DHeeUnit

- E o que vai fazer com tudo isso?- ChanYeol perguntara curioso.

- Nada.- A resposta que todos esperavam não era exatamente a que receberam.- Se ela tentar alguma coisa, eu mostrarei tudo, afinal guardei todos os vídeos, mas caso nada venha a acontecer, esses vídeos vão continuar sem uma utilidade, simples assim.

No fim das contas, Sonata tinha um bom coração, não roubaria os sonhos de alguém, assim como fizeram consigo.

"Fora durante o natal, a muitos anos atrás.
Dedico esse livro àquele que me redescobriu.
Dedico à Mark Tuan, meu primeiro e único Vendedor de Almas"

Já faziam horas que eu caminhava no meio daquela nevasca, as nuvens tingidas de cinza escuro indicavam que aquela tempestade de neve ainda duraria um bom tempo. Maldita hora em que eu resolvera sair da casa de campo da minha tia e dar uma voltinha pelo campo, anda mais porque eu não conhecia a região, era minha primeira vez na casa dessa tia.
Ficava mais e mais escuro a medida que o tempo ia passando, eu já começava a acreditar que iria morrer congelada quando vi um luz ao longe, tentei correr até ela, mas meus pés afundavam cada vez mais na neve fofa. Quando finalmente cheguei no lugar de onde aquela luz vinha, agradeci a todos os anjos que lembre naquele instante por ser uma casa, subi os pequenos degraus que levavam até a porta da frente e dei algumas batidas, esperando o dono, ou a dona, da casa vir abrí-la.
- O que faz aqui, minha jovem? Porque estás a andar nessa tempestade?-

A primeira vez que vim à Londres foi a exatos dez anos, o clima frio me ajudava a esquecer que minha companheira nunca iria voltar. Mais uma vez meus pés trilhavam um caminho incerto que me levara até a frente de um prédio de apartamentos, o sol estava a se pôr por trás das nuvens cinzentas, levemente tingidas de laranja ao serem banhadas pelos últimos raios do sol e, como por impulso, virei-me para observar aquele prédio, onze andares e no sétimo havia um vaso de lírios orientais na janela.
Aquela cena jamais saíra da minha mente, a garota de cabelo curto e castanho que aparecera na janela carregando um pequeno regador, mesmo com a pouca luz do sol e o frio ela ainda parecia querer cuidar daquelas frágeis flores. Depois daquele dia eu havia encontrado um novo sentido na minha vida vazia.

Humanos e criaturas místicas sempre viveram juntos, em coexistência, humanos não sabem que essas criaturas existem fora dos livros, mas e se descobrirem? Será que o cruzamento desses dois mundos pode dar certo? Por quanto tempo essa harmonia pode durar?
Uma viagem que parecia tranquila pode ser a resposta para todas essas perguntas. Desejos, segredos e descobertas tomarão as ruas pacatas da cidade do amor.

"- Você está bem? - Olhou para cima.

Um rosto redondamente fofo lhe encarava de maneira preocupada por debaixo de cabelos loiros mais escuros que os seus, mas seu rosto muito redondo enganava. Passou rapidamente os olhos pela silhueta toda de branca a sua frente. Era magro. Muito bem preenchido com curvas fartas, mas, ainda assim, magro. O rapaz ainda esperava resposta quando ele encontrou sua voz.

- Você acha que tô bem? Pareço bem pra você? A caso é cego, seu filho da puta desgraçado?"

Aquela não tinha nada para ser uma relação amigável entre os dois rapazes que se encaravam ferozmente. Não tinha nada para ser sequer uma relação. Mas não seria bem assim que as coisas andariam...

Que tipo de sentimento seria, viver com traços apagados de você?
Coração formigando agonia ou uma cicatriz suave que torna-se fraca após curar-se casualmente?
Você pode viver com um lugar vazio no seu coração?

- Você é diferente das outras, você é, definitivamente, um membro da nossa família.- Fora o que sua nova mãe dissera antes de colocar o bracelete, símbolo da família, em seu pulso. Desde então, Heyde se tornara a nova bonequinha da família.