LiaQuerBisc8

"Me arruma uma mesa à dois,
e me traz uma xícara de café,
minha companhia só chega depois."

- Não seria lindo? Eu e você. Juntos. Quer dizer... - Ele soltou uma pequena risada, a brisa fria bagunçando seus cabelos. - Mais do que estamos agora.

O outro balançou a cabeça, um sorriso triste adornando a face. A brisa se tornou mais forte, as folhas da árvore fazendo sons cortantes ao se remexerem, como metais deslizando por uma pedra de amolar.

- Não poderíamos, nós-

- Nós já podemos. - Suas mãos se encontraram com as bochechas dele, os polegares acariciando delicadamente a pele pálida. - Estamos juntos, interligados... - Sua voz era doce, mesmo que seus dentes se raspassem, batendo levemente com a sensação gélida. O Sol estava sumindo do céu por detrás das folhas da árvore barulhentas em uma cacofonia a qual apenas crescia e tornava-se mais e mais alta. - Não tem o que temer, eu estou aqui. Nós já estamos vivendo o nosso 'Eu e você'.

O outro lhe envolveu em um abraço apertado o qual ele prontamente retornou, fechando os olhos e tremendo ao ser engalfado pela crescente escuridão.

- Interligados. - Ecoou, sua voz em um suspiro aliviado, quase inaudível com o som das folhas das árvore. Elas sempre foram impossíveis de se ignorar assim? - Te amo.

- Urg. Você sempre foi o grudento da relação. - O que estava preso nos braços do amado revirou os olhos com travessura, contorcendo-se um pouco no abraço apertado. Bem apertado. - Também te amo, bobo.

- Boa sorte tentando fugir.

O Sol não estava mais no céu, apenas nuvens escuras e carregadas. A frase dele foi quase totalmente impedida de ser escutadas por cima de seus dentes que ainda batiam sem parar. Precisavam de voltar para algum lugar quente. O revirar em seu estômago piorou. A brisa gélida aumentou. O sentimento que tentara esconder arrastando-se para fora de seu âmago, as unhas cravando em sua pele dolorosamente.

- O-o quê?

O abraço se firmou, dando voltas e ainda mais voltas em torno de todo o seu torso. A expressão doce do outro estava sendo consumida, devorada gradativamente pela escuridão, somente seus olhos escarlates brilhavam.

- BOA SORTE TENTANDO FUGIR!!

De todos os feitiços e maldições que poderiam lhe atingir, Sasuke Uchiha acaba descobrindo que existem certas magias que não precisam sair de uma varinha para enfeitiçar. Demorou, mas tornou-se consciente deste fato quando botou seus olhos pela primeira vez na bela e decidida estudante da Grifinória, Sakura Haruno.

[Spin-off de Aresto Momentum]

Mas a saudade que ele deixou era monocromática.

{jookyun | angst}

"Medo: Algo muito maior que uma palavra: um sentimento. Sensação gélida que sai da mente penetrando por entre as suas células, se espalhando em tremores, arrepios, enjoos, paralisia, angústia... É aquilo que te faz parar e aquilo que te faz repetir. É o aquilo que pode fazer valer a pena ou pode te corroer por dentro. É um remédio ou um veneno.

Para você, o que ele é?"




(Essa oneshot não fala, necessariamente, do jogo GRIS, porém este foi minha inspiração ao escrevê-la e também pode ser ligado pelo tema principal tratado em ambos.)

Do Kyungsoo estava mais do que satisfeito em ser um garoto invisível. Tinha um melhor amigo excêntrico, tocava trompa na bandinha sem graça da escola e participava do clube do livro nas sextas-feiras. E ele só desejava enfrentar o último ano do colegial da mesma maneira que enfrentara todos os outros: sem chamar muita atenção. Mas o garoto vê seus planos irem por água abaixo quando tem o seu grande segredo revelado. Agora, Kyungsoo precisa aprender a se acostumar não só com a luz dos holofotes pela primeira vez, mas a lidar com o quarterback irritante do time de futebol americano, Kim Jongin.

"E, mesmo que eu cuide com o coração de todos os livros das minhas estantes, todas as minhas coleções inacabadas, todas as minhas páginas preferidas e odiadas, todos os mundos que eu já visitei, morei e, conjugando agora com um tempo diferente, amo. Mesmo assim, eu sei que, pelo menos por mais hoje, pelo menos por mais essa semana.

Esse livro não vai para a estante."

"É mais provável que todo o meu sofrimento não passe de um punhado de ilusões e de esperanças vazias, pois a única visão que tenho sua é aquela que criei através dos meus olhos fantasiosos."