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História Zootopia: O Lobo solitário. - " - Digamos que... Vocês dois sabiam demais."


Escrita por: Dekonado

Notas do Autor


Nem demoreeeeeeeeeeeeeei, mas chegueeeeeeeei!
Pessoaaaas! Aqui está meu presente de natal para vocês! Um capítulo de 8.000 palavras! Espero que tenham gostado, era o último da minha imaginação que ainda estava em Black Friday.

Ah é, futuramente este capítulo terá uma outra imagem., é que eu não achei nenhuma e queria postar logo o capítulo.
A imagem em si é só pra comemorar a Véspera do Natal!

Enfim, sobre o Especial de Natal, será apenas um Filler, um que irei dedicar um espaço reservado aqui na Fic, não terá ação nem coisas interessantes, no entanto será bom para conhecer o Passado do Matheus, seus pais e etc.

Outra coisa, se eu não conseguir postar o Especial de Natal, já queria agradecer todos vocês! NickPWilde, Álvaro,Roberto, Kazeori, Gabo e todos meus leitores! Vocês praticamente fazem meu dia com seus comentários, me tiram da depre (bad), me ajudam a melhorar e eu não teria chegado onde estou se não fosse por vocês! Agradeço muito por ter conhecido vocês.

Bom natal a todos pessoal! Passem suas festas unidos com a família ou com amigos e lembrem-se, curtem cada momento, pois ele nunca mais pode voltar!

Ah é galera, tem uma cena MUITO pesada logo no começo da Fic, então peço, quem não gosta de cenas macabras, medo, mortes grotescas, PULE-A! Estou falando isso como um conselho de amigo.

Bom, vamos olhar o capítulo!

*Olha o capítulo*

Oh deus... O que eu fiz?!

Capítulo 21 - " - Digamos que... Vocês dois sabiam demais."


Fanfic / Fanfiction Zootopia: O Lobo solitário. - " - Digamos que... Vocês dois sabiam demais."


[São Paulopia, 10:50 PM]
[Narrador]


Judy e Nick ainda estavam sobre debaixo da chuva leve, que se intensificava à medida que o tempo passava.


Estavam em uma estrada de barro e terra, ao lado deles uma placa de ônibus e atrás os imensos prédios monótonos de São Paulopia.
Judy não estava gostando nada de seu primeiro dia em um novo país, queria sair dali o mais rápido possível e dormir, mas o tempo impossibilitava isso.


Um ônibus chegou, estava caindo aos pedaços e era velho, mas servia para a dupla. O motorista era um tatu, Nick teve que escalar o banco e Judy pular para conseguir se sentar.

[Quebra de Lugar, Hotel de São Paulopia, Avanço de Tempo, 11:30 PM]


Após mais ou menos quase uma hora, chegaram a um Hotel velho, tijolos com cores desbotadas, luzes do lado de fora falhando e poucas janelas ativas.
Uma escada dava acesso à porta, abriram-na e havia uma recepção muito pequena, luzes piscando e apagando, pisos sujos e uma mesa com uma recepcionista colada na parede à direita.

- Bem... Não parece ser tão ruim... - Judy sussurrou triste para Nick.
- Ei vamos lá, é o que o dinheiro pode comprar. - Nick deu um sorriso enquanto caminhava à recepção. Judy estranhou, geralmente era ele quem não gostava de Ana, mas parece que seu conceito estava "mudando" um pouco.

Havia um motivo para pegarem um hotel tão ruim: Era perto de uma das áreas de controle da Segundo Comando da Capital, ou seja, poderiam investigar melhor.


A atendente era uma hiena que estava com os pés apoiadas na mesa de madeira quebradiça, linchando as unhas enquanto uma TV estava ligada.


- Posso ajudá-los? - A hiena perguntou enquanto não tirava os olhos de sua lixa.
- Queremos um quarto. - Nick sorriu, - Um que... - Fora cortado pela hiena.
- Só temos o vinte dois (22). - A hiena jogou uma chave e Judy a pegou com um pulo.
- Bem... Obrigado. - Nick sorriu tentando disfarçar a má educação da hiena, ele deu o dinheiro para a atendente desinteressada e prosseguiu.


Os dois subiam escadas velhas de mármore sujas, parecia que o lugar não era limpo há meses. Chegaram ao quarto que deveriam, havia um corredor estreito com várias portas.
Abriram à porta e o quarto era minúsculo, mais ou menos do tamanho do mesmo quarto da Judy em Zootopia.


- Olha só, ainda estamos em Zootopia? - Nick tentava ser otimista para animar Judy, sabia que ela não sairia fácil do "buraco".
- Pois é Nick... - Judy suspirou enquanto falava, andou e sentou-se na cama desconfortável.
- Ei não fique assim. - Nick jogou a mala em baixo da mesa.


O quarto havia uma mesa à esquerda com uma cadeira, um banheiro também pequeno à direita, uma TV e microondas.
Papel de parede monótono e desbotado e uma janela pequena em cima da cama. 


- Eu não gosto de ver você assim. - Nick se sentou na cama dura.
- Sei disso, mas parece impossível disfarçar... - Judy estava cabisbaixa falando de modo triste, não conseguia disfarçar sua decepção.
- Olhe aqui, - Nick com uma pata ergueu à cabeça da pequena coelha, - Sei que tudo isto é ruim, - Jogou os braços ao ar mostrando todo o apartamento, - Mas não precisamos ficar tristes, - Disse com um sorriso.
- Tem razão. - Judy deu um sorriso fraco. - Não precisamos.
- Essa é minha coelha! - Nick se levantou e deu um soco da direita para esquerda no ar. - Vou tomar um banho. - Nick andou até o banheiro e trancou a porta.


Judy se jogou na cama, parecia que tinha voltado à estaca zero, apartamento barato, um caso indecifrável, mas pelo menos estava com uma pessoa que gostava.
A porta, ainda aberta, passou-se dois animais, andaram sem ver Judy na primeira vez, mas assim que viram entraram sem pedir.


- Aaai que fofiiinha! – Disse a onça pintada surpresa entrando enquanto seus levava seus braços e mãos para o peito.
- Fofinha?! – Perguntou Judy brava enquanto levantava a cabeça para ver ambos, - Eu tenho nome! – Disse enquanto olhava os dois animais.


A onça usava vestes ricas, uma bolsa cara, um vestido tomara-que-caia e um colar.


- Podemos ficar com ela? – Perguntou a onça indo para perto de Judy e se agachando, - Por favooor! – Olhou para o outro animal na porta.
- Ei espera ai, - Judy saiu de perto da onça, se encostando encolhida perto das paredes “- Quem são vocês?!” 
- Seus novos vizinhos ‘migaa!” – A onça virou seu olhar para Judy.
- Vem logo Mari, deixa a feirante ai. – Retrucou um lince. 
- To indo. – Disse a onça enquanto bufava, - Eu só queria um animalzinho de estimação! – Fechou a porta que fez um forte estalo.


