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As flores sempre desabrochariam sob o perfume do amanhecer; em todos os outubros, crianças esculpiriam abóboras para enfeitar suas portas; as risadas sempre eram mais vivas depois do horário de saída das escolas. Certas coisas do universo precisam de séculos para se desestruturarem, reerguerem e se transformarem, e Tsukishima tinha nada além das areias tempo.

Tiravam fotos bobas, voltavam a correr pelos corredores e passavam pela mesma exposição pela quarta vez (talvez quinta, mas Hinata jurava que era apenas a segunda).

Aquele museu era grande demais para eles, e Kenma sentia coisas grandiosas demais para caberem em si.

Desceu para a cozinha sem muita expectativa de que ainda teria café pronto às três da tarde ou se ele sequer estaria bom, mas Yachi havia acabado de acordar e só tinha uma forma de descobrir.

Yamaguchi só queria sentir.
Então sentiria o vento gelado, a camisa esquecida e seu peito estraçalhado até que parasse de ventar, viessem pegar a blusa de volta ou se apaixonasse outra vez.

Aquele micro-apartamento tinha a sensação de ser um microcosmo ao lado de Eunbin.

Assim como o outono, a beleza de Shimizu era trágica, tempestuosa, emoldurada por um sorriso que mal alcançava os olhos.

Não sabia ao certo quando que esse broto de sentimento havia sido plantado no seu coração, mas, quando notou que florescia, ele parecia espalhar suas vinhas por todo o seu ser.

Sufocada com o cotidiano que levava em casa, Hyunjin é convencida pela mãe a passar alguns dias na casa de sua avó, em uma pequena cidade interiorana, para fugir da rotina intensa a que ela se submetia. Mas, por entre as estantes de plantas da floricultura de sua vó, Hyunjin não esperava que a florista que ajudava na loja cultivaria em si os melhores sentimentos que a primavera trazia.

Fins de tarde costumavam ter sabor de despedidas, mas, dessa vez, foi em um fim de tarde que Tsuki o encontrou.