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História Zootopia: O Lobo solitário. - Uma noite amedrontadora


Escrita por: Dekonado

Notas do Autor


Demoreeeeeeeeeeei, mas chegueeee - RYUJIN NO KEN WO KURAE! ( O dragão sou eu!)

*Desvia da katana ninja*

Não lhes direi nada desta vez. Apenas agradeço a Dr Ziegler por me salvar.

Sem brincadeiras agora pessoal!
Queria me desculpar pelo atraso do capítulo, é que estou em um ano que o estudo é FUNDAMENTAL para o meu progresso! E tipo, preciso estudar!
Sem contar nos vírus que surgiram no computador que tinha o auto corretor!
Resumindo, apareceram alguns empecilhos, mas quase tudo está resolvido.

Ah é, este capítulo está INÉDITO! Me esforcei muito nele. Espero que gostem!
Fiquei martelando muito minha cabeça para isso, o próximo cap não tem previsão de lançamento, talvez apenas no mês 3 (sim eu sei que é muito, mas preciso estudar).

Outras coisas coloco nas notas finais.
Boa leitura!

Capítulo 24 - Uma noite amedrontadora


Fanfic / Fanfiction Zootopia: O Lobo solitário. - Uma noite amedrontadora


[Casa em chamas, 8:45 PM]
[Narrador]


São Paulopia estava inquieta, tirando pelos sons frenéticos das sirenes da polícia e de ambulâncias. A lua estava vigorosamente branca iluminando toda cidade que outrora estava ativa e agora estava no mais silêncio perturbador. Apenas poucos sons de carros e de motos davam para serem ouvidos e uma chama de proporções gigantescas brilhava no horizonte como um pequeno ponto.
Matheus estava sentado em um poste, seus dois ombros estavam jorrando sangue e sua camisa branca estava o mais escarlate possível. Após o tiro de Lucas T que iria parar em seu peito, ele fechou seus olhos e apenas aceitou sua morte. Tirando um único fato.
O Relógio em conjunto com o celular bloqueou o tiro.


Ele abriu seus olhos, quase desacreditando. Parecia que sua vida tinha passado por seus olhos de uma maneira inacreditável. Lucas T andava satisfeito para longe da casa em chamas, quando olhou novamente para trás para apreciar sua “queima de arquivo”
- Você ainda está vivo?! - Perguntou Lucas T com a pistola em mãos, seu olhar estava desacreditado com uma mistura de fúria, enquanto a casa queimava.


Matheus não falou nada, suas forças estavam esgotadas, seus braços praticamente mortos e seu coração parecia que iria estourar de tanto pulsar sangue. Sua mente não conseguia pensar nada mais do que “estou ferrado”.
Ele apontou com a pistola na cabeça do lobo, sua casa em chamas atrás dele e o segundo andar já era inacessível devido ao fogo quente que consumia tudo.
Então, dois tiros puderam ser ouvidos, mas não por parte de Lucas T. O tigre foi atingido duas vezes na costela e recuou antes de olhar para o dono do disparo. Era Rober.


- NÃO MECHE COM A FAVELA! - Disse e em seguida soltou um xingamento.


Lucas T olhou para Matheus uma última vez com as mãos ensanguentadas em sua costela, apontou sua pistola e errou o tiro, indo parar acima do poste.
Seu terno preto, agora estava com dois buracos de tiro que penetraram nele. E ele não estava nada contente com isso, Matheus sempre escapava na última hora e nem mesmo ele atirando em seu coração o matou. Ele teria que tentar algo mais catastrófico, nem que isso signifique se aliar novamente ao SCC. (Segundo Comando da Capital).
Correu para subir o morro acima, sabia que a facção já tinha ouvido os tiros e como tudo era comandado por eles, estariam logo na casa em chamas para averiguar o que tinha acontecido.


- Maninho! - Disse Rober correndo para Matheus, - Caramba véio, você tá bem? - Estendeu a pata.


- E-ele realmente tentou me matar... – Matheus ainda estava com lágrimas como um filhote assustado. O impacto de realidade realmente não foi fácil para ele, abraçou o seu amigo mesmo com a dor lancinante* (lacerante) em seu peito. 


- Vai, precisamos sair daqui, já liguei para meu chefe. - Rober guardou a pistola na cintura.
Matheus se afastou de Rober de modo que sugerisse que ele iria ficar, e Rober sabia bem disto.


- Maninho, cê endoidou de vez?! - Perguntou Rober já entrando em pânico - Tua casa ta em chamas, eu não vou te perder! – Surgiu uma lágrima ao lembrar de tantos amigos perdidos devido ao Comando Laranja.  


- Rober, p-por favor me ouça! – Matheus estendeu seus braços vagarosamente para os ombros dele - Leve Rosa, eu vou em seguida. - Matheus olhou para Rober enquanto o fogaréu iluminava-o.


Rober olhou para Rosa deitada no chão, o tiro tinha a deixado inconsciente e o chão abaixo dela já estava formando uma poça.  - Tá... Tá bom. - Rober pegou Rosa em seus braços. – Eu vou tentar leva-la para algum lugar. – Ele tentou sorrir, mas não conseguiu.
Matheus chegou mais perto de Rosa, olhou seus olhos e seu corpo e lembrou novamente do dia em que tinham se beijado. Nas manhãs em que tudo parecia estar bem enquanto o mundo estava em ruínas e na tarde em que cantaram juntos. Beijou sua testa como fosse a última vez e viu a sombra de Rober carregando-a para longe.


Ele se virou e respirou fundo. Estava sozinho, com dois tiros em seu ombro. Era tentar ou morrer e ele ainda tinha de tentar resgatar sua mãe, Matheus não saberia viver sem ela. 
O lobo correu com suas últimas forças, com a dor lacerante em ambos os braços, suas pernas estavam cansadas, porém ele ainda tinha que resgatar sua mãe. Nem que isso significasse sua própria morte, ele teria que fazer, seus pés queriam desistir e cair a todo momento para que pudessem descansar, contudo ele não desistia.


Suas orelhas se mexiam muito, por parte de tentar captar todos os sons da madeira estalando e derretendo em razão do fogo quente, seus pelos também não contribuíam nada para ele, isolavam calor e o deixava em um “forno”. 
Chutou a porta que se estilhaçou para frente e queimou rapidamente, transformando-se em cinzas, Matheus entrou em sua casa em chamas, tudo parecia estar em completo caos. As escadas queimando, a sala em um laranja vivente. Ele jogou sua mochila pesada na sala para aliviar o peso de seus ombros.
Ele ficou assustado com tudo o que queimava ante seus olhos e caminhou lentamente para a cozinha, buscando onde sua mãe poderia estar. Seus pulmões pareciam que poderiam explodir a qualquer instante.