- Ah ótimo... – Disse Judy enquanto se jogava novamente na cama de pedra, bufou e suspirou, tentando pensar no que poderia fazer para se sentir melhor ou para esquecer tudo aquilo. Depois de alguns minutos, chegou à conclusão que dormir seria a melhor opção.


Nick saiu do banheiro acompanhado de uma fumaça de vapor, - Ei quem estava aqui? – Perguntou enquanto secava sua cabeça, estava com uma cueca azul.
- Vizinhos... – Disse Judy e nem mais uma palavra para que Nick captasse o real sentido.
- Beem, nós vamos dormir? – Perguntou enquanto jogou a toalha na cama, - Acho que é a melhor opção. – Sorriu.


Judy tomou um banho e logo depois foi para cama, seu dia foi estressante e conturbado. Dormiu enquanto a chuva lá fora se intensificava, pingando na janela quadrada fazendo pequenos círculos.
Logo depois do dia cansativo, teriam apenas rondas e mais rondas o aguardavam em um dia longo e cansativo. Trocariam de farda e de uniforme. Trocariam de vida.


[Quebra de Lugar, Local desconhecido, Avanço de Tempo, Quarta-Feira,  5:00 AM]
[Narrador]


Enquanto à lua despencava com seus raios e os postes iluminavam a escuridão que tomava conta de São Paulopia, Cling Clang estava impaciente.
Com seu típico manto negro, ele se esgueirava e se escondia por entre às sombras de uma pequena casa.


“- Vamos... Você quer fazer isso.” – Disse uma das vozes infantis e macabras da mente do assassino.
“- Sim... Eu quero.” – Cling Clang respondeu como um maníaco em voz baixa.


À sua frente, uma sala de tamanho médio com sofá, TV e ventilador. Ele esperava com paciência até que o seu próximo ato pudesse ser realizado.


“- Nós iremos lhe recompensar.” – Mais uma voz fora lançada em sua mente.


Moveu uma corrente com uma lâmina afiada em sua ponta de modo desajeitado, ele segurava duas correntes com lâminas afiadíssimas. 


“- Boa noite papai!” – Disse um filhote de raposa, em um corredor com uma pequena luz.
“- Boa noite filho.” – O pai acompanhava à pequena criança à sala.


Cling Clang saiu de trás das sombras, revelando uma silhueta de tamanho médio que estava escondida nas sombras. 
Os dois animais viram e ficaram imóveis assim que viram uma silhueta se destacando entre todo o cenário.


“- Mate todos de nossa maneira.” – Uma voz perturbadora novamente foi falada em sua mente.


“- Filhote não é uma boa opção...” – Cling Clang olhou para suas correntes e disse. – Se meu traje sujar... Ficarei TÃO aborrecido... – Disse com um pouco de ira para o pai.


Um caminhão passou pelas ruas, percorrendo por cima de uma poça de água enquanto jogava água pelas paredes, o semáforo do grande transporte iluminou toda casa e toda sala, revelando o corpo reto e grande de Cling Clang.
Enquanto toda sala estava iluminada, Cling Clang deu um sorriso macabro enquanto seus olhos vermelhos rubi brilhavam fortemente, se destacando em meio às trevas.


“- Quem-Quem é você?” – Perguntou o pai indo para perto do filho.
“- Cling Clang... Lá se vão... Correntes a buscá-lo...” – Cling Clang arrastava suas correntes, o barulho era evidente enquanto cantava de forma bizarra.
 “- Cling Clang... Se aproximando com sua verdadeira força...” – Cling Clang raspou uma das correntes em um metal próximo, fazendo faíscas saírem.


Toda vez que Cling cantava àquela canção, queria extrair o que mais gostava de suas vítimas. O medo. Para ele, é simplesmente adorável ver alguém com medo. 


“- Pa-para com isso cara!” – O pai já estava ficando com medo, estava com seu filho abraçado.
 “- Cling Clang... O guardião está atrás de você...” – Cling Clang cantou novamente, a esta altura já estava perto do pai.
“- O que-o que você quer?” – Perguntou o pai horrorizado e com medo.
“- Faça isto. Você sabe que quer e será recompensado.” – Mais uma vez, às vozes falaram na mente de Cling Clang.


Neste momento, o pai já tinha tentado de dialogar com o assassino e saiu correndo com seu filho, estavam no corredor quando uma corrente surgiu das sombras, pegando o pescoço do pai e fazendo-o ele largar o filho.


- Relaxe... – O maníaco puxou um pouco à corrente e mordeu seu lábio inferior. - Deixe acontecer. – Cling Clang fora revelado na luz, falava com certa satisfação na voz.


Cada pêlo de Clang estava arrepiado, adorava aquela sensação mais do que qualquer um, e nem mesmo o prazer da Luxúria lhe dava esta sensação.


“- Fi-Filho...” – O pai dizia enquanto era arrastado até as sombras, o filho estava no chão e se virou para ver o pai.


Cling Clang virou a cabeça do pai para que fique cara a cara com ele.


- Onde estão seus modos? – Perguntou impaciente, - Acho que irei... Educar-lhe. – Perguntou com um sorriso malicioso.


Com a corrente que segurava na mão esquerda, ele perfurou e estraçalhou o estômago da pobre raposa que estava sendo segurada pela corrente deixando um enorme buraco.


- Você sabe que ele quer mais. – Uma das vozes de criança falava com prazer em sua mente.  – Eles sempre querem.


O coração de Cling Clang acelerou, não sentia aquela sensação por dias, seu corpo vibrava e estremecia de prazer enquanto torturava. Todas as vozes de sua mente calaram-se por um instante.


- Po-Por fav-voor... – Dizia a voz falha do pai raposa.
- Não! Por favor! – O garoto chorava ao ver o pai morrer em sua frente, pingos e mais pingos de sangue caiam e decoravam o chão em baixo de Clang.


Cling Clang sorriu para a pobre raposa enquanto forçava sua corrente para o tubo digestor que ficava acima de seu estômago. Estremeceu com aquela sensação e rasgou cada pele e músculo que se encontrava fazendo uma cachoeira de sangue sair do estômago. 
Seu coração batia mais rapidamente, seu corpo vangloriava de prazer e ele sentia vontade de fazer mais e mais.
Forçou a corrente até que ela atravessasse a boca do coitado, tirou-a e jogou o corpo falecido ao seu lado. E assim como começou, o sentimento acabou.

Quando olhou o corpo do defunto novamente, através de sua visão via o espírito branco de seu corpo sair. Ele havia sido purificado. O espírito brilhante se dissipou no ar. Apenas o psicopata via isso.


