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História Yuri!! On Hell - Primeiro Programa - Yuuri Katsuki


Escrita por: Makoshida

Notas do Autor


Olá, mais uma vez estou aqui. Primeira mente, gostaria de agradecer a todos que se disponibilizarem a ler e, possivelmente, comentar. Sei o quanto seus tempos devem ser preciosos, então desde já obrigada.

Obs: Yuuri japonês terá duas letras"u" para ficar com grafia correta, assim como Viktor com "K" e Yuri Plisetsky será apelidado em algum momento de Yurio, para melhor entendimento da historia ( leve spoiler aqui)

Gostaria de esclarecer algumas coisas e espero de todo coração que leiam isso antes de iniciarem os Programas, é assim que irei chamar os capítulos, e depois, possivelmente, virem com comentários ofensivos.

O anime Yuri!!! On Ice é lindo, eu o amo, mas eu tenho uma veia trágica pra escrever muito grande, por isso não posso e não irei negra eu e sinto bem construindo uma historia triste (embora eu não goste de ler ela depois, nem nenhuma outra historia do tipo que eu escrevo, fico deprimida fácil.) Utilizo sim, os personagens do anime, e seu universo da patinação, em boa parte da historia, mas ela é uma historia original com enredo original e personagens originais, pode ser que não agrade a muitos,mas mesmo assim tente ver como uma obra diferente do que você já leu.

Espero que leiam mesmo esse breve aviso, essa pequena nota, sei que a maioria não lê, mas fico mais calma em saber que ao menos eu tentei expor esse sentimento.

Capítulo 1 - Primeiro Programa - Yuuri Katsuki


Fanfic / Fanfiction Yuri!! On Hell - Primeiro Programa - Yuuri Katsuki

Viktor olhou com certo carinho para a moldura do quadro de São Serafin Sarov alimentando um urso. Era de fato uma bela moldura, com estilo barroco de rococós dourados e folhas de vinhas e um bonito quadro, pinceladas suaves e boas cores, em excelente estado de conservação. O rapaz de longos cabelos brancos virou-se para seu anfitrião, chefe da yakuza, ISHIKAWA, Hiraki. Viktor sorriu juntando as mãos a frente do corpo cumprimentando de maneira apropriada o senhor a sua frente.

― Agradeço o presente, é tão bonito. ― disse ele em japonês perfeito, ganhando agora, definitivamente a atenção do mais velho, apouco tempo Viktor havia se tornado o braço direito do Chefe da máfia russa, que apesar de estar idoso, ainda comandava tudo, agora tendo Viktor como seu representante oficial. A verdade era que para todos, Viktor era o atual chefe, e Victorio apenas uma peça decorativa que não morria nunca, e o que ninguém sabia por que Viktor mantinha vivo, sendo ele pois, um membro muito poderoso da máfia, que ainda por cima mantinha-se por fora das suspeitas, por ser uma celebridade nos esportes.

― Vejo que aprendeu meu idioma com perfeição.

― Sim, estamos aqui para fazer negócios, eu espero que façamos. Por isso, dediquei-me a ser o mais competente possível, para que nossas negociações possam termais fluidez

Viktor sentou-se na poltrona de frente a mesa de vidro negro, onde seu anfitrião sentou-se do outro lado, da mesma, em sua poltrona de comando. Os cabelos brancos ficaram jogados pelos ombros, espalhando-se nas suas costas e presos no encosto da poltrona, Viktor puxou os cabelos para um lado, deixando exposto o pescoço.  Haviam marcas ali, feitas por alguma coisa que parecia semelhante a um cordão ou uma faixa larga, isso despertou a curiosidade do membro japonês da máfia, haviam rumores sobre esse rapaz, jovem e bonito, que assumia as rédeas da Rússia com tanta força. Viktor não usava terno, como seria de praxe para uma reunião, porém estava muito elegante, usava apenas uma camisa negra de gola “V” com um sobretudo de grossa lã, verde musgo. Levava no peito uma correntinha de prata com um belo crucifixo por cima da camisa formando pontas afiadas nas quadro extremidades, envolto em ramos de vinhas e flores as calças, da mesma cor que a camisa, eram bem cortadas, feitas sobre medida, os sapatos lustrados descansavam na entrada da casa. Belo, era a definição para aquele russo de olhos azuis frios e riso amável.

