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História "You've always counted." - Confusões.


Escrita por: WonderfulMari

Notas do Autor


Hello gente, eu sei que andei sumida por um bom tempo, e eu pretendia publicar esse capítulo à umas duas semanas atrás ou mais, porém minha vida está mais agitada que o esperado, mas acredito que vocês me compreendem ❤️❤️ Não esqueci de vocês e prometo tentar fazer os capítulos mais rápido, ok? Boa leitura!! ❤️❤️

Capítulo 6 - Confusões.


Fanfic / Fanfiction "You've always counted." - Confusões.

     Naquele mesmo minuto, houve uma forte queda de luz por toda a rua da Scotland Yard, como posteriormente foi me dito. Molly, Lestrade e todos que estavam naquele departamento olharam para cima, assustados. 
    ⁃    Sherlock, o que foi isso?!- perguntou Lestrade, depois de a luz parar de oscilar. Na verdade, ele sabia o que era, porém no susto fez aquela pergunta desnecessária.
    ⁃    Um alerta de Moriarty, obviamente. - falei. 
    John tinha acabado de chegar naquele departamento. O cumprimentei, um tanto surpreso, e perguntei à ele por quê não estava na clínica e ele apenas me dissera que a clientela ficava um pouco escassa naquela época do ano, como percebera nos anos anteriores. Eu disse todos os detalhes para ele, que logo objetou:
    ⁃    Holmes, você não acha provável que Moriarty esteja tentando te confundir te colocando como o Norueguês? 
    ⁃    Acredito que ele não faria isso. Se fomos supor que ele não está tentando me confundir, significa que está me dando uma dica, o que seria como uma "humilhação" para mim, como se dissesse que não sou um adversário páreo à ele. Se tentasse me confundir, estaria assumindo que sou um adversário "digno" dele, coisa que ele não faria.- eu disse.
    ⁃    Faz sentido. - falou Lestrade. 
    ⁃    Sherlock, o que você vai fazer agora? - perguntou Molly, finalmente falando.
    ⁃    Pensarei sobre isso. - falei, gentilmente. 
       Depois eu e John decidimos voltar para a 221B, levando Molly em casa primeiro.                                                   
     Estávamos descendo pelo elevador quando um cara com mais ou menos a minha altura esbarrou em Molly.
    ⁃    Desculpa, e-eu não ti-tinha intenção de...- disse ele, gaguejando. - Ei, espere um pouco... Você é Molly?
    ⁃    Como sabe que ela é Molly? - perguntei, meio que tomando a frente da conversa.
    ⁃    Ah, é porque estudamos juntos!! - ele exclamou, alegre. - Você era minha melhor amiga no 8º e 9º ano, se lembra Molly? Sou eu, Mathew!
    ⁃    Meu amigo! - Molly disse, dando um abraço nele. Tentei fingir que nem vi. - Meu Deus, eu já encontrei tanta gente por aqui! Como você está? 
    ⁃    Ótimo, e você? - ele perguntou.
    ⁃    Ela está ótima, obrigado mas... - falei, mas fui interrompido por Molly. Eu já estava tentando me despedir do rapaz.
    ⁃    Também estou ótima!... Engraçado, você mudou tanto. - ela disse, olhando para o rosto de Mathew. 
    ⁃    Todos dizem isso, até minha própria mãe fala que mudei muito! - ele disse, rindo. - Estou saindo daqui agora, só vim para concertar o gerador, estava com um pequeno defeito. - ele falou. - Eu moro na Robert Street.
    ⁃    Jura? - perguntou Molly. - Eu moro na Hampstead Road, a rua perpendicular à sua! 
    ⁃    Uau, que ótimo então, se você estiver saindo posso te dar uma carona. Temos muito o que conversar! - ele disse, sorridente.
      Tentei não demostrar, mas obviamente não gostei. Mas Molly é livre, pode fazer o que quiser. Nos despedimos e fui para Baker Street. Nada melhor do que pensar por um bom tempo.
       Chegando lá, fiquei imóvel no sofá, com os olhos fechados e os joelhos dobrados. John lia os jornais do dia em sua poltrona, para se distrair.
   Mas o que será que aquilo tudo podia significar? Se eu era o Norueguês, o que seria o tesouro, os piratas, tudo?... Subitamente, abri os olhos. Tudo fazia completo sentido. Eu não possuía um alto patrimônio, nem nada material que me importasse. Mas Moriarty, dessa vez, não estava falando de algo material. Com quem eu mais me importava, naquele momento, além de John? Com quem eu mais me preocupava? De quem eu sentia mais falta? A resposta era clara, e apenas uma; Molly Hooper. Os piratas, quem seriam eles?... 
