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Jung Hoseok, como todo adolescente de dezessete anos, não sabia o que esperar de sua nova escola, mas queria que tudo fosse diferente da anterior, onde os alunos não eram tão receptivos. Logo nas primeiras semanas em Seul, ele não encontra problemas em fazer novas amizades, no entanto, quem captura sua atenção de verdade é Min Yoongi, um aluno misterioso e com um passado obscuro.
Com o tempo e um pouco de insistência, Hoseok consegue se aproximar do mais velho e, devagar, conquista sua confiança a ponto de desvendar todos os seus segredos. Sem ao menos perceberem, toda a proximidade e cuidados mútuos dá nascimento a um novo sentimento desconhecido para ambos. Entre altos e baixos, medos e inseguranças, aprendem juntos o que é o amor e a reciprocidade.

E eu achava graça de Yoongi. Fala sério, que garoto! Se machuca, pega uma carona nas minhas costas e não diz um obrigado. Eu lhe pago um almoço e ele me diz que sou insuportável. Diz que me odeia e nega com todas as letras um beijo meu e quando eu menos espero ele me agarra no meio da praia e me beija. Yoongi era desse jeito mesmo, todo do atrevido e adorável.
E eu sempre gostei de garotos atrevidos e adoráveis.

Eu chego com um violão,
Você só tá querendo paz.
Você desvia pra cozinha
E eu vou cantando atrás.

Jung Hoseok já não me roubava cookies ou o espaço entre minhas almofadas na sala, mas grande parte de mim ainda era dedicada a ele. Uma parte que desejava com todas as suas forças que em um belo dia ele voltasse a ser o menininho travesso que há tanto se achava extremamente responsável por mim. Quem sabe voltando no tempo eu o segurasse pelo pulso e não o deixasse fazer com que nos perdêssemos.

Ter que buscar Hoseok bêbado as duas da madrugada não era algo incluso no namoro dos dois, mas Yoongi o fazia mesmo assim.

hoseok não deveria estar ali, naquela cidade vazia, naquele terreno baldio, fumando um cigarro barato, olhando para yoongi.

Dono de um sorriso enorme, olhar sincero e voz alta, fazia com que todos rissem o tempo inteiro e o quisessem sempre por perto. Mesmo que sua voz fosse um tanto irritante e seu jeito um tanto quanto massivo e enjoativo. Ainda sim, o queriam perto, o queriam fazendo todas aquelas palhaçadas mesmo que isso incluísse uma dança ridícula cheia de rebolados e gritos histéricos para atrair ainda mais atenção que deveria. Ele gostava daquela atenção, gostava de ver as pessoas rindo e alegres por sua causa. Gostava de dá-las tudo aquilo que não recebera.

Pensamentos confusos de quem está à beira da loucura, procurando respostas aonde não se tem uma pergunta, no final é tudo um quebra cabeça, aonde só falta se encaixar uma peça.

O tempo fizera a sua parte e nós fizemos a nossa. Hoseok mostrou-me que eu não precisava ser tão metódico. Não que eu tivesse abandonado de vez a arte de raciocinar antes de agir, ainda estava em processo de aprendizagem, mas todas as vezes que deitava a cabeça no travesseiro, libertava os meus pensamentos. O passado retrocedia como um breve filme, e também havia espaço para o futuro, onde o preenchia com planos e fantasias. E bem, antes de cair no sono, lembrava-me do garoto que me roubara para si perpetuamente, tendo a absoluta certeza de que à meia-noite, ele estava pensando em mim também.

Eu nunca imaginei que alguém pudesse me fazer tão bem com tão pouco, na verdade eu nunca imaginei que eu pudesse ficar tão dependente de outra pessoa da maneira como eu sou dele, de me trazer aquela sensação de “Porque eu não o conheci antes? Seria tudo tão diferente...” mas como ele sempre me dizia “Nos conhecemos quando deveríamos ter nos conhecido” e por mais que eu me revolte às vezes, eu acho que ele está certo...