― Eu gostaria de fazer negócios com você, apesar de ser muito jovem, creio que conquistou seu espaço e merece todo respeito por isso.

― Agradeço, novamente, pelo reconhecimento de meu poder. É difícil conseguir isso, sendo eu aparentemente, tão jovem para o cargo.

― Liderar a máfia russa, sim é bem jovem.

― Aparências enganam meu senhor. E eu não a lidero, apenas tenho um posto de confiança, meu don...um senhor refere ter a mim, em quem ele confia para tomar conta do que à ele pertence. Por gentileza, eu ouvi dizer que aqui, no Japão, existem hotéis com termas, é fato isso?

― Você é um jovem ponderado e dedicado, entendo agora por que ele o escolheu. Sobre as termas...Sim, minha família tem boas termas.

― Fascinante! Irei reservar um dia pra mim nelas, dizem que faz bem a pele.

O líder da Yakuza, apenas assentiu, fazendo um gesto que fez com que um homem de terno entregasse a ele uma pasta, abriu-a e de lá tirou documentos entregando uma cópia a seu mestre e outro a Viktor. Era um documento escrito em japonês e russo, logo abaixo. O rapaz de cabelos bancos leu alguns minutos e sorriu.

― Parece um bom acordo, mas ainda sim tenho minhas ressalvas. Gostaria de ir a uma terma.

― Agora? Estamos negociando algo importante.

Viktor sorriu de lado, fechando a sua pasta e depois escorou a cabeça na mão, deixando seus cabelos longos formarem um véu do lado direito. Os olhos azuis encararam o japonês que apenas ofegou, concordando e levantando-se. Era uma energia que passava de um para o outro e isso o incomodou a tal ponto de se ver obedecendo o russo sem questionar.

― Tenho uma aqui em minha casa, vamos fazer os preparativos.

― Maravilhoso!

Em outro lugar da casa, um garoto de quinze anos colocava seus sapatos no gekan e trocava-os por suripas. Murmurou um “tadaima” tão fraco que, ele mesmo mal conseguiu ouvir. Ajeitou a bolsa no ombro e adentrou a casa, a passos rápidos, não queria ser visto pela família principal, apenas iria para seu quarto, nos fundos da casa e estudaria para notas melhores. Viver ali e ter tudo o que tinha, e não mostrar ao menos boas notas era uma desonra, e só o fato dele existir já era perturbador, deveria ser útil em algo. Mesmo andando a passos rápidos, não foi muito longe.

Esbarrou em um corpo firme, fazendo com que seus óculos quase caíssem de seu rosto, sendo segurado pelo pulso, e solto quando já estava de pé. Imediatamente curvou-se para frente gaguejando desculpas, não olhou para quem pedia desculpas, apenas o fez vendo sem seguida dois pares de suripas, sabia que um dos pares pertencia a seu pai, o reconhecera pela barra da calça do kimono, com detalhes de flores de cerejeira e galhos entrelaçados a tulipas e aves, só seu pai usava. Estava tão ferrado pela falta de educação, sentia-se tão ferrado por ter feito seu pai passar vergonha que ele mal conseguia se manter em pé ou respirar. Talvez fosse castigado com pouca severidade por se ter uma visita na casa.

― Yuuri! ― disse seu pai com aquele tom glacial dele, e o garoto sentiu a própria pele se retrair, oprimindo os músculos. Pelo tom da voz dele, não seria castigado após a visita sair, não, melhor que isso, seria castigado imediatamente, longe dos olhos do convidado. Era só esperar uns minutos e logo alguém veria lhe chutar até ficar inconsciente.

― Ora, ora o que é isso? ― Viktor disse com óbvio encantamento, erguendo o rosto do garoto magrelo a sua frente, olhando-o nos olhos escuros. Medo, pavor e ansiedade refletiam a angustia naquele rosto tão jovem.

― Esse é Katsuki, Yuuri, filho de uma das empregadas da minha esposa.  Que está fazendo aqui garoto?

― P-perdão, estava indo para meu quarto, estudar...Perdão pa... ahn...senhor.

