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História "You've always counted." - Novas descobertas.


Escrita por: WonderfulMari

Notas do Autor


Olá gente!!
Espero que adorem o novo capítulo! ❤️❤️

Capítulo 5 - Novas descobertas.


Fanfic / Fanfiction "You've always counted." - Novas descobertas.

       Todos na sala estavam silenciosos.... Harry tinha empalidecido assim como Lestrade, e Molly ficara nervosa.
    ⁃    Deixe-me ver. - falou ela, tomando o papel da minha mão.
       Quando ela terminou de ler, olhou para mim com expressões que desolariam qualquer coração. Ela estava chorando. 
    ⁃    Molly, não precisa chorar, vai ficar tudo bem. - eu falei, esticando a minha mão em seu rosto.
      Ela estava com as mãos nos olhos; ela sabia que muitas coisas ruins poderiam vir. Mas mesmo assim, ela tinha uma força inexplicável. Sua sensibilidade não era sinal de fraqueza, e sim de conformidade. 
    ⁃    Precisamos fazer alguma coisa Sherlock!!! Temos que impedi-lo, sei lá.... Tomar alguma atitude!! - falou Molly, de forma triste.
      Eu não sabia como agir. Nunca tinha passado por aquela situação; ver uma pessoa que aprecio tanto chorar. Então, não aguentando mais, dei um abraço nela.
    ⁃    Molly, vamos arranjar um jeito de nos livrarmos dele, está bem? - falei, de forma carinhosa, e afagando seus cabelos castanhos.
      Lestrade e Harry estavam imóveis, apenas olhando para nós. "Acho que eles se gostam" - devem ter pensado eles, já que todo mundo crê nisso. 
    ⁃    Você tem alguma noção do que aquela carta quer dizer? - ela me perguntou.
    ⁃    Não, ainda não Molly. Só teremos que ficar alertas. Mas ficará tudo bem. - eu falei, preocupado, mas fingindo não estar muito para não deixar Molly mais abalada. 
    ⁃    É, desculpa em interromper, mas é que eu queria saber o que vocês teriam em mente. - perguntou Harry. - E afinal, o que ele escreveu?
      Pedi a Molly para que desse a carta à Lestrade e Harry. Depois que leram, Lestrade decidiu falar:
    ⁃    Ele está tramando algo muito elaborado, Sherlock. E de perverso também, como sempre. 
      Fiquei com muita raiva de Lestrade. Por que ele precisava falar aquilo, logo ali, na frente de Molly, que já estava super nervosa?
    ⁃    Lestrade, venha aqui um minutinho. - chamei-o para a cozinha.
      Ele me seguiu e então falei:
    ⁃    Você é um idiota, por acaso?! - perguntei, com muita raiva. - Não vê o estado que Molly está?! Aliás, nem devia ter te perguntado nada. É óbvio que você é um idiota. Estou tentando acalmá-la de todas as formas possíveis, será que não percebeu?!
    ⁃    Ahh, entendi. Você gosta dela. - falou Lestrade.
      Quase avancei encima dele. Eu já me encontrava numa grande agitação mental, e com aquele comentário do inspetor, fiquei mais nervoso ainda. Tive apenas uma reação; fui para a sala e conversei com Molly. Harry não estava ali no momento, pois provavelmente tinha ido falar com a sua família. Molly estava sentada no sofá, bastante nervosa, porém um pouco mais calma. Sentei-me do lado dela. Nunca soube muito bem como agir em momentos como aquele, a não ser na investigação, como na maioria das vezes. 
    ⁃    Molly... - eu disse, pegando em sua mão. - Olha, eu não quero decidir nada por você. Mas seria mais sensato que você... - eu estava tentando tomar coragem para falar.- Acho que o certo a fazer seria que você se afastasse da investigação. Trabalhe com outros, mas por favor, não permaneça nesse. 
     Quando terminei de falar, ela me olhou. Achei que aquele era o momento mais tenso da minha vida. Mas não era. O rosto de Molly se iluminou de repente, e ela disse:
    ⁃    Sherly.... - ela falou, acariciando meus cachos.- Vamos sair dessa. Juntos. E esse vai ser o primeiro de muitos. 