- Muito bem, excepcional Clang. – Disse uma voz feminina de criança em sua mente.
- Eu sempre faço.  – Cling Clang olhou para a corrente com sangue que estava atrás dele.


O corpo falecido já ficava em uma larga poça de sangue abaixo dos pés de Clang enquanto o garoto olhava assustado e traumatizado para ele. Seu coração tinha parado de bater e seus pêlos voltaram a ficar normais.


- Vo-você é o Black Fox? – Perguntou o garoto assustado com lágrimas, seu braço estava esticado para tentar proteger sua cara.
- Há anos eu não ouço este nome, pequenino. – Clang sorriu. – E eu o ODEIO


- Vá em frente, agora é a vez dele. – Uma das vozes ordenou para matar o garoto.
- Filhote não, eu já disse. – Clang olhou estressado para a corrente.
- O que disse?- Uma corrente sibilou bravamente.
- Eu não... Não, não foi isso... – Cling estava preocupado falando com sua corrente esquerda, - Não foi isso que eu quis dizer...

 
Um telefone começou a tocar no bolso do manto dele, atendeu o mesmo e soube que seu pequenino já tinha ido dormir.


- Não gostamos dele. – Uma das correntes disse, - Você sabe disto. 
-Eu sei... Ele é essencial para meus planos. – Clang falou com suas correntes.


O “pequenino” na verdade, era Matheus que já tinha ido dormir. Foi até o corpo do pai morto e escreveu uma mensagem na parede, adoraria ver Nick e Judy andando como ratinhos em uma gaiola procurando por pistas.
Desde que começou a ser um Serial Killer, em todos seus assassinatos ele escrevia uma mensagem, não importasse qual fosse e de qual maneira ele assassinasse um alvo, sempre escrevia. Elas sempre pediam por isto.
Toda parede estava pintada com uma frase de sangue, que escorria nas paredes em um tom de escalarte (vermelho vivo)

.
[Quebra de lugar, Apartamento de Nick e Judy, Avanço de Tempo, 6:00 AM]
[Narrador]


Judy foi a primeira a despertar, Nick estava ao seu lado babando, levantou-se, fez sua higiene matinal, tomou café e logo despertou o raposo que fez o mesmo.
Nublado era como estava o dia, todos o horizonte estava cinza, o que combinava bem com os prédios de São Paulopia enquanto o transito já se instalava.


- Ahm... Que? – Nick babava em cima do cobertor, bocejou e logo disse: - Bom dia Judy.
- Bom dia Nick. – Judy virou-se e tentou escalar a grande pia.
- Ei, o que foi? – Bocejou outra vez.
- Nada. – Judy disse em um tom seco, era melhor dizer que estava bem do que explicar tudo.
- Que foi Judy, me fale. – Nick limpou-se na camisa próxima e foi de seu encontro.
- Só não quero ter que aguentar mais um dia com aquele... Aquele chefe!”– Bufou enquanto tentava lavar um prato.
- Ei, olhe aqui. – Nick pegou Judy e fez com que ela olhasse para ele. – É só mais um caso, cadê minha coelha pronta para os desafios? – Perguntou com um sorriso.


Apesar de todo o preconceito que via e sofria, Judy tentou se manter otimista. Sabia que estava ao lado da pessoa amada.
Deu um sorriso como se entendesse a mensagem de Nick. 


- Tudo bem... Tentarei! – Disse olhando nos olhos do companheiro, sabia que ficar triste não levaria a nada.
- Muito bem aluna, captou a mensagem! – Nick bagunçou os pêlos de Judy com um pequeno carinho enquanto ficava com seu sorriso. 
Arrumaram-se, Judy agora estava mais otimista devido ao Nick e foram ao PMSP (Polícia Militar de São Paulopia).


[Quebra de Lugar, Apartamento de Ana, 6:01 AM]


Ana já estava levantada, Michael estava escovando seus dentes no banheiro e estava em um apartamento igual o de Nick e Judy.
Já com o uniforme, a Chacal de pêlos brancos estava sentada na cama procurando um programa para assistir quando achou uma propaganda feita pela Anna Mamífera Braga, chamado “Multiplicando com você”.


Michael terminou de escovar seus enormes dentes e de limpar seu chifre, quando viu o programa imediatamente disse ao lado de Ana: 


- Não sabia que você tinha um programa, Ana. – Mike sorriu.
- Bem que eu queria ter... – Ana se lembrou da doença do pai enquanto olhava uma foto do mesmo

.
Era um Chacal de pêlos pretos, focinho um pouco avantajado e orelhas curtas, um olhar puxado e um sorriso simples no rosto.


- Ei, escute - O enorme rinoceronte se agachou, com cuidado para não quebrar o piso, - Sairemos daqui com a grana que o Bogo prometeu okay? – Olhou com seus olhos cor castanho.


Chefe Bogo havia prometido, pelo menos, 5% a mais do lucro caso Ana resolvesse o caso e conseguisse colocar Clang na cadeia. Tudo isso para que ela conseguisse ir para o DPZ, o Chefe Bogo sabia muito bem de suas habilidades obtidas no exército e não a perderia.
Porém, é claro, que se ela tivesse uma morte durante o comando, estaria demitida. 


- Tudo bem. – Ana deu um sorriso, - Você tem razão! Vamos trabalhar! – Levantou-se otimista.
Foram até o PMSP (Polícia Militar de São Paulopia) e chegaram antes de Nick e Judy.


[Quebra de Lugar, PMSP, Avanço de Tempo, 6:40 AM]


Entraram na recepção que ainda se mantinha branca como às nuvens e foram à Sala de Pedro L, que estava com um político vestido de Tigre, os dois contavam um enorme bolo de dinheiro vindo da Corrupção.
Ana bateu à porta, Lucas T escondeu o dinheiro e Pedro deu a ordem de entrarem.


- Entrem. – Pedro L disse em um tom grosseiro.
Ana e Michael entraram, Pedro L conhecia muito bem o que Ana tinha passado e sabia que ela não poderia ser manipulada com casos de rondas.


- Tenho um novo caso, Lucas explique. – Pedro L estava sentado e com as patas na mesa, apontou para o tigre grande.


Lucas T, um enorme tigre de um metro e noventa (1,90) sempre com um terno e gravata explicou o caso aos dois.


- Quero que investiguem e prendam um animal, Matheus Lobato. – Lucas T pegou uma pasta e jogou na mesa, Ana e Michael pegaram à pasta. – Já tentou me matar e matar o chefe de vocês. – Complementou apontando para Pedro.
- Tudo bem... – Ana lia a pasta de Matheus, - Onde mora? – Perguntou dando a pasta para Mike.
- Rua Fénix Andrade, Número 42. – Lucas T estava sério, queria Matheus morto a qualquer custo. Qualquer coisa que o jovem lobo falasse seria ruim para sua carreira política e para as eleições que estavam chegando.
- Tudo bem, - Ana assentiu enquanto Michael jogou a pasta na mesa.
- Agora, saiam daqui. – Pedro L ordenou, - Principalmente você Chacal. – Lembrou-se do enorme bolo de dinheiro e da reputação dos chacais.


