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História Zootopia: O Lobo solitário. - Como quase fizemos uma amizade com o rato mutante.


Escrita por: Dekonado

Notas do Autor


Demoreeeeeeeeei, mas chegueeeeeeeeeei!
Fala galeeeera, beleza?

Beeem, eu não demorei tanto para postar este capítulo devido a algum apoio que tenho recebido de um amigo meu, Roberto185. Ele é incrível, está sempre me apoiando nos momentos difíceis e quando eu penso em desistir. Não vou entrar em muitos detalhes sobre isso, a Fic dele estará nos comentários. Recomendo ler, tem um enredo misterioso assim como a minha. Além do vilão dele ter uma inimizade com o meu.

Vamos ao que interessa: O capítulo! É... 6.500 palavras?! Eu também me decepcionei comigo mesmo galera, desculpem... Mas acho que é porque terá revelações sobre Clang, a Facção e sobre Ana neste capítulo, além de outras surpresas!

Estou com mais alguns projetos em mente... O Grupo Zootopia está tentando ser feito, já que a última vez que eu tentei, (há uns seis dias atrás) o Spirit me retornou depois de quatro dias recusando o pedido.

O PROJETO-MATHEUS está em andamento. Vou ver se faço um curso de desenho, vai ficar apertando para fazer novos capítulos, porém valerão a pena.

Estou com outro PROJETO em mente. O PROJETO-DRAGÃO. Falará de uma história de um Viking, e é baseada nos livros de Como Treinar o Seu Dragão. Mais info na descrição.

Todavia, entretanto, acabou acontecendo umas reviravoltas na minha vida e ela está parecendo, quase que, literalmente um livro de aventuras. E não, isso não é bom, pois a cada dia que passa vejo que eu e o mundo estamos morrendo juntos.

Vocês entenderão melhor na parte da Ana. Lá misturei minha emoção de melancolia com a história dela... Vamos ver se essa "bebida" sai boa.

Como já lhes disse, não quero enrolar vocês, então. Boa leitura!

Capítulo 26 - Como quase fizemos uma amizade com o rato mutante.


Fanfic / Fanfiction Zootopia: O Lobo solitário. - Como quase fizemos uma amizade com o rato mutante.

[10:15 AM, Comunidade do Santo]

Passou-se exatamente quinze minutos após a primeira luz vermelha se acender em torno do rato. O coração de Judy ainda parecia querer sair de seu próprio corpo e Nick também não era muito diferente. A dupla tremia perto daquele mutante consumido pelas doenças.

O cano frio e cinzento da pistola ainda mirava no sujeito, Ana tentava ajustar um bom ângulo de seu rifle para tentar abatê-lo ou incapacitá-lo. O caminho até lá havia sido longo. Desde cedo, o grupo atravessou o monte, que abrigava uma grande comunidade de favelas e população pobre.

A falta de oportunidades de emprego na grande cidade gerara pequenas casas e um número mais alarmante de criminosos ainda. O tiroteio nas favelas poderia ocorrer a qualquer momento, Judy e Nick tiveram que passar com muita cautela em seus passos e não tinham chegado ali para dar meia volta por causa de um malfeitor.

 

- O vento está forte, não tenho certeza se consigo realizar o disparo com precisão. - A informação chegou no rádio de Judy.

 

A coelha respirava profundamente, tentando controlar seu medo. A raposa queria ir até ela e acalmá-la, dizer que estava tudo bem. No entanto o rato era atento ao menor movimento em que eles poderiam imaginar fazer. Faixas de laser emitiram daquelas enormes luzes rubis em meio às trevas.

 

- Vocês... Vocês são policiais, certo? - As orelhas do rato se mexeram, o olhar penetrante perfurava a alma de ambos.

- Oh não, somos apenas civis! - Ironizou Nick, - Mãos para baixo agora!

- Não... - A voz densa do híbrido, saia acompanhada de saliva e pragas, - Sim, isso! Vocês responderão as minhas perguntas! - A empolgação saia dele.

- E quem nos obriga a isso? - Certamente o companheiro estava deixando as coisas mais tensas.

- Viemos para procurar Clang, se você quer saber. - A coelha tomou coragem e finalmente disse. - Sua vez.

- Então são... Aquela raposa e o coelho, certo? - Cutucou suas orelhas com as patas.

- Talvez. - Nick disse.

- É claro... - O rato raciocinou um pouco, - Que animador! - Todos os pontos vermelhos cessaram - Eu venho procurando vocês por dias!

- Nos procurando? O que quer dizer com isto? - Judy ainda mantinha sua pistola empunhada.

- Eu explicarei a vocês tudo que quiserem saber. Apenas me acompanhem.

 

Os dois se entreolharam e cada um sabia o que aquilo significava. Confiar em um completo estranho, que parece ser corrompido pela doença mais maligna existente e provavelmente cair em uma armadilha, ou procurar por respostas que nunca obteriam? A resposta parecia simples, pelo menos para a investigadora, contudo complicada para seu parceiro.

Seus medos se esvaiam lentamente e o coração voltava ao lugar de origem, aquele nó no pescoço se desfazia e os dois conseguiam raciocinar melhor com a cabeça calma.

 

- Não sei ao certo se devemos segui-lo Judy... Acabamos de conhecê-lo! - Os dois cochichavam sem receio de serem apunhalados.

- Temos outra escolha?

- Se pararmos para analisar... Dá pra dar meia volta e sair andando, olha aí outra boa escolha!

- Eu adoraria ter essa opção, mas ela não nos dará respostas!

- Qual é Judy, você vai mesmo seguir um maníaco que pode nos apunhalar?!

- Você disse quase o mesmo sobre a Ana.

- É que ela... É uma exceção!

 

Eles decidiram seguir aquele estranho rato podre, os instintos investigadores de Judy lhe diziam que aquilo poderia levá-los para as respostas que tanto procuravam. Andaram por dentro das favelas, o sol da manhã e a brisa fresca dos ventos não faziam o clima agradável e o céu parecia estar repleto de bolhas de algodão.