    Foi aí que me levantei de um salto do sofá. Roubariam a minha Molly de mim!! E aquele Mathew... Molly não o reconheceu, e percebi como ela achou estranho a enorme mudança de seu colega. E se não fosse ele? E se fosse um agente de Moriarty para sequestrar Molly? Eu precisava falar com ela; ao menos saber se ela estava bem.
    ⁃    O que foi, homem? - perguntou John, ao me ver sobressaltar do sofá.- Parece aturdido. 
    ⁃    John, venha comigo e rápido! - falei com ele, já colocando meu sobretudo e cachecol. - Não esqueça de sua pistola. Conversaremos no caminho.
     Watson poderia até querer me perguntar sobre o quê eu estava falando no momento, mas preferiu fazer o que falei e me seguiu rapidamente. Saí de casa numa volada, correndo pela calçada.
    ⁃    Sherlock, vá mais devagar. - pedia John, gritando para tentar acompanhar minhas passadas largas e rápidas.
    ⁃    Ligue para Molly, John, e se não tiver o telefone dela eu tenho. - eu disse parando repentinamente. - Mas tem que ser rápido! 
    ⁃    Por que você mesmo não liga? Não precisa ficar com vergonha da garota! - ele falou, rindo.
    ⁃    Não é hora para piadas, Watson! - falei, um tanto irritado. - Mas já que você não vai ligar, eu vou. 
    Peguei o telefone e liguei. Seu celular estava desligado. Fiquei mais preocupado ainda, e sai correndo pela rua, chamando John para vir atrás de mim.
    ⁃    Vamos, John, Molly está em perigo!! - gritei.
    Corremos por uns 15 minutos até chegar a casa de Molly. Bati na porta com muita força, berrando pelo seu nome. Até que ela abriu a porta.
    ⁃    O que está acontecendo? Por que vocês estão assim? - ela perguntou, com uma caneca na mão, tentando entender o porquê de tanto alvoroço.
    ⁃    Está tudo bem? Ele fez alguma coisa? - perguntei, ainda preocupado.
    ⁃    Ele? Ele quem? - Molly perguntou, assustada. Até que finalmente ela entendeu. - Sherlock, sinceramente, não consigo entender porque tanto alvoroço. Mathew é meu amigo, por que você acha que ele me faria algum mal? 
    ⁃    Eu achei que ele pudesse ser um agente de Moriarty... - falei, com sinceridade.
     Molly revirou os olhos.
    ⁃    Olha, eu sinto em ter que te dizer, não gostaria que tivesse que chegar à esse ponto, mas você não precisa ficar apavorado ou estranho com todos aqueles que se aproximam de mim! De uns tempos para cá, eu não tenho me sentido mais livre, até dos meus melhores amigos você desconfia e age como se fossem uma ameaça para mim! Não preciso dessa sua vigilância para ter a segurança de que nada de mal vai me acontecer. Sinto muito. - Molly falou, fechando a porta na minha cara. 
    ⁃    Molly, escute, você não entende!! - gritei, batendo na porta para ela abrir. - Seus amigos podem ser um alvo! Por favor, abra a porta, tenho que falar melhor com você! 
    Fiquei implorando para que ela atendesse, mas foi em vão. John, ainda ofegante, falou:
    ⁃    Sherlock, você não acha que exagerou? Olha, eu entendo você, mas você não precisava bancar o super herói dela o tempo todo. Olha, você sabe dos meus métodos amorosos, e se quiser te explico tudo. Vamos lá, aceite a minha forcinha! - ele falou, rindo.
   Não sei o que deu em mim naquela hora, mas acabei dizendo:
    ⁃    Ok, senhor casamenteiro, aceito sua forcinha. - disse, rindo. 
    Andamos de volta para Baker Street conversando sobre essas coisas esquisitas que John domina.
    ⁃    Mas isso é um absurdo!! - exclamei. - Quer dizer então que vou ter que convidá-la para ir a um encontro? Sinto muito John, mas não sou capaz! 
    ⁃    Mas esse é o melhor jeito para conquistá-la!! - ele falou, rindo. 
    ⁃    E quem disse que eu quero?! - perguntei. 
    John ficou olhando para mim como se quisesse dizer ironicamente: "Ahãm, acredito!".
    ⁃    Amigão, sinto muito, mas isso não cola. Não comigo, a criatura que mais te conhece na face da terra. - ele falou, balançando a cabeça. - Você vai fazer o que eu estou sugerindo ou não? 
    Tentei relutar, mas acabei cedendo.
    ⁃    Ok, ok, eu vou sim. Mas saiba que só dessa vez! - eu exclamei, rindo. - Vamos apostar? 
    ⁃    Vamos! Eu aposto cinquenta libras que dará tudo certo para você e para Molly! Veja se não minta para mim se der certo hein?? - ele falou, rindo.
    ⁃    E eu aposto cinquenta que não vai dar! Se eu mentisse, você logo iria saber a verdade. - falei, também rindo.
    ⁃    Prepare-se para perder seu dinheiro! - disse John, dando leves gargalhadas.
      