      "Sherly"! Ninguém nunca tinha me chamado daquela forma, a não ser Mrs. Hudson. Mas a forma como Molly tinha me chamado era diferente; tão carinhosa, tão... Não sei descrever. Só sei que uma felicidade e um conforto se instalou dentro de mim. Aquelas afirmações eram tão sinceras que meu coração palpitava só de lembrá-las. 
    ⁃    Molly, eu.... - falei, olhando nos olhos dela.  
       Fiquei em silêncio. Depois de algum tempo, ela decidiu indagar: 
    ⁃    Você?....
    ⁃    Olha, eu não pretendia dizer isso agora, mas é que.... - eu disse, porém fui interrompido por uma menina de cinco ou seis anos que apareceu na escada da casa. Ela estava com um pijama rosa e com um ursinho na mão.
    ⁃    Oi... Você que é o Sherlock, aquele que aparece na televisão ou nos jornais de vez em quando? - ela perguntou. Sabia que aquela era a filha de Harry.
    ⁃    É.... Sim, sou eu mesmo. - falei, dando um sorrisinho para a menina. 
    ⁃    E quem é você? - a menina perguntou, olhando para Molly.
    ⁃    Eu sou Molly Hooper, estou aqui ajudando o Sherlock. - ela falou. 
    ⁃    Ah tá, não sabia que o Sherlock tinha namorada. - ela afirmou, inocentemente.
     Eu e Molly olhamos um para cara do outro. Estávamos desconcertados. Até aquela criaturinha, ali, na nossa frente, tinha aquela impressão! 
    ⁃    Não querida, não somos namorados, somos apenas amigos. - afirmou Molly, rindo. 
    ⁃    Ahh....  Que pena.... Vocês ficariam fofos juntos. - a garota falou, com aquela dócil voz de criança. 
     Céus!! Não havia para onde fugir. Se não era John, era Lestrade; se não era ele, era Mary; e se não era nenhum deles, vinha alguém que eu nunca vi na vida dizer a mesma coisa. Eu já estava começando a ficar sem paciência. Molly, sem-graça , falou:
    ⁃    Bem, vamos deixar isso para lá. Que ursinho mais fofo!! - ela falou, elogiando a pelúcia da menina. 
    ⁃    Obrigada.... Ele se chama Donald. - falou a menininha.
    Quanta baboseira!! Eu sabia que Molly estava na verdade querendo fugir do assunto. 
    ⁃    E como é o seu nome? - perguntou Molly para a garota.
    ⁃    Eu sou Helena.... - a menina disse, com aquela vergonha típica das crianças.
    ⁃    Ah, você é uma gracinha!! - Disse novamente Molly.
    Helena sorriu e agradeceu. Aquilo estava ficando entediante. Nunca gostei muito de crianças, ou melhor, nunca soube lidar com elas. Mas não queria que Molly pensasse que eu era um ser sem coração, então decidi ser simpático à minha maneira:
    ⁃    E então; você gosta de me ver no noticiário da TV de vez em quando? - perguntei para Helena.
    ⁃    Sim. O chapéu que você usa é engraçado! - ela disse, rindo.
   Eu e Molly rimos. Então decidi falar:
    ⁃    Ah, aquilo é só marketing. Nunca gostei de usar aquele chapéu! - eu disse, fazendo com que Molly risse instantaneamente.
    ⁃    O que é marketing? - perguntou a menina, intrigada.
   Como eu sabia que ela era muito nova para entender o significado da palavra, falei:
    ⁃    Ah, um dia você vai entender direitinho. 
   Ela não falou mais nada, apenas balançava seu ursinho e olhava para nós. Então Harry desceu e falou com a menina:
    ⁃    Vamos, Helena, está na hora de você ir para a cama! Está tudo bem agora. - ele falou, de forma aliviada.
    ⁃    Tá bom. Tchau! - ela disse, se despedindo de mim e de Molly.
    Ela subiu as escadas da casa e eu e Molly acenamos para ela. Harry então disse:
    ⁃    Agora acho que finalmente posso viver em paz. 
    ⁃    Sim. Só seja cauteloso por enquanto. - sugeri.
    Logo depois que terminei de falar, Lestrade saiu da cozinha com o celular na mão. 
    ⁃    Bem, já podemos ir embora, certo?- perguntou Lestrade. 
    ⁃     Sim. - eu disse, rispidamente - Vou precisar levar a carta que Moriarty fez.
    ⁃    Você sabe que não poderia deixar, não é Sherlock? Isso deve ser investigado pela perícia primeiro. - argumentou Lestrade.