A agitação rotineira, típica de uma segunda feira se iniciava. Animais descendo o morro, entregando mercadorias, abrindo seus comércios e a pequena comunidade de miséria começara a ganhar um pouco mais de vida. 

As vielas sujas e fedorentas pareciam traiçoeiras até demais para a dupla, que suspeitava cada vez mais do roedor ambulante. O grupo deparou-se com uma pequena casa pobre e em péssimo estado. O mutante entrou pelo pequeno buraco de tijolos e a dupla hesitou, pensando no pior. Logo prosseguiram.

 

- Bem, damas primeiro, não? - Disse Nick com um sorriso malicioso.

 

Assim que Judy entrou, viu o quanto o lugar era depredado e sujo, parecia ser divido em quartos muito pequenos e tudo continha um cheiro insuportável, o som do bater das asas de moscas podiam ser ouvidas aos montes.

 

- Quem deixou toda essa luz entrar?! - O rato fechou o que pareceu ser uma cortina, quase tudo ficou escuro, exceto por uma pequeníssima penumbra de luz solar.

- Assim, quando recebemos visitas, costumamos limpar o local. - Nick olhava à sua volta.

- Digamos que... - Ele limpou a pata perto dos olhos imundos, - Não é bem meu forte.

- Queremos respostas. - Ela foi direta e curta, - E de preferência, confiáveis.

- Que não nos comprometa também! Se possível, também nos traga um copo de água.

- Tudo bem, tudo bem! Eu tenho três orelhas e todas elas escutam perfeitamente! - O rato cruzou seus longos e corpulentos braços, olhou ligeiramente para os lados e observou a dupla com voracidade enquanto franzia suas sobrancelhas verdes.

 

- Ainda estamos aqui, sr rato. - Disse a raposa, - Ainda aguardo meu copo de água.

- As informações, vamos!

- Ah, vocês animais são apressados demais! Deveriam ser igual à Clang... Ele e sua ideologia vão trazer a salvação!

- Ideologia? - Indagou a coelha tendo um péssimo pressentimento, - Nos fale mais sobre isso.

- Dentro do Quartel General, as paredes nunca falham em manter os que lá estão...

 

- Porque não podem sair? Gostam de lá? - Perguntou Nick sentando em um banco com uma gosma.

- Pare de perguntas idiotas, raposinha! - Ele jogou uma adaga que raspou um pouco do pelo do Nick. - Se houver mais interrupções, eu exigirei um tributo!

- Ok, continue, por favor, sr... Ahm...

- Chame-me de qualquer nome! - O hibrido estava sem paciência.

- Tudo bem... Continue por favor.  – Ela anotava com sua caneta e seu bloco de notas.

 

- Lá dentro, das grandes paredes de concreto duro, tudo é diferente. Desde que aquele maníaco entrou na facção ela não tem sido a mesma como nos velhos tempos. Ele quis transformar absolutamente tudo que existia, até mesmo as divisões e os acordos com a PM...

 

Judy raciocinou um pouquinho, seu faro de investigadora lhe dizia que Pedro L também estava envolvido nestes tais acordos que o rato mencionou. Assim que saíssem de lá conversariam pessoalmente com o oficial.

 

- Todos acharam ridículo e até houve tentativas de assassinato interno dentro do grupo. Clang matava a todos e deixava em exposição suas partes pelas comunidades para que todos se lembrassem do que estavam presenciando. - Sua voz não parecia ser mais acompanhada de doenças e sim de remorso, - Quem ficava contra era torturado das maneiras mais agonizantes, até pior que as da Ditadura Militar em que eu mesmo presenciei... Era uma conspiração.

 

- Ditadura Militar? É nessas horas que me arrependo de não ter prestado atenção nas aulas de história... - Nick fingiu um sorriso.

 

- Logo depois de alterar os acordos e as divisões, o grupo lucrou como nunca, ganhávamos milhões por mês e todos estavam satisfeitos com a situação... Mas ele, aquele maldito animal, para ele não estava nada bem. - Seu tom tomou certa ira, - Tudo começou com a Cruciatu em que todos morreram! - Ele tentou olhar para o lado, engolir e mencionar esses fatos era uma tortura, apenas de se recordar de tudo que viu.

Ficou em silêncio durante três ensurdecedores minutos, a falação do povo interrompia o vazio da favela.

Olhou diretamente para os dois, - Eu já falei demais. - Levantou-se

 

- Judy, a patrulha de Clang retornou. Mudarei de posição. - Ana os alertou, acompanhando com seu longo rifle - Vocês estão um pouco acima do morro descer daí vai ser um desafio.

- Certo Ana, obrigada.

 

- Saiam daqui AGORA! - O rato pegou em suas adagas, mirando nos dois policiais, - AGORA!

- Ei, acalme-se! - Nick rapidamente apontou sua metralhadora automática, - Se quer nos matar, saiba que também sairá morto!

- Nick, calma, nós vamos sair dessa com cautela, okay? - Judy se levantou e suas patas permaneciam na pistola, 

- Devagar, eu e ele iremos sair, tudo bem? - Os dois recuavam até uma porta.

 

O híbrido lançou duas facas que passaram raspando perto da coelha, Nick chutou a porta e o sol invadiu a casa, atordoando o mutante. Eles correram morro abaixo com suas armas empunhadas e a farda da PM a mostra para todos.

As pessoas estranhavam, umas corriam e outras filmavam com seus celulares. Alguns fechavam seus comércios com receio de outro tiroteio entre a PM e os criminosos começarem novamente.

 

- Esse não é o local que Ana nos disse para ir! - Judy estava ofegante e suando.

- Tem um plano melhor? - Perguntou Nick, - Se formos por aqui, talvez tenhamos alguma chance!

 

A corrida estava intensa e eles conseguiam alguma velocidade, a rua de terra lhes facilitavam a visibilidade e um pouco de esperança começou a surgir ao se depararem com uma figura de uma viatura de PM ao término da descida.