Matheus achou uma trilha de sangue e, ele rezava para que não fosse de sua mãe. Seguiu a trilha de sangue que levava para o quarto velho de sua mãe e ela estava deitada na cama com as roupas rasgadas. Parecia que Lucas T não tinha apenas queimado a sua casa.
- Mãe! – Matheus disse enquanto sua consciência lhe atingia. – N- Não se preocupe, nós i-iremos sair daqui! 
Sua mãe parecia ter algo para lhe falar, sua blusa estava ensanguentada e ela estava deitada em sua cama. Ferida, ela apontou para o armário.
Matheus olhou para o armário de sua mãe, quando um leão saiu do mesmo, arrombando as portas e dando um soco da direita para esquerda em cheio em Matheus, que caiu quase desacordado no móvel da sala.
Quando acordou, viu o leão andando em sua direção. Suas costas queimavam na brasa ardente da coluna da sala, enquanto seus pelos também entravam em chamas. 
O leão pegou em uma pistola e apontou para a cabeça de Matheus enquanto andava lentamente até ele. A morte caminhava pelo vale da sombra.
Mas não seria do tiro da arma que Matheus iria perder a vida. O leão iria deixá-lo queimando.


- Vejo você no inferno. - O leão sorriu macabramente com os olhos sombrios, enquanto sua casa queimava.


[Quebra de Lugar, Morro do Pastor Alemão, Avanço de Tempo, 9:00 PM]


- Nick, Judy, sei de um caminho mais rápido, vocês irão me seguir? 
- Afirmativo Ana. - Disse Judy pelo rádio.


Michael continuou a dirigir em direção à casa de Matheus, subiram o morro em direção a grande chama que brilhava ao norte. Uma rua deserta, sem iluminação e feita de terra fazia Michael ficar com medo e reduzir a velocidade. 
Ana não tinha o mínimo de medo naquela rua, enquanto andavam vagarosamente, ela pode ouvir vozes e ela pegou em sua pistola, preparada para a ação. Ela já tinha pensado no tamanho do problema em que tinham se metido. Estavam no morro do Pastor Alemão.
Cada montanha e comunidade de favelas de São Paulopia tinham um líder comandado por Clang. No total eram quatorze (14) líderes designados para comandar operações de tráficos, transporte, corrupção e diversas outras coisas. Eram inúmeras armas contrabandeadas pelos países vizinhos e eles operavam com um frenesi imenso. 
Porém é claro, que a PM (Polícia Militar) não iria deixar isso barato. Literalmente, Clang botava medo na polícia, fazendo um regime totalitário em toda grande metrópole de São Paulopia. Para entrar em cada um dos morros, seja PM ou cidadão, teria que passar pela permissão dos opressores chefes.


- V-você não está com medo? - Disse Michael tremendo um pouco, ligou às luzes do veículo.
- Que isso, - Ana olhou para a janela, - Já passei e fiz coisas muito piores e você sabe disto. - Sabe na enrascada em que nos metemos?
- Não, não sei. - O rinoceronte continuava com seus olhos fixos na estrada.
- Estamos no Morro do Pastor Alemão. - Disse Ana, - Um chefe impetuoso e tirano. 
- Meu deus... E estamos sem permissão?
- Afirmativo. - Ana olhou para Mike.


Assim que terminaram de falar, um grupo de bandidos entraram na frente do veículo, com suas metralhadores automáticas mortais e estavam em um número muito maior que Ana e Michael.
Um pastor alemão estava no meio da formação, ele parecia alto com orelhas pontudas e com um olhar impiedoso e mandão e corpo parrudo, contudo, pequeno e Ana parecia ser da mesma estatura que ele.


- Olha só o que temos aqui? - Perguntou um dos animais. - Dois PMS que não tem permissão, certo Silveira?
- Certíssimo chefe. - Ele riu.
- Saiam e sejam bonzinhos que matamos vocês rápido! - O Bandido que estava no meio do grupo riu, jogando sua AK no ombro. 
- Apenas faça o que eles mandam. - Disse a chacal para o rinoceronte, sussurrando. 
- O que?! - Michael indagou, - Você está louca? 
- Vamos, não quero ter que gastar bala com dois idiotas! 


Ana e Michael saíram e se dirigiram ao bandido armado que era um pastor alemão, assim como o nome do morro. Ana agia estranho, seu andar estava mais firme e sua personalidade havia mudado, até parecia que ela estava fingindo.
Toda cidade que, outrora * (antes) parecia estar ativa e funcionando a todo vapor como um trem em alta velocidade, estava inquieta e perturbadoramente silenciosa. Enquanto a dupla andava até o chefe da Gangue, os bandidos revistavam todo o carro.
A lua brilhava, contudo uma última vez. Ana pareceu olhar e lembrar de seu passado em um olhar inocente. 


- 'Ceis vão pro muro, vai. - Disse o bandido pegando as pistolas e botando Michael de joelhos. 
O enorme rinoceronte começou a temer pela sua morte e a guardar mágoas de tudo o que poderia ter feito
- Tua vez Chacal. - Disse outro bandido atrás dela, cutucando-a com a arma.
- Eu não irei. - Disse Ana semicerrando seus olhos.
- O que tu falou? Tá afim de ter os miolos pelo chão? - Disse o Pastor e em seguida, a xingou. 
- Você sabe quem eu sou? - Ana lançou um olhar ameaçador, como quem pudesse comandar o bandido. 
- Uma PM imunda, assim como sua raça. - O bandido disse com um sorriso sarcástico. 
- Fale isso para Clang. - Disse Ana, - Ou melhor, fale isso para sua pretendente.


O bandido tirou seu sorriso sarcástico na mesma hora em que Ana falou "sua pretendente" e começou a suar frio. E em um impasse deixou sua retaguarda livre e a arma abaixada, assim como todos os outros. Até o chefe mais cruel temia pelo dia em que o assassino desumano o chamasse em sua sala.
Ana finalmente havia se revelado. Falou para todos a quem ela era. Era o braço direito, ou a namorada de Clang. Seja como fosse, o plano dela foi executado com maestria impecável. 
Clang não admirava muito o amor... Para ele era um veneno, mas sempre ter alguém à sua disposição para fazer o que ele desejava para que seu esquema fosse feito de uma maneira excelente, era algo que ele queria.
- V-você é a.... - O bandido atrás de Ana disse.
- Isso mesmo que vocês ouviram! - Ana disse e se virou para o bandido, mantendo sua expressão sombria. - Sou a pretendente, a esposa, a namorada de Clang. Usem o que vocês quiserem para me chamar!
- E como você p-pode provar isso? - Perguntou o pastor alemão. 