    ⁃    É, mas você deixará comigo mesmo assim. Ou será que você não quer mais a minha ajuda?... - perguntei, chantageando.
    ⁃    Não, não!! Tudo bem... Pode levar. - falou o inspetor, esticando a carta para mim. 
    Eu e Molly levantamos e nos despedimos de Harry, assim como Lestrade. O inspetor havia ido embora com o carro da polícia para a Scotland Yard. A rua de Harry estava deserta por conta do horário, então eu e Molly tínhamos que andar por alguns minutos até chegar em nossas casas, que não eram muito longe. Por acaso, a casa de Molly ficava em um bairro vizinho do meu, então evidentemente eu a levaria até a sua casa.
    ⁃    Então, Sherlock. - falou Molly, que andava pela King's Road comigo. - O que você queria dizer? 
    ⁃    Sobre....? - eu perguntei. 
    ⁃    Não sei. - disse Molly, rindo. - Antes que a Helena aparecesse, você queria me dizer alguma coisa. Disse até que não pretendia contar naquela hora. 
     Quando ela disse, pude lembrar com clareza. Mas acho que não estava pronto para dizer o que havia pretendido falar naquela hora. Meu lado racional ainda falava mais alto, então queria que ao menos, se não pudesse evitar os sentimentos, não os contaria tão rapidamente. 
    ⁃    Ah, é que... - eu falei, inventando algo. - Eu apenas queria dizer que é muito bom contar com a sua ajuda e amizade.
    ⁃    Você é um bom amigo, Sherly. - ela disse, sorrindo e um tanto encabulada. Porém havia um pouco de desapontamento em seus olhos. Percebi que ela queria que eu tivesse dito outra coisa. - Mas o que você acha daquela história de Moriarty?
    ⁃    Eu ainda não sei Molly. Tenho que parar e ficar uns dias sentado no sofá, sem comer e sem fazer mais nada. - eu falei.
    ⁃    COMO assim?! - perguntou Molly, apalermada. 
    ⁃    É, é o tempo que eu costumo levar para resolver alguns casos. - afirmei. - Mas para dizer a verdade, não é muito tempo, até porque nem todos são simples.
    ⁃    Sim, realmente... E quem você acha que seja o Norueguês? Ele pode não ser ninguém, mas também há a possibilidade de que seja alguém que nós conhecemos ou que você conheça. Já tem alguma opinião formada? - ela perguntou. 
    ⁃    Ainda não. Achei que poderia ser Vitor Hall, porque evidentemente ele é rico, assim como o Norueguês. Moriarty poderia estar interessado em seu patrimônio, que seria o tesouro da história. Mas para quê ele teria sequestrado Henry? Não faria sentido. Se ele quisesse o número dos cartões ou de algum cofre de Vitor, teria o ameaçado de morte se não dissesse os números. Vitor, impulsivo e querendo salvar a própria vida, teria dito as senhas, o que teria sido em vão pois Moriarty não o deixaria viver. James não precisaria matar ou fazer algo do tipo com Henry.
      Molly nada disse, apenas concordou com a cabeça. Já tínhamos andado por uns sete minutos, quando chegamos na casa de Molly. Era na Hampstead Road, número 23. 
    ⁃    Boa noite, Molly. - eu disse para ela, que já entrava em sua casa.
    ⁃    Boa noite, Sherly. - ela falou, sorrindo.
      Depois de tê-la deixado em casa, fui andando até Baker Street por uns 10 minutos. Mrs. Hudson já estava dormindo pelo horário. Abri a porta e não pude deixar de perceber uma marca de pés recentes na parede do apartamento, que iam em direção à janela do meu quarto e depois voltavam pela mesma parede. Percebi que uma corda havia sido posta ali, agarrada na minha janela ou algo do tipo. Já imaginava o que encontraria lá.
        Abri a porta, ligando as luzes. O resto do apartamento estava todo escuro, então Mrs. Hudson não percebera que alguém havia entrado. Cheguei em meu quarto e pude ver o abajur ligado, com uma carta abaixo dele. Como eu suspeitava, havia novamente um "M" em cera vermelha. Abri-o e li:

         " Vai ser difícil entender, no início. E depois vai piorar." 

                                                     -M

Olhei para o papel e suspirei.

 

                                                                   *******


       Passei a noite em claro, apenas pensando. O povo norueguês era conhecido por sua frieza e seu caráter irônico. Não são um povo sociável com os outros. E até com eles próprios são assim, porém em condições menores. O que eu precisava saber era se esse fato poderia ter algo a ver com o que Moriarty queria dizer. Até aquele momento, só podia entender que ele havia me mandado um recado no final da estória, que teria que entender melhor.
       Mas e se ele quisesse se referir à algum dos meus outros conhecidos usando a figura do norueguês? Logo vi que não. Não faria sentido se fosse John, já que ele é super simpático e pouquíssimo apegado com bens materiais, e por isso não poderia se encaixar na figura do Norueguês. Mary é até bem fria como esse povo, mas ao mesmo tempo está sempre disposta à amizades e coisas do tipo. Molly já está descartada também. A lista de pessoas possíveis se tornava menor. Lestrade e Sally Donovan não seriam o alvo de Moriarty. O Vitor era um ponto a ser investigado, já que tinha o "tesouro da história". Mas será que dinheiro era uma coisa que valeria tanto para ele quanto o mapa e o tesouro valiam para o náufrago? Esse foi o ponto que eu precisava saber.
       Fui para a sala pelas seis e meia da manhã ler o jornais. Mrs. Hudson acordara minutos depois. 
    ⁃    Sherly, querido!! Bom dia! - ela disse, toda animada.
    ⁃    Bom dia, Mrs. Hudson... - disse, quase caindo de sono pela minha poltrona.
    ⁃    Quantas vezes eu já não te disse para dormir mais? Agora você vai ficar aí, querido, se segurando para não dormir. - ela falou. - Mas vou preparar um café dos bons para nós.
    ⁃    Obrigado. - disse, arregalando meus olhos e dando leves tapinhas em meu rosto para ver se ficava menos sonolento.
     Tomei meu café, e sai correndo pelas escadas. Me despedi de Mrs. Hudson e peguei meu sobretudo. Pedi o mais rápido possível um táxi, pois precisava investigar sobre a vida de Vitor e outros aspectos.
    ⁃    Por favor, me leve até a Scotland Yard. - pedi ao motorista do táxi.
     Quando cheguei lá, fui em um departamento de investigação chamado "Perfis", que continha as informações mais básicas das pessoas. Como quase todos que trabalhavam lá me conheciam, Lestrade foi avisado rapidamente de minha chegada. 
    ⁃    Olá, Rachel. - cumprimentei uma colega que trabalhava naquele departamento.
    ⁃    Oi, Holmes. O que veio fazer por aqui? - ela perguntou, simpaticamente.
    ⁃    Queria ver os dados básicos que a Scotland Yard tem de Vitor Hall, aquele médico famoso entre Westminster. - falei.
    ⁃    Ah, ok, venha comigo. - ela falou, me levando até uma sala maior e com mais pessoas. 
    ⁃    Tem um computador ali, para você procurar pelas informações. Mas antes disso, você precisa estar com Lestrade para que ele supervisione tudo. - ela disse, apontando para um computador do lado de uma pequena planta.  
     Agradeci e fiquei esperando por Lestrade. Mandei uma mensagem para John, dizendo que estava investigando. Pedi para que ele viesse, porém estava muito ocupado com os pacientes em seu consultório. Passou-se algum tempo, e Lestrade não chegava. Mas no lugar dele, chegou a melhor pessoa que eu podia desejar.
    ⁃    Olá Sherlock! Lestrade me mandou aqui para te ajudar e supervisionar, mas ele virá logo para conversar com você. - disse Molly, encabulada. - Ele conseguiu informações valiosas. - falou ela, cochichando em meu ouvido.
     Até que enfim o inspetor tinha servido para alguma coisa.