Tudo ocorrera bem, faltavam apenas trinta passos para conseguirem chegar ao veículo. Correram por mais alguns segundos. Quinze passos.

Uma multidão de traficantes e “soldados” viraram em uma viela e se depararam com a dupla. Todos com coletes e armas pesadas.

 

- Droga Judy, disse para vocês não irem nesta rota! - Ana observara a multidão de traficantes os quais empunhavam suas AK-47 para os dois, sua posição fora renovada e estava com certa vantagem.

- Precisamos que você os distraia Ana. - A raposa pensava rapidamente em um plano, não era muito seu forte. 

- Há muito civis por aqui e temos risco de ter bala perdida se abrirmos fogo! – Judy complementou.

- Eu... Eu não posso disparar o rifle...

- Mas porque diabos Ana?! - Suas ações começaram a ficar mais nervosas.

- Eu, simplesmente não posso!

- Isso não é hora de brincar conosco Ana, dispare logo sua arma! – Nick olhou todos os criminosos pegando em suas armas e pistolas prontas para disparar.

- Eu não consigo!

 

Judy sinalizou para a esquerda e os disparos começaram. A rua estava lotada de bandidos e eles não conseguiriam escapar dali. Nick captou o sinal e ambos correram para direções separadas.

A coelha corria velozmente entre as vielas e os corredores estreitos enquanto os sons de balas e armas abrindo fogo podiam ser ouvidos cada vez ficando mais longe. Ela sentiu que ficaria em segurança, contudo corria velozmente, sem saber um rumo certo e preocupada com seu amor.

Ela sabia que ele sempre conseguiria dar um jeito de escapar da situação. Ele sempre dava. Mas sempre que ele se metia em uma situação perigosa, Judy ficava com medo de ser uma última vez que o veria.

O zum zum da manhã se calara, agora era substituído por prantos de espanto e desespero. Seu coração batia fortemente ao mesmo tempo em que virava um corredor, tudo continuava intenso enquanto virava em uma esquina novamente e algo a chutou com uma força grande e a fez quase que voar para uma parede. Ela caiu no chão e tentou agarrar sua pistola, mas a figura a desarmou rapidamente.

 

- Calminha aí! – A figura apontou sua pistola, uma 9mm.

 

Abrindo os olhos lentamente, a figura distorcida tomou forma e por pouco ela não havia feito um disparo com sua arma.

 

- Que droga Judy, eu quase te matei! – Ana jogou a pistola da coelha para ela, sua respiração estava ofegante.

- Ana?! Por que você não está no prédio? – Ela respirava frequentemente e com muita força, pegou sua pistola e colocou no coldre. Tudo tinha que ser muito rápido.

- Estava em uma laje de outra casa, agora venha, depressa!

 

Ela hesitou em acompanhar a chacal que a derrubou, mas não tinha outra escolha. A dupla continuou a seguir por um corredor reto iluminado pelo sol que agora estava mais forte e quente. Os corredores de pedra eram muito traiçoeiros... A tropa havia se dispersado e podia pega-las facilmente por qualquer um das passagens, resultando em uma morte lenta e sangrenta. Ana sempre olhava para os lados e Judy cobria a retaguarda. 

Corredores e mais corredores se passaram, viravam com extrema cautela em seus passos e no som. Parecia que durava uma eternidade no labirinto de pedra.

Viraram por mais uma esquina e eles chegaram a uma favela abandonada, um dos locais em que Ana ficava para vigiar a ação da facção. O local era todo depredado e sujo com mais um morro ao fundo, no entanto serviria para chamar mais reforços e explicar tudo. Ana abriu a porta e olhou para os lados com a pistola iluminando o caminho.

 

- Tá limpo. - Ana prosseguiu.

 

Judy se sentou em uma bancada de pedra, soltando o ar que lhe sufocava os pulmões e observando o chão sujo e de concreto. Aquela sensação de desespero e confusão aos poucos se desaparecia e finalmente poderia descansar um pouquinho. Ana sentou-se ao lado dela.

 

- Eu... Eu não consegui disparar o rifle lá de cima... É que tem todo um lance... - Ana tentava enrolar. O enorme rifle potente feito de energia incomum ainda estava em suas costas. - Isso meio que tem a ver com meu passado...

 

- Você está perdoada. - Judy riu de leve, tentando desviar o clima tenso. Ela não ficaria assim normalmente, contudo se lembrou do que ocorrera no dia anterior e tentou animá-la. - Tentar desviar do foco não vai funcionar comigo. Pode acreditar. Fiquei semanas com um profissional nisso. Ana riu também e as duas ficavam descansando, ouvindo a agitação da comunidade.

 

- Então... - Judy tocou no assunto, suas orelhas se abaixaram, - Quer desabafar sobre ontem? – Selecionava suas palavras com cuidado.

- Eu fiquei com receio de que você perguntasse... - Ana olhou para Judy com seus olhar triste e melancólico.

 

[Quebra de Lugar, Quartel General da Facção, Edifício Bom Descanso, 1:00 PM]

 

A facção do Segundo Comando não havia, de fato, um quartel general. Os edifícios eram simplesmente pertencentes ao grupo, por meio de dominações em sangue e medo. As favelas, os prédios, hospitais e até mesmos Distritos da PM eram pertencentes ao líder. Elas ficavam separadas, cada qual em um lado da cidade ou áreas.

Um exemplo disso é onde o nosso jovem lobo está alojado. Uma comunidade inteira – A do Santo- pertence ao maníaco Clang. Sem mais nem menos, todos os que viviam por lá tinham que pagar uma taxa para permanecerem em seus terrenos e ninguém jamais haveria ousar confrontar aquelas terras.

Era de fato, uma época sombria para São Paulopia, que se via dominada e corrompida há anos pelo terrível líder sádico.

