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Muito além do ordinário "Era Uma Vez..." ou de tudo que foi contado, os filhos dos contos de fadas também tem uma vida de escolhas perigosas. Álcool, festas e relações fazem parte da agitada fase adolescente. Encantos e desencantos são indispensáveis em todo bom conto de fadas, e nesse não seria diferente.

— Sabe, Tommy — começou enquanto passava lentamente os dedos sobre minha pele, afagando carinhosamente minha bochecha molhada — Você não precisa ser forte o tempo todo. Há muita coisa fora do nosso controle.

Eu gostaria que essa fosse uma história sobre um amor incrível e interminável, gostaria de dizer que, a cada linha, vocês leitores podem ter um vislumbre de como o verdadeiro amor é. Mas não, esse não é o tipo de história que irão ler aqui.

*Inspirada na história real por trás da Série Como Magoar Alguém (disponível no meu perfil aqui e no NyahFanfiction).

O garoto que conheci se foi há muito tempo, mas o corpo dele continua distribuindo um sorriso que nunca é verdadeiro por aí. Em parte, eu agora o odeio porque os olhos que antes eram terra depois da chuva, cheios de vida, se tornaram duros como chocolate belga que passou muito tempo na geladeira. E em parte, eu agora me odeio porque deixei ele se perder e não lhe dei uma palavra para que pudesse encontrar o caminho de volta. Para que pudesse sair do vazio.

Elisa já esteve apaixonada e suspirou, sorriu e deixou que as lágrimas caíssem, além de escrever sobre todos os momentos que deram variadas cores para a paixão platônica que pulsou no peito dela. Mas agora que a paixão a abandonou, Elisa sente que algumas palavras foram simplesmente injustas ou ignoradas. Por isso, ela pega o celular e digita o seu último texto para quem já foi o tema principal de vários deles. Dessa vez, sem xingamentos ou declarações, apenas a verdade, apenas a libertação de tudo o que se perdeu nas entrelinhas daquele conto antigo.

Naquela manhã Tae se deparou com uma carta debaixo da porta.
De: Jeon JungKook, o babaca.
Para: Taehyung, o que merece desculpas e todo o amor do mundo.
Assunto: Como fui idiota, a minha irremediável paixão por ti e o esclarecimento de uma antiga e importante dúvida sua.

E as máscaras que, por mais que eu tente, não consigo usar. A minha alma se machuca.

Eu tinha muitas coisas pra te dizer. Muitas coisas mesmo, do tipo que caberiam em um livro. Ou numa ligação, se você tivesse atendido a minha. Ou no meu peito, se não pesassem tanto. Mas elas pesam e, assim, só me resta desabafar para os conjuntos de letras, que nunca julgariam as declarações que jamais cochicharei no pé do teu ouvido.