Ana semicerrou seus olhos e saiu com Michael, era evidente que nem eles e nem Nick e Judy gostavam do novo “chefe.”
Após saírem da sala, Michael disse:


- Não vamos investigá-lo, não é mesmo?  - Perguntou com um sorriso sabichão.
- Em partes. – Disse Ana concentrada no caso Clang, - Pelo o que eu li ele é quase uma ameaça nula, já Clang, - Riu de leve enquanto saia da delegacia, - Já Clang matou inúmeros animais. – Disse com pesar.
- O que faremos primeiro? – Perguntou Michael entrando na enorme viatura, que era preta à esquerda, cinza no meio, vermelha a direita e com o símbolo da Polícia
- Investigaremos seus últimos Locais, Serralheria, Escola Pública para sabermos se é realmente uma ameaça nula. – Ana deu partida no carro.


[Delegacia da PMSP, Avanço de Tempo, 7:00 AM]


Nick e Judy já estavam na recepção pálida, bateram à porta de Pedro L e ouviram o Leopardo e alguém rindo.


- Entra. – Pedro L disse em um tom seco.


A dupla entrou na porta, viram o mesmo tigre que Ana e Michael, mas desta vez eles estavam rindo de algo.
Judy estava com um sorriso fraco no rosto e Nick permanecia sério, buzinas faziam toda sala de Pedro L ter um pouco de caos e raios de sol já iluminavam a mesa através da janela com persianas.
Pedro L sabia que não poderia manter os dois em uma enrolação sem fim em rondas, sabia de seus feitos através de pastas que chegaram com o nome PROJETO. Judy escalou a cadeira e Nick se sentou.


- Vocês farão a segurança de Lucas T. – Disse Pedro L agora sentado na cadeira.
- Lucas quem? – Perguntou Nick.
- Lucas T, o tigre ao seu lado. – Pedro apontou.


Lucas T deu um breve sorriso e apertou a mão da dupla se apresentando.


- Vou fazer um desfile nas eleições. – Lucas T deu um sorriso falso. – Espero que vocês sejam bons. 
- Pode apostar! – Disse Judy, - Não deixaremos ninguém lhe ameaçar. 
- Ótimo, pois estou com uma pequena pulga na orelha (problema), mas já mandei dois Oficiais para o caso. 


A “pulga” na orelha que ele mencionava era na verdade Matheus e suas informações que poderiam tirá-lo do cargo.


- E enquanto isso? – Perguntou Nick.
- Que tal investigarmos Paulo Dente de Sabre? – Sugeriu Judy sorrindo, tinha visto uma notícia sobre esse traficante de drogas.
- Não! – Pedro L disse bruscamente, como se tivesse preocupado com algo, - Investigarão... Fiquem de plantão em um Shopping. – Ordenou.
- Qual Shopping? – Perguntou Nick.
- Ahm que tal... Shopping Savana Dourada? – Pedro L estava perdido entre às próprias palavras.
-Tudo bem. – Disse Nick.


Paulo Dente de Sabre era um traficante, um líder de drogas na fronteira de Brasilpia com Florestas Argentinas, que era um país que fazia fronteira com Brasilpia.
Atuava principalmente em uma divisão no Grupo Segundo Comando Capital e, sem às ordens de Clang, atuava raramente na facção Comando Laranja. (Rival ao grupo Secundo Comando).
Porém, é claro, que a dupla não sabia disso. Saíram e entraram na viatura.


- Talvez possa ser uma pista. – Disse Judy escalando o banco.
- De que? – Nick deu partida no carro, estava curioso.
- Do assassino em série que procuramos. – Judy pegou uma pilha de livros e deixou no banco.
- Não sei aonde você quer chegar. – Nick estava com o olhar fixo na rua, mas falava com Judy.
- Vamos nos reagrupar com Ana, será melhor investigarmos juntos. – Judy sorriu, estava quase na altura de Nick.
- Com ela?! – Perguntou Nick parando em um semáforo vermelho. 
- Nick, olhe pelo o que ela passou... – Judy deu um olhar triste, - Não acha que alguém que se preocupa com os pais e com seu país possa ser do mal. – Concluiu, já não estava de olho em Ana que tinha provado seu valor.
- Não sei não Judy... Vou manter meu olho nela, é realmente triste a história dela. – Nick olhou para Judy e sorriu.
- Tudo bem, vamos nos reagrupar. – Dito isso, Judy pegou o rádio de Nick que também era enorme.


[Quebra de Lugar, Saída da Escola Pública de São Paulopia, 12:30 PM]


Após a dupla fazer algumas rondas para não levantar suspeitas, eles se dirigiram à Escola Pública de São Paulopia, já era horário da saída e viram novamente o Jovem Lobo de pêlos azuis na saída animado.
A saída da Escola Pública era um lugar até que grande, tinha árvores altas e finas, muros com tijolos brancos e dois portões grandes. Um da escola e outro do grande muro, o chão era de terra pura e marrom.


Ana e Michael entrevistavam um leão de quase dois metros com peitoral definido, muito forte por sinal.


- Ele praticamente já tentou me matar. – Disse o leão perto da entrada. - Sendo que eu não havia feito nada.


Ana estava com uma prancheta na mão, anotando tudo e Mike assumindo o perímetro.


- Tudo bem... Você disse que ele simplesmente enlouqueceu? – Perguntou Ana para o Leão, que na verdade era João, um velho inimigo de Matheus.
- Sim, no pátio da Escola e mandou dois elefantes para o Hospital. – Disse João, - Só quero que vocês façam justiça. – Sorriu. – Sem contar que, minha namorada me traiu com ele. 


Rosa, antigamente, namorava João, mas após uma “quase tentativa de sexo”, os dois se separaram, contudo ainda eram amigos.


- Tudo bem, obrigada! – Ana agradeceu e foi de encontro com os dois, junto de Michael.
- Boas novas, - Ana corria entre pulos, - Acho que o sujeito que estamos investigando usou Uivantes. – Sorriu.
- Uivantes? – Perguntou Judy, - Não tenho visto nenhuma notícia, tem certeza? E quem é o sujeito? 
- Matheus Lobato, um lobo jovem que está causando problemas para Lucas T. – Ana sorriu, Mike estava ao seu lado.
- Então foi isso... – Nick sussurrou, se lembrando do que Lucas T tinha comentado.
- Tudo bem, eu não acho que ele tenha usado Ana. – Judy estava séria ao analisar, ela tinha certeza que ele jamais teria usado, afinal, isso nem se quer foi noticiado na mídia.