O lobo que estava deitado havia muita estória para contar, isso se optasse por contá-las. O apartamento em que Matheus estava era o de luxo, as cortinas estavam fechadas e ele dormindo inocentemente, como quem não passara pela experiência mais traumática e destruidora de sua vida.

Ele abriu seus olhos com uma respiração descontrolada enquanto concluía:

“Como ainda estou vivo?!” – Matheus pensou consigo enquanto engolia rapidamente. Era quase que impossível escapar naquele estado.

Seus pulmões ainda respiravam, o coração ainda bombeava e estava com outras roupas mais discretas. Olhou para os lados analisando tudo que estava ao seu redor até chegar em uma foto de sua mãe, do lado da cama.

Seus braços ainda sentiam uma dor lancinante e suas pernas pareciam ter sido perfuradas, se esforçou um pouco para pegar a foto.

 

“– Me desculpe mãe... Eu...” – Recordou-se daquelas duras palavras naquele dia “– Eu... Não consegui...” – Teria de se contentar com o pesado fato de ter deixado sua mãe morrer.

Ele a botou no bolso. Importava-se com quem amava e defendia-os a todo custo, mesmo que precisasse ser baleado para isso. Tentou se levantar, suas pernas se recusavam a funcionar e seus braços pareciam que iriam travar. Fez um esforço tremendo para ficar de pé. Olhou seus braços e lá estavam grandes cicatrizes e outras feridas de Sábado... Ele certamente nunca esqueceria esse dia.

Andou pelo apartamento, tentando explorar cada canto do imóvel. A frente da cama continha um grande banheiro e um corredor. Acabou chegando à porta de saída, tudo estava em plena quietude. Abriu-a delicadamente e olhou para trás. Havia pegado tudo que necessitava para sair? Apenas uma foto de sua mãe e um corpo caindo aos pedaços. Matheus não estava tão feliz assim.

Quando fora botar o pé para o exterior da sala percebeu vozes e recuou. Quem seria? Apenas serviços de quarto? A questão agora era saber onde ele estava e como encontraria sua namorada. Seus únicos pensamentos eram de encontrar Rosa, sua amada.

Estreitou o seu olhar pelo longo corredor. Dois sujeitos se aproximavam de seu quarto e não pareciam muito contentes. O lobo cerrou a porta e recuou ligeiramente, procurando algo que pudesse servir de arma. Nada.  Bloquear a porta também não iria servir... E se... Os dois morressem?

 

“- Isso novamente não..." - Ele pensou consigo, não gostava de matar pessoas e pensou naquele sujeito que matara... O como o frio se instalou em sua espinha e em seu sangue naquele momento. Tirar uma vida era cruel até demais para ele.

Suas orelhas se moveram novamente, algo que nunca acontecera estava se manifestando nele, era quase como um incômodo.

 

- É neste quarto chefe? – Um dos guardas disse distante do quarto, há pelo menos dez metros.

- Isso mesmo. Matheus está aí. – Lucas T respondeu pelo rádio – Matem-no.

 

Maravilha. Agora estava em perigo contra dois guardas de dois metros perseguindo-o. Andou até um banheiro, viu seu reflexo azul no espelho e de como sua cara estava cheia de feridas... Isso não era hora de admirar-se, abriu uma gaveta e achou uma tesoura... Um pouco cega, mas servirá.

Parou em frente à porta com a tesoura cega no bolso.

 

"Quais as chances de dar errado?" - Ele pensou.

 

Os dois malfeitores entraram na sala, sem o mínimo de cuidado e observaram Matheus logo de pé a frente deles, sem suspeitar que trouxesse consigo algo perigoso.

 

- Matheus Lobato - O mal encarado disse, os dois estavam lado a lado na porta - Sua família o aguarda. – Mentiu.

- Eu não irei a lugar algum. Primeiro quem são vocês? - O lobo queria ter certeza que estava no comando, à mão concentrada para qual for o movimento, - Segundo, como cheguei até aqui?

- Essas são perguntas que Rosa irá responder. Venha conosco.

- Já lhes disse que não irei com vocês. – A teimosia de Matheus estava finalmente servindo para algo

.

Sem aviso prévio, o primeiro deu um soco forte de esquerda em Matheus, que desviou com rapidez e lhe deu um gancho potente com sua direita enquanto sua mão esquerda pegava a pistola do guarda.

O segundo o atacou na barriga e o acertou fazendo-o recuar ao mesmo tempo em que tentava dar um golpe de baixo para cima e que fora desviado com intensidade pelo lobo que retribuiu com um chute lateral esquerdo enquanto pegava a tesoura cega e arremessava contra o colete no mesmo instante em que o outro levantava.

Matheus se distanciou do primeiro em que estava de pé e que veio enlouquecido, dando um soco de esquerda e de direita que fora desviado com Matheus, apenas saindo da trajetória do punho e ao mesmo tempo lhe retribuindo um chute nas costelas que fez voar para longe o qual nem acreditara que realizara o golpe.

O segundo animal se levantava e parecia incansável e mais furioso ainda, Matheus recuara um pouco e tentava usar o cenário ao seu favor ao mesmo tempo em que via ele se aproximando. O guarda buscou tentar dar um soco de direita e reto ao passo que Matheus se abaixara simultaneamente em que tudo se realizara e retribuindo-lhe um golpe violento de esquerda direto na sua cara com uma cotovelada maciça no queixo que o deixou inconsciente no chão. Ele caiu com um grande estrondo.

A luta não havia acabado, suas longas orelhas detectaram mais um se aproximando. Mirou para a porta pronto para fazer um disparo apenas para ameaçar.

 

- Matheus. - Rober pôs as mãos para o alto, - Eu... Eu não estou com eles. - Sua face estava surpreendida, como seu amigo que sempre sofrera bullying conseguira tal ato tão fantástico contra dois brutamontes de quase dois metros?

 

Ele hesitou em baixar a pistola, o cano frio e mortal apontado para o único melhor amigo que ele teve a vida toda. Porém, o que lhe garantia que ele realmente não estava com eles? A lealdade era uma coisa muito valorizada pelo Matheus - Por todos os lobos -.