    ⁃    Ahh, que bom!... - não pude deixar de dizer. - Vou ver o perfil de Vitor agora.
     Coloquei a senha para ter acesso às informações (que no caso era do inspetor) e cliquei em um aplicativo do computador chamado "Perfis"e fiz a minha busca. Achei muitas coisas sobre ele, das quais só falarei as necessárias. Molly e eu quase pulamos da cadeira quando vimos a quantidade de parentes que ele tinha.
    ⁃    Sherlock.... - disse Molly, espantada.- Devem ser mais de duzentas pessoas!!
     Era verdade. A família de Vitor era realmente gigante. Quando eu e Molly estávamos analisando, Lestrade nos chamou do lado de fora daquele setor.
    ⁃    Sherlock, consegui dados que acredito serem se suma importância. Você vai ficar realmente assustado. O patrimônio de Vitor está em torno de R$20.000.000. Seu salário era R$150.000.
    ⁃    Deus!... Agora não tenho dúvidas do porquê da sua morte. Moriarty estava atrás da dinheirama. - falei.
    ⁃    Mas ele não teria como roubar isso sem sair impune, não é? - perguntou Molly.
    ⁃    Sim, Molly. Ele não ficaria impune. O problema é que Moriarty não planeja coisas bobas, do tipo roubar e ir embora. Ele sempre tem algo maior em mente. Ou se ele rouba descaradamente, impressiona a todos com o seu jeito de fazê-lo. Mas em  qualquer caso, ele sempre apavora a todos e impressiona. O que ele não fez até agora roubando desse jeito. Mas acho que ele não fará assim dessa vez.- falei.
    ⁃    Bem, até agora de importante só consegui achar seu salário e patrimônio, mas continuarei investigando. Agora terei que ir. - falou Lestrade, se despedindo. 
    ⁃     Até logo. - disse eu e Molly, em coro.
     Depois disso, entramos no departamento dos perfis novamente. Fui para a árvore genealógica de Vitor novamente para ver a nacionalidade dos seus parentes. Tive que ver de um por um, e todos eles eram britânicos.
    ⁃    Sherlock, estamos aqui até agora e não descobrimos nada de muito importante. - disse Molly, depois de uma hora e meia de pesquisa.
      Era verdade. Não havia nenhuma informação que pudesse me auxiliar no caso, a não ser a nacionalidade dos parentes e coisas pequenas. Teria que esperar as informações vindas de Lestrade, já que não tinha acesso às informações sigilosas.
    ⁃    Sim, Molly. - disse, decepcionado. - Mas não vamos desistir tão cedo. Vamos procurar por algum parente que possa nos dar algumas informações.
      Procuramos e achamos; vimos uma mulher de nome Amy Hall que na foto aparentava ter uns trinta anos, porém para a sua idade ela estaria com uma aparência muito jovial. Percebi que não era uma foto recente, pois tinha sido posta à mais de 10 anos. Vi que ela era irmã gêmea de Vitor, mesmo parecendo que não. Era casada, tinha um filho e morava na Westbourne Grove, número 17. Então, vendo mais algumas tolas informações, decidi ter com ela o mais rápido possível.
    ⁃    Molly, já fiz tudo o que tinha que ter feito aqui. Vamos falar com algum parente de Vitor. - falei. - Ele tem uma irmã, chamada Amy Hall. Encontrei seu endereço aqui, então iremos para lá agora. Vou falar para o inspetor vir conosco.
     Molly e eu pegamos o elevador para o sexto andar e falei com o Lestrade:
    ⁃    Lestrade, preciso que venha conosco agora para a casa de Amy Hall. - falei.
    ⁃    Não vou poder ir agora Sherlock, mas vou mandar meu colega Benjamim ir com você. - ele falou. - Benjamim!! Venha aqui.
    Ele havia chamado um sujeito desengonçado, grande e com cara daqueles nerds dos filmes. Tinha o cabelo liso com gel e todo bem escovado. 
    ⁃    Olá!... - ele falou com Lestrade. - Precisa que eu faça algo? 
    ⁃    Sim, amigo, gostaria que fosse com meu colega Sherlock e Molly para a casa de Amy Hall. Aliás, quem é ela Sherlock?
    ⁃    É a irmã de Vitor Hall. - falei. 