- Mas ainda sim, é um comportamento incomum. – Judy se referiu à maioria dos predadores, que perderam suas garras.


Entretanto, Matheus ainda tinha suas garras e presas (dentes) afiadas. Em um estudo feito pela ZONU (Organização das Nações Unidas da Zoo), quase todos os predadores perderam suas características principais como suas unhas afiadas.


- Boa ideia! – Mike Sorriu, - Mas devemos nos preocupar no caso principal. – Ficou sério.
- Também acho, por isso viemos aqui. – Judy queria recapitular tudo o que acharam, - Devemos analisar o que temos em primeiro lugar.
- Exatamente cenourinha. – Nick sorriu e se agachou perto dela, Ana e Mike fizeram o mesmo.


- Clang pelo que parece é louco, algum efeito de droga pode ter causado isso? – Perguntou Judy com seu bloco de notas.
- Não acho que seja uma droga... – Disse Nick pensando, - Algo mais... Psicótico? – Perguntou, - Como a Bellwheter? – Relembrou de todo o preconceito e racismo que a ovelha maníaca tinha.
- Não, isso séria estúpido, ela tentou isso e está na cadeia. – Mike raciocinou, teriam que juntar todas suas pistas para formar uma resposta.
- Pelo dinheiro então? – Perguntou a coelha.
- Talvez... Mas temos que lembrar que Michael Thomp e Clang podem ser a mesma pessoa. – Ana relembrou. 


- Ou seja... Se eles forem iguais... – Raciocinou Judy, - Ele pode estar comercializando drogas! – Sorriu vitoriosa, - Mas... Por quê?
- Espere, comercializando drogas? – Perguntou Nick, - Então existe alguém quem compre certo? – Perguntou.
- Sim, isso que me perturba. – Judy desfez o sorriso, - Quem compraria?
- Não faço idéia, mas tenho uma sugestão. – Nick sorriu como se já soubesse. – Paulo Dente de Sabre. – Sorriu.
- É claro! Por isso Pedro L não queria que o investigássemos! – Judy acompanhou à lógica de Nick. – Mas por quê? Por que justo ele? 


- Isso ai fica pra outro dia cenourinha. – Nick se levantou enquanto bagunçava os pêlos de Judy novamente.
- Magnífico. – Disse Ana surpresa, - Vocês se completam não é mesmo? – Perguntou vendo Nick se levantar.
- Talvez. - Nick se apoiou de cotovelo em cima da Judy, - Às vezes tenho que dar um tranco. – Disse com um sorriso malicioso, - Sé é que você me entende. – Sussurrou para perto de Mike.


- Muito bem, - Mike se levantou, - Temos que enrolar o chefe. 
- O que? – Ana se levantou, - Nada disso, iremos com eles. – Apontou para os dois.
- Pedro L vai suspeitar os dois ratinhos fora da gaiola, temos que distraí-lo. – Mike disse em um tom sério, se Pedro L visse que Paulo Dente de Sabre estava sendo investigado pela dupla, não iria gostar nada.
- Tudo bem. – Concordou Ana, sabia que queria o melhor para os dois, sem contar que poderiam arrancar alguma informação de Clang.


Todo o resto da semana fora Judy e Nick procurando pistas para Paulo Dente de Sabre, um poderoso contrabandista, mas é claro ambos não sabiam que ele trabalhava para Clang. Estavam dependendo de um fator: Michael Thompson e Clang serem a mesma pessoa.


Ana e Michael distraiam cada vez mais Pedro L com papos furados (mas que ele caía) e com rondas falsas. Porém não viram uma falha em seu plano, eles acabaram demorando muito para investigar Matheus, o que é claro, fez que Lucas T suspeitasse. 
As eleições se aproximavam... Todos veriam em quem votar, Lucas T era um dos fortes candidatos a ganhar as eleições, e se ele ganhasse, seria totalmente imprevisível seu governo. Mas de uma coisa temos certeza, será uma catástrofe. 


[Quebra de Lugar, Casa de Matheus, Avanço de Tempo, Sábado, 6:20 AM]
[Narrador]


Lá fora chovia com certa intensidade, os pingos se jogavam contra a janela e faziam um barulho típico.
O pequeno lobo de pêlos azuis estava deitado em sua cama quebradiça, se contorcia vagarosamente enquanto vivia em outra realidade.


[Sonho]


O pequeno lobo não via nada. Apenas um grande horizonte preto e que não havia nada ao seu redor, até que uma voz o guiou.
- Já lhe falei... À minha definição de tortura? – Cling Clang falava de modo perturbador.


Matheus não estava conseguindo falar em seu sonho. Não conseguia se mover nem mesmo respirar dentro do mesmo, a única coisa que poderia fazer era ouvir à voz do assassino em série.


- Tortura é... Você colocar um ser a uma coisa que não gosta. – Cling Clang disse novamente.
- Mas... Da primeira vez que me falaram isso... – Houve uma pausa, - Não achei que tivessem falando sério. 


Trovões relampeavam no sonho de Matheus, colorindo o horizonte de branco e revelando um sorriso que, pouco a pouco, se escondia novamente até o próximo relampear.
O sorriso era macabro e ia de ponta a ponta, sendo de dentes claros.


- Até que comecei a ver e ser torturado todos os dias da minha vida, no trabalho, na vida, e em todos os lugares. – O assassino disse com satisfação.
- Pare de fazer isso. – Uma voz macabra de criança disse.
- Então aí que comecei a matar pessoas. – Um relâmpago caiu e o sorriso fora visto novamente em conjunto com olhos rubi, - Mas então elas imploraram, falando que aquilo tudo era errado. – Elevou seu tom de voz.
- Então como vai ser? – Estava falando alto, - ELAS NÃO ME TORTURARAM? ENTÃO QUEM VAI SER? ELES OU A MIM? – Gritou enquanto milhares de trovões caiam- ELES OU A MIM? 


Matheus não via o próprio corpo, não podia se mover e nem reagir. Não sentia nada. Apenas o seu cobertor.


- E então, tudo acaba em um silêncio... – Seu sorriso fora formado novamente, - Boa noite... Matheus. – Clang se despediu.


[Narrador, Sábado, 6:30 AM]


Matheus acordou assustado, levantou-se rapidamente e respirava com certa intensidade e dificuldade. Havia sonhado com a voz de um assassino que o perturbava.
Mas a questão era que: Não sabia se aquilo realmente tinha sido um sonho ou uma realidade, tudo parecia real para ele.


Levantou-se e já havia se esquecido da primeira fase do ZENEM, que começaria à Meio-Dia (12:00). Foi ao banheiro e fez suas necessidades, escovou os dentes e pegou um violão que não tocava por anos.
Um dos graves defeitos do jovem lobo era esquecer-se das coisas, (Mas não como um Alzheimer) principalmente das mais importantes, como estudos, aniversários, horários e outros.