No fim, ele abaixou a pistola lentamente.

 

- O que faz aqui? Onde está Rosa? - Sua voz ainda estava nervosa, - E como eu sai daquilo tudo?

- São muitas perguntas maninho, mas se você me deixar eu te levar para Clang...

- Eu não vou para lá! - Apontou novamente a arma mortal contra seu melhor amigo que jogou novamente suas mãos ao ar. Um tanto de segundos se passara até que Matheus percebera o que estava mostrando para Rober. 

Uma ferramenta que aniquilava vidas que destruía famílias e detentora de poder inimaginável. Tudo em um único pedaço de metal velho. Seu olhar não se conteve, estranhou e teve nojo de si mesmo enquanto juntava suas sobrancelhas em um olhar incrédulo. Até que largou a pistola, a mesma que pode destruir tantos lares e tantas pessoas, agora um mero objeto no chão.

 

- Me... Desculpe-me Rober. – Ele andou até seu amigo cão, - Não sei como pude fazer isso... Só quero ter certeza que não está escondendo nada de mim.

- Você só vai conseguir tudo isso se vier com a gente. Não tem outra escolha. - Rober lhe advertiu. - Sem contar que ele não vai te matar se seguir as regras.

Matheus bufou, sua teimosia o deixava irritado com certas coisas. - Tudo bem... Eu vou.  – Não se conteve e abraçou seu amigo.

- Wow, parece que ‘cê ta carente né? – Seu amigo brincou.

- É claaro que estou carente... – Matheus ironizou falando com mais ânimo, mas lembrou-se do que havia acontecido nas noites anteriores... – É claro que eu estou carente... – Desta vez, viera acompanhada com melancolia.

- Calma, maninho, vamos sair dessa. Eu te levo até lá! – Eles se distanciaram – E eu não estou lhe escondendo nada, eu juro! – Os dois puseram-se a caminhar para fora do prédio.

- É bom que você não esteja mentindo para mim. - Ele definitivamente detestava mentiras, mas não estava tão bravo com seu amigo.

- Que foi, já ‘tá se achando só porque incapacitou dois dos melhores guardas de Lucas T? - Disse Rober e um som de um soco pode ser ouvido.

 

Rober havia ido para o edifício para impedir os guardas de Lucas T, os melhores por sinal, de matarem Matheus. Desde o sumiço do lobo e o plano de incendiar sua casa que dera errado, Lucas T começou a ficar insano pela morte do jovem. Faria qualquer coisa, uma informação, e ele estaria fora do serviço.

 

[Quebra de Lugar, Galpão Abandonado, Avanço de Tempo, 1:20 PM]

 

- É aqui? – Perguntou o lobo vendo o imenso edifício à sua frente. Estavam de volta à grande cidade, mais precisamente onde Clang dera a localização para Matheus ir na hora certa.

- Claro! – Rober fechou a porta do carro. – Quando você conhecer Clang, verá que ele é a pessoa mais calma do mundo.  – Ele ficou do lado do seu amigo.

Os dois em questão, tinham descido o morro e desta vez com extrema facilidade e velocidade. A posição de Rober dentro da facção o fazia poder influenciar diversas coisas em que o grupo atuava. Desde chegou lá, se dedicou e muito para conseguir mostrar a todos uma verdadeira arte do furto e da esperteza.

O galpão a frente dos dois estava abandonado há anos, suas janelas estilhaçadas, cores depredadas e janelas fechadas com verdadeiras barricadas de concreto e pedaços de madeira. Os dois andavam lentamente até chegar o que parecia ser uma porta.

 

- Ei saca só! – Rober bateu duas vezes na porta e ela ergueu-se.

 

A frente deles se estendia um enorme galpão de madeira maciça que era subdivido em grandes áreas feitas de madeira podre e de telhas de casas pobres. Havia inúmeros quartos decadentes e de extrema miséria onde vários malfeitores se alojavam. Um grande corredor de concreto dividia os quartos.

 

- Bem vindo ao setor de armazenamento! - Disse Rober contente, entrando no edifício.

- Você quis dizer, setor de casas, certo? - Indagou Matheus, - E parece que a situação está muito boa por aqui. - Acompanhou seu amigo, tentava não demonstrar quaisquer emoções para os malfeitores à sua volta. A porta atrás deles se fechou com um baque.

 

O corredor cinza e estreito parecia traiçoeiro quando cercado pelas pequenas casas imundas, mas para o lobo não lhe dava grande desafio. Os dois caminhavam lentamente enquanto ouvia o sons de bandidos e de mercenários carregando e arrumando seus pequenos quartos compactos. O cheiro era de muitas drogas misturadas, heroína, maconha e crack - apelidos populares para o nome original - e principalmente o som de gritos e comandos com alguns palavreados ofensivos.

Existiam inúmeros "setores de armazenamentos" espalhados por Brasilpia, porém este era o mais conhecido e era chamado de Setor 31, além de ser o maior bloco, cabendo quase 700 pessoas em pequenos quartos e outros cômodos. O maior número de blocos como estes eram mais frequentes perto de morros ou do centro da cidade.

 

- Então... Vocês não eram o maior grupo de Brasilpia? - Perguntou Matheus. - Pelo visto, as coisas estão como uma utopia.

- Er... Existe uma longa história maninho... - Rober tentou disfarçar enquanto caminhavam vagarosamente     - Por onde podemos começar? Temos a entrada de Clang... A Cruciato... O dia em que o líder anterior foi removido...

- Cruciato? - Os dois pararam em frente a um quarto, - O que raios é isso? Uma cruz?

- Algo bem parecido maninho, seu pai está no meio de toda essa história. Mas agora tenho que te apresentar seu novo quarto! - Ele apontou para um quarto à direita deles, - O quarto de luxo!