Assim que o bandido disse isso, os criminosos atrás de Ana viraram seus fuzis para outro carro da Policia Militar que chegava e seguia Ana, até sua parada misteriosa. Nick e Judy saíram do carro no momento e hora errada.
A grande metrópole parecia estar aos pés de Ana, que era o braço direito do maior líder da grandiosa facção que comandava toda cidade. Ela tinha a dupla de heróis na palma de sua pata.


- Pois eles! - Ana apontou para a dupla e andou um pouco. - Eles são inimigos de Clang.
- Ana?! - Disse Judy surpresa, - O que você está fazendo? - Ela estava confusa, não entendeu da primeira vez.
- Eu já sabia desde o início! - Nick pegou em seu coldre sua pistola, mirando em Ana.
- Estou fazendo a justiça de Clang, Judy. Vocês foram tão idiotas a ponto de confiar em mim? - Ana sorriu.
- O que você está fazendo Ana?! - Perguntou Michael discretamente.
- Calado! - Ana olhou para Michael rapidamente, - O grande "diamante" dos tolos. - Ela riu ironicamente de canto e se ajoelhou perto do grande animal, - Se seu coração é de ouro e seu corpo é de aço, por que você é tão idiota? - A chacal sombria esperou pela resposta, entretanto apenas ouviu o silêncio.
- Ana, depois de tudo o que passamos? - Judy parecia triste, lembrando que havia acreditado nela, entretanto sua pata estava no coldre, pronto para abater Ana.
- Criminosos e malfeitores, - Ana ficou lado a lado com o Pastor alemão, - Eu vos apresento, a dupla que está impedindo todo nosso progresso! 


Todos os delinquentes apontaram seus fuzis para Nick e Judy que estavam em menor número. A mente de Judy estava confusa, não sabia em quem deveria atirar ou quem era do "mau". Acabou decidindo que seu primeiro disparo seria contra Ana.
Já Nick deixou toda sua raiva lhe dominar. Já tinha adivinhado que ela era parceira de Clang e não poderia crer que Judy um dia acreditou nela. Seu ódio lhe culminava por um pequeno espaço de apertar o gatilho. 
Ana não era mais ela. Não parecia mais as a pobre chacal que perdeu o marido e foi para uma guerra com dentes e punhos. Seus olhos estavam obscuros enquanto seu sorriso satisfatório provava que ela havia mudado.


- Novas ordens, vagabundos! - Ana ordenou pegando o fuzil do cão. - Clang querem vocês no norte da cidade AGORA! 
- Seguinte, 'cê chega aqui achando que pode ordenar? - O líder pôs sua autoridade sobre Ana. 
- Quer debater comigo, CÃOZINHO? - Disse Ana enquanto aproximava seu olhar feroz, que parecia mais escuro para o Pastor alemão. - Nem um predador você é! Baixa tua moral pra falar comigo! Ou quer discutir com Clang?!
- Não, perdoa chefia. Mas e o transporte?  
- Se virem, não sou uma agência de viagens. Deixem que eu cuide da dupla eu mesma. - Ana ordenou pegando o fuzil "delicadamente" e manejando-o na direção de Nick e Judy, - Deixem o desventurado onde ele está.
- Sim senhora, tudo pela "DIVINE!" - Disse o cão. - 'VAMOBORA! NÃO MANDEI NINGUÉM PARAR! - O cão gritou e todos os bandidos abaixaram suas armas e o seguiram velozmente para subir o morro.


Os comandos aceitos e "hierarquia" era meio incomum, isso se dava pelo fato de que nem todos aceitavam serem ordenados.
Contudo, os que não aceitavam... Não retornavam nunca mais. Segundo relatos, diziam que Clang torturava-os pessoalmente em um Galpão Abandonado. Porém, outras pessoas diziam que eles virariam "Zumbis" e saíram andando obedecendo qualquer ordem.
Seja qual for a verdadeira versão, de uma coisa é certa: Cling Clang estava no meio disto.


- Ufa, essa foi por pouco. - Ana agachou-se para desamarrar Mike, colocou o fuzil em sua cintura e voltou a ser ela mesma.
- DE JOELHOS AGORA! - Nick avançou um pouco com a pistola na direção de Ana.
- Ei, acalme-se Nick. - Ana desamarrou Michael, sua voz estava doce como antes. - E tecnicamente eu já estou de joelhos. - Ela sorriu.
- SOLTE SUAS ARMAS! 
- Tudo bem. - Ana soltou a arma do coldre e ficou com as mãos para cima. - E agora? Vai me matar ou me jogar para Pedro L?
- Ana, eu acreditei em você! - Judy andou para perto dela, - E você nos traí assim? - Uma lágrima era evidente nos olhos da pequena coelha.
- Em nenhum momento, eu quis atirar em vocês. - Ana estava falando com convicção. 
- O que? - Indagou Judy, - Como assim? O que você estava pensando em falar que era esposa de um assassino?
- Conta outra Ana. - Disse Nick olhando a chacal de pelos brancos, - Você sempre foi suspeita, e agora não quer ser presa?! - Rosnou.
- Posso explicar? - Perguntou Ana já mudando seu olhar. - Apenas tire essa arma de minha cabeça. - Disse para Nick que apontava a pistola para ela.
- Nunca. - Disse Nick. - Eu sabia que...
- Sabia que eu parecia suspeita e blá blá blá. Serio Nick? - Ana deu um riso de leve, - Por acaso não acha que eu ouvi vocês na sala de câmeras? Nick, se tem uma coisa que eu aprendi naquela... - Deu um suspiro - Naquela guerra, foi de usar o meu inimigo ao meu favor. 
- Então - Michael ergueu uma sobrancelha - Você estava fingindo? - Perguntou Michael já de pé atrás dos dois.
- Claro, me agradeçam depois por nos livrar de um Chefe de Clang. - Ana se levantou, mesmo Nick estando apontando para ela. - Agora vamos? - Olhou com um olhar mandão para Nick. - Temos um incêndio para combater e eu aposto que não deve ser nada fácil. 