Ficou tocando algumas casas do velho violão empoeirado, estava velho, entretanto bem afinado desde ocorrido em sua vida que o conturbava.


[Avanço de Tempo, 11:00 AM]


A grande cidade começou a se movimentar de modo monótono, habitantes e mais habitantes trabalhavam para deixa - lá funcionando.
São Paulopia sempre parecia ser a mesma todos os dias, ela não parecia mudar nada. Até as informações que Matheus falara no dia do Jogo já haviam sido esquecidas e reduzidas a “relatos” através de Lucas T.
Todas as engrenagens funcionando, como um grande e complexo relógio e a cidade lá, em pé e firme como uma rocha.


Matheus continuou a tocar seu violão antigo, raios de sol já entravam pela janela e iluminavam quase todo o quarto empoeirado e quebradiço, quando sua mãe o chamou.


- Filho, não vá se esquecer do ZENEM! – Disse a mãe em um tom feliz.
- Putz! – Matheus botou o violão no suporte e a pata na testa, - É mesmo! Valeu mãe! – Disse pegando alguns livros de Física, canetas e sua mochila que, por alguma razão, estava mais pesada desde que ele fora ao trabalho.


Desceu às escadas rapidamente, quase tropeçou nos últimos degraus e parou ao ver uma carta em cima de mesa. Gelou, seria mais uma carta do tribunal?


- Seus exames médicos. – A mãe de Matheus estava sentada à mesa, - Demorou, mas chegou! – Sorriu.
- Ah, obrigado mãe! – Matheus fora à cozinha, - Já tinha me esquecido, vejamos... – Abriu à carta e percebeu algo estranho na mesma, “Fator Biológico”.


O Fator Biológico não aparecia exames desde 1980, pois muitos animais achavam que isso era antiético, o principal pensador Iluminista, Francis Pig Bacon, sugeriu essa ideia anos atrás.


Ignorou isso, todavia botou em sua mochila para caso fosse usar para algo.
Tomou seu café, a cozinha parecia ser como nova! Era de tamanho médio, piso de madeira, geladeira, fogão e outras coisas.
Estudou mais um pouco, principalmente Física que tinha muita dificuldade, não entendia o porquê de velocidade vezes o objeto que é igual a... Realmente, não entendia nada de Física.


[Avanço de Tempo, 12:00 PM]


Rober e Rosa bateram à porta, se encontrariam com Matheus para irem juntos para o ZENEM.


- Bom dia Rosa! – Matheus deu um selinho na Loba de pelos dourados, - Eaí Rober! – Cumprimentou seu amigo.
- Viemo aqui pra te leva! – Disse Rober brincando, - Mas não é sequestro relâmpago não, fica ‘tranks! – Deu um sorriso.
- Bem... Só vou me despedir de minha mãe!  - Matheus entrou rapidamente, quando viu um espelho grande que o refletia.


Um uniforme branco com um bolso no peito, pêlos azuis, olhos cor de âmbar, focinho um pouco longo e alto. Era como ele era e como seria para sempre. Ficou sério ante o espelho quando sua mãe chegou por trás, dando-lhe cócegas.


- Hahaha, para mãe! – Matheus riu e sorriu ao ver sua mãe.
- Hoje é um grande dia. – A mãe de Matheus foi mais a frente, - Vamos ver se seu plano da certo. – Deu uma piscadela ao arrumar um pouco a gola do uniforme.


A mãe de Matheus era uma jovem loba refletida no espelho, pêlos azuis como o do filho, focinho um pouco longo e grandes orelhas. Olhos grandes e cor dourados e curvas definidas, porém a idade já tinha chegado e não estava mais tão bela.


- Esqueceu isso. – A mãe de Matheus tirou o celular e o botou no bolso do peito do filho. – Me ligue quando terminar. – Deu um sorriso, - Não vá esquecer-se da lealdade hein! – Deu um olhar mandão.


Lealdade, principalmente entre os lobos, é uma coisa valorizada (e difícil de conseguir) nos dias de hoje. Não se pode simplesmente trair a confiança de um, e se trair, ele nunca mais volta a ser o mesmo com você. E todos entendiam bem isso.


- Não mãe. – Matheus sorriu, - Sei o quanto a senhora valoriza. – Olhou nos olhos da mãe. 
- Muito bem, traga aquela nota mil (1000) para casa, campeão! – Sorriu olhando nos olhos do filho, até parecia que seria a última vez que o veria.


O coração de Matheus se amoleceu, não parece que a mãe dele tem uma doença tão séria como o Alzheimer, muito menos que ela se esqueceria dele em meses. Teria que aproveitar tudo o que conseguia.


- Vou indo mãe, se não me atraso! – Matheus sorriu e deu um beijo na testa de sua mãe. – Eu te amo. – Disse com emoção indo para porta.
- Também te amo, filho. – A mãe se despediu vendo o filho partir e fechar à porta.


[Quebra de Lugar, ZENEM, Avanço de Tempo, 12:45 PM]


- Adeus Rosa. – Matheus sorriu e deu um pequeno “encosto de focinhos” em Rosa.


Aah Rosa! A não-tão-pequena Loba que Matheus tinha se apaixonado, quase tão alto quanto ele (apenas ficando na altura do peito), tinha pelos dourados, focinho um pouco longo e pequenas orelhas. Sua expressão era bonita, olhos um pouco puxados e cor dourados.


- Adeus meu lobinho. – Rosa sorriu ao lado de Rober.
-‘ Vai lá mano, ‘detona com esses ‘vagabundos! – Rober falava empolgado, - ‘Vamo ta aqui, já falei com meu chefe ele deixou, principalmente tratando de você. – Sorriu.


Rober, o pequeno cão que se tornaria o amigo de Matheus, até pareciam que estavam na mesma família! Ele era alto, com grandes orelhas e pelo marrom.


- Beleza, - Matheus apertou a pata de Rober, - Falou mano! – Correu até os portões.


O lugar onde seria realizado o ZENEM era uma grande escola de dois pisos, rústica e clássica, havia boa pintura e um estilo disciplinado. 
Janelas com grades, pinturas diversas como branco e azul e portões em conjunto com muros verdes era o lugar onde seria feito. 
Matheus entrou e se surpreendeu com o lugar, uma localização robusta, pisos brancos bem limpos e salas organizadas. Foi à sua sala e esperou para realizar a prova.


[Avanço de Tempo, 2:30 PM]


Uma leoa havia apitado um apito, que tinha feito um barulho até que alto em toda sala, eram mais ou menos quarenta (40) participantes na grande sala de Matheus.
Ele estava tenso, havia esperado esse momento a vida toda e, se desse certo, poderia realizar seu plano com Rosa.