 

Matheus virara e apenas observou uma cama de colchão bem duro ao fundo, uma janela com vista pequena, uma cômoda de madeira e um espelho quase quebradiço enquanto ao lado existia um banheiro.

 

- De um apartamento de luxo para um quarto pequeno. Como eu me meti aqui? - Perguntou a si mesmo enquanto se decepcionava.

- Bem... Tudo começou há alguns anos atrás quando seu pai... - Rober iria continuar quando recebeu um olhar feio de Matheus.

 

Os dois entraram no quarto e Matheus se sentou na cama. Precisaria descansar pelo menos por alguns dias se quisesse se livrar daquela dor que se enraizava e lhe penetrava na carne e em seu corpo todo.

 

- Pode me explicar o que é a Cruciato? – Perguntou olhando as paredes marrons e corrompidas.

- Então... - O cão coçou a nuca, - É complicado, o chefe não deixa ninguém falar sobre o assunto e é muito ruim falar sobre.

- Por que? O que há de tão errado nisto? Eu preciso conhecer isso se quero saber mais de meu pai.

- Tudo bem... Tudo começou quando Clang tomou os laboratórios e hospitais mais avançados de Brasilpia. As facções que entravam no caminho eram facilmente abatidas por ele. Logo depois, Cling Clang começou a fazer uma série de experimentos...

- Eu ouvi... O meu nome? - Clang parecera surgir das sombras ao lado de Rober, junto de sua voz acompanhada das trevas. - Matheus... Quanto tempo não? – Observou o solitário.

- É Clang... - Sua voz ficou rancorosa. - Quanto tempo.

- Rober... Você não quer... Sair daqui? Antes que elas mudam de ideia?

- Opa, é claro chefia! É pra já! - Rober tentava disfarçar seu medo sendo alegre e logo saiu do quarto.

 

Os dois ficaram a sós e Clang trancou a porta atrás de si e quase tudo ficou escuro. Matheus apoiava seu cotovelo nos joelhos e buscava não aparentar nenhum medo enquanto olhava para o chão.

 

- Matheus... Matheus... Matheus...

- O que você quer?

- Shh... Você não sabe de nada que acontecera na noite anterior? Seus queridos conterrâneos (habitantes) não lhe expuseram nada? - Dissera junto de intervalo nas suas frases.

- Queria muito saber. - Ele estava buscando o máximo de informações. Se quisesse sair dali, o que precisava era de conteúdo. - E também prefiro saber onde Rosa está.

- Assim será feito. Lhe contarei tudo que aconteceu na noite da morte de sua amada mãe... Como ela ficava mais bela em meio as chamas.

- O que você disse? - Enfureceu-se enquanto levantava sua cabeça e observava Clang, jurando que iria avançar. - Repita agora!

- Lhe disse que sua mãe fica mais bela em meio as chamas junto com sua face horrorizada por me ver.... Quer que eu repita? - Ele sorriu, conseguiu o que queria. Contato visual.

 

O lobo respirou fundo, tentar brigar com o maior assassino do país seria suicídio. Sem contar que ele poderia ter inúmeras armas para utilizar contra o solitário. O sentimento de impotência era no mínimo, corrompedor nele.

 

- Diga-me o que ocorreu.

- É claro. Depois de seu treinamento.

- Treinamento? – Ele franziu suas sobrancelhas – O que está escondendo de mim Clang?! – Mordeu seu lábio inferior.

- Matheus. Você não sabe o quanto é temido dentro deste grupo. – Abriu seu largo sorriso com os olhos rubi em torno da escuridão de sua face. – Ou cumpra as regras ou morra. A escolha é simples. – Ele aparentemente dissolveu-se em torno das sombras – Eu lhe aguardo, pequenino.

 

 “– Maravilha. Agora toda minha vida está parecendo uma história! “– Pensou.

 

O solitário ficou em dúvida... O que Cling Clang realmente pretendia ao falar que ele era temido até demais dentro de uma facção enorme como o Segundo Comando? Era praticamente o maior grupo do país, controlado as prisões e os guardas!

Ele ficou inquieto e batia o pé impacientemente tentando chegar a uma resposta... Treinamento... Poder... Isso parecia interessante e ao mesmo tempo desgastante. Ele não havia pedido para seguir prática alguma! Muito menos seguir algumas regras. Se havia uma coisa que ele continha, era de não seguir algumas imposições impostas.

Um alarme soou e todos os criminosos saíram de suas casas improvisadas. Era hora do almoço.

 

[Quebra de Lugar, Comunidade do Santo, Posto de Observação, 1:30 PM]

 

Se passaram alguns bons minutos ensurdecedores e até sinistros no posto de observação de Ana. Ela não sabia como falar de suas desventuras sem revelar demais. A última pergunta tinha sido simples, porém perigosa. “– Pode desabafar?” Era um desafio para ela.

 

- Entendo caso não queira falar disso... É realmente algo pesado. – Judy tentava confortá-la.

- Minha vida está por um fio Judy. – Ana finalmente pôs-se a falar – Tem sido difícil acordar todas as manhãs e ver que todo esse ciclo se reinicia. Dia após dia. Hora pós hora. Segundo após segundo. – Ele desfez-se de qualquer emoção de esperança e felicidade.

 

Judy não sabia o que falar, era algo muito cauteloso e delicado para tentar ousar a falar alguma palavra que poderia machuca-la. Atentou-se apenas a ouvir.

 

- Hoje cedo quando eu acordei... Eu não o vi. Como não o vejo todas as malditas manhãs. E como naquela hora eu chorei... – Seu tom estava quase que choroso - Michael até que tenta impedir minhas crises, mas não consegue...Eu sofri tudo isso e em segredo... Hoje cedo.  – Ela engoliu em seco, quase chorando – Sempre que o sol se põe e a lua nasce tenho certeza que lá fora, fora de meu “mundinho”, há malfeitores e criminosos como Clang, fazendo mais atrocidades à outras pessoas... Isso que me leva a lutar...