― Você deve se desculpar com o senhor Nikiforov pela audácia de esbarrar nele, seu imprestável.

Yuuri estava muito ferrado, seu pai iria mata-lo. Com toda certeza, ser chamado de imprestável na frente de um convidado era sinal maior de que ele iria perder muito sangue no processo de punição e de dor futura. Viktor, acompanhando a divertida conversa entre os dois, sorriu de lado, gostando muito de seus pensamentos. Voltou a pôr os dedos longos no rosto dele, depois tirou uma mecha do cabelo negro do garoto do rosto. Acariciava muita aquela pele macia e gostava de como aquele garotinho se comportava como um cordeiro recém-nascido, assustado com o mundo ao seu redor. Estava tão magro que Viktor suspeitava que era mal alimentado, talvez até subnutrido.

― Ishikawa, não seja assim, esse pequeno porquinho lindo, apenas não me viu. Filho da empregada você disse. Que interessante que ele possa andar por aqui livremente, e ainda usar essas roupas caras, ah um uniforme de escola particular. Seu filho?

― Sim senhor, meu bastardo, educo todos os meus espúrios para que no futuro me sirvam em algum propósito, alguns são melhores que outros nessa função, obviamente.

Aquilo doía, bem mais que as surras que levava quando era um completo inútil. Ouvir aquilo de seu pai sempre lhe deixava com o coração quebrado, pois acreditava que um dia teria o amor daquele homem, do mesmo modo que ele amava os filhos da sua mulher oficial. Yuuri sabia que era ilusão, mas gostava de sonhar no seu pequeno quarto de três tatames nos fundos da casa.

― Entendo, fico com ele.

― Como disse? ― Yuuri arregalou os olhos assim como seu pai que mostrou-se surpreso, para depois recompor a postura de senhor feudal. Pigarrear e se ajeitar no kimono. ― Não entendi, fica com ele quem? Yuuri?

― Claro, você disse que cria seus filhos bastardos na esperança que sejam úteis para você, obviamente pressuponho que sejam úteis nos negócios. Estamos negociando o apadrinhamento do meu mestre na sua expansão e ligações com a máfia italiana, aquele seu contrato não me agradou, a verdade era que iria recusar, mas, se adicionar esse garoto na barganha, aumento também o meu lado da oferta, pessoalmente vou verificar o fornecimento de proteção nos futuros acordos coma máfia chinesa e os traficantes colombianos. Melhor do que você tinha em mente, que certamente era mandar me matar caso eu não aceitasse ao acordo ou incitar uma guerra com o meu mestre.

― Você... como pode decidir tanto?

― Tenho maneiras de conquistar coisas e desejos com Victorio, apenas saiba isso, eu quero o garoto, me dê ele e ficamos bem, não me der e eu tomo.

― Ousa me ameaçar, em minha casa?

― Calma, não ameacei, foi apenas uma constatação de fatos, aliás eu vou gostar de me divertir com ele.

Yuuri estava em choque, ninguém nunca falava com o seu pai assim, olhar errado para ele já era uma sentença de morte, e esse estrangeiro, que falava japonês de forma tão correta, melhor até do que o próprio Yuuri, jogava essas informações e exigências para seu pai.

― Você quer meu filho com você? Para que o quer?

Filho? Yuuri olhou para seu pai e viu nele uma chama de carinho, isso aqueceu o coração dele, seu pai nunca, jamais o chamava de filho, era sempre termos pejorativos como bastardo ou imprestável, nunca, em nenhum momento era um filho. E agora ali, estava falando para o estrangeiro dele, como se fosse algo importante.

― Ah, acho que meu japonês não está tão fluente quanto pensei, deixe-me ver, quero seu bastardo para mim, farei o que quiser com ele, na verdade tenho ideia do que fazer com ele já.

Viktor sorriu de lado alisando os cabelos macios de Yuuri, depois seu rosto e parando nos lábios, alisando-os, o menor apenas se deixou ser tocado. Seu pai o olhou severamente, e ele abaixou o olhar focando nos próprios pés. Talvez seu pai o amasse, e se ele o amasse não permitiria aquela loucura, iria mandar matar aquele estrangeiro por sua desonra. Yuuri sentia-se...

