História Zootopia: O Lobo solitário. - "É claro que eles estão falando disto!"

[Narrador]

Matheus abrira a porta... Não, não podia ser, não agora! Matheus não estava preparado para aquilo.

"Devido a sua demora, Matheus Lobato dos Santos, viemos aqui para..." Disse o oficial em um tom severo
"Não! Por favor, não me prendam!" Disse Matheus interrompendo o oficial que era um leopardo.
Oficial da Polícia Militar: Prender?! Viemos cobrar os cinco mil reais. E caso você não pague, apenas neste momento, teremos permissão para te prender.
*Droga... Ainda não recebi o pagamento de meu JAP* Pensou Matheus, desesperado
“Não da para adiar um pouquinho? Só até o mês acabar, eu juro que pago!" Implorou Matheus com uma voz desesperada.

Os dois oficiais se entre olharam e o primeiro suspirou e disse:

Oficial da Polícia Militar: Claro, porém se você atrasar o pagamento, iremos vir aqui te prender sem aviso prévio.
"Ah, meu deus, obrigado, obrigado, de verdade!" Agradecera Matheus.

Matheus fechara a porta e disse:

Matheus: Então mãe, eram apenas policiais... Queriam que eu pagasse à eles. 
Mãe: Pagar o que?
Matheus: O mandato, mãe.
Mãe: Por que você não me mostrou o mandato?

Matheus caminhara a passos pesados até a cozinha e disse:

Matheus: Mãe... Não quero que você pense que está criando um monstro ou algo do tipo.
Mãe: Monstro?! Toda mãe ama seu filho, independente do que ele faça. 

A chuva, que antes eram pingos, se intensificara, com alguns trovões. 

Matheus resolvera que iria desabafar com sua mãe, não há mais ninguém com quem ele pudesse fazer isto. 
Um pouco triste, mas determinado, olhou para os olhos da mãe e disse com uma voz amargurada:

Matheus: Mãe me prometa que... Eu sempre poderei contar com você, para tudo o que vier, pois este mundo parece... Parece ficar pior a cada dia que passa... 
Mãe: É claro filho, você cuida de mim e eu cuido de você. Somos uma família e família signific... 
"Eu sei mãe" Disse Matheus quase chorando.

Matheus e sua mãe se olharam por um momento e se abraçaram forte por um momento.

"Venha cá, meu filhotinho..." Disse a mãe de Matheus fazendo um carinho em sua cabeça.

Matheus, ainda não se desvencilhando dos braços da mãe, respirou profundamente e disse à sua mãe:

Matheus: Mãe... Por favor... Se eu virar um predador... Não hesite em me matar... Tudo bem?
Mãe: Não diga isso...

Matheus saiu dos braços de sua mãe a olhou profundamente e disse com uma voz melancólica

Matheus: Por favor, mãe, eu não quero causar sofrimento a outras pessoas... Não quero que as pessoas tenham um sofrimento semelhante ao que eu tive, quando eu perdi meu pai...

Saber que você pode machucar outras pessoas e causar sofrimento somente pela sua presença dói muito... Saber que, você pode machuca-las...
A mãe de Matheus simplesmente ficou em silêncio... Não sabia o que dizer nesta situação. Qual mãe mataria o seu filho?
*Eu sei que posso ser um animal melhor... Mas, simplesmente, não sei o que tem de errado...*

Todo o final do mês de setembro fora apenas Matheus indo para a escola, trabalhando no JAP e interagindo com Rosa.

[Quebra de Tempo e Lugar, Outubro, Segunda-Feira, 9:20 AM, Escola de São Paulopia, Tempo: Ensolarado] 

Matheus entrara na sala de aula.
Em geral, a sala de aula de Matheus era bem grande, contava com trinta e cinco carteiras e um projetor no teto.
Entretanto a falta de investimento fizera a maioria das cadeiras serem velhas e quebradiças, a tintura da sala desbotada e o projetor deteriorado.
Rosa não saia dos pensamentos de Matheus. Até estava recitando um poema para ela, quando deveria estar prestando atenção na apresentação.