- Então... Você não está no DPZ só pelo dinheiro? – Perguntou cuidadosamente.

- Principalmente pelo dinheiro... O que quero dizer é que, - Judy estava perdendo o “fio da meada” – É que eu não consegui atirar de lá de cima porque tenho medo de ferir desnecessariamente outras pessoas trazer mais dor e sofrimento para animais que eu nem conheço, mas que tem sentimentos... – Se envergonhava pelo próprio erro – Eu não posso, literalmente, matar alguém... Ou então eu mesma retornarei ser àquele ser da guerra.

- Ana isso é profundo e triste demais... – Judy colocou sua pata acima da pata de Ana e seus olhos se encontraram – Entendo o seu erro e eu lhe perdoo... Porém teremos que achar a arma certa para você, tudo bem? Nada de letalidade. Eu prometo.

Ela respirou profundamente antes de falar: - Tudo. – Sorriu.

 

Mais tempo se passou e a agitação da favela se acalmava por parte dos habitantes. Os comércios abertos já frequentavam bastantes pessoas e as ruas não estavam mais tão patrulhadas pelas tropas de Clang.

O silêncio imperava e as duas não faziam simplesmente nada. Judy tentava absorver tudo o que tinha escutado e Ana pensava em como poderia evitar mais uma de suas crises. Até que a coelha se deu conta e focou no que era certo: Sair dali.

Até que uma voz interrompera a conversa das duas. Era algo bem perto das vielas em que tinham vindo. Os dois moços pareciam conversar sobre a própria facção.

 

- Está ouvindo isso Ana? – Perguntou Judy – Fique aqui, deixe que eu vejo isso...

- Ok. – Ana estava emotiva demais para fazer qualquer coisa.

 

Judy pegou sua pistola, verificou seu velho colete do DPZ e pôs-se a andar. Saiu pelos fundos e retornaria assim que possível. Deixou a caneta em mãos e a pistola na outra e suas orelhas estavam atentas. Assim que abriu a porta o sol invadiu sua visão e a atordoou um pouco, no entanto mantinha-se firme.

 

- C-Clang?! – Uma voz dizia – O que fazes aqui?!

 

Voltou aos velhos e empoeirados corredores estreitos... Como Nick fazia falta para tirá-la daquele momento tenso... O medo corria em seus braços e em suas veias e suas pernas já não queriam andar. Seu coração começou a bater mais rapidamente. Encostou-se em uma parede e tentou ouvir tudo. A sua frente uma área de tamanho pequeno que o sol iluminava.

Outra conversa de Clang... Captar isso poderia ser brilhante para anuncia-lo como culpado! Apenas por precaução, a coelha iria gravar o áudio. Ele estava acompanhado de dois capangas.

 

- Shh... A morte é um prazer que não lhe darei... Por hora. – O assassino olhou para os lados – Como vão as coisas?

- Com... Aquele predador?

- Prefiro o termo... Portador. – Suas falaram eram interrompidas por um breve silêncio.

- Eu não queria realizar tudo aquilo... - Seu coração batia forte e parecia estar na garganta e enforcando-o, mas o ódio contra a espécie falava mais alto. - Cor de ladrão... – Falou com ódio.

- Oras, apenas porque é um predador? Não sejas tolinho... Ele consegue ser muito mais que um predador. -  Clang parecia dançar no pequeno espaço e com enorme prazer. – Não sabe nadinha sobre os lobos, não é?

Lobos... Qual era mesmo a espécie que ela havia visto na noite anterior? Um chacal? Não... Talvez um veado? Ela havia fechado os olhos imediatamente...

- Exceto de que, neste país, eles são a maioria criminosa...

 

- Quietinho... Shh... - O líder estava paciente até demais - Já estudaste história? - Seu olhar sangrento brilhou e ele parou à frente do veado - Alguns alfas conseguiam ser os maiores líderes que já vimos... – Ele riu, achando graça das mortes que lembrou - Adolf Wolf Hitler, um grande exemplo de herói. O poder de líder corre no sangue de todos... Até mesmo os que moram em Brasilpia. – Seu sorriso permanecera o mesmo.

“– Que animal desprezível...” – Judy sussurrou.

- A cirurgia foi... Um fiasco. - Ele tentou desviar o olhar fixo com o assassino que lhe causava certa tortura interna - Eu e minha equipe ficamos quase que um dia todo operando.

 

Ele temeu por uma revolta, que o matasse ali mesmo e sem mais, destruísse completamente aquele hospital e implantasse o caos na comunidade. E estava certo. Clang se virou para um de seus capangas e a morte fora tão brutal e tão violenta que eu não precisaria descrever para vocês.

 

Quando Judy menos percebeu, ouvia um barulho de alguém chupando algo... Estreitou seu olhar e vira um corpo coberto de sangue e Clang bebendo toda a energia vital do capanga. Ele parecia no mínimo, ordenado em uma ação tão selvagem. Tinha certeza que se tivesse um cálice, Clang estaria o usando. A coelha segurou para não vomitar.

 

- Você está sendo insano. – Ele se levantou, chupou uma última gota de sangue quente em seu lábio e prosseguiu.

- Insano? – O médico já tremia na base e quase chorava de medo.

- Está fazendo a mesma coisa, esperando que os resultados mudem. As mesmas coisas, todo o dia. As mesmas coisas, todo o dia. – Soltou seu riso, mas não maléfico. Seu sorriso parecia mais ensanguentado.

- P-por que está rindo?

 

O maníaco mordeu seu lábio inferior, dando um fim a risada. Antes que pudesse falar algo o celular de Judy vibrou e para sua surpresa era Nick. O som era, logicamente, da Gazelle e parecia soar por todos os corredores.

