Lista de leitura Bunnykook

Eu deveria falar sobre isso? Eu não sei. Sabem aquela sensação de que algo parece mais real quando falamos sobre aquilo? Quer dizer, nossa mente sabe que é real, que está ali, mas enquanto deixamos aquilo só em nossa cabeça, quase conseguimos fingir que não existe.

Todo mundo sempre te conta o lado mais bonito da gravidez e as coisas boas sobre ter um filho. Mas nem sempre é tão fácil assim, principalmente quando se tem 19 anos e mora em um apartamento minúsculo com seu namorado, depois de seus pais te expulsarem de casa.

— ‘Tá tudo bem, nós vamos ficar bem. — O Park sussurrava, mas já não sabia se queria convencer Jeongguk ou a si mesmo.

Aquele casamento que seus pais haviam arranjado para si com Park Jinyoung, filho do diretor de uma empresa sócia a de seus pais, era totalmente sem cabimento, porém também era sua unica forma de conseguir sua parte na empresa.

De qualquer forma aquilo não o impediria de continuar seu romance as escondidas com o funcionário mais confiável de seu pai, Park Jimin.

E, talvez, até o final daquela festa de noivado ridícula, Jimin tivesse um presente perfeito para lhe dar.

Oi, hyung, como estão as coisas?

Ultimamente eu tenho pensado muito sobre nós dois, mas não se preocupe, não vou te meter em nenhuma furada ou te fazer usar um suéter do Patolino pra combinar com o meu do Pernalonga, pro natal na casa dos meus pais.

(Embora talvez eu devesse, foi divertido, né?)

De qualquer forma, só queria que soubesse que tenho muitas resoluções para o ano novo, e dessa vez pretendo mesmo realiza-las.

Quando Jeongguk decidiu ter um filho por meio de inseminação artificial, não esperava que a médica que deveria acompanhar sua gravidez tivesse que tirar licença de repente e o deixasse nas mãos do Dr. Park.

Já Jimin não esperava ter sua vida virada de cabeça para baixo ao encontrar sua paixonite do ensino médio como um de seus pacientes.

Mas muitas coisas podem nascer disso quando o Jeon, sem vergonha nenhuma, convida seu médico para um café, durante a consulta.

Depois de um dia longo e cansativo, Jeongguk está no sofá de sua sala, assistindo uma série qualquer, quando a porta de sua casa se abre e por ela entra um Jimin molhado pela chuva e arfando, pedindo desculpas por estar atrasado.

Estaria tudo bem, se Jimin não tivesse morrido há dois anos.

Ao invés de um anjo da guarda, Jeongguk viu-se preso com um demônio da guarda chamado Park Jimin, que tinha maneiras definitivamente não convencionais de lidar com as coisas.

Mas, de vez em quando, o Jeon pode tirar um pouco de proveito disso.

Jeongguk estava disposto a passar todo seu final de semana sozinho jogando Marvel's Spider-Man, já que seus pais iriam viajar. Mas aparentemente seus amigos tinham outra ideia, já que adoravam fazer da casa do Jeon um playground particular.

Honestamente, Jeongguk não teria um problema com aquilo, em outra ocasião. Mas fazia uma semana desde que as coisas quase haviam escalado para um outro nível com Jimin, seu melhor amigo e, como diria seu pai, ''seu caso''. E, pra ser sincero, o Jeon estava surtando, sabendo que, se ficassem sozinhos novamente, provavelmente não se controlariam, e a última coisa que queria era passar vergonha com o Park.

Durante muito tempo Jeongguk se perguntara se seu propósito seria para sempre aquele. Não entendia porque tinha que olhar por todos e nunca ser olhado de volta, o que acabou por criar uma grande confusão no lugar de onde veio.

Ficou conhecido como o anjo das asas tortas. Ora, onde já se viu, um anjo da guarda que quer ser guardado?

Jeongguk tinha várias pessoas por quem olhar, mas haviam seis em especial que havia criado um afeto maior.

Uma delas bem maior do que devia.

Assim que todos os hyungs deixam o dormitório Jeongguk finalmente conseguiu respirar aliviado. Agora era só ele e Chimmy, sua pelúcia favorita.

Ou ao menos era o que achava.