ForgetfulAnna

Ao deitar a cabeça em meu travesseiro, o que deveria ser macio torna-se pedra.
Pesada, traiçoeira, pedra que me esmaga, me sufoca
Me afoga nas lágrimas salgadas.

Sorrio para mim mesmo, para meu reflexo preso no espelho, a morte afinal não era um castigo, finalmente o fim de meu martírio.

Uma estrela, mesmo depois de morta passa centenas de anos ainda no céu, brilhando. Lucy era uma estrela, a mais brilhante e bela de todas.

Em plena década de 60, Lucy não se encaixava no padrão das mulheres daquela época. Não admitia receber ordens. Odiava ser tratada como objeto. E nem mesmo seu pai a privaria da liberdade.

"Alguém lhe chama, você responde lentamente
Uma garota com olhos de caleidoscópio"

Ela descobriu ter fascínio pelas luzes de neon, comuns nas noites de Liverpool. Outro vício seu, eram as bochechas coradas de George, o garoto que chutava uma lata de lixo, desesperado em busca de sua palheta.

"Procure a menina com o sol em seus olhos
E ela se foi"

Lucy era alguém incomum, intensa, que lhe proporcionava sorrisos, mas quando partia, deixava um rastro de caos e destruição. Lucy era uma obra da natureza. Não se pode segurar uma estrela.

"Lucy no céu com diamantes"

[...] As vozes aturdiavam minha mente, dizendo-me o que fazer, todas ao mesmo tempo, confundindo-me mais do que o normal.
E assim me tornei eu, matando e aperfeiçoando a todos, deixando-os belos a vista dos vivos, e assim enchendo o vale da morte com sujeitos sortudos. [...]

[...] A garota começou a se contorcer, a água parecia tão comum para ela, quanto o chão era pra mim.

Fiquei estática quando no lugar da garotinha surgiu uma grande cobra vermelha e viscosa, tentei gritar mas a voz não saia, sentia meu coração bater descompassado. [...]

[...] Foi no jardim de um hospício que encontrei uma bela jovem, de longos cabelos loiros como pôr do sol,olhos castanhos como chocolate e pele pálida e formosa, cheia de espanto

Sentei-me no banco ao lado dela é perguntei-lhe

—Por que está aqui? [...]