                       
                                                                        *******

     Chegando no nosso apartamento, tive a grande ideia de me disfarçar de carteiro para dar a Molly uma carta marcando um encontro. Quando disse a ideia para John, ele vibrou.
    ⁃    Muito bem, meu amigo!! Você está se saindo muito bem! - ele falou, feliz.
    ⁃    Engraçado... Geralmente era eu que te dizia isso... - eu disse, fazendo com que nós dois ríssemos.
    ⁃    Olha só, vamos fazer a carta juntos, ok? Eu vou te ditar. - John sugeriu.
     Não gostei nenhum pouco da ideia, mas acabei aceitando.
    ⁃    Primeiro, você escreverá: "Querida Molly". - disse John.
      Fiquei olhando para a cara dele como se perguntasse se aquilo era mesmo necessário. 
    ⁃    Vamos lá, pare de frescura! - ele falou, entendendo meu olhar. 
      Cedi, mesmo contrariado, e comecei a escrever.
    ⁃    Agora você dirá que sente muito por tudo que fez e prometerá mudar. - falou John. - Ah, e também dirá que se importa muito com ela. 
     Aquilo era demais para mim. 
    ⁃    Ah não!! - falei, largando a caneta na mesa. - Isso eu não vou fazer. Só prezo pelo bem dela e... 
    Fui interrompido por John:
    ⁃    Ela sabe que você só quer o bem dela. Mas você deve demonstrar que seu ego é menos importante do que o sentimento que tem por ela!! Nada melhor do que pedir perdão. Ande, faça o que eu digo! 
   Depois de ter acabado de escrever, perguntei: 
    ⁃    Pronto. E agora? 
    ⁃    Agora é só marcar o encontro e pedir de forma carinhosa que quer que ela vá. - falou John, dando os últimos passos daquele "tutorial". - Veja lá hein, de forma carinhosa!  
   Depois de escrever a carta, John deu uma revisada para ver se estava tudo de acordo. Ela tinha ficado assim:

   "Querida Molly, 

  olha, eu realmente sinto muito por tudo que aconteceu, e por isso te peço desculpas. Eu apenas quero o seu bem, e seria incapaz de ver você em perigo ou algo assim sem te ajudar. Moriarty está à solta por aí e isso me preocupa. Se eu me preocupo com você é porque você é importante para mim. Por favor, gostaria muito que pudesse ir essa noite ao Mestizo Restaurant comigo, às oito horas. Caso não possa ir, por favor não deixe de me mandar uma mensagem ou me ligar. Espero você! 

                                                                                                  Carinhosamente, 
                                                                                                             Sherlock Holmes."