    ⁃    Ah, e sobre o que vocês irão falar com ela? - Lestrade perguntou, olhando para mim e para Molly. 
    ⁃    Vamos perguntar como era o caráter de Vitor e outras coisas mais específicas. - respondeu Molly.
    ⁃    Ok, então tenho uma nova missão para você, amigo. - falou o inspetor, dando um leve tapinha nos ombros de Benjamim. 
    ⁃    Tá bom. - falou Benjamim, dando um sorriso tímido. Ele olhou para mim e em seguida exclamou para Molly. - Nossa, acho que te conheço de algum lugar!! Você estudava no St. Patrick's? 
    ⁃     Sim!! Em Castle Combe! - ela exclamou.
    ⁃    Nossa, eu também era de lá! Por isso você não me era desconhecida. Acho que estudávamos em turmas diferentes.
     Ficaram naquele papo por uns dois minutos. E aquele assunto não iria terminar mais se eu não tivesse interrompido. 
    ⁃    Benjamim, está na hora de irmos. - disse, antipaticamente.
    ⁃    Ah, ok, se você prefere ir agora... - ele falou.
    Encarei-o um pouco e em seguida olhei amavelmente para Molly. 
    ⁃    Vamos? - perguntei.
    ⁃    Vamos. - ela respondeu, sorrindo. 
   É claro que não tinha gostado muito de Benjamim. Parecia meio chato, estúpido e se eu fosse Molly não confiaria nele. Com certeza, ele estava criando afeição por Molly. E eu iria dar um fim nisso rapidamente. Falei o endereço que tinha encontrado para ele - Westbourne Grove, número 17- e finalmente partimos até a casa de Amy Hall. 
      Fomos no carro da polícia com Benjamim, para o meu aborrecimento. Molly tinha ido no banco da frente junto com ele, e eu tinha ficado no banco do meio atrás. A conversa entre eles não acabava nunca, e eles tinham vários pontos em comum. Eu já estava ficando enfurecido, pois não havia nada que eu pudesse fazer. Apenas olhava para os dois. Até que uma ideia surgiu na minha mente.
     Quando chegamos, abri a porta primeiro e abri a de Molly em seguida. Quando ela saiu, segurei sua mão e disse:
    ⁃    Venha, querida. 
    Peguei na sua mão por um bom tempo, como se fôssemos namorados. Benjamim reparou - e esse era meu objetivo - e não deixou de perguntar:
    ⁃    Ahh, quer dizer que vocês namoram? - ele perguntou, aparentando estar feliz e surpreso.
    Respirei fundo antes de dizer o que eu precisava esclarecer.
    ⁃    Só agora que percebeu? - indaguei, demonstrando uma ponta de ciúmes. 
    ⁃    Ahh, que legal, parabéns à vocês!! - ele disse, olhando para mim e para Molly. 
    Molly tinha ficado pálida. Parecia que ia desmaiar ou algo do tipo. Quando Benjamim ficou de costas para nós, ela tirou a sua mão subitamente da minha, com raiva. Não tendo reação, apenas disse:
    ⁃    Te explico depois. 
     Ela tinha ficado vermelha de raiva desde então. Olhava para a minha cara sem entender absolutamente nada. Benjamim tocou a campainha e fomos atendidos pela irmã de Vitor, a Amy.
    ⁃    Em que posso ajudar?... - ela indagou, fitando-nos. Ela era, aparentemente, uma mulher acima dos quarenta anos.
    ⁃    Eu sou Benjamim Hughes, detetive da Scotland Yard. - falou ele, mostrando o distintivo. - Eu e meus amigos viemos fazer algumas perguntas em especial. 
    "Amigos? Vá sonhando!"- pensei, com uma vontade quase insuportável de dizer-lhe isso. 
    ⁃    Ah, ok, podem entrar. Mas sobre o que gostariam de perguntar? - Amy perguntou.
    ⁃    Sobre sua relação com seu irmão, Vitor. - eu disse. 
    Suas fisionomias se transformaram em tristeza. Ela apenas mandou-nos ficar a vontade, sendo bastante acolhedora. Até prepararia um café para nós. Olhei para o seu jardim e vi uma oportunidade de falar com Molly sobre o ocorrido.
    ⁃    A senhora se incomodaria se eu fosse dar uma volta no quintal, por favor? - perguntei educadamente.
    ⁃    Claro, sem problemas. - ela disse, já com um bule na mão. 