"Seus olhos são como os primeiros raios de sol de uma manhã de frio."
"Dos quais me encanto, admiro e encontro refúgio após uma tempestade"
"Sua pelagem é dourada como o mais belo mel"
"Do qual me delicio e aproveito cada segundo".

 

"Seu sorriso é como um mar."
"Do qual eu pulo e me aventuro."

"Sua personalidade é como uma charada"
"Tento e tento, contudo nunca chego a um resultado".

"Mas eu sei que, um dia"
"Chegarei a uma resposta" 

- Versos do Poema de Matheus.

"Então, vocês podem ver no próximo Slide, onde Rinoleão BonaParte morreu." Explicou o primeiro aluno para classe
O aluno fez um gesto para o professor passar o slide.
O projetor que estava no teto caíra sobre Rosa.

"ROSA!" Disse Matheus, em um tom desesperado, levantando e indo até Rosa.
Matheus: Você está bem? Se machucou?
“Estou bem Matheus, não se preocupe. Foi uma queda e tanto!" Disse Rosa quase rindo.
 
"Tudo bem." Disse Matheus se tranqüilizando. 

Matheus: Professor, onde está o dinheiro para comprar novos projetores? 
Professor: Não faço ideia Matheus, a escola ainda não recebeu o dinheiro anunciado. Alunos estão livres para o intervalo. 

Matheus saíra da classe e foi em direção do refeitório.

[Matheus]

Então é hoje... Estou meio nervoso e receoso. Escrevi esse poema à Rosa para convidá-la para ir ao cinema comigo. Será que ela irá aceitar? Seja como for, espero que não leve um "fora" dela. 

"Ae Matheus, chega ai!" Disse Rosa, me convidando para sentar ao lado dela.

Fui até Rosa e sentei do lado dela, tenho admitir que tive que me esforçar para não ficar excitado.

"Entãão, novidades?" Disse Rosa, com uma voz calma, enquanto comia sua merenda.
"Não... Eu acho" Disse à Rosa.

Mas que droga! Por que eu não falei que tinha escrito um poema?!
Meu coração batia muito rápido, tentei disfarçar minha respiração rápida...
Eu engoli meu orgulho me sentindo livre novamente, respirei profundamente e disse para ela.

Matheus: Ahm... Rosa...

Rosa me olhou com aquele lindo par de olhos dourados.

Rosa: Sim?

Respirei fundo e disse para ela:

"Eu fiz esse poema para você... Você quer sair hoje à noite?" Disse enquanto entregava o poema à Rosa.
"Owwwwnt Matheus, que fofo!" Disse Rosa pegando meu poema.

Após entregar o poema, me sinto aliviado... Mas que merda! Eu acho que não deveria ter dado o poema para ela, nem a chamado para sair!

Rosa: Sobre o cinema, podemos sim! Hoje é Segunda-Feira, você escolhe o filme, ok?
Matheus: Ahm, eu... Eu...

O apito soou.

"Tchau apaixonado!" Disse Rosa me beijando na bochecha.

Ah meu deus cara! Por que eu fui fazer isso?! Tanto faz, essa fêmea me encanta e eu simplesmente não se dizer o que eu sinto por ela! Eu já a convidei e agora tenho que decidir um filme para ela... Acho que "2013, a destruição do Mundo" servirá.

Olho para o meu lado esquerdo e quem eu vejo? João, que droga! Acho que vou ter que correr dele novamente.

João simplesmente passou do meu lado e nem notou a minha presença!Ele parecia estar muito cansado, estava arfando e com a Esclera (parte branca dos olhos) vermelha!O que está acontecendo? Ele disse que se me visse outra vez iria me quebrar!
Pergunto para um Bode que estava atrás de mim o que aconteceu com João.