[Avanço de Tempo, 9:20 PM, Quebra de Lugar, Caminho da Casa em chamas]


- Então me explique novamente Ana, - Michael estava à caminho da casa, - Você se passou por outra pessoa? - O grande rinoceronte olhava fixo para estrada, mas ouvia Ana.
- Sim. Me passei por pretendente de Clang. - Ela sorriu para Michael e falou o mesmo no rádio para Nick e Judy.
- Excelente plano Ana! - Judy elogiou, que maneira criativa de se sair daquela situação. - Mas, desde o início você achou que era suspeita para nós?
- Não de início. Soube na sala de Câmeras, quando vocês pensaram que eu era corrupta. - Ela riu de leve, - Nós chacais temos uma boa audição. 
- Tudo bem... Ei Ana, me desculpe okay? - Disse Nick no rádio, - Talvez agora eu acredite em você.
- Sei como é Nick. O mundo nos julgar pelos nossos gostos ou aparências. - Ela mantinha seu sorriso leve e despreocupado. 
- Mas uma coisa me intriga... - Continuou. - Quando falei para todos se recolherem, o chefe disse "tudo pelos Divine"... O que seria isto?
- Eu não sei, mas anotarei isto. - Judy apanhou seu caderno e algumas folhas.
- Ana, estamos chegando! - Michael disse, virando mais algumas esquinas.
- Preparem-se todos. Podemos encontrar tudo nesta casa.


[Casa em Chamas, 9:25 PM] 


Todo o casaréu queimava em chamas agoniantes, enquanto lentamente se transformava em nada mais que cinzas e brasas que um dia foram uma estrutura sólida. O fogo vermelho e voraz consumia a casa com um frenesi incomparável. Os galões de gasolina e Diesel finalmente estavam tendo efeito. 
E Matheus não gostava nada disto. Ele estava escorado em um pilar de sua casa, queimando em carne viva, suas costas pareciam derreter perante o julgamento das chamas.


- Te vejo no inferno! - O leão sorriu macabramente com seus olhos sombrios, enquanto tudo queimava ao seu redor.


Matheus não iria desistir ali. Pelo menos, não sem dar um último adeus à sua mãe. Ele chutou a pistola com sua pata em um golpe diagonal, que caiu para seu lado esquerdo enquanto atingia a cara do leão, que recuou para trás.
Desesperado com o seu coração pulsando cada vez mais rápido, e a dor lhe consumindo por dentro, ele rastejou tentando pegar a pistola, enquanto suas últimas esperanças se mantinham firmes e seu rosto já se molhava pelas lágrimas de desespero de não conseguir pegar sua única salvação.
O leão se recuperou rapidamente, mas ainda tonto pelo chute forte. Matheus quase estava conseguindo pegar a pistola, tateou em busca dela, no entanto só jogou-a para mais longe. O enorme leão deu um chute direito com força, que fez o pequeno lobo cair para à sala.
Estonteado e encostado no móvel, viu a fotografia de sua mãe e da família, se quebrar. Novamente, o risco da rachadura sobre sua mãe.
E de sua mochila, que antes estava pesada, caiu uma pistola Glock 9mm e alguns pacotes de droga postos pelo seu chefe durante seu trabalho.
Ele ficou confuso, sem compreender o porquê e como foi parar ali.
O enorme animal estava revigorado e pronto para matar Matheus, ele tirou um porrete de madeira em chamas da própria casa e correu para abater Matheus.
O pobre lobo pegou a pistola, desesperado, ele não sabia o que fazer, ele realmente iria matar alguém? Tirar uma vida?! Isso não era dele, não o pertencia ser um assassino.


Mas as lágrimas corriam em seu rosto, seu coração batia fortemente, gemia de desespero e, mesmo confuso, ele pegou na pistola e atirou várias vezes em direção ao animal, que caiu desnorteado no chão.
Matheus se levantou rapidamente e pegou o pedaço de pau, batendo várias vezes na cara do animal gigantesco. Bateu com a maior força que via em seus braços feridos e com a maior ira que já tinha sentido.


Quando finalmente largou o pedaço do porrete, ele viu o sangue em suas mãos e começou a chorar novamente. Ele tinha feito isso. Havia virado um assassino a sangue frio. 
Ele olhou novamente para vítima, com uma poça de sangue no chão que queimava e se apoiou na coluna enquanto chorava suas mágoas. E chorou por ter tirado uma vida e chorou por ter perdido tudo.
Soltou um xingamento e não acreditou no que tinha feito, ainda atordoado, andou até o quarto de sua mãe que estava aos prantos por causa do incêndio. O pequeno lobo assustado, viu sua mãe na cama, sua doce mãe que sempre lhe apoiou. Ela estava com a blusa ensanguentada e quase toda rasgada, apenas mostrando seus pelos também azuis.
O armário quebrado, caiu com um baque e um estrondo no chão fazendo o chão quebrar em volta, às janelas no mais puro fogo ardente e as paredes estavam sendo tomadas pelas chamas.


- Calma m-mãe, eu e-estou aqui. - Matheus com água nos olhos, não podia acreditar no que estava vendo. Subiu na cama e se deitou ao lado dela.
- O-oque v-você está f-fazendo filho? - A mãe virou sua cabeça e observou seu filhote com suas lágrimas.
- E-eu vou tirar a gente daqui, s-se acalme! - Ele se virou procurando algo que pudesse usar de apoio, mas tudo o que encontrou foi chamas ardentes.
- Filho...- Ela estendeu seu braço enfraquecido e trêmulo, - Olhe aqui.
- Não mãe, e- eu vou conseguir, - Matheus continuou de joelhos na cama, se erguendo para tentar achar algo. Tateou o teto, mas a casa já estava desabando. Seu rosto ficou sem animação, as sobrancelhas caídas e o olhar morto.
- E-eu não vou conseguir... - Matheus disse novamente, murchando e desistindo de procurar algo, ficou cabisbaixo enquanto observava seu próprio corpo ferido. O som estalante da madeira e o som do segundo andar sendo consumido apenas deixava seu coração tristonho.
- Filho. - A mãe mexeu o braço do filhote, - Olhe aqui.
- Eu n-nunca consigo m-mãe... - Ele chorou lágrimas que nem mesmo sabiam de onde tinham vindo, se virou e olhou sua mãe. - Eu nunca conseguirei. - Virou-se completamente olhando o rosto de sua mãe.