― Por quanto tempo precisa dele?

Arrasado.

― Para sempre, não estou alugando, estou comprando o garoto.

Mortificado.

― E vai fechar o acordo comigo?

Angustiado

― Claro, e com as novas condições, das quais já falei brevemente

Miserável.

― Pois bem, Yamamoto, mande a empregada fazer as malas de Katsuki, ele não pertence mais a nós.

Yuuri sentiu seus joelhos fracos, queria cair ali e gritar para ele, gritar de dor no coração esmagado. As mãos do estrangeiro, que ao que parecia agora era dono de Yuuri, apertaram seus ombros e depois o forçaram a erguer o rosto, para olhar naqueles olhos azuis frios, agora cheios de desejo.

― Eu vou amar ter você comigo, Yuuri.

Depois de horas e negociações, Yuuri estava sentado dentro de um avião particular de luxo, com poltronas grandes e poucas pessoas ali, na verdade haviam apenas ele, o estrangeiro de cabelos brancos e um rapaz de olhos dispares, conversavam em russo e depois o rapaz saiu dali, indo para a outra sala, menos luxuosa que essa, onde estavam também um monte de seguranças.

― Você parece triste. ― ele estava, na verdade ele sentia-se perdido naquele mundo, agora que era um escravo ou melhor dizendo, um objeto de troca, sentia-se tão desmotivado que até doía respirar.

―Vi que trouxe patins de gelo com você. Gosta de patinação?

― ...—Yuuri olhou para ele, puxando a mochila que continha os patins e outras coisas que ele considerava importante, puxou de lá uma medalha e uma foto entregando ao estrangeiro. Ele pegou e leu aquilo sorrindo de lado.

― Campeão hum, achoo que seu pai não sabia disso. Você sabe quem eu sou? ― Yuuri negou para ele― Viktor Nikiforov, sou pat...

― Campeão juvenil russo, melhor patinador da categoria, eu... nunca tinha visto uma foto boa sua, só revistas, você quase não é fotografado.

― Ah isso, já fui mais, hum, não agora, minha imagem é coisa rara, só nas passarelas e revistas.

― Não tenho dinheiro para comprar revistas, sempre gasto com estudos.

― Então, agora se quiser vai comprar revistas, vamos nós dar bem.

― Você vai para o Grande Prix esse ano?

Viktor inclinou a cabeça pensativo, sorriu para ele e assentiu.

― Vou poder ver você patinar?

― Sempre que desejar e se quiser, posso te treinar.

― Sim! Isso seria, maravilhoso.

Viktor apenas sorriu pela pouca felicidade que viu naqueles olhos.

 

Dois anos depois...

 

Yuuri estava olhando a escola a sua frente, era enorme, tijolos vermelhos e amplas janelas de vidro, como de se esperar de uma escola do secundário dos Estados Unidos. A Escola Lawrenceville tem uma das melhores salas de treinamento de atletismo com equipamentos de ponta, incluindo aparelhagem multieixo, bicicletas ergométricas e uma cybex. Além de quadras de basquete, tênis e vôlei, há também um campo de golfe, um ancoradouro, uma pista de hóquei, um campo de beisebol e muito mais. Em vez de se sentarem em mesas, como na maioria das salas de aula, os alunos se sentam em torno de uma mesa oval com os professores coordenando discussões interativas e animadas. Fica localizada no Lawrenceville, Nova Jersey, EUA. Com o custo anual básico de 44.885, mais taxa de internato, essa maldita escola seria o lar de Yuuri nesses dois últimos anos de sua vida estudantil, por puro capricho de seu amante, teria até que fazer um ano a mais por causa do probleminha de ter mudado praticamente de vida. Bateu a porta do carro e tirou os óculos escuros, trocando pelos óculos de grau, avaliando bem aquela droga de escola para super-ricos. Com toda certeza se divertiria ali, atormentando algumas almas de merda, mas foda-se, ele queria era patinar, e a escola era conhecia pela excelência nos esportes. Para sua sorte estavam interessados em patinação o suficiente para trazer dois dos melhores patinadores juvenis para suas paredes.

― Você parece irritado meu porquinho.

― Às vezes eu acho que você é meio retardado Viktor.

― Ai, essa doeu, doeu muito.