      Evidentemente, não precisei chamar Molly. Ela foi atrás de mim e me perguntou:
    ⁃    Por que fez aquilo?! 
    ⁃    Eu te ajudei, Molly. Mas acho que foi em vão. Estava apenas te ajudando a descobrir se ele estava interessado em você.
    ⁃    Mas eu não queria descobrir nada, até porque nem precisava, pois ele tem namorada!
    ⁃    Como?... - perguntei. 
    ⁃    É, você não ouviu ele falando da Jane no carro? - indagou Molly.
    ⁃    Não... Quero dizer, eu até ouvi, só que tinha minhas dúvidas e achei que você também estivesse pela sua fisionomia. - afirmei, mentindo. Eu nem sequer havia escutado sobre a garota e nada na fisionomia de Molly demonstrava curiosidade ou desconfiança. 
      Molly parecia não acreditar muito, mas até que não ficou muito chateada, coisa que me deixou feliz pelo resto do dia.
    ⁃    Você não é tão mestre da dedução como eu esperava, senhor Holmes! - ela retrucou, brincando. 
    ⁃    Ah, foi um errinho quase insignificante. - falei, dando um sorrisinho. 
     Ficamos um tempo em silêncio. Enquanto isso, percebi que realmente Benjamim não tinha interesse em Molly, pois demonstrou uma felicidade tenra quando soube do nosso "namoro". 
    ⁃    Mas Sherlock, como vou contar a verdade para Benjamim? - ela indagou.
    ⁃    Nada mais simples, ora! Diga que pregamos uma peça nele. - eu disse. 
    ⁃    Ok, direi mais tarde. - ela falou.
    Não demorou muito para que a irmã do falecido Vitor chegasse com o café. Eu e Molly voltamos para a sala e vimos Benjamim já com uma xícara de café na mão. A senhora Amy nos serviu e começamos a conversar. 
    ⁃    Então, sobre o quê especificamente vocês queriam me perguntar? 
    ⁃    Queríamos saber de inicial se você superou a morte de seu irmão para.... - começou Benjamim, que foi interrompido por mim.
    ⁃    Gostaríamos de perguntar sobre se você convivia bem ou mal com seu irmão na infância. - perguntei.
    Amy começou a chorar. Prendeu os cabelos negros e suspirou. 
    ⁃    Meus pêsames, senhora. - dissemos nós três em coro, e dizendo isso, completei. - Tente ser o mais clara e objetiva, por favor. 
    Ela deu outro suspiro e enxugou as lágrimas em um lencinho.
    ⁃    Não tinham uma ótima relação, não é? - indaguei.
    A pobre mulher empalideceu.
    ⁃    Como sabe? - ela perguntou.
    ⁃    Vi em várias de suas fotografias a família inteira reunida, menos Vitor. Há apenas você e ele crianças em uma fotografia pela casa, mas pelo que se percebe ele não era muito próximo dos familiares. - afirmei. 
    Amy ficou um instante em silêncio, suspirou e tomou coragem para falar.
    ⁃    Sim, você tem razão em tudo. Perdemos a nossa mãe quando tínhamos 19 anos. Sim, por mais que sejamos diferentes, somos gêmeos. Vitor foi morar sozinho depois da morte de nossa mãe. Eu vivia apenas com meu pai, recebendo escassas ligações de Vitor. Volta e meia tínhamos um encontro com toda a família; nós o chamávamos, mas nunca comparecia. E foi assim a vida inteira. O únicos dos quais ele convivia melhor era Dominic e sua esposa, Agnes. Mas nós todos sabemos que o xodó dele é o Peter, de 7 anos, filho de Dom, como o chamamos carinhosamente. Dominic é meu primo de segundo grau. Vitor gostava muito de Peter, pois o menino o "idolatrava". Queria ser tudo que Vitor queria ser. Ele ainda não sabe da morte do tio, e quando perguntar apenas diremos que ele foi viajar para bem longe... Não teríamos outra forma de... - disse Amy, que foi interrompida por mim.
    ⁃    Ok, entendo que a situação é complicada. Mas por favor, não perca a linha do trem. - falei, tentando não parecer rude.
    ⁃    Sim, me desculpe. - falou ela. - Bem, os fatos são esses; meu irmão não era próximo de nós, exceto de Peter... Acredito que tenha algo mais para me perguntar.
