quaintrelles

Hoje eu vi no calendário, e caí. Parece que foi ontem, há uma eternidade, que um dia senti a vida tomando meu corpo, que fazia me mover sem perceber; sorrir sem perceber, chorar sem perceber.

Um sonho que era tão real. Mas lá ficou Eu, vivo, em um passado que nunca mais poderei viver, sentir, fazer, criar.

Mas está tudo bem. Não é o fim do mundo.

É o fim do meu mundo.

É novamente noite, o poço sem fundo das altas horas; outra fita que se inicia, e não se sabe se este se tornará um filme bem lembrado ou não. O lençol, os cobertores, já deviam ter sido trocados há muito tempo. Pratos e copos empilhados. Sujo, como eu. As memórias me afugentaram, os lapsos de sorrisos espontâneos e duradouros e olhos fechados. O calor, não do sol, mas de quem já não mais está aqui. Tudo isso sou eu.

"As palavras me levam até ti, até nós. Porque era tudo sobre nós e, às vezes, temo ainda ser."

escrever é virar todas as feridas abertas do avesso. só dói se toca por dentro.

Eu posso ser apenas um personagem em um pedaço de papel, mas meu amor é real.
Você que me lê agora, saiba que eu me apaixonei por você. Eu te amo eternamente.

"De repente, o teto me parece muito interessante. Não vejo nada de novo, mas eu sei que ele tá sempre ali. Aliás, acho que é isso: o fato dele estar sempre ali."

"Acontece que te fiz poesia e em versos te demorei um pouco mais."

Uma cor
Uma nostalgia
Um lugar de conforto.

Esse é o meu amarelo.