Ele havia pegado um fundo do pai em conjunto com o salário do JAP, para pagar uma viagem diretamente para Zootopia, realizando o sonho de Rosa e, com a nota do ZENEM, achar alguma escola que aceitasse. (Por mais que fosse impossível, ele era um pouco esperançoso.)


Havia mais ou menos três (3) minutos para realizar cada questão, estava indo bem, tinha quase certeza que tinha conseguido botar as respostas certas em algumas questões de Física.


Pressão. Era o que tinha nele, parecia que seus movimentos iriam travar e o cérebro parar de funcionar para tentar descansar o corpo, no entanto havia batalhado por isso e não iria parar agora.
Sua garganta deu um nó e o coração se acalmava, suava frio mesmo com o ar-condicionado ali e não sabia se conseguiria aguentar por muito mais tempo. Cada segundo era um sacrifício e cada minuto uma conquista.


Fez toda prova com esmero, viu cada detalhe, cada pergunta relacionado ao Fator Biológico, cada pergunta de Física e chegou à conclusão que teria uma boa nota, fez o Gabarito com cuidado, reviu toda prova re-fez todas as contas e terminou.


[Avanço de Tempo, 6:00 PM]


Terminou sua prova, o horário tinha estendido um pouco mais devido a última mudança nas Leis, mas nada que desse muita vantagem.
Já havia ligado para sua mãe, ela o disse que o amava e que estava esperando ansiosa pela volta dele, mas ainda teria um segundo dia de prova.


- Terminei! – Matheus sorria enquanto corria para re-ver Rosa e Rober.
- Muito bem! – Rosa beijou Matheus por um instante, deixando-o aliviado.
- Que bonito hein? Será que estou atrapalhando o casalzinho ai? – Perguntou Rober cantarolando.
- Não, - Matheus riu um pouco corado, - Então, vamos para casa? – Perguntou, já estava à noite e era uma bela Lua Cheia.
- Claro! Antes, quero te dar algo! – Rober sorriu em conjunto com Rosa que tirou uma caixinha.
- O que? – Perguntou Matheus curioso ao ver a caixa azul.


Rosa abriu a caixa e revelou um relógio de pulso, muito bom por sinal.


- Para você não se atrasar mais. – Rosa sorriu sabendo do defeito de seu namorado.
- Ótimo! Muito obrigado pessoal, vocês são os melhores amigos que eu poderia ter! – Sorriu agradecido, nunca havia ganhado nada do tipo. 


Iria colocar o relógio no pulso, quando Rosa impediu.


- Deixe-o no peito! Assim, sempre que quiser ver a hora, é só olhar para baixo. – Brincou.
- Tudo bem, mas não quero que me roube hein Rober! – Disse Matheus rindo um pouquinho se lembrando daquele dia.
- Que nada maninho, ‘tô esperto! – Rober sorriu, - Agora, ‘simbora pra casa? – Perguntou andando.


[Quebra de Lugar, Avanço de Tempo, 8:30 PM, PMSP]


A lua parecia estar bem mais bela essa noite, cheia e demonstrando sua grande luz branca, perfeita para uma noite de uivos! 
Nick e Judy iam até a Polícia Militar de São Paulopia, já estavam com boas pistas de onde o suspeito poderia estar. Achavam que ele estava em Rio De Janeirotopia, um estado um pouco ao leste de São Paulopia.


Nick estava com a pata na cabeça e dirigindo ao volante, Judy como de costume sentada em uma enorme pilha de livros. 
Viram uma ambulância e dois carros do Corpo de Bombeiros pararem lado a lado da viatura da PM em que estavam.


- Pode ser algo sério? – Perguntou Judy ao ver as sirenes piscando na janela e ganhando destaque em meio às trevas.
- Não sei, quem sabe? – Perguntou Nick olhando para seu lado da janela.


O rádio tocou e Ana parecia estar desesperada.


- NICK, JUDY, INCENDIO NA RUA FÉLIX ANDRADE, N: 42! – Disse Ana com tom de angústia – ESTOU PRESA EM UM TRÁFEGO, PRECISO DE AJUDA! 


- Tudo bem Ana, já estamos indo. – Judy foi rápida ao atender ao rádio.
- Acha que é uma boa idéia? – Perguntou Nick.
- É claro que é, raposa boba, vamos apenas seguir o Corpo de Bombeiros.


Ó deus, Nick, Judy, Ana e Michael não sabiam onde ficava nem quem morava na tal casa. Mas vocês sabem.
É onde Matheus mora.


[Quebra de Lugar, Caminho da Casa de Matheus, Avanço de Tempo, 8:35 PM]


Ainda estava calor, por mais que a noite parecia fria, o glorioso planeta cinzento se exibia aos olhos de Matheus que, por alguma razão, não teve nenhuma vontade de uivar.
Rosa e Rober estavam lado a lado com Matheus, conversando sobre assuntos distraídos, quando o calor se estendeu e Matheus olhou para sua frente com seus olhos e não pode acreditar.
Era quase como se o acontecimento do livro “A vida em um olhar Safira” estivesse acontecendo perante sua vista.


Sua casa estava em chamas, que pareciam tocar os céus e menosprezar da lua que parecia um ponto cinzento no céu, como uma estrela. Todo o fogo zombava e ria de Matheus que mais parecia um pequeno graveto diante da situação.


Ele apenas olhou ante a grande chama que devorava sua casa com velocidade, a casa que antes era feita de madeira agora estava ficando em cinzas e até onde a visão podia alcançar era chamas.


E pior. Sua mãe estava dentro da construção.


Matheus parou de conversar e imediatamente correu para a casa que estava em um grande fogaréu, Rosa segurou seu braço e o impediu.


- Matheus, por favor. – Rosa pediu enquanto o fogaréu iluminava seus pelos, não queria perder o namorado.
- Rosa, ela é minha família! – Matheus se despendeu do braço de Rosa, - Você deveria estar preocupado, não me impedir! – Matheus a olhou com indignação.


E então correu. Correu até não aguentar mais. Correu até que suas pernas doessem e não tivessem mais forças de sustentá-lo. Sua casa estava sendo destruída e sua família também.
Chegou à grande porta, cada nervo de Matheus estava à flor da pele e cada vaso de sangue irrigado, pegou na maçaneta ainda quente e abriu.
Quando se deparou com uma figura misteriosa, que não era Cling Clang.


- Olá Matheus, sentiu minha falta? – Disse Lucas T chutando Matheus para longe.


Matheus caiu quase desacordado em um poste próximo, uma figura macabra parecida com uma sobra andava em sua direção vagarosamente, enquanto às chamas atrás dela consumiam e pareciam ser infinitas. E ela não cantava uma música como em seu sonho.