    ⁃    Sim. Como era a personalidade do seu irmão? - perguntei.
    ⁃    Ele sempre teve muitos amigos, mesmo após a morte de nossa mãe. Pelo o que eu sei, as únicas pessoas do qual ele ainda não falava bem eram os membros da família... Ele não conseguiria ficar perto de nós sem lembrar da mamãe. Ele também tinha um caráter um pouco temperamental, mas isso nunca foi um grave problema. 
    ⁃    Ele era apegado aos seus bens ou algo do tipo?- indaguei.
    ⁃    Não, ele nunca fora muito apegado. Era muito cuidadoso com o que possuía, mas não chegava a ser apegado com bens. 
    A partir daquele momento, percebi que não poderia ser ele o Norueguês da estória. Só restava Henry.
    ⁃    Vitor tinha algum inimigo ou algo do tipo? - Molly perguntou.
    ⁃   Excelente pergunta, Molly! - exclamei. 
    ⁃   Não, como ele não me era muito próximo não posso afirmar com certeza, mas pelo que eu saiba ele nunca teve inimigos.
    Ficamos em silêncio e percebi que não havia mais o que se fazer por ali. 
    ⁃   Muito obrigado, senhora Hall. - falei com Amy. - Agora iremos embora, não temos mais nada para perguntar. 
    ⁃   Quem são esses, mãe? - disse um garoto de uns 12 anos que acabara de sair de um dos quartos. 
    ⁃   Ah, Daniel, esses aqui são detetives da Scotland Yard. - falou Amy. - Vieram para fazer algumas perguntas. 
    ⁃   Uau, agora que eu vi! É você, o Sherlock!! - exclamou ele, feliz em ter me conhecido. 
    ⁃   Olá! - falei, dando aqueles sorrisos típicos de mim. 
    ⁃   Daniel, vá até seu quarto e ligue para o seu pai para que ele venha mais cedo para casa hoje. - ela falou. O menino fez o que ela pedira, e ela prosseguiu quando ele não estava mais lá. - Olhem, gostaria mesmo que se soubessem de qualquer informação ou desvendassem o porquê da morte de meu irmão, me deixassem a par de tudo o mais rápido possível.
    ⁃   Assim será feito, senhora. - disse Benjamim, que mal havia falado até agora. 
    Nos despedimos de Amy e seu filho e fomos novamente para a Scotland Yard. Chegando lá, Molly se despediu de Benjamim, que ia para outro setor. 
     ⁃   Até mais, Benjamim! - ela falou.
     ⁃   Até mais Molly e Sherlock, desejo um ótimo namoro para vocês!! - disse ele, radiante.
     ⁃   É... - Molly ia falar, porém Benjamim já tinha se virado para ir embora, então ela acabou desistindo. Olhamos um para a cara do outro, e não conseguimos conter uma boa gargalhada.
     Fomos até o departamento dos Perfis e demos de cara com Lestrade. Ele olhava para a minha cara com alto nervosismo. Molly já estava apavorada pela fisionomia do inspetor. 
       ⁃   O que houve? - perguntei junto com Molly, em coro.
    ⁃  Eu já ia te ligar, Sherlock. Aconteceu algo muito estranho, venha ver com os seus próprios olhos. Nossos funcionários receberam uma notificação de uma mudança repentina no seu perfil. Venha ver. - disse ele, sinalizando para Molly ir também.
     Ele pediu ao funcionário que nos mostrasse o que havia ocorrido. O jovem funcionário colocou no meu perfil público e Lestrade apontou para a tela, dizendo:
    ⁃  Veja a sua nacionalidade!... - ele disse.
    Em vez de britânico, estava norueguês. Fiquei fitando a minha "nova nacionalidade" por um tempo. Quando me conformei, olhei para todos em minha volta e falei;
    ⁃  É, pelo visto eu sou o norueguês . - falei, suspirando. 

    


    

   


       
       

                 
    
  

    

 

 


Notas Finais


Por favor, não morram de curiosidade, a estória ainda não acabou!! Kkkkk :P
Como sabem, nem sempre tenho disponibilidade para escrever, mas quando arranjo aquele tempinho extra não perco a oportunidade!
Bjs e até o próximo capítulo ❤️


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