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História "You've always counted." - Um velho conhecido.


Escrita por: WonderfulMari

Notas do Autor


Olá gente, espero que gostem desse novo capítulo. :)

Capítulo 2 - Um velho conhecido.


 No mesmo momento em que terminei de falar, John pegou seu casaco apressadamente e desceu as escadas. Peguei meu sobretudo e saí. Pegamos um táxi  e pedi ao motorista para levar-nos à Scotland Yard. 
    ⁃    O país inteiro, principalmente os professores de álgebra que tanto estimavam o Campbell, ficarão chocados... Sem dúvida alguma. - disse John, que não parava de olhar para as pessoas na calçada.    
     Não quis me pronunciar sobre isso, apenas assenti com a cabeça. Estava imerso em meus pensamentos.                                       

Chegando lá, fui diretamente ter com Lestrade no departamento dos detetives e percebi seu grande nervosismo.
    ⁃ Parece que realmente a morte de Henry Campbell é um caso de extrema curiosidade, não é mesmo Lestrade?- Perguntei.
    ⁃ Seu "extremamente" foi usado com precisão, Holmes. O caso de Henry não é nada simples.
   ⁃ Mas o que realmente aconteceu? - Watson perguntou. 
    ⁃  Sabe-se apenas que ele estava em casa tentando fazer uma operação algébrica e tomou três tiros no peito. A autópsia está sendo feita. 
    ⁃    Algum suspeito?
    ⁃ Henry tinha um sobrinho que lhe era muito querido e o qual criou por mais de sete anos, e pelo que se sabe eles brigaram semana passada. - falou Lestrade -Interrogaram o sobrinho de 19 anos, mas suas afirmações não foram muito convincentes. Disse que brigaram porque ele (que se chamava Karl) queria comprar um apartamento distante da área onde seu tio ficava e pediu dinheiro para ajudá-lo. Mas o tio não queria que ele ficasse distante e por isso sugeriu um apartamento mais perto. O garoto, muito decepcionado, irritado e sem o direito de escolher, decidiu ficar com seu tio. Muitos acreditaram no seu depoimento, mas para outros pairava a dúvida sobre sua inocência.
    ⁃   Ele teria motivos para matar o Henry, ficaria com uma boa parte da herança e ainda por cima ficaria com a casa do tio. - objetou John.
    ⁃  Watson, nenhum assassino mataria a vítima tendo um histórico de briga recente com ela. Isso poderia incriminá-lo. Seria melhor ou pelo menos mais lógico, ao menos, fazer as pazes com o seu tio e deixar algum tempo passar. Mas se não tivesse feito dessa forma, as coisas ficariam muito difíceis para ele. E nenhum assassino é tão tolo à esse ponto. - disse, pensativo. 
    ⁃    Holmes tem razão, Watson - falou Lestrade-  o sobrinho não seria burro dessa forma. 
    ⁃    Sim, não tinha pensado nisso, mas Sherlock tem toda a razão.- disse John, um tanto desapontado- Mas creio que ele ainda é um suspeito.
    ⁃   Isso é certo. John, vou para o local do crime agora mesmo, não tenho tempo a perder. Se quiser venha junto, Lestrade. - falei, com a voz em tom energético.
    ⁃    Podem ir, não vou poder ir por enquanto, tenho outros trabalhos a fazer. O endereço é SouthWark Street, próximo ao teatro e museu de Shakespeare, número 435.  

 Watson agradeceu. Alguns instantes depois, quando estávamos indo embora do local, disse para Watson: 
    ⁃    John, acho que o sobrinho não tem... 
       Fui interrompido por conta de um esbarrão que dei em uma moça baixinha. Seus cabelos eram castanhos como seus olhos, e usava um jaleco com o símbolo da medicina.
    ⁃    Perdão, é... Bem... Me desculpe. - falou ela.
    ⁃    Sem problemas. - disse secamente.
Watson, sempre tentando bancar a "simpatia em pessoa", puxou papo com ela.
    ⁃    Olá, você é nova por aqui?- perguntou ele, em tom entusiasmado.
    ⁃    É... Na verdade eu não trabalho aqui. -disse ela, um pouco envergonhada - Meu nome é Molly Hooper e eu vim de Castle Combe... Eu trabalho no hospital St. Bartholomew's, me formei a pouco tempo. Faço autópsias. 
      Achei ela bem normal, o que na minha opinião não é nada agradável. John é um dos poucos que eu tolero. 
    ⁃    Uau, parabéns! Espero que você consiga atingir seus...
    ⁃    Sabe Molly, estamos com um pouco de pressa e teremos que ir mesmo, até a próxima. - falei grosseiramente, puxando o John levemente para a frente e saímos andando. 
A moça tinha ficado lá, talvez até um pouco assustada, mas nem me importei muito. Mas meu ato teve consequência. Tive que ficar escutando os sermões de John.
    ⁃    Será que você não tem um pingo de bondade?! Você só sabe ser grosso, e justamente com quem não merece...! A pobre moça ficou...
    ⁃    Sem mais, John!! -dei um leve grito, completamente irritado e bufando.
         Isso abalou meu palácio mental. Fiquei com dor de cabeça por um tempo por conta do estresse. Mas por que? Por que eu, logo eu, ia me deixar irritar por uma novata? Ela não tem esse poder sobre a minha paciência. Não, ela não tem. 
         " É melhor você não se envolver Sherlock. Lembra- se do Barba Vermelha?".                   Veio a voz do meu irmão na minha cabeça. O idiota do meu irmão até que tem razão, apesar de ser irritante ter que me dizer o que eu devo fazer ou não devo. E eu não pretendo me envolver com pessoas novas. Fiquei pensando nisso, porém fui interrompido por John: 
    ⁃    Sherlock, vou chamar o táxi para irmos. 
        Assenti com a cabeça. Entrando no táxi, me desliguei de tudo e de todos. Fiquei apenas pensando no caso de Henry e como eu desvendaria tudo; provavelmente conseguiria sozinho, ou melhor, contaria com a ajuda de John. E acredito que somente dele, como sempre foi e sempre vai ser. 
 