    John não se conteu depois de ler a carta e exclamou:
    ⁃    Magnífico!! Como conseguiu? Ela sem dúvida alguma vai amar! E ainda por cima escolheu o encontro em um restaurante próximo à casa dela! Partidão, hein? - ele falou, dando um tapinha no meu ombro. 
         Ri daquilo com entusiasmo, mas ainda estava preocupado. Eu sabia que Molly não estava em completa segurança. Tentei deixar as preocupações um pouco de lado, mas não estava obtendo muito sucesso. Eu sabia que minha teoria fazia todo o sentido. Mas para, pelo menos, eu ter notícias frequentes da Molly sem precisar ficar espionando-a ou recorrendo ao meu irmão (coisa que eu realmente queria evitar), precisaria estar bem com ela.
    ⁃    John, vou pegar a minha fantasia de carteiro. - falei. - Não quero que Molly me reconheça. 
    Fui para o meu armário e peguei a fantasia. Céus, o que eu não estava fazendo por Molly Hooper?! Já tinha colocado quase todo o meu disfarce (menos a máscara, que estava segurando) quando saí do meu quarto e Mrs. Hudson me viu, dizendo: 
    ⁃    Meu querido, como você está lindo!! Mas vai botar aquela máscara de velho? Não vale à pena! Por que não quer mostrar esse lindo rosto que você tem?
    ⁃    Isso é um disfarce, Mrs. Hudson, e não uma fantasia. Não posso mostrar minha identidade.
    ⁃    Mas para quê tudo isso? 
   A voz de John vinha da sala quando berrou:
    ⁃    É tudo que fazemos por uma garota, Mrs. Hudson! 
    ⁃    Ahh sim, meu marido costumava me dar flores na juventude mas depois se tornou tão grosso e... 
      Eu já nem estava mais prestando atenção àqueles falatórios todos de Mrs. Hudson sobre seu marido falecido e sua vida antiga. Fui para a sala e me olhei no espelho. Como o clima londrino andava frio, como na maioria das vezes, vesti um casacão azul. Finalmente, para quase terminar meu disfarce, coloquei aquela máscara ridícula e o clássico boné dos carteiros. Só não encontrava a bolsa, que também fazia parte do disfarce. O que seria um carteiro sem sua bolsa? Perguntei à John aonde ela poderia estar, e ele só respondeu:
    ⁃    Como você pensa que vai encontrá-la nessa bagunça toda?
      Era verdade. A 221B era simplesmente uma bagunça! Nunca fui lá muito organizado, mas do jeito que fiquei, poderia ter entrado no livro dos recordes. Até que finalmente a encontrei, tinha deixado encima da estante de livros. Aquilo só tinha me atrasado. Coloquei um monte de jornais antigos que tinha dentro da bolsa, para dar a impressão de que ela estava cheia de cartas e jornais para serem entregues. Coloquei a carta que tinha escrito dentro e finalmente pus a máscara, quando John falou:
    ⁃    Boa sorte amigo! Mas cuidado para não assustar Molly com essa máscara! - ele disse, rindo.
     Me despedi e parti. Andava curvado, para parecer ter uma certa idade. Andei por um bom tempo até chegar na casa de Molly. Bati na porta, respirando fundo. 
    ⁃    Pois não?... - perguntou ela, abrindo a porta.
    ⁃    Aqui, é uma carta para você. - falei, mudando minha voz e estendendo a carta.
    ⁃    Mas... Por que você não colocou dentro da caixinha de correios? Eu veria depois. - Molly perguntou, tentando não parecer rude. 
    ⁃    Desculpe moça, mas a pessoa que fez a carta pediu para que entregasse isso o mais rápido possível para você. Até mais, sou um senhor muito atarefado! Espero não ter incomodado. 
    Voltei para meu apartamento, esperando uma ligação de Molly ou algo do tipo. John me perguntara o que aconteceu, e só respondi dizendo que foi tudo como o planejado. Eu ficava andando de um lado para o outro da sala, ansioso, e Mrs. Hudson percebeu.
    ⁃    Sherly, querido! Pare de ficar ansioso e venha comer! - ela falou, me mostrando vários bolinhos de baunilha acompanhados de café. - Acabei de fazer! 
    Comi os bolinhos, bebi meu café e peguei o celular. Molly tinha falado comigo! Pela tela, eu só via a mensagem: 

      "Nos vemos no Mestizo :)"


    Foi só eu ter visto a mensagem que pulei da minha cadeira, vitorioso, e exclamei:
    ⁃    Ela aceitou e ainda por cima mandou uma carinha feliz! Yeahhhhh!!
    ⁃    Parabéns amigo! Não queria estragar seu barato, mas você já está perdendo a aposta! - caçoou John, feliz pela minha vitória.
    ⁃    Ora, não é tão ruim perder quando se ganha algo melhor do que o que foi perdido! - falei, triunfante. 

