Moie

Onde os demônios caminham entre nós e talvez os anjos nem existam mais, o inferno esta completamente vazio, ou talvez o inferno seja a própria terra.

Nunca imaginei que um dia você estaria aqui segurando a minha mão quando eu mais preciso e muitos menos que iria ser uma das milhares de vitimas dessa doença...

Sentada sobre o chão e com as costas apoiadas na parede sinto as lágrimas escorrerem sobre meu rosto, sorrio sem jeito para o nada além de mim e tento me recompor... Lembro-me de seus sorrisos de prazer enquanto rasgava minhas roupas, lembro-me dos socos e pontapés que recebi, lembro-me dos gemidos e da sensação forçada de prazer, lembro-me do medo e agonia que sentia, da dor e do sufoco e lembro-me do alivio quando tudo aquilo terminou.

O desabafo de uma garota drogada em plena madrugada para a garota que mais odeia, ou não.

Sorria amor.
Eu não ligo para o que a sociedade pensa, diz ou impõe. Não ligo para os olhares preconceituosos quando estamos de mãos dadas na rua...

Vagalumes brilhavam por detrás das folhagens, saindo do gramado e iluminando o ambiente. Rodavam suavemente pelo ar, brilhando e me encantado.
Excessos de tosse sempre vinham junto à costumeira gripe, mas dessa vez por algum motivo veio pior do que das outras vezes...

Ela odiava o barulho dos passos dele a caminhar até ela, odiava o rangido da porta se fechando, odiava o apagar de luzes e os sorrisos do tio.
Cicatrizes como essa nunca se fechariam.

Quando a manhã chega e o sol faz jus a sua presença ele apanha suas roupas, faz um bilhete e se retira de fininho... A cada manhã dezenas de telefonemas são atendidos e quando chega a noite uma nova mulher se dá satisfeita a seus encantos.