― Nova Jersey? Serio? Por que não um dos internatos de Nova York, tinha que ser nessa cidade de merda. Só tem mato e caipiras.

― Verdade, mas aqui é melhor, estou de férias, os jornais vão demorar a nós achar aqui, além do mais, é só por seus últimos anos.

― Isso é tão irrelevante, como se eu fosse levar isso para vida inteira.

― Prometi que te daria tudo, isso inclui educação de ponta. Pode ir pra Eton, ou para Le Rosey...

― Não vou para Inglaterra e muito menos Suíça, tá bom aqui. Vai ser bom sacudir essa cidade também. Apesar que já estou desanimado de fazer uma farra... Só deve ter boi e fazenda, esses americanos não sabem se divertir no interior.

Viktor sorriu amplamente, ajeitando os fios bancos, agora curtos. Ambos começaram a caminhar pelo gramado, seguindo para a escola, Viktor tinha um mapa nas mãos, apontando todo alegre para os pontos que reconhecia, os alunos ali, e seus familiares olhavam para eles dois, alguns reconhecendo a ambos. O super empresário da moda, Viktor Nikiforov, o russo mais bem pago dos EUA, conhecido por seus desfiles grandiosas, roupas que atendiam a reis e rainhas como a donas de casa e secretárias do lar, sempre com estilo e bom gosto.  Também era conhecido pós sua prodigiosa carreira de patinador artístico no gelo, mas esta carreira era mais para quem era do ramo dos esportes, sua fama pós patinação, na moda lhe rendia mais comentários do que qualquer coisa e claro, ele também estampava as capas de revistas famosas e dos jornais, como FBI sempre tentando provar que ele era uma fachada para seus reais negócios como traficante. Obviamente nada foi provado, e o FBI estava errado, Viktor não era traficante, era um mercador da morte, ou melhor dizendo, ele também era um Mercador da Morte, seus negócios giravam em torno da Máfia Russa. Yuuri?

Yuri Katsuki era conhecido como amante e Viktor, e ambos não escondiam que eram sexualmente ativos um com o outro, o russo sempre se envolvia em casos de escândalos por Yuri ser, teoricamente, menor de idade, o que não era mentira, era só um jovem japonês de 17 anos, com uma ficha corrida por agressão, porte de arma, roubo, consumo de drogas, e uma acusação de assassinato, que foi devidamente provado que nada disso era verdade. Nenhum resquício de drogas foi encontrado nos testes que ele fez, podendo assim ele competir em inúmeros campeonatos, sendo uma estrela em ascensão no mundo da patinação no gelo. Obviamente o poder de Viktor se alastrava até pela justiça, contudo, Yuuri não se importava, vivia com queria e Viktor aprovava que ele fosse livre daquele jeito, exceto quando Viktor lhe ordenava algo. Ambos viviam no submundo, mas perambulavam brilhantes nos esportes, onde Viktor dominava com as roupas dos esportistas, desde os uniformes de muitas delegações até os trajes na apresentação de esportes como ginástica olímpica, rítmica, nado sincronizado e outros e Yuuri era o perfeito patinador. No submundo do crime, Viktor era conhecido como o Anjo da morte e Yuuri, o ceifeiro. Brincar de homens comuns era a principal diversão do russo, e como Yuuri amava seu dono, brincava com e por ele.

― Yuurii!! Foto, tira uma foto, para postar! ― o garoto olhou para ele parado perto de uma estátua da escola, sacudindo o celular para ele. Yuuri rolou os olhos, pegando o aparelho, destravando e focando no russo que sorria e fazia uma pose idiota qualquer. Entregou o celular ao homem e colocou os óculos escuros novamente. Podia ver alguns dos alunos dali, com uniformes, obviamente eram os veteranos, estavam conduzindo os novatos e sua família para o auditório onde as boas vindas seriam dadas. Yuuri odiou o uniforme, a calça era caqui, sapatos pretos, camisa branca, gravata vermelha listrado e um maldito terno com borda vermelha e símbolo da escola. Ele iria morrer pela falta de classe das roupas.

― Viktor, essas coisas são os uniformes.

Ele apontou para um dos rapazes, ganhando um olhar de Viktor e depois uma careta de horror e uma negação.