 

    

                                                        ******
  


            Já era sete horas quando comecei a me arrumar para ir no encontro. 
    ⁃    Droga, droga, droga!! - exclamei.
    ⁃    O que é dessa vez, Sherlock? Você está indo no seu tão esperado encontro e está aí, resmungando? - perguntou John, tentando entender minha reação.
    ⁃    O quê que eu vou dizer para ela quando chegar? Eu vou dizer: "Olá, querida Molly, esse lugar é maravilhoso, como foi seu dia?". Isso não soa chato? Chega a ser irritante! - falei, meio que escandalosamente. 
    ⁃    Você adora um drama não é, Holmes? - disse John, que estava no computador. - Pelo amor de Deus, diga o que lhe for natural, apenas não fale do trabalho! Ah, e também não diga que o Sol gira em torno da Terra, você vai assustar a garota!
    ⁃    Ah, você sabe que para mim não faria a menor diferença se o Sol girasse em torno de Saturno ou sei lá mais o quê! - esbravejei. - E aliás, qual assunto eu tenho além do meu trabalho? 
    ⁃    Ah, você pode dizer sobre sua vida com os pais, a infância, coisas sobre a faculdade e...
    ⁃    Minha infância?! - eu disse, interrompendo John. - Ah, você só pode estar de brincadeira! 
    ⁃    Ok, Sherlock, diga o que bem entender. Mas depois não venha para mim dizendo que eu não avisei! -falou John. - Você não tem jeito não é? Mas enfim, boa sorte, você vai precisar!
          Coloquei o melhor paletó e terno que tinha (apesar de quase nunca eu usar terno), ajeitei meus cachos e como já tinha feito tudo o que precisava, parti. Demorou uns vinte minutos para chegar até o restaurante. Eu tinha atrasado cinco minutos. 
           Entrei no restaurante, observando as pessoas, e algumas delas estavam até dançando de uma forma meio "clássica", conforme a música, que me era agradável. Não era um lugar muito grande, porém confortável. Molly já estava me esperando, em uma mesinha do lado da janela do restaurante. Ela estava linda, mas é claro que eu não ia dizer nada.
    ⁃    Olá! - ela disse, quando me viu se aproximando. 
    ⁃    Oi... - falei, dando um sorriso meio "tímido".
    ⁃    Foi muito gentil você ter me convidado. - ela falou, daquele jeito fofo que só ela tem.
    ⁃    Ahh, não foi nada. - falei. 
    ⁃    Você pediu mesmo ao carteiro para entregar a carta para mim? Nossa, admito que não esperava por isso! - ela exclamou, bebendo um pouco de água na taça que estava na mesa.
    ⁃    Bem... - disse eu, já rindo. - Dessa vez, eu mesmo era o carteiro. Você nem sequer suspeitou, não é? 
      Ela me olhou por um tempo e riu.
    ⁃    Não acredito que você fez isso. - ela falou, rindo. - Sério, não acredito mesmo.
    ⁃    Ora, pergunte a John, ele me viu o tempo inteiro! - falei. 
    ⁃    Nossa, você estava tão feio com aquela máscara... - ela falou.
    ⁃    Ah, mas não agora não é? - eu perguntei, porém logo me dei conta do que falei e concertei. - Bem, eu não pretendia dizer isso, na verdade é... 
       Eu decidi não prosseguir. Molly estava rindo tanto que acabei rindo também! 
    ⁃    É melhor esquecer isso! - falei, rindo junto com ela.
    ⁃    Ok, prometo tentar... - ela falou. 
      Ficamos sem assunto por um tempo. Até que ela resolveu falar:
    ⁃    Então, o que vamos pedir? - ela perguntou, com o cardápio na mão.
    ⁃    Ah, eu já tinha até me esquecido disso. - eu falei. - Me distraio muito rápido... O que você prefere?
    ⁃    Acho que vou pedir uma massa, já que é a especialidade daqui... Acho que lasanha seria uma ótima escolha.
    ⁃    Então vai ser isso mesmo, já comi aqui e é muito bom. - falei, chamando o garçom e pedindo o prato. Depois, decidi puxar assunto. - Molly, olha, não tivemos muita oportunidade de conversar, então não vamos perder essa. Me conte mais sobre você. 