Lucas T tirou sua pistola e deu um tiro que ecoou por todo o bairro de Matheus, fazendo o mesmo pegar no ombro.


Matheus gritou de dor, seu ombro tinha sido estilhaçado por uma bala e sua carne consumida e começou a chorar, mesmo que não quisesse
Chorar era tudo o que lhe restava. Nada ia bem, sua mãe com uma doença, pouco dinheiro e agora?! Sua casa em chamas e ele morreria como um inútil.


- Um lobo que chora, come cenouras (vegetal preferido de Matheus) e ainda não tem um bando não é um Lobo. – Disse Lucas T se ajoelhando, o tiro já fazia uma cachoeira de sangue.


- MATHEUS?! – Rosa correu em direção ao seu namorado, Lucas T em um gesto rápido pegou Rosa pelo pescoço.


- Sabe, você parecia um rostinho bonito do inicio. – Disse Lucas T segurando com força o pescoço de Rosa, - Mas... Retiro o que disse. – Disse dando dois tiros na barriga de Rosa, o que fez cair quase sem vida e pálida ao mesmo tempo. Seus pelos tinham perdido a cor.


- FILHA DA PUT#! – Matheus avançou em um soco rápido na direção da cara de Lucas T com lágrimas em seu rosto, entretanto ele foi mais rápido e deu um tiro no outro ombro de Matheus fazendo-o cair no poste ensanguentado.


Matheus caiu, a bala penetrou em seu ombro estourando cada veia que achava. Cada pulsação de seu coração fazia a bala quebrar mais vasos sanguíneos. Quase sem vida, tentou dizer algumas poucas palavras.


- Por que Lucas T, por que você faz isso?! – Perguntou Matheus em meio ao choro, sentia sua vida esvair a cada segundo e suas pernas ficando mais fracas.

 

Seu pelo havia perdido a cor, seu sorriso fora desfeito e suas emoções mortas. Estava sentindo a morte penetrar em seu coração e o frio congelante passar em sua espinha.


Lembrou-se do sorriso de sua mãe, do som do riso, das manhãs em que acordava e a via na cozinha. Lembrou-se de sua vida e como era bom até ali, apesar dos defeitos. Poderia morrer feliz.


- Vou lhe dizer o mesmo que disse ao seu pai em sua morte. – Lucas T sorriu macabramente enquanto se ajoelhava perto de Matheus.
- Digamos que... – Levantou-se e puxou a trava da pistola, - Vocês dois sabiam demais. – Disse apontando para o peito de Matheus.


E então ele puxou o gatilho e disparou contra o peito de Matheus, o mesmo que tinha seu coração dentro.
Pela primeira vez e última, Matheus fechou seus olhos abraçando sua morte, não poderia fazer nada. Havia falhado.
Todo o tiro fez um som que percorreu todo o bairro, aves podiam ser vistas voando para a Lua que, agora, parecia estar grande novamente.


Mas esquecemos de uma coisa: O Lobo ferido havia seu celular e seu relógio.


[Quebra de Lugar, Quartel General da Facção Secundo Comando, Retrocesso de Tempo, 8:30 AM]


Cling Clang estava em um lugar escuro, iluminado pelas luzes brancas demonstrando o piso sujo.
Um médico entrou correndo pela porta, Cling Clang estava nas sombras e revelou-se.


- E então? – Disse com um sorriso no rosto.
- Ahm... Perdemos o relatório. – O médico que era um guepardo disse.


Cling Clang virou-se de costas e com suas mãos juntas, o médico se aproximou lentamente dele quando foi agarrado pelo pescoço.


- Consegue ouvi-las?  – Ele sorriu macabramente enquanto seus olhos reluziam, estava se referindo à vozes de sua mente.
- Por favor... – O Médico dizia em uma voz falha, - Não me faça de sua presa...  - Disse o médico se lembrando de um assassino. 
- Eu? Não, não sou igual aquele idiota do B.F – Clang soltou o médico que caiu.
- Então... Você não vai correr atrás de mim? – Perguntou assustado.
- Shhh... Vá dormir. – Cling Clang sorriu, - Ou eu mesmo me encarrego de fazê-lo dormir. – Sorriu e seus olhos brilharam como rubis.


O médico saiu da sala, havia perdido o relatório na companhia de Correios e acabou indo parar na Casa de Matheus.
O celular de Clang tocou.


[Celular| Cling Clang]


- Cling Clang... Quem fala? – Perguntou Clang cantarolando.
- CHEFE... – Disse um dos bandidos cansado, - A CASA DO DELE... ESTÁ EM CHAMAS! – Disse aparentando preocupação.


O assassino fora pegado de surpresa, não tinha esperado por isso, já tinha em mente que Lucas T tinha causado o incêndio desde o encerramento de sua parceria.
Antes, Clang e Lucas T haviam feito uma parceria. Ele cessaria seus constantes homicídios, contanto que Lucas T suprisse sua necessidade de dinheiro e fazer a polícia parar de ir atrás do SCC (Segundo Comando da Capital).


- Muito bem, volte ao quartel. - O maníaco das correntes sorriu.


[Narrador]


Cling desligou o seu celular, quando suas correntes começaram a falar.


- Não queremos que você faça isso. – Uma corrente sibilou, - Nós o ODIAMOS. – Uma voz macabra de criança fora falada.
- Relaxe... Irei torturá-lo até certo ponto. – Clang sorriu e disse para sua corrente da direita.
- Melhor assim. – Disse a corrente da esquerda.


Todas as sombras tornaram-se a engolir Cling Clang, que desapareceu misteriosamente sem deixar um rastro, indo diretamente para a casa de Matheus.
Isso não vai acabar bem...
 


Notas Finais


Oh meu deus... O que eu fiz?!

Ah é pessoal, eu NÃO acho que matar um personagem X irá melhorar a Fic, muito pelo contrário, eu tento fazer eles serem marcantes e envolventes, sempre com, a maioria, um passado perturbador ou triste. Então não "desfavoritem" ou parem de acompanhar minha Fic porque um X personagem morreu, tudo tem sua razão. ]

Só para deixar claro em um resumo: Não gosto de matar personagens, sempre tento deixá-los vivos.

"- O Matheus vai ficar vivo?!", isso ai eu já não posso responder, iria estragar completamente a emoção.

Galera, quero bater um papo: Um amigo meu, Roberto185, teve a Fic excluída por causa da ortografia dele (que ele já está melhorando), se vocês pudessem, de coração mesmo, eu peço para que vejam a Fic dele! Por dois motivos:

Um porque um dos vilões dele faz Cling Clang "morrer" de inveja.
E outra porque ele está muito para baixo por causa disso.

Se vocês pudessem, de verdade, eu irei agradecer e muito! Afinal, temos que nos ajudar. A história é muito boa e eu recomendo.

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