Matheus aproximou sua testa e encostou-a com a da sua mãe, como se pudesse morrer junto a ela, não seria nada mal. Tirando o fato do fogo o consumi-lo por inteiro.
Eles se encontraram como mãe e filho, os pelos se confundiam quando se encontraram e se misturavam, fazendo uma boa mistura de azul escuro e azul claro. Eles não percebiam o calor em que estavam e apenas se dedicavam ao último abraço.
O jovem lobo se sentia mais como um pequeno filhote no colo da mãe. Ouvindo sua respiração leve e calma, a cada segundo que passava parecia mais quieta. Seu coração que antes saltava de desespero e de dor, se tranquilizava enquanto estava nos seios da mãe. 
Pela primeira vez, ele pôde se sentir amado em mais de cinco anos de trauma pela morte de seu pai. Ele inclinou sua cabeça para direita, enquanto ignorava todo o caos que estava presente em sua casa. 
Suas lágrimas mancharam seu rosto e se encontraram com a de sua doce mãe. Ele sabia o que teria que enfrentar pela frente. 


- E-eu te amo filho. - Estas palavras nunca fizeram tanto sentido para ele. 
- Eu também te amo mãe. - Disse ainda com lágrimas nos olhos, se distanciando um pouco. 
- Por que está c-chorando? - Ela perguntou, limpando às lágrimas do filho. 
- E-eu... - Matheus soluçou, - Eu não quero que você se vá... 
- E-u nunca i-irei filho. - Ela sorriu ignorando o fogo ao seu redor. - S-sempre que sentir saudades d-de mim, veja as estrelas. Eu serei uma delas. - Ela sorriu levemente.
- Não mãe, eu não quero... Eu tive que tirar uma vida e eu... Eu...
- T-T-tenho certeza que f-foi necessário... A-agora, vá p-pegar o projeto de seu pai.
- O que? - Matheus estava surpreso, a mãe parecia desviar de todo perigo ao redor. Ele conseguiu ouvir seu quarto desmoronando e bloquear à sala e não se assustou.
- E-eu achava que era uma ideia tola de início... - Ela lamentou, - Mas hoje vejo o que Lucas T pode fazer e f-foi um erro.
Matheus se levantou e foi até a escrivaninha sem jeito, mas determinado. Tirou as gavetas quentes em busca de alguma coisa que pudesse usar, até que chegou a um grande bloco de folhas que parecia ter um grande conjunto de leis. O mesmo tinha o nome de: Leis Aurum.


- É i-isso mãe? - Matheus perguntou se virando para ver sua mãe.
- Mãe? - Perguntou Matheus chegando mais perto. - Mãe?! - Ele se apoiou na cama, - Oh não mãe, por favor. - Ele abraçou o corpo desfalecido de sua mãe. Ela tinha ido para um lugar melhor. - Por favor mãe, não, não, não me deixe aqui... E-eu não sou capaz... Por favor...


[Avanço de Tempo, 9:40 PM, Tempo: Garoa]


São Paulopia estava no mais puro silêncio. Uma névoa macabra se alastrou por toda cidade e ele estava chegando cada vez mais perto de seu destino. Implacável e sombrio, ele ignorava todos os pingos de chuva que caiam sobre seu capuz e apenas focava na busca de Matheus. Determinado a punir da forma mais cruel o culpado por isto.


- Contato visual com a estrutura. - Ana dizia em seu rádio enquanto a chuva caia levemente no veículo. - Casa de dois andares, venham logo! - Ela saiu do carro e observou a casa. Michael estava logo à sua frente e Nick e Judy já saiam do carro da Policia Militar.
- Uma grande casa não? - Perguntou Michael com seu jeito durão e as patas no bolso, - Temos que ir logo, está armada?  
- Em que sentido? - Ela jogou um sorriso malicioso enquanto andava, - Estou brincando, pegue o Kit de primeiros socorros e me encontre na frente da estrutura. - Ela ultrapassou o grande animal.
- Ana, talvez eu possa ajudar. - Judy se aproximou ao lado de Nick que se molhava na chuva e observava tudo. - Não podemos criar pânico. Uma das principais regras.
- Sei disso, mas quero que você fique aqui. - Ana sorriu, - Tenho a impressão de que algo ruim vá acontecer.
- Tipo? - Perguntou Nick, movimentando sua cabeça e olhando Ana.
- Não sei, algo me diz que Clang está por vir. - Ela tirou seu sorriso, - Já notaram algo? Sempre que ele aparece, algo de ruim acontece. Seja as câmeras travarem ou então uma névoa o cobrir.
- Excelente observação Ana! - Judy elogiou, - Já temos mais uma pista! Agora saberemos quando e onde ele poderá atacar! 
- Bem, obrigada! Só usei meu senso de guer... Digo, lógica!
- As fêmeas vão continuar com a fofoca ai? - Perguntou Michael com um Kit correndo para à casa, - Temos que arrombar à porta! 


- Já vou Mike! - Ana virou seu olhar e disse, - Judy, por favor, aconteça o que acontecer, não saia de perto da sua raposa, tudo bem? - Ela se ajoelhou e disse para a pequena coelha.
- Mas Ana...
- Eu sei, você quer ajudar e fazer o mundo de um lugar melhor, mas escute. - Ela se lembrou de seu passado. - Perdi muitos homens e mulheres no meu comando, não quero que vocês dois sejam um deles. - Ela suspirou.
- Tudo bem, ficarei aqui com à minha raposa. - Ela sorriu olhando para Nick.
- Ótimo. Obrigada! - Ela se levantou e foi para junto de Michael.
- Ei espere, como ela sabe do seu discurso? - Indagou Nick.


[Avanço de Tempo, 9:45 PM]


Toda casa desmoronava na cabeça de Matheus, que tinha acabado de perder sua mãe. Abalado e desolado, ele andava vagarosamente jogando seus braços para o chão enquanto o seu peso fazia-o desanimar.
Ele andava para à sala, ouvia um barulho vindo de lá, mas acabou procurando outra rota de fuga. Andou para à cozinha em busca de algo ou de alguma rota com o às leis abaixo de seu braço. 


Ouviu um som de ar comprimido sendo vazado e quando chegou à cozinha viu o botijão de gás com um pequeno furo. Todo o gás estava vazando naquele momento e ele estava justamente na cozinha.


- Ah droga! - Ele pôs-se a correr para a janela da cozinha.


O botijão de gás explodiu atrás de Matheus, jogando-o para fora da janela em um impacto brusco e deixando-o cair em uma pequena viela que tinha em sua casa.