    ⁃    Bem, sobre mim não tem nada de muito interessante. Como sabe, nasci em Castle Combe e morei lá até meus 15 anos, que foi mais ou menos quando meus pais se separaram. Minha irmã, que era mais velha que eu, ficou rebelde desde então... Meu pai ficou com a nossa guarda, e nós nos mudamos para outro lugar. Minha irmã Kate começou a andar com gente metida com drogas e outras coisas... Meu pai e minha mãe, mesmo separados, faziam o que podiam, sempre iam nos lugares ermos aonde ela ficava com seus "amigos", porém ela já estava em um grau de vício elevado e não os ouvia. Eu praticamente perdi o contato que tinha com ela, até que soube que... - os olhos de Molly estavam transbordando enquanto falava. - Que ela havia sido morta.... Descobriram quem era, e foi o próprio namorado dela, que também era um viciado. Parece que tinha brigado enquanto estavam naquela praça, onde sempre ficavam.... Bem, eu daria tudo para vê-la novamente.
     Depois de ouvir tudo aquilo, fiquei bem impactado, assim como fiquei quando escutei a história da chinesa que se envolveu no mercado negro. Não imaginava que Molly pudesse ter tido um passado tão triste.
    ⁃    Sinto muito por sua perda, Molly. - falei. - Imagino como deve ter sido difícil para você. 
    ⁃    Obrigada... Já faz quatro anos. - ela disse, não mais chorando.- E sobre você, Sherly? Você nunca falou nada sobre você. 
    ⁃    Ah, sobre mim não há nada de muito interessante. - falei.- Tive uma infância normal, sempre gostei de solucionar coisas e nunca tive muitos amigos... Sobre minha família, ela é bem normal, com exceção de Mycroft, meu irmão. 
    ⁃    Você tem um irmão?! Nossa, eu não sabia mesmo disso!- ela falou, mostrando entusiasmo. - Quero muito conhecê-lo!!
    ⁃    Creio que... - eu estava prestes a dizer que ela não iria gostar de Mycroft, porém contornei para não ficarmos perdendo nosso tempo falando do meu irmão. - Creio que vocês vão se dar bem. Ah, já ia me esquecendo, você quer...
    ⁃    Dançar? - Molly me interrompeu, rindo.
      Eu não ia convidá-la para dançar, por mais que eu goste. Apenas ia perguntar se ela queria mais alguma coisa para comer ou beber, mas como ela tinha sugerido dançar, decidi dizer:
    ⁃    Sim, era essa a minha proposta - falei, rindo. - Vamos dançar, já que a nossa lasanha não chega.
     Ela, ao ouvir que era aquilo mesmo, deu um daqueles melhores sorrisos que ela poderia dar. Fomos para a parte onde alguns casais dançavam. Fiquei extremamente envergonhado por estar ali, até porque nunca tinha dançado com ninguém, com exceção de Janine, que dançou comigo no casamento de John. Mas agora era diferente, porque eu não tinha gostado de Janine, era tudo fingimento. Mas naquele momento com Molly, não era. Estávamos dançando e trocamos algumas palavras um com o outro, mas não precisávamos falar muito. Estava tudo muito tranquilo até que eu tive uma vontade imensurável de rir por ter escutado um comentário de uma mulher que estava em uma mesa próxima de onde dançávamos. 
    ⁃    Olha ali, amor, que bonitinho! Tá vendo aquele casal ali, o cara alto de cabelo cacheado e a baixinha de cabelo liso? Não é fofo? - ela disse, comentando com seu namorado, em um tom não muito alto, mas suficiente para meus aguçados ouvidos escutarem. 
     Molly sentiu que alguma coisa estava acontecendo porque eu estava vermelho de tanta vontade de rir e me perguntou:
    ⁃    Nossa, Sherly, o que é isso?! Você está tão vermelho! - ela comentou, o que me deu mais vontade de rir. 
    ⁃    Não é nada Molly; nada. - eu disse, abraçando-a e tentando não me descontrolar.  
    ⁃    Ok, mas depois você vai me contar, certo? - ela perguntou, e em seguida me abraçou, com um sorriso no rosto.
    ⁃    Como você quiser... - falei, também sorrindo.