― Ainda bem que não serei eu que irei usar isso.

Yuuri o fulminou com o olhar, mostrando o dedo do meio, da unha negra muito bem pintada para ele e voltou a caminhar. Aquela calça horrível do uniforme lembrava as que ele usava no Japão, para a escola que frequentava.

― BEM VINDOS A LAWRENCEVILLE, SUA MELHOR OPÇÃO DE ESCOLHA, SIGAM EM FRENTE PARA O GRANDE AUDITORIO, POR FAVOR!! ― gritava um rapaz em um megafone conduzindo a manada de imbecis, dos quais Yuuri parecia se sentir tornando-se um, só por estar próximo de outros. O moreno olhou para onde Viktor deveria estar, encontrando-o parado tirando fotos com um grupo de menininhas idiotas que gritavam.

― Pelo amor de qualquer divindade, ele não consegue não ser estrela. ― murmurou Yuuri baixinho e em japonês, indo a passos duros puxar o russo imbecil da manda de fogosas. ― Oe! Caiam fora suas vadias, ele tem dono!

As garotas ficaram horrorizadas com o tipo de linguajar, afastando-se enquanto Viktor sorria, arrumando o cabelo curto eu insistia em cair nos olhos.

― Meu dono? Achei que fosse ao contrário... Hey Yuuri, vamos transar nos banheiros?

― Demorou, vamos cair for...

― Yuuri Katsuki? ― Um rapaz loiro, de rosto quadrado e olhar alegre perguntou, parando os dois. Yuuri assentiu o olhando de baixo a cima, um veterano com aqueles uniformes bostas. ― Vice-Diretor Chamberlain quer falar com você e com o senhor Nikiforov.

― Ah? Ele não vai discursar no auditório.

― Ah não, essa cerimônia é dos veteranos aos calouros, a oficial, só para calouros, será a noite.

― O que esse velho quer comigo?

O loiro grandão ficou desconcertado como modo como Yuuri falou, Viktor apenas desencostou o rosto do ombro do menor e ajeitou novamente o cabelo, andando para perto do rapaz loiro.

― Vamos Yuuri.

Eles caminharam juntos, nenhum deles trocando palavras, exceto quando Viktor perguntava algo sobre a escola e o rapaz, que agora descobriram que se chamava Charles McGrover, prontamente respondia. Atravessaram toda a extensão do pátio e entraram em um grande salão decorado com paredes claras e uma grande escada de madeira envernizada. Havia um balcão de informações no centro, vários estudantes circulando com malas e familiares.  Yuuri e Viktor foram guiados pelas escadas, subindo dois lances e levados por um corredor extenso, com muitas portas com placas, mostrando que ali era o lado administrativo, ao fim, havia um aporta com a placa dourada “ Vice-diretor Chamberlain” os dois entraram ali e fitaram o local, livros em estantes de madeira, uma ampla janela que dava pra o campo, onde havia um lago, e na cadeia havia um homem forte, não gordo, forte mesmo, como um atleta de peso. Ele levantou e rodeou a mesa, agradecendo ao carinha loiro, que Yuuri não recordava o nome, e vendo com o Viktor era atencioso com ele. “Maldito! ”

― Bem vindos! ― ele apertou a mão de Viktor e depois de Yuuri.  ― Bem vindos a Lawrenceville, por favor, sentem-se, café, suco?

― Não obrigado, bela escola, melhor que no site devo dizer.

― Ah obrigado, obrigado.

― Não, valeu.

O vice-diretor sorriu e voltou a sua cadeira, desabotoando um botão do paletó e sentando-se, ajeitou os papeis, que não estavam fora de ordem na mesa e abriu uma pasta. Yuuri sabia o que era aquilo, sua ficha.

― Ah entendi...

― Como disse meu jovem?

Yuuri sorriu girando o dedo ao redor, para mostrar a sala e dar a intenção de sinalizar a escola.

― Esse circo todo, esse convite aqui, vai falar de como a sua instituição presa a educação, moral e essas merdas todas, que fui aceito e tenho que seguir as regras Viktor, vamos embora. Estamos perdendo uma boca livre no auditório.