Ele caiu quase que desacordado no chão duro de concreto. Á sua frente, dois veículos da PM brilhando com às luzes vermelhas e azuis na escuridão, enquanto outras casas faziam papel de fundo. Tudo estava sendo iluminada pela enorme lua cheia. Viu o seu quadril que estava cortado por um pedaço de vidro, que já formava um rio de sangue abaixo dele.
Tossiu um pouco de sangue. Estava morrendo e não teria nada que impedisse isso, nem um relógio quebrado ou um Meatorola no bolso da camisa.


O vermelho escarlate começou a tomar conta de sua camisa branca enquanto uma enorme mancha de sangue surgia em seu peito. Ele se sentiu fraco enquanto suas pernas desistiam de viver.
Olhou para a enorme lua... Ah como ela era bonita! Ele nunca havia tentado um uivo antes, e agora, por que seria uma má hora? 
Respirou um pouco de ar, mas falhou de primeira. Tossiu mais um pouco de sangue ao seu lado. Sugou mais ar, inflando seus pulmões e tentou soltar um uivo.
Não havia dado certo, estava muito fraco e silencioso. Tentaria novamente! Ele nunca tinha uivado na vida e não sentia vontade nenhuma de uivar ou de observar à lua quando ela estivesse cheia. Não sabia bem ao certo, contudo se mantinha confiante que conseguiria.
Respirou tudo o que aguentou, seus pulmões quase estouravam devido a fumaça e se preparou para dar um dos seus maiores uivos. Com suas últimas forças, ele uivou um grito tão solitário e triste, entretanto era disfarçado pela sua magnificência e beleza que todos conseguiriam notar. O majestoso uivo percorreu toda cidade, até ser dissipado em um raio de um quilômetro.


"- Eu soltei um uivo..." - Pensou Matheus enquanto observava à lua, não era tão ruim fazer isto, " - Legal..." 


Seu Meatorola começou a tocar, ele o agarrou e o botou no chão enlameado pelo seu sangue. O vidro trincado falava de uma ligação de Rober. 


- O-oi Rober. - Disse Matheus, ainda observando o enorme planeta, enquanto os edificios ao seu lado ficavam escuros.  
- Maninho, a Rosa ta no SCC! - Disse Rober com certa aflição, - Eu tô indo prai! 
- Ah Rober... Como queria revê-lo... - Lamentou o lobo, - Re-ver Rosa e aquele sorriso... Nossa amizade durou tanto...- Mais uma lágrima saiu de seus olhos, 
- Como assim mano? Você vai sair vivo dai! Você não vai me deixar! E-eu sei disso... - Rober estava depressivo em sua fala.
Alguns pingos de água fria começaram a cair no rosto do lobo e se diluir no sangue vermelho que estava na calçada, enquanto escorriam nos edifícios, uma tensa neblina começou a tomar conta do beco. 


Ele não entendeu muito bem, achou que era ali que ele partiria e que provavelmente a morte lhe traria algo rápido. Apenas aceitou, sem se debater ou lutar muito. 


- Eu sei disso... - Ele sorriu, mantendo seus olhos para o céu estrelado, - Eu sei...


Toda casa desmoronou com um ruído intenso, uma viga de madeira caiu no celular de Matheus e por pouco não o atingiu, todo o caos que instalava na casa estava caindo ante Matheus desordenadamente, entre as chamas laranjas que consumiam o teto e caiam à sua frente.
Agora, perante o lobo solitário apenas havia uma muralha enorme em que ninguém conseguiria passar sem muita agilidade e trabalho. Um grande muro de concreto e restos de uma casa que já fora de pé com telhas, paredes e móveis. Por pouco não quebrou os edifícios ao lado.
Ele ouvia vozes do outro lado da parede montada sobre sua frente, não entendia muito bem o que queria dizer. 
Cling Clang apareceu misteriosamente, como se tivesse sido trazido pela própria névoa sinistra que infectava a área. Como uma sombra atrás de Matheus, ele começou a cantar sua canção que deixava todos amedrontados.
Sapatos finos e lustrados, um manto negro amedrontador e seu típico sorriso com seu olhar. Tudo combinado com passos lentos em direção à Matheus.


- Cling Clang... Lá se vão... - Ele se focava apenas em Matheus, com um kit de seringas em sua cintura. 


O casaréu continuava a pegar fogo atrás de Clang, apenas iluminando o lado de seu capuz e mostrando parte de seu sorriso branco. Os olhos rubis brilhavam com certa intensidade, enquanto as correntes admiravam Matheus naquele estado. 
Matheus pôs seus braços para frente, agarrou o chão com suas patas e garras e foi rastejando até seu limite. Cada vez mais, a voz de sua canção parecia estar perto. Seu quadril poderia abrir a qualquer momento e seu corpo falecer em um instante. Ele não hesitava e jamais queria olhar para trás, o medo o dominara.
Até que ele não resistiu e parou, com a visão distorcida, jogou sua cabeça para o lado. Clang andou à ele, com seu jeito misterioso e manto negro, visando o olhar de Matheus e absorvendo seus medos mais profundos.


- Eu já lhe disse... A minha definição de... Tortura? - Riu com satisfação, abrindo bem seu olhar vermelho, Clang aplicou uma seringa em Matheus, que fez ele cair desacordado. 


[Avanço de Tempo, 9:35 PM]


Um uivo estrondoso pode ser ouvido enquanto Mike arrombava á porta da casa em chamas, atrás deles somente comércios monótonos acompanhados de postes viviam. 
A chuva leve já fazia poças e trovões estavam pertos. Uma névoa tenebrosa e cinza cobria a pequena dupla enquanto a chacal entrava na mesma casa em chamas.


- Nick, ouviu isso? - Perguntou Judy com a pata no coldre, - Parece que veio dali! - Ela se virou para um beco ao lado da casa.
- Não sei não, parece assustador. - Ele brincou, - Pode ter algum monstro ali. - Riu se aproximando.
- Estou falando sério Nick, - Judy andou à viela, sempre atenta ao cinza dos tijolos ao seu lado, que mais pareciam pedras gigantes.

 
Seus passos molhados ecoavam com o vento e com a névoa do local, suas orelhas estavam sempre atentas para tudo o que poderia vir.
Estava muito escuro pelo beco, uma tenebrosa escuridão que parecia inabalável e jamais tinha sido encontrada ali. Seu coração batia um pouco rápido, mas sua coragem falava mais alto.
 seu pelo sendo iluminado pela gigante casaréu em chamas que tocavam os céus, permanecia firme em sua missão. Assim que a maioria da névoa se dissipou, ela pode ver um lobo muito ferido, em uma poça de sangue à sua frente.