                                          *****                    

   Depois de pouquíssimos minutos, chegamos à SouthWark Street. A casa do professor era em estilo um tanto antigo, e não tão cuidado quanto se esperaria de um ser humano zeloso. A residência tinha uma cor branca pálida, mais simples por fora do que por dentro, como analisei depois que entrei. 
    ⁃  Watson, veja se há algo de estranho, por menor que seja. - falei. 
    ⁃  Ele não está morto.- falou uma voz feminina atrás de mim. 
        Quando me virei, tive uma grande surpresa. Era aquela mesma moça que havia esbarrado, como era mesmo o nome dela? Ah sim, era a Molly. Mas o que ela estava fazendo ali e me falando aquele tipo de coisa? 
    ⁃   Olá Molly!... Veio investigar também?- perguntou John, não menos surpreso que eu. 
    ⁃   Não, eu não vim investigar, apenas alertá-los. - ela afirmou- Lestrade, meu amigo, disse que viriam para cá investigar quando lhe dei a notícia... Ficarão muito surpresos quando eu contar o ocorrido...
        Amigo, o Lestrade? Ela era nova, como já pode ter feito amigos? "Está com ciúmes irmãozinho?" Veio a voz do Mycroft novamente no meu palácio mental. " Cala a boca Mycroft!" , respondi mentalmente. Por que eu ficaria com ciúmes? A garota é estranha, bonita, mas não simpatizo. Não há motivos para eu ter ciúmes de um ser tão insignificante como ela.
         Depois disso eu não soube como agir. Fiquei encarando ela por um bom tempo, surpreso, ou melhor, embasbacado. Nunca imaginaria que ela viria nos procurar, logo eu, que havia sido grosso com ela. Parecia que ela estava tentando melhorar as coisas!! Então, finalmente, Watson exclamou:
    ⁃    Pois então diga-nos Molly, precisamos saber o que aconteceu!!
         Naquele momento ela estava olhando para mim, como se estivesse tentando decifrar um enigma, que no caso seria eu mesmo. E eu fazia o mesmo com ela. Olhava para seus olhos e ela para os meus. E logo após que percebi o ocorrido, me senti um tanto envergonhado. Então, num ímpeto, comecei:
    ⁃    Vamos, Hooper. Fale-nos o que houve. 
        Ela, parecendo bastante envergonhada, falou:
    ⁃    A autópsia foi feita e foi descoberto que... Que o Henry está vivo, talvez, mas na verdade encontra- se desaparecido. Quem havia morrido era outra pessoa, e estava com uma máscara de silicone para simular que era o Campbell.
       John olhou para mim com cara de preocupação e espanto. Esse caso estava cada vez mais entusiasmante. O que teria sido feito do professor?
    ⁃  O sobrinho de Henry, o Karl, afirmou não estar em casa na hora em que seu tio tinha "morrido". Foi fazer compras por quinze minutos e quando voltou deu de cara com seu "tio" caído pelos tiros.
    ⁃  Mas afinal de contas, quem era a pessoa que morreu realmente??- perguntou Watson.
    ⁃   Era um tal de Vitor Hall. - falou Molly- Era um médico muito conhecido pelas regiões de Westminster. Era neurologista e muito amigo do professor Henry. Campbell dava suas palestras de álgebra dizendo coisas boas sobre seu amigo frequentemente e sobre as ajudas que ele ofereceu para seus projetos matemáticos. Ele, o tio de Karl, por ser professor universitário, sempre anuncia projetos e outras coisas para os seus alunos e agradecia especialmente à Vitor. Bem, agora o que restou fazer é procurar para saber sobre o paradeiro de Henry.
    ⁃  Mas que estranho... Um amigo morto e o outro desaparecido... - falou John, tentando achar uma explicação para tudo aquilo.
    ⁃  Isso nos diz que o assassino conhece os dois. Vou para a Scotland Yard agora falar com Lestrade e...- disse, porém fui interrompido por John. 
    ⁃  Sherlock, olhe aquele abajur caído ali no canto. 
       Percebi que aquela queda só podia ter sido proposital. Alguém tinha feito aquilo por algum motivo. Chegando mais perto, me abaixei e encontrei um papel preso na lâmpada do abajur, onde li: "Não se preocupe; você entrou no jogo. Que vença o melhor!". No instante que li me virei para John e Molly e disse; 
    ⁃   Acho que um velho conhecido meu está de volta. 

 

 

 

 

 

 

 



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