    Estava tudo na maior harmonia e perfeição, e realmente eu estava perdendo o meu dinheiro na aposta que fiz com John. Mas o quê isso importava? Enquanto dançava com Molly, tive uma impressão de que a partir daquele momento nós teríamos um futuro juntos. Seria difícil? Com certeza, por conta do meu trabalho, eu sempre soube. Seria difícil também porque eu mesmo sou difícil, tenho defeitos, pontos fracos. Mas quem não tem? 
    ⁃    Sherly, acho que precisamos voltar para a nossa mesa. - disse ela, interrompendo meus pensamentos.
     Olhei para a nossa mesa, e lá estava nossa lasanha, com o garçom sentindo a nossa falta. Peguei na mão de Molly e fomos para a nossa mesa. Comemos e comentei algumas coisas como "Você está tão bonita, Molly", o que fazia ela corar instantemente. 
    ⁃    Sabe Sherlock... - ela falou, mas eu a interrompi.
    ⁃    Sherly, por favor. - pedi, fazendo com que ela risse.
    ⁃    Ok, Sherly. - ela falou, feliz. - Olha, acho que temos uma coisa em comum... Nunca tive muitos amigos. Sempre foram um os dois, mais nada, assim como você. Mas sabe, você e John são amigos muito especiais para mim, e eu nunca tive isso.
    ⁃    Para ser sincero, Molly, você é mais que especial para mim. - eu falei, tomando coragem. - Eu ia deixar isso mais para a frente, mas sabe, eu estou realmente pronto para te dizer isso e mais um pouco também... - respirei fundo e falei - Molly, eu não esperava dizer isso para alguém, nunca esperei mas é que...
     Antes que eu pudesse falar, houve um forte explosão no Mestizo. Percebi que a bomba havia sido instalada na cozinha, e com isso os vidros do restaurante quebraram. Eu e Molly mal havíamos acabado de comer nossa lasanha e já saímos correndo por onde os vidros estavam. 
    ⁃    Rápido, Molly!! - falei, saindo correndo de mãos dadas com ela. - Vamos para a Baker Street, depois arranjamos um jeito de pagar pelo que comemos! 
    ⁃    Ah, Sherly... - falou Molly, de um jeito desolado. - E aquelas pessoas? Será que aconteceu algo à elas por nossa causa? 
    ⁃    Molly, pode não ter sido por nossa causa, na verdade... - disse eu, mentindo e tentando não deixar Molly mais triste do que estava, porém ela me interrompeu.
    ⁃    Sherlock, não adianta tentar me poupar de tudo, eu sei o que está acontecendo, entendo que não quer me ver ficar mais chateada, mas da mesma forma não tem como você me poupar de tudo isso!! - ela falou, olhando nos meus olhos.
    ⁃    Ok, Molly, mas você me promete uma coisa? - eu perguntei. - Promete que você ficará na 221B, comigo e com o John? Tenho certeza que a partir de agora Mary e John ficarão em Baker Street pois John teria cautela de manter a esposa mais perto de si, já que ela está grávida e James está à solta. Você sabe o que pode acontecer assim como eu também sei, e me sinto muito culpado por ter envolvido você nisso tudo. Mas a partir de agora você precisa ficar perto de nós, porque eu odiaria ver alguma coisa acontecendo com você por minha causa. - eu estava chorando, ao meu modo meio "frio", mas estava, assim como chorei quando estava prestes a pular do terraço do Bartholomew's Hospital. 
    ⁃    Sim, eu prometo! - disse Molly, vendo como eu estava me sentindo. - Mas por que Moriarty iria querer me fazer algum mal?
    ⁃    Porque ele sabe que você é a pessoa que mais importa para mim! - falei. - Ele sabe que se fizesse algo de ruim para você, isso me atingiria de tal forma que eu preferiria tomar um tiro do que ver algo acontecer com você!... 
     Molly chorou com o que eu disse. Mas eu ainda não iria dizer o que sentia, pois algo em mim pedia para esperar um pouco mais, até porque prudência é uma coisa que sempre falou muito alto em mim. 
    ⁃    Vamos, Molly. - eu disse, abraçando-a e indo para a Baker Street. 

  


     
           


Notas Finais


Espero que tenham gostado!! Desculpe qualquer errinho 😊😉
E o que vocês acharam da quarta temporada? Acredito que vocês choraram litros como eu com aquele final... 😭😭😭
Beijos para todos ❤️❤️


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