Matheus: Ei cara, tu sabe o que aconteceu com o João?
Bode: E-e-e-ele parece t-e-e-er usado uma dro-o-o-oga! Não consi-i-i-go te falar qual é-é-é!

O que?! Sei que há muitos animais jovens que usam drogas por aqui em Brasilpia por causa do fácil acesso, mas como assim? Será que é a nova droga que Rober me falou? As "Ousantes"? Bem, contanto que João não me espanque mais, eu estou bem.

[Quebra de Tempo e Lugar, 12:45 PM , Casa de Matheus]

Chego em casa e cumprimento minha mãe:

"Mããe, cheguei ! Tenho uma ótima notícia! Lembra daquela fêmea que lhe disse?" Disse enquanto caminhava até a cozinha.
Mãe: Filho? Onde você está?
Matheus: Na cozinha, mãe!
Mãe: . . . Onde fica a cozinha?

Merda... O Mal de Alzheimer avançou... Ela não deve se lembrar nem da nossa conversa mês passado... 
Isso é culpa minha, se eu tivesse comprado a porra dos remédios isso não teria acontecido...
Sinto-me culpado, talvez seja a frustração... Eu não queria atrasar muito os remédios, mas... Eu sinto como se algo me prendesse, algo muito forte. Suspiro profundamente e digo a ela:

Matheus: Onde você está mãe?
Mãe: Eu não sei filho, estou em um lugar onde tem um sofá!

Ela está na sala... Pelo menos não foi muito longe. Vou até a sala e falo para minha Mãe:

Matheus: Mãe... Me desculpe...
Mãe: Pelo que filho? 
Matheus: Você estar assim... É minha culpa.
Mãe: Não diga bobagens filho... A doença vai avançando com o tempo e você sabe disto!

Nem as palavras de minha mãe me confortam... Sinto-me como se estivesse sozinho... Desolado em um grande deserto...

Matheus: Mãe, onde você está é a sala.

Passo algumas instruções à minha mãe e logo em seguida vou à cozinha e esquento meu almoço.
Ligo a TV para ver o que está passando.

[Noticiário]

Jornalista 1: Sim Márcia, os impostos vão aumentar a partir de amanhã! Os impostos de energia e água terão um aumento de 1%! Agora vamos para outra notícia?
Jornalista 2: O atual candidato a prefeitura de São Paulopia, Lucas Tigre, está sendo indiciado à desvio público de dinheiro. O dinheiro desviado seria para milhares de escolas públicas de São Paulopia.

[Matheus]
O que?! Os impostos irão aumentar de novo? E para onde todo o meu dinheiro suado está indo? Mas é claro...Lucas T... Quanto dinheiro esse filho da puta não desviou apenas para ficar cada vez mais rico?! Se eu pudesse resolver as coisas... Seria TUDO diferente.
Seja como for, isso não pode me desviar do meu real objetivo: Pagar as dívidas com a Policia Militar, ir pro JAP e sair com Rosa.

Almoço e logo em seguida pego minha mochila e a carteira. Peguei R$ 6.500, que deve ser o suficiente para pagar as dividas com a Policia Militar e comprar os remédios de minha mãe.

[Quebra de Tempo e Lugar, Delegacia da Policia Militar, 2:35 PM]

Abro as portas da Delegacia e me surpreendo pelo tamanho. A entrada é bem grande, conta com vários bancos no meio, uma área de recepção junto com uma parede e um corredor à esquerda. 
Dirijo-me até a recepção e falo com a moça que era uma Anta (Animal). 

Matheus: Bom dia, sou Matheus Lobato, vim aqui para pagar as dívidas que tenho.

Recepcionista: Claro! Espere um momento, irei verificar no sistema suas dívidas...

A moça verificou todo o sistema em busca das minhas dívidas... Mas não encontrou nada!                                                                       Recepcionista: É Matheus não é?
Matheus: Sim. 
Recepcionista: Então Matheus... No sistema não há nenhuma dívida sua.
Matheus: Estranho...
Recepcionista: Pode me dizer os nomes dos oficiais que te cobraram a dívida?
Matheus: Eles não me deram o nome... Apenas sei que um deles é um leopardo.
Recepcionista: Ah! Então é o oficial Pedro L! Ele está te esperando na Sala quatro.
Matheus: Obrigado.

