choientist

Parece que entrei num limbo de uma segunda-feira especificamente triste de dois mil e vinte — que eu particularmente gostaria de esquecer — e lá fiquei, presa, sem sentir a passagem do tempo, como numa torre com uma frigideira na mão, esperando um príncipe ou um ladrão, tanto faz, desde que me tirasse do lugar onde minhas forças eram sugadas.

Quando duas amigas brigam pra saber qual marca é a melhor e uma delas traz uma lenda urbana a tona em meio da praça de alimentação, a mais velha tenta acalmar os ânimos.

Uma estrofe
três versos
e uma alma

(coletânea de poetrix)

Olhando a linha do horizonte, Susana procura um meio de se reconectar entre mundos. Um modo de noticiar grandes amores e eternizar seus sentimentos, apesar do tempo.

Olho para o mar, sentindo a brisa tocar meu rosto. Olho para o céu, buscando algum tipo de amparo. No momento, tudo que via era um amontoado de nuvens brancas, sendo envolvidas por uma gigantesca nuvem escura, que parecia estar prestes a entrarem em conflito.
Logo uma tempestade cairia.

E em como as nuvens pareciam falar comigo naquele instante, me dizendo que mesmo retornando para casa, a tempestade que havia se formado em meu coração, jamais se desmancharia.

Como as nuvens, seu coração estava nublado.
E, como o Sol, ele voltaria a se iluminar.

Uma árvore vive solitária no meio de um pântano e, dia após dia, produz frutos cujas sementes parecem ir para lugar nenhum. A árvore, formosa, dedica todo o seu amor para gerar descendentes coloridos e risonhos, embora só receba de volta o marrom desbotado do pântano.
Numa noite, porém, um morcego a aborda e diz que as sementes dela, essas mesmas que ela julga infrutíferas, podem ter se desenvolvido em algum lugar depois do horizonte.
Algum lugar que seus olhos não veem, mas que seu amor alcançou. 

Abril tem um parafuso preso e um parafuso solto. Os dois não conversam nem desconversam. Apenas existem em uma mente amarela e amarelada e amarelinha, tipo abelha tonta no meio do mel.