― Meu jovem, o motivo de ter chamados os dois foi esse mesmo, e além disso reforçar algumas políticas que seu tutor...

― Viktor não é meu tutor.

― Não sou tutor dele, somos amantes.

O vice-diretor pigarreou um pouco, ajeitando os malditos papeis novamente, olhando sério para ambos.

― Eu sei, que tipo de relação os senhores têm, e queremos manter isso o mais discreto possível nessa instituição. Não temos problemas com tais relacionamentos, mas discrição é a chave da boa convivência, nossa instituição oferece o melhor para nossos alunos e seus pais se orgulham de dizer que seus filhos estudam aqui, não podemos permitir que nada manche nossa reputação. O senhor Katsuki tem uma ficha bem...

Viktor sorriu e depois riu causando um desconforto maior ainda no vice-diretor Chamberlain. Yuuri apenas cruzou a perna, deixando a sola dos coturnos voltadas para direita e colocou a unha na boca, para morder um pouco. Viktor iria soltar o verbo, e ele queria apreciar.

“Virtus semper viridis”. “A virtude é sempre verde”, esse é seu lema certo? Me deixe explicar algo, eu escolhi esta escola por ter um excelente programa de educação física, o melhor desse país de merda. Não me interessa se sua virtude não pode digerir meu estilo de vida ou o dele, se sua virtude sempre for verde, um dia ela amadurece e cai de podre. Não me ameace ou eu mando acabar com sua vida medíocre.

Yuuri sorriu de lado, vendo o vice-diretor Chamberlain ficar ainda mais branco. Ele cuspiu um pedaço da unha e ficou de pé, pegando o abridor de cartas da mesa do diretor, e apontando para Viktor. Depois para o diretor.

― E eu sou o executor, vou abrir você de baixo pra cima, e puxar suas tripas fora, mas... eu só vim mesmo estudar cara, não quero fazer nenhuma baderna ou nenhuma confusão, claro, não muito e nada grave que já não exista nas escolas americanas.

― Os... os senhores estão me ameaçando deliberadamente, terei que chamar a polícia.

Yuuri sorriu ainda mais, pondo o abridor de carta na mesa.

― Chama. Daí quando eles chegarem aqui eu conto que você tentou abusar de mim, me chantageando com a ficha policial que eu tenho, e que foi provada que era mentira, pra tentar me humilhar na frente dos outros alunos, digo também, a eles os policiais, que você tocou nas minhas bolas e me bateu, digo até que me estuprou.

― Isso é absurdo! Ninguém acreditaria nisso! Você não tem nada que prove sua acusação.

Viktor sorriu de lado e viu Yuuri se afastar, ofegante, tornando-se um rapaz indefeso, ficando com o rosto angustiado, lágrimas brotando dos olhos e a voz desesperada.

― Por favor... socorro... Ele, oh meu deus, ele...me forçou a... a.. por a boca nele, ele disse que iria me... oh deus, Viktor, ele vai me rejeitar, por favor, senhor policial, por favor...não conte a ele.

Yuuri respirava ofegante, enquanto seu corpo descia de joelhos até o chão, parecia tão desamparado, agonizava no olhar.

― O que ele está fazendo pare com isso? O que ele está fazendo?

― Representando, Yuuri é excelente ator, a expressividade dele. Soberba, talvez uma escola de belas artes para um futuro.

― Vocês são loucos!

― Não, não somos, apenas estamos mostrando que quem manda aqui, somos nós, e a culpa foi sua, senhor diretor, foi rude da rua parte expor suas ideias essa maneira, como se fossemos monstros.

Yuuri ofegou ainda mais, pondo as mãos no rosto, escondendo as lágrimas.

Existem exames médicos, ninguém vai acreditar. Chamarei a polícia agora. – ele pegou no telefone, enquanto Yuuri ainda chorava copiosamente no chão.

― Eu mesmo estuprarei Yuuri e ele dirá que foi você.

― Ele forçou tanto senhor policial, eu não suportava mais, quase desmaiei.

O diretor largou o telefone olhando para Viktor, clamo, e sereno, coçando o queixo, olhando para ele.

― É tudo verdade então... o que dizem de você, ser um...

― Ah, o FBI, eles não estão totalmente errados. Yuuri, já chega.