- Argh... - Ela botou a pata de modo que cobrisse sua visão, pelo menos Ana tinha razão em cenas fortes. Respirou fundo e olhou novamente.
- CUIDADO JUDY! - Nick correu para ela, a pequena coelha se virou vendo a casa desmoronando em sua direção. Nick correu e a pegou em um gesto rápido enquanto a empurrava para trás. 


Eles caíram abraçados em uma poça de água, Nick fechou seus olhos durante a queda enquanto Judy ficava em seus braços. A grande raposa parecia um filhote por dentro, teve medo de perder quem mais amava. Enquanto Judy se reconfortava no peito de Nick, que respirava rapidamente, indo para cima e para baixo.
Quando ele abriu os olhos, viu toda muralha de concreto que fora formada à sua frente e agradeceu a si mesmo por ter resgatado sua coelha antes que algo pior acontecesse.


- Oh deus... - Ele viu Judy um pouco machucada em sua pata, um corte vertical e que estava sangrando. - Não foi nada, não se preocupe... - Ele colocou seu braço em volta da cabeça de Judy. - Por favor, não...

A raposa desesperada tentou sentir algo que pudesse salvar seu coração aflito, Judy estava fria como a própria chuva e sua respiração estava fraca demais. Nick não sabia o que fazer, apenas a abraçou.

- Ela fica ainda mais Sexy assim, não acha? - Perguntou Clang em sua frente, com sua mania de ver a violência como uma luxuria.

- Você! - A cauda de Nick ficou ouriçada e ele rosnou. - VOCÊ FEZ ISTO! (Imagem do Capítulo) 

- Quem sabe? Talvez eu seja uma ilusão de sua mente. - Ele riu, - Gosto de sua família. - Tirou uma foto de seu manto negro que tinha Nick, seu pai (estava vivo na época) e sua mãe. - Sabe? Aquelas famílias bem unidas... Tirando o pai é claro. 

- Não fale de meu pai deste jeito! - Nick se levantou. - VOCÊ NÃO O CONHECIA!

- O conheço muito bem. Ou melhor, conhecia. - Ele sorriu - Aquela noite em que ele não retornou para sua pequena raposa filhote foi um dos meus melhores dias. Você deveria ver o acidente. - Falou adorando aquilo.

Nick soltou um xingamento e correu em direção a Clang, tentando o pegar e arrastá-lo para o chão, entretanto assim que o pegou ele se desfez como a névoa escura enquanto um riso maléfico o acompanhava. Ela havia desaparecido como a própria escuridão. 

A raposa deu com o queixo no chão, mas não o machucou muito. Retrucou alguns palavrões enquanto andava até Judy, com seu pelo molhado e o frio cortante em sua espinha.


- Nick? O que foi que aconteceu? - A coelha estava atordoada, o seu medo, nervosismo vieram à tona naquele segundo do desabamento. - V-você me salvou? - Sua respiração ficou calma como uma pena.


- Você está viva! . - Nick engoliu em seco e tentou emitir um sorriso, tentou esquecer tudo o que tinha ouvido naqueles últimos minutos - Dizem que vegetais são bons para estancar um ferimento. - Brincou enquanto andava até sua direção.


- Há, há, que ferimen... - Ela viu seu corte, - Minha cenoura, o que houve?


- Acho que... No desabamento você deve ter se cortado com algo. - Seus pulmões se aquietavam, - Mas não se preocupe... Temos uma médica conosco. - Ele emitiu um sorriso com suas orelhas baixas na chuva, enquanto seu pelo molhado era iluminado pelo poste.


- Bem... - Judy estava um pouco corada, - Obrigada por me salvar. - Ela sorriu de canto e tentou se levantar, sendo impedida por Nick, que chegou mais perto.
- Ei ei ei, onde pensa que vai mocinha? Este ferimento é grave. - Ele se levantou e ofereceu apoio em seu ombro.
- Agradeço. - Ela ficou apoiada com um dos braços segurando e sentando em cima do ombro de Nick. 
- Dá para treinar levantamento de peso! - Brincou erguendo seu braço, como se fizesse um exercício.
- Está me chamando de gorda?! - Judy ficou brava, - Saiba que nós coelhos nos tratamos bem. 
- Oh e nós raposas não, né? - Ele usou a ironia, - Nós só ficamos em uma recepção e comemos rosquinhas, igual a alguém que eu conheço. - Ele começou a andar para a construção.
Judy riu levemente, - Ah Nick... Sinto saudades de lá...
- Sim, e eu sinto saudades de uma certa pessoa. - Ele ficou sério e apontou para a casa.
- Oh deus! Ana e Michael estavam na construção! - Sua expressão mudou rapidamente, queria levantar para ir até lá, mesmo que fosse impossível
- Bem, já foi tarde o chacal! - Nick formou uma concha com suas patas, - Nem gostava dela mesmo. - Ele olhou para Judy, que a encarava.


- Pois saiba! - Ana pulou agilmente todo o destroço em chamas, dando um mortal no ar e caindo levemente no chão. - Que ainda não é minha hora.
- Ana! Que bom ver você! - Nick chegou mais perto da Chacal com carra amarrada, - Quanto tempo não? - Riu.
- Não é? - Ela deu um sorriso falso, - VENHA LOGO MICHAEL! 
Michael saltou logo atrás dela, se segurando em um pedaço de madeira que rangia e em seguida escalando e ficando de pé.
- Ei esperem, como conseguiram isto? Digo, a casa não deveria engolir vocês?
- Tanto faz, - Ela respondeu grosseiramente, - Segundo Batalhão de SiriaLandia não lembra? - Perguntou, não gostava nem um pouco de ser subestimada.
- E quanto ao rinoceronte? - Perguntou Nick olhando o enorme rinoceronte.
- Artilharia Pesada. - Ele sorriu. - Ana me atendeu e cuidou muito bem. - Manteve o sorriso.
- Vamos logo com isso! - Ana já estava na viatura com luzes acessas, longe do trio.- Cade a droga dos bombeiros?! - Perguntou no rádio.
- Ana, temos que ver duas coisas urgentes! - Judy saiu do ombro do Nick e pousou com cuidado. - Tenho este ferimento e temos um civil em estado gravíssimo.
- Gravíssimo? - Ela se animou, tirando seu jeito marrento, - Então eu posso ajudar? - Saiu da viatura e andou até a pequena coelha. 
- Hmm, vejamos... - Analisou e pegou a perna de Judy, - Corte profundo e vertical, acertou algumas artérias e provavelmente feito por uma... - Ela calou-se, - Uma...
- Uma o que Ana? - Perguntou Judy que em seguida olhou para Nick.
- Uma corrente. - Ela largou a pata da coelha como se tivesse más notícias. - Precisará ficar alguns dias sem andar. - A chacal andava de um lado para o outro, como se pudesse afastar a negatividade.
- Mas que caramba! - Nick franziu suas sobrancelhas, como se não tivesse se lembrando do último acontecimento, - Como isso? 
- Não sei, mas temos que investigar aquele civil. - Ana estava com um kit emergêncial de ponta em suas mãos, - Onde ele está Judy? 
- Logo atrás daquele muro. - Ela apontou.
- Ótimo, fiquem aqui. - Ana fez um sinal para Michael, que se aproximou junto à ela do muro. 


