Lista de leitura One-Two (shots)

Jimin ponderou aquilo por algum tempo.

— Uma criança é tão ruim assim? Digo, você não quer ter filhos?

— Não, não, não é isso! — Jeongguk suspirou, se sentando de pernas cruzadas na cama e passando as mãos pelo rosto. — É que... Eu sempre quis ser um dos pais legais, sabe? Tipo, ter histórias pra contar, e que meus filhos me achassem o máximo. Eu tenho uma lista mental de coisas que eu queria fazer antes de ter um catarrento.

— Ok, escuta só, anota tudo dessa tal listinha, eu volto mais tarde pra te buscar, então dá alguma desculpa que só você sabe inventar pro seu papai, e depois vamos resolver essa história de criar coragem pra fazer o teste de gravidez, tudo bem? — Jimin falou, depositando um beijo na testa do namorado.

O campeonato finalmente havia chegado ao fim e estavam todos reunidos esperando o grande resultado. Os jogadores, líderes de torcida e o treinador estavam atentos às palavras do governador que anunciaria o time campeão da viagem de formatura de 2017.

Ao ouvir o time ser chamado como o grande vencedor, todos levantaram e aplaudiram, deixando os jogadores e seu treinador emocionados. Foram andando ao palco segurando as lágrimas para receber o prêmio que haviam se esforçado tanto para conquistar. Cada aluno pensava em uma coisa diferente, todos ansiosos para a viagem que tanto mereciam.

O capitão do time só conseguia pensar na oportunidade que tinha em mãos de conquistar o seu amado treinador durante esse mês no exterior, celebrando sua formatura. Essa seria a chance perfeita para o mais novo tentar algo sem prejudicar o mais velho, já que não seriam mais aluno e professor. E ele não a desperdiçaria, teria Park Jimin da primeira à terceira base.

Encontro de família é sempre algo que eu, pessoalmente, não suporto. É claro que gosto de ver algumas tias e tios, meus avós e tudo mais, mas é chato e entediante, principalmente quando você não conhece mais da metade de sua família. Não me julguem, é difícil decorar nomes e ainda associá-los com rostos de cinquenta pessoas diferentes.

Saí de Busan, minha cidade natal, e fui direto para Seul com meus pais e meu irmão mais novo. O encontro seria na capital, em uma churrascaria coreana muito conhecida na cidade. Já estava preparado para o tédio que me consumiria assim que entrasse naquele restaurante; eu só não esperava com a chegada de um novo integrante na família, bonito e interessante demais para que eu pudesse focar em qualquer outra coisa.

A vida de Jimin sempre foi cinza. Até que Jungkook apareceu, trazendo consigo uma vastidão de cores, entre elas o tão amado azul. Porém, assim que ele parte, ele leva todas as cores consigo.

"Antes de você minha vida não tinha cor. Tudo não se passava de um grande degradê de cinzas. Ninguém nunca imaginaria que alguém pudesse conhecer tantas tonalidades de uma cor considerada por muitos tão sem graça, porém com o tempo eu aprendi a aprecia-las. O cinza era, de fato, uma cor peculiar.
[...]
Contudo, com o tempo, aquela cor se tornou monótona para mim. Viver, todos os dias, um eterno cinza, era desgastante. Aí você apareceu na minha vida."

Park Jimin e Jeon Jeongguk são duas almas-gêmeas que há mais de dez séculos se reencontram das maneiras mais inusitadas possíveis, desde dois soldados em guerra à dois integrantes de um grupo de música coreana.

Era 1744 quando o ataque das bestas noturnas se iniciaram. Elas começaram atacando diversas aldeias nas redondezas de Busan. Os monstros caçavam à noite e bebiam do sangue humano, ninguém sabia a origem deles e como foram criados.

Em meio a tanto desespero e carnificina, a família Park decidira tomar providências - sacrificam Jimin, o único filho, em um ritual para que ele pudesse se tornar tão forte quanto os monstros que os atormentavam, para se tornar imortal e habilidoso, dessa forma ele poderia ajudar a proteger a todos. Sete homens da família foram mortos, cada um dando uma vida para Jimin.

Park renasceria apenas quando se passase um ano de sua morte e se lembraria de todas as suas vidas passadas quando completasse vinte e um anos.

Só não era esperado que em uma noite de 1903, Jimin fosse ser morto enquanto se encontrava as escondidas com seu amante, este que fora transformado em um vampiro.

Anos se passaram até que Jungkook superasse a morte de seu amado, sem saber que o mesmo tinha sete vidas e poderia rssucitar. No ano de 2017, Jeon se vê perplexo por encontrar Park Jimin, amor de sua vida, vivo em um pub, depois de 114 anos.

Depois da Guerra Civil, Jimin sempre aparecia uma vez por mês para visitar Jeongguk.

Mas toda vez que o relógio estava perto de marcar 03:30, Jeongguk tentava de todas as formas que podia distrair Jimin novamente. Quando o mais velho virava seu olhar para o relógio em seu pulso, o mais novo segurava seu rosto e o beijava. Quando Jimin pegava o celular para checar as horas, Jeongguk subia em seu colo e encostava suas testas uma na outra. Quando o Park perguntava do horário, o Jeon tentava o enrolar com um assunto qualquer.

Mas Jimin sabia. Ele sabia de todas as suas táticas, e fingia que não. Mas o sorriso fraco em seu rosto sempre o entregava, e Jeongguk deixava que ele fosse embora mais uma vez.

Será que o doutor estava mesmo certo do meu diagnóstico? Eu ainda preferia morrer a me apaixonar. Mas...
E se de fato eu estivesse apaixonado por Park Jimin?

[JIKOOK | PWP]
Jeon Jeongguk era um simples comissário de bordo que desempenhava seu trabalho como qualquer um dos funcionários daquele avião. E, uma vez que se dispunha a satisfazer qualquer vontade dos passageiros a bordo, com Park Jimin não seria diferente. Seria um banheiro de avião, em meio a uma pane e somente ambos os corpos dividindo o pequeno lugar estariam mais sem controle do que a queda daquele avião.

— Ok, primeiro — Jeongguk começou, se sentando no sofá. — Eu já disse pra você me chamar de papai, ou pai, ou lorde das galáxias, sei lá. Mas não me chama de omma, eu te pari, mas não sou mulher. — Suspirou. — E segundo, por que você é um mentirosinho, hein? Eu te vi ontem à noite!

— Ah é? E por que você não me desmentiu então? — O pequeno perguntou, com um sorrisinho no rosto e Jeongguk apertou os olhos.

— Você sabe que o Jimin não gosta quando eu desmonto seus brinquedos pra usar nas minhas criações.

— É, então parece que ambos estamos omitindo algo.