Vou até o corredor, o corredor é bem longo e reto. Há várias portas à esquerda e à direita. Entrei na porta que estava à direita. 

Matheus: Com licença... É aqui que o Pedro L está?

A sala em geral, era de tamanho médio. Havia duas janelas, uma mesa no meio e alguns armários com gavetas. 
Havia alguns arquivos esparramados pela mesa... Não prestei muita atenção de imediato.

Pedro L (Oficial 1): Sou eu mesmo! Entre, entre, diga-me o seu nome rapaz! Você veio pagar à suas dívidas?
Me aproximei da mesa e disse: 
"Me chamo Matheus e claro, aqui está o dinheiro" Disse enquanto colocava a mochila no chão, me agachava e procurava o dinheiro.  

O rádio de Pedro L. tocara, devido minha audição aguçada pude ouvir quase toda a conversa.

??????: Ele ta aqui chefia! Vamo ficar rico com esse esquema!
"Mande-o entrar, só vou dispensar esse animal aqui..." Cochichou Pedro L. no rádio.

Quem é "ele"? E qual é esse "esquema" que eles estão comentando?

Pedro L.: Então garoto... O valor aumentou... Para 5, 500 reais.

O que?! Espere um momento... Tem alguma coisa muito estranha por aqui! Primeiro recebo um mandato do qual nunca ouvi falar, depois os oficiais deram mais "tempo" para mim e agora a dívida aumenta?!

"Espere... A dívida era de 5, 000 reais!" Contestei Pedro L.
Pedro L: Quer saber mais que uma autoridade?!
"Não, aqui está o dinheiro..." Disse a ele.

Me levanto e entrego o dinheiro à ele. Percebi algo estranho naqueles arquivos... Um tinha o nome de "B___h__er", outro de "Uivan_es" e outros dois de "Caso: Nick P. Wilde" e "Caso: Juddy Hopps". Algumas partes não davam para ler, pois o dinheiro tampava o nome... Mas "Juddy Hopps" não era o nome daquela oficial que estava investigando um caso em Zootopia? Algo está muito estranho...
Algo não está certo, eu tenho certeza disto! Saio da sala e vou até o banheiro da delegacia. 
O banheiro era como qualquer banheiro normal... Fiquei meio excitado quando entrei no banheiro... Pelo fato de que não havia ninguém ali e estava pensando em Rosa. Mas isso não é hora para estas coisas.
Passado alguns minutos volto até à sala, mas desta vez não entro, fico do lado de fora e boto minhas orelhas na parede.

Pedro L: Você tem certeza que eles não atacarão mais nesta área? 
????? ?: Certeza é pouco! Dei uma grana preta pra esses vagabundos... Eles não irão atacar tão cedo.
Pedro L: E quanto a mim? Qual vai ser minha parte?
????? ?: Tua parte? Apenas quando o serviço estiver concluído.
Pedro L: Tudo bem, nós não vigiamos estas áreas e você me da uma verdinha? 
?????  ?: Claro.
Pedro L: Fechou.
?????  ?: Só para perguntar... Qual foi o último animal que você dispensou?
Pedro L: Ah, era um jovem lobo... Se bem me recordo o nome deles era Matheus!
?????  ?: Ah, aquele idiota... Ele nunca mais foi o mesmo após a morte de seu pai.
"Sim!" Disse Pedro L. enquanto soltava uma risada meio maléfica.
Pedro L: Basta você afrouxar a roda de um carro e KABUM!

Não acredito! Se eles estiverem falando disto... É claro que eles estão falando disto! E essa voz me parece extremamente familiar! Não consigo me recordar de quem é... Mas talvez seja do... É claro! Eu já esperava isso dele!