Em seguida, ela fez código morse (comunicação através de batidas) para o enorme rinoceronte que compreendeu tudo como se estivesse falando com ela. Não era uma tática muito eficiente para aquele momento, mas era o que eles tinham. Ana foi a primeira para pular e Michael foi em seguida. 
A névoa se dissipou, como se algo tivesse sido morto ou desaparecido. A casa já desmoronava toda e a lua voltou a brilhar com seu vigor prateado. Tudo estava mais calmo agora.
Depois de alguns minutos investigando, Ana e Michael pularam a muralha, Judy e Nick estavam sentados em uma calçada, enquanto a raposa colocava uma bandagem na perna da coelha. 


- Péssimas e boas notícias. - Ana chegou levemente, acompanhada do rinoceronte. 
- A boa? - Perguntou Judy retirando sua atenção do ferimento e olhando Ana. 
- Provavelmente, Clang já deve ter se afastado.
- E a má? - Perguntou Nick, colando a gaze. 
- A má é que... - Ela ficou receosa de re-lembrar a cena. - Diga Mike... - Sussurou.
- Provavelmente... - O enorme animal olhou para à rua, - Cling deve ter levado ou matado uma vítima. 


- Isso não pode passar impune! - Judy se revoltou, - Ele pensa que somos suas... Suas marionetes! - Se levantou mesmo com o ferimento e começou a andar para lá e para cá tagarelando.
- E ele fica matando todos e a tudo! Pois bem, ele não é um deus para fazer isso! - Jogou suas mãos para o ar.
- Judy, acalme-se, eu sei disto e conheço muito mais sobre isso. - Ana lamentou, tentando se aproximar da coelha.
- Concordo com você Judy. - Nick disse, já de pé, - Desde que nós chegamos, desviamos todo nosso foco para coisas pequenas.
- Ei, corrupção não é coisa pequena. - Michael protestou. - Já viram Pedro L? Ele pode ter algum tipo de ligação com Clang.
- Isso! Michael! - Judy parou de falar e andar, sendo surpreendida por isto. - Mike você é brilhante! 
- Bem, obrigado! 
- Temos que falar com alguém de confiança. - Sugeriu a chacal.
- Que tal Lucas T? Tenho um bom pressentimento quanto a ele. - Judy sorriu, enquanto ficava calma, - O único que nos tratou com educação e não parece suspeito. Afinal, ele é quase um governador!
- Eu concordo. - Mike fez um sorriso. - Bem vamos? Acho que os bombeiros irão demorar. - Ele andou para a viatura.
- Que noite hein! - Nick cutucou o braço de Judy, que colidiu com sua perna.
- Ai! Nick! 
- Tudo bem, me desculpe. - Eles andavam para à viatura.


[Retrocesso de Tempo, 9:47 PM, Quebra de lugar: Casa em chamas] 


Matheus pulou a janela, enquanto a explosão do botijão de gás o acompanhava em suas costas, sendo arremessado contra o vidro e perfurando seu quadril.
Em um pedaço de pau, Clang observava como um morcego toda a ação. Riu de leve enquanto via Matheus sofrer, mas não poderia ajudá-lo... Não agora.
Desceu com seu jeito misterioso, seu manto longo e negro não pegava uma faísca de fogo, entretanto as correntes se aqueciam e sibilavam de alegria com o tártaro quente ali.
Clang foi até o quarto da mãe de Matheus, onde ela ainda estava viva. Ainda estava viva e apenas tinha se fingido para que Matheus saísse, o amor dela pelo filhote era incomparável e a dor de vê-lo sofrendo pela sua "morte" era horrível e melosa.
Entrou vagarosamente, batendo três vezes na porta antes de entrar. Estava receoso de fazer isto, até mesmo nervoso, entretanto tinha que ser feito.


- Não faça isto. - Uma corrente disse, - Você deve...
- Eu faço o que eu quiser. - Ele retrucou enquanto andava, - Vocês são uma invenção de minha mente.


As correntes se calaram perante o que viam acima da cama. Clang não estava tenebroso ou com o seu modo amedrontador. A mãe de Matheus "acordou" e viu o enorme animal o observando de frente, por um momento ela achou que era a própria morte a encarando-na.
O assassino então, tirou sua máscara e seu capuz, largou as correntes e se revelou para a única pessoa que lhe conhecia.
A pobre loba juntou suas sobrancelhas, seus olhos caídos se juntaram com sua melancolia no corpo e no olhar. Ela não podia crer no que estava vendo... Por que?! Por que justamente ele? E queria chorar lágrimas por uma eternidade, queria que seu olhar estivesse errado, choraria por não poder dado amor suficiente ao Matheus, e choraria pelo o que estava vendo.
- Por que? Por quê fez isto? - Uma lágrima escorreu de seu olho esquerdo enquanto via a verdadeira face do assassino e sua máscara em mãos.

 
 


Notas Finais


WOOOOOOOOW! O que eu fiz? E para aqueles que desconfiam se a mãe de Matheus está viva ou não...
EU AFIRMO! Que ela morreu! É, agora você pode sair por ai falando: Ei, o diretor Dekonado CONFIRMOU que ela morria!

Gostaria de agradecer a todos que me acompanharam até esta "parte", daqui em diante a história mudará totalmente e chegamos em um dos ápices da história! Espero que vocês tenham gostado dela.

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Então foi isso pessoal! Espero que todos tenham gostado. Se apreciaram, comentem pois isso me da um apoio. Gostaram mais ainda? Favoritem para sempre receber uma notificação de quando eu postar um novo capítulo, além de me ajudar muito.
Não gostaram de algo? Comentem para que eu possa evoluir.

Foi isso pessoal! Tomem cuidado, um abraço e fui!
Dekonado se despedindo! - Dekonado.

" - A arte deve... Aterrorizar." - Jhin.


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