Melouca

"Não tinha problema algum no que eu estava fazendo, certo, Diário? Afinal, todos pelo menos uma vez na vida temos que usar nossos talentos para o nosso bem. E se eu conseguisse arranjar aquele menino para Agatha seria a jogada perfeita. Eu finalmente poderia ir ao show do Arctic Monkeys.
Mas ia contra tudo o que eu acreditava. Vai contra tudo que eu acredito. Mel, respira, vai acabar dando tudo certo, afinal, quem vai ficar com ele é Agatha, certo?"
"Sabe diário, a última coisa que eu pensei que faria é o que estou fazendo agora."

"Rainha Ester, até seus dezoito anos não sabia que um dia chegaria a ter um trono de responsabilidade tão grande quanto Ruêmania" e falam, não sei porque sempre fui encantada pela história de Ester, já Melissa, a mulher que praticamente é minha mãe e hoje governa toda Ruêmania nasceu sabendo de sua responsabilidade tendo sangue azul. Cresci e fui educada no castelo pois um dia quando eu era apenas um bebê Mel havia me achado. E hoje, completa dezoito anos do acontecido.
Nunca entendi bem porque eles não me deixam ler as revistas ou se quer sair para fora dos muros do palácio, sendo assim a minhas únicas amigas são Estella, a princesa de Ruêmania e Rachel, a rebelde afilhada de Mel.
Minha mãe guardou um segredo durante dezoito anos de mim. E a história se repete. Mais uma vez, sem correr sangue azul em minhas veias, uma plebeia sobe ao trono.

Quem nunca sonhou em ser uma sereia ou uma criatura mística do mar?
Infelizmente isso na minha vida se tornou mais ou menos uma maldição, para mim as pessoas não tem a mínima consciência do que acontece com nosco
Meu nome? Serena, uma metade humana metade sereia, e parece que meu pai se deixou levar "pelo canto das sereias" minha mãe só pode ficar 20 minutos fora d'água e meu pai é um surfista, parece que eles aproveitaram bem os vinte minutos...
Ai estou eu, uma mistura maluca com um segredo enloquecedor, não posso tocar na água, a não ser que eu queira revelar minha calda

Elegancia, postura, sorriso no rosto. O povo tem que saber sempre quem você é em frente das cameras: Uma princesa. A herdeira.
Propostas de casamento, irmãos, pai e mãe, deveres a cumprir, leis a formar, pessoas para ajudar, além da curiosidade que tenho em ir para fora, para o meu país. Conhecer como uma pessoa normal, não ser chamada de alteza e que de preferencia não usar uma coroa na cabeça ou vestido longo e jóias no café da manhã. Não reclamo de usar vestidos nem jóias, na verdade, eu até gosto delas. Mas acho que por uma vez na eternidade eu podia ser apenas "Mel"
Eu gosto da minha vida de princesa, me acostumei com ela. Mas sei que minha mãe sabe que eu queria conhecer o país como uma pessoa normal, as vezes ouço ela chorando trancada no quarto, talvez por ver os cinco filhos dela endo que serem cuidados por outras pessoas porque ela não tem temo, ou talvez por a gente não ter a esperiencia que ela teve de conhecer o mundo lá fora, ou, apenas por insegurança. Ela chora sozinha, e não quer que ninguém descubra, porque na frente de todas ela é a forte e doce rainha Ester.
A vida de uma princesa não é apenas coroa e vestidos como os livros e filmes falam. É fingir, sorrir, estar forte, preparada, afinal, você não é uma garota normal, é?

Algumas pessoas amam cidades grandes, luxo, carros e televisões. Não entendo elas.
Vivo em um lugar onde a única pessoa que manda em mim é a minha mãe, e as vezes minha melhor amiga. Engraçado é dizer... Que ela é uma égua, Orange, como se fosse minha protetora, não sei porque a gente esta sempre em busca da liberdade, acreditamos na nossa vontade.
Na cidade onde vivo é uma cidade pequena, cheia de campo, cachoeiras, lagos e flores, no inverno tudo fica branco, congelado, no verão sempre dou um mergulho no lago, no outono as folhas fazem que tudo fique laranja, mas de todos prefiro a primavera, eu posso deitar nos campos cheios de flores e meus cabelos loiros se misturarem com as flores amarelas, Orange também ama, ela come as flores.
Mal sabia eu que seria numa primavera que essa liberdade seria retirada de mim...
"A Princesa perdida voltou!"
"Liberdade é pouco, o que eu desejo ainda não tem nome ~ Clarice Lispector"

"Aos olhos humanos apenas uma garota normal dentre a multidão, mas se pararem para ver, sentiram o poder emanado por ela"
Os Filhos da Lua foram exterminados e julgados como bruxos, sobrou apenas uma família dessa espécie de caracteristicas físicas semelhantes a humanos normais mas com poderes sobre a maré, os elementos e até as gestações: a minha.
E como somos os últimos Filhos da Lua a cem anos atrás fomos nomeados reis do continente de Lambéia.
Meu pai tem algumas regras dentro do palácio:
NUNCA sair do palácio sem a permissão dele, não se relacionar com humanos e a maior de todas as regras é nunca falar sobre amor dentro do palácio.
O amor não existe para os Filhos da Lua, ou pelo menos não existe no homem frio que meu pai é. E farei de tudo para descobrir o que é esse "amor" e porque ele é tão mau, mesmo que quebre com as minhas próprias mãos todos os cantos do palácio.
"Vida longa aos abençoados pela Lua! Vida longa a família real!"

Popularidade, fama, treino, talento.. Era tudo o que tinh, na verdade, isso para mim era ótimo, ser reconhecida por todos no colégio. Uma amiga Ninfa, outra princesa sereia e para mim eu era apenas humana.
Pelo menos até o meu aniversário de dezesseis anos.
De repente tudo se vai pelo os ares,o que eu mais amava fazer não posso mais, impossível!
Meus pais tem uma história de contos de fadas, e acho que não vou ter a mesma sorte.
Meu nome é Nicole Acqua uma garota normal, nada normal. Segredos, intrigas, brigas, popularidade, místicidade, tudo que é mentira para a gente, é verdade! Não se engane, isso não é conto de fadas, muito menos é "incrível ser sereia".
A maldição que passa de geração a geração agora me pegou, por mais que eu quisesse correr não da mais.

CONTINUAÇÃO DE THE MERMAID LINK NO PRIMEIRO CAPITULO.

Aos treze anos minha família se mudou, do Brasil para Inglaterra, e eu nunca, nunca, nunca me senti tão feliz, eu sofri tanto no Brasil, sofria Bullying de meninas com peitinho, não tinha nenhuma amiga. Eu sou ruiva, sem sardas, e com treze anos realmente não tinha nenhum corpo, e apesarda minha mãe dizer que ruicva de olhos azuis, sem sardas devia ser reconhecida no Brasil, não. Eu sofri tanto nesse lugar que quando minha mãe disse que íamos nos mudar para Inglaterra, país natal do meu pai, eu nunca fiquei tão feliz.
Com dezessete anos estou mudando de volta para o Brasil, deixando muitos amigos e amigas minhas na Inglaterra, voltamos no ano novo, e sim, minha mãe me matriculou na mesma escola que antes e vamos para o mesmo condomínio de antes. Morte a Alicia.