 

- Oh Nick! – Judy sussurrou com seus olhos surpresos e temendo ser suas últimas palavras

 

[Quebra de Lugar, Centro de São Paulopia, Escritório da Prefeitura, Avanço de Tempo, 2:00 PM]

 

A raposa desolada estava no escritório particular de Lucas T. Desde que se separou-se de Judy nas favelas, teve que se cuidar em becos e corredores muito estreitos para conseguir fugir. Seus pensamentos na hora da fuga eram apenas: Preciso ajudar Judy. Preciso fazer algo. Parecia estar muito preocupada, com suas orelhas para baixo e seu sorriso desfeito.

Não era o melhor momento de ajuda-la... Ele sabia que ela iria se virar, ela sempre conseguia de um jeito. Mas tinha medo de que quando surgia um perigo e a sua brava coelha fosse resolve-lo, seja a última vez que a visse.

 

- Está dando certo? – Lucas T estava paciente, olhando os carros se movimentando da enorme janela da prefeitura. Calculista e friamente, aguardava.

- Não... – Nick olhava tristemente para seu celular, havia feito duas ligações. – Eu quero um camburão da PM! Quero que procurem em todo o morro!

- Calma Nick, calma. – Ele continuava de costas – Eu tenho certeza de que ela irá se virar.

- Não parece.

- Vocês dois são minha maior preocupação. Isso eu posso afirmar-lhes. – Disse. - Tente ligar para Ana e chamá-la até meu escritório. Quero conversar particularmente com ela.

 

Literalmente, sem mentira alguma, Lucas T se preocupava com a dupla. Sua ambição pelo trono do cargo da prefeitura não poderia ser tomada com ele morto por Clang ou por Matheus.

Nick acabou lembrando de tudo que ocorrera nos últimos dias e da fala de Judy: “– Vamos falar com Lucas T. tenho certeza que ele poderá nos ajudar.” Os dois estavam sozinhos e ele parecia de confiança.

 

- Como anda a investigação? – Perguntou – Novidades? Acho que está sendo indizível!

 

A raposa pensou em falar tudo que aconteceu, no entanto Lucas T parecia ter um jeito muito “certinho” para um país com tanta corrupção.

 

- Não. – Nick mentiu, era especialista nisto e tudo parecia muito natural. – Clang está sendo tão desafiador a nós... Me dá até sono falar de tantas investigações. – Fingiu um bocejo.

- Seja como for... Me fale de você Nick. Sempre quis algum dinheiro fácil? Fazer algo simples e ganhar uma grana alta?

- Ora, pagando bem que mal tem? – Brincou com a rima -Mas agora é sério, me fale de sua proposta.

- Quero que você mate sua parceira. Ana também se inclui nesta lista.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Demoreeeeeeeeei, mas chegueeeeeeei!
Rapaaaaaz, do céu! O que que houve? Deixei vocês no suspense? Sim? E é claro que eu vou demorar um mês para postar o outro capítulo? Aí só o tempo para nos contar...

Beeem, parte das confissões da Ana são minhas também, mas não botei minha história aí, até porque não iria colocar meu enredo em uma história "boa" dessas, né?

Continuando, vamos ao PROJETO-DRAGÃO.

Estava lendo alguns livros do Como Treinar seu Dragão e percebi o quão a história era interessante. Um mês depois meu cérebro pensou em várias regiões Vikings. Aprimorei um pouco a ideia e botei diversos personagens e uma história que acho que vocês irão gostar...

Ela se trataria de, é claro, um tempo Viking, porém com uma pitada de magia e um pouquinho de SteamPunk, regiões mais remotas ficariam apenas no conceito Viking. Teriam dragões e outros monstros mágicos e rúnicos, sendo enfrentados por um personagem (que eu juro de pés juntos que tem personalidade!), esse pessoa será toda atrapalhada e medrosa, deixando um pouco cômica as cenas!
Sim, eu me inspirei no Soluço dos livros do Como Treinar o Seu Dragão para faze-lo!

O projeto inicial era vender essa história, sei que é um projeto muito pequeno, principalmente tratando de minha escrita "super boa", mas quem sabe isso não dava certo?

Porém, acabou acontecendo uns problemas e parece que o responsável pela impressão das cópias da história acabou saindo do "barco" e eu fiquei solo. Então pensei postar por aqui no Spirit.

Terá uma sinopse que postarei no próximo capítulo.

Quer outras histórias ou até mesmo MELHORES que a minha?

Zootopia 2 Uma aventura de tirar seu fôlego!: https://spiritfanfics.com/historia/zootopia-2-uma-aventura-de-tirar-seu-folego-6394823

Zootopia: Um amor quase declarado!: https://spiritfanfics.com/historia/zootopia-um-amor-quase-declarado-7009710

Zootopia instinto primitivo : https://spiritfanfics.com/historia/zootopiainstinto-primitivo-7407893

A vida em um olhar Safira: https://spiritfanfics.com/historia/a-vida-em-um-olhar-safira-6581802

Escolhas: https://spiritfanfics.com/historia/escolhas-7144708/capitulo1

Zootopia a história depois da história: https://spiritfanfics.com/historia/zootopia--a-historia-depois-da-historia-6788139

Lerry e Gary: https://spiritfanfics.com/historia/lerry-e-gary-7014756

Pokemon-escola dos mistérios (interativa): https://spiritfanfics.com/historia/pokemon-escola-dos-misteriosinterativa-6896304

Zootopia: A caçada: https://spiritfanfics.com/historia/zootopia-a-cacada-5627741

Zootopia Colegial: https://spiritfanfics.com/historia/zootopia-colegial-7397687

Então foi isso pessoal! Gostaram da minha história? Comentem! Isso me da um apoio e vejo que estou indo na direção certa. Gostaram mais ainda? Favoritem caso queiram uma notificação sempre que eu postar um capítulo novo, além de me motivar.

Não gostaram de algo? Comentem, não me sentirei ofendido, desde que não seja um Hate e sim uma crítica construtiva.

Então foi isso galera!

Um abraço, água e sombra para vocês, irmãos! - Dekonado

("Água e sombra para você, irmão" é um termo shurimane do League Of Legends)

" - Eu não consigo resistir a euforia da performance!" - Jhin.


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