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"Sonhei com o nascer do universo na noite passada. Nunca pensei muito sobre o assunto, mas confesso que fiquei reflexivo."

"Quisera eu não ter sido maltratado por essa vida injusta que, tão cedo, me partiu o coração. Eu chorei tanto, mas tanto, que desejei nunca ter te conhecido."

"Ele simplesmente escorregou e se espatifou contra o piso, os cacos se espalhando numa bagunça que eu, de maneira íntima, senti que era semelhante à minha."

"No começo, quis pintar teu olhar. Depois, tentei reproduzir teu toque, até o gosto do teu beijo."

No largo parapeito de mármore perolado de uma das torres de Tombastela, Ashara Dayne encontrou seus fantasmas.

"Erasmo Borges, ou apenas seu Borges, como chamavam-no, era um sujeito curioso e desde o primeiro momento em que o vi, pouco depois que deixei os pescadores, jamais o esqueci. Era uma figura controversa entre os vizinhos, mal vista pela maioria dos cidadãos que se diziam respeitáveis na cidade, mas querido pelos seus companheiros de caneco. Comentavam que fora abandonado pelos filhos depois que a esposa falecera e que desde então vivia nos bares, tomando seu pileque ou tropeçando pelas ruas, isso quando não passava seus dias ao sol, jogado sobre os caixotes e redes do porto, a pele tostada e os olhos apertados deslumbrando as águas do mar."

"Na primeira vez que escrevi sobre ti o rascunho tinha milhões de palavras. Esperei que o tempo fosse capaz de me mostrar tudo aquilo que era desnecessário, coisas que cortei na revisão."

Naquele ano ele perdeu tudo. Até suas esperanças. Aquelas pessoas que ele mais amava se foram. A Natureza lhe havia roubado sua vida

No entanto, uma reviravolta ocorre. No ano seguinte sua maior dor desaparece com a volta de seus preciosos.
A Natureza dizia:

I'm so sorry.