Juune

Choi Minji não entende nada de horóscopo, mas de alguma forma terminou escrevendo uma coluna sobre combinações astrológicas no amor. Sua principal fonte de inspiração é o jornal impresso que ninguém mais lê, mas que lhe dá as melhores ideias para opinar na vida dos outros.
Em uma de suas sacadas, Minji acaba arruinando a relação de uma canceriana melodramática, que para se vingar lhe roga uma praga: ao terminar de ler seu comentário, todos ao redor de Choi passarão a agir de acordo com seus signos solares e a maldição só poderá ser desfeita se a escritora admitir publicamente que é uma farsa.
Sabendo que isso pode colocar um fim em sua carreira que mal começou, Minji decide lidar com o problema como a geminiana raiz que é, ou seja, na lábia. E enquanto tenta convencer um leonino orgulhoso a voltar com uma canceriana raivosa, se vê presa em um ciclo romântico improvável com o ex pisciano e um charmoso jornalista libriano.

Depois de adulto, Chanyeol concluiu que só tinha certeza de três coisas na vida. A primeira era de que seu notebook é seu bem mais precioso, a segunda era que morreria solteiro e sozinho e a terceira era de que o casamento de seu melhor amigo seria perfeito.
Mas depois de ter sido obrigado a passar uma tarde inteira vagando por uma cidade imensa ao lado do maior encrenqueiro que já conheceu com um bolo se cinco camadas no colo, Chanyeol percebeu que todas as suas convicções estavam erradas. E que perfeito mesmo, era o esquema de azar que o universo tinha para ele.

Amélia Kim não era controladora. Verdade que aos nove anos ela tinha uma agenda onde mesmo o mais insignificante compromisso, como brincar de bonecas, estava devidamente anotado. Mas isso não fazia dela nenhuma maluca pré-programada. Ao menos ela não admitiria isso em voz alta.
Crescida e prestes a fazer seu primeiro jantar de Ação de Graças, Amy checou a lista que escrevera meticulosamente a mão na noite anterior.
Peru no forno: confere. Ex-namorado entretido com alguma história constrangedora sobre ela: feito. Ganhar um arranhão da gata do 54: vermelho e dolorido. Salvar a vida do vizinho do prédio ao lado: vergonhosamente concluído.

Lu Han queria se tornar uma cicatriz. Uma dessas bem protuberantes, que não te deixam esquecer-se do acontecimento que a procedeu. Desejava mais do que tudo, após aquela noite perturbadora, deixar sua marca em cada um daqueles que considerava importantes. Assim, quando partisse, talvez eles o perdoassem.

Infelizmente tornar-se uma boa lembrança não era uma tarefa fácil. Para realizar seu desejo precisava ir além do que considerava seguro, teria de ser ousado, tinha de arriscar tudo. Em contrapartida, ele não possuía o poder de mudar nada. As coisas aconteceriam como tinham de acontecer, e os resultados de sua luta incessante para tornar-se alguém melhor não passariam de consequências que transformariam seu futuro naquilo que já estava proposto a ser.

Dessa forma, tudo o que Lu Han poderia fazer não passava disso: tentar não ser esquecido.

[...] Próximo o bastante para sequer conseguir distinguir partes das feições de Jung, Yoongi parou. Observou os lábios arroxeados, cobertos pela máscara de oxigênio, maravilhando-se ao notar como pareciam convidativos mesmo secos, sem vida. Analisou o nariz ligeiramente grande, e a forma como o detalhe não o fazia feio, apenas destacava outros pontos cruciais de sua beleza; os olhos que refletiam o mundo, principalmente.

[...] Por Jung Kook, Yoongi morreria por falta de oxigênio com o maior prazer.

As asas invisíveis estavam lá, escondidas ou guardadas. Ele não as enxergava, mas acreditava nelas tal como confiava no sujeito que denotou a Terra como redonda.
“Se você abriu esta carta é porque busca perdão e se o quer é porque sente que cometeu um erro. Só quero que saiba que esta não é uma história de redenção ou culpabilidade; são apenas fatos constatados por um humano que enxergava demais e que na falta de alguém para quem contar, decidiu explicar tudo como podia para a única criatura amiga que conheceu até hoje, você.
Agora leia Dae Hyun e não deixe nenhuma fagulha de pena aproxime-se do seu coração. Proteja-o.”