser eu e o Cal.
E ele fora pra lá.
Essa era minha certeza.
E, adeus compreensão de burrice por nove anos.
Agora eu ia atrás dele.
Como ele tinha ido atrás de mim.
Por todos esses anos.
Calango, me perdoe.
Mas eu te amo.
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