Yuuri parou de chorar, sua respiração voltou ao normal, ele levantou-se limpando as lágrimas e sentando-se ao lado de Viktor. O moreno coçou o rosto e apenas olhou para seu amante, tão bonito com aquele riso cruel.

― Eis os termos, Yuuri fará que desejar aqui, será seu playground, você obviamente vai representar seu papel de vice-diretor, punindo-o exemplarmente, se conseguir pegar ele em ato flagrante. Caso isso não aconteça, e eu sei que não vai, você só fecha os olhos.

― Isso é um absurdo...isso é chantagem.

― Não, isso é uma negociação, não vim aqui para criar caso, vim para me divertir, viver uma vidinha comum até ele se formar, vi que é impossível então, vamos os fatos, esse é o acordo. Vai ser ruim se esta história vazar, e eu nem preciso que seja o Yuuri, posso por qualquer aluno aqui conta você, vai acabar com a instituição e sua reputação.

O vice-diretor Chamberlain, apertou o maxilar, bufou um pouco e concordou, Viktor levantou, arrumando o terno negro e se dirigiu a porta, seguido pelo seu Yuuri.

― Foi ótima essa reunião, vamos marcar algo depois, Bye!

Yuuri sorriu no corredor, pondo as mãos atrás da cabeça. Viktor vinha mais atrás. O loiro apenas andava, vendo todos passarem por ele, quando um garoto loiro de olhos claros esbarrou nele, caindo sentado no chão, batendo as costas nas pernas de Yuuri. Usava um casaco da federação russa de patinação, o capuz negro escondia seu rosto, mas podia-se ver que seus fones e celular haviam caído longe. Viktor abaixou e devolveu a ele os objetos. Ele levantou o rosto, depois e ficar de pé, desculpando-se em russo, para depois o fazer em inglês.

― Ah, então é um aluno da grande mãe Rússia?  ― respondeu Viktor em russo, ganhando o olhar assustado do garoto. Yuuri chegou perto de Viktor e encarou o garoto, que retrocedeu dois passos.

― De- desculpe eu...

― YURI! ― o grito veio de trás do garoto loiro. Ele virou-se e um homem de feições irritadas o pegou pela nuca, sacudindo um pouco. Falando de maneira rude com ele, o arrastando pelo corredor. Viktor sorriu de lado, ajeitando o casaco e Yuuri apenas fez um som de desgosto com a boca. Odiava pais abusivos, por pura experiência ele havia se ressentido com aquela forma estúpida de ser do homem. Pouco se fodia com o garoto, mas o cara, merecia levar umas boas.

― Parece que já vi essa história antes.

― É, eu também, mas nós não fazemos caridades, porém, gostei do rapazinho, curiosamente...

― Ele se chama Yuri, é eu notei, só que ele é russo. Deu para sentir.

― Ele tem agonia nos olhos, lindos olhos verdes e cristalinos.

― Você o quer Viktor, para ser seu?

― Sim, eu quero, mas você vai brincar com ele primeiro. Descubra o que puder da situação dele, acho que ele se encaixa nos meus planos

― Mesmo? Eu posso? Vou amar brincar com ele

― Uhum, mas seja gentil, ele sofreu e sofre demais, seja tudo o que ele não possui.

― Farei como desejar meu senhor, ele terá em mim alguém a quem confiar, obrigado.

Ambos ainda encaram a cena deprimente, o rapaz loiro, magrinho sendo quase espancado pelo homem de feições irritadas, Viktor e Yuuri podia entender cada ofensa em russo, e parecia uma eternidade estar naquele corredor, ouvindo aquilo e não tendo mais ninguém por testemunha.

Viktor não era um santo, longe disso, ele era um monstro, mas até monstros tem escrúpulos e podem se apaixonar, Yuuri era prova disso, Viktor o amava, mas ele tinha um coração grande.

 

Fim do primeiro programa.


Notas Finais


Então, a escola realmente existe, partir do segundo capitulo vai haver muita nota de rodapé, espero que o site comporte isso, pois tem muita coisa a ser explicada principalmente envolvendo saltos e músicas.
Não indicarei nenhuma musica nesse programa, mas nos próximos deixarei umas listinhas.


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