gabs95

"Há poucos dias seria realizado o jantar beneficente em prol das instituições de caridade
Hermione havia ficado, no começo, assustada. E depois, sendo convidada a participar do leilão, indignada. Seus olhos queimavam prontos para lançar chamas em Harry, enquanto Ron gargalhava como se ele soubesse uma piada particular. Certo, ela era a única solteira do trio. Mas isso não a fazia desesperada ao ponto de “se vender” para arrumar um pretendente. Ela estava focada em suas atividades como assistente do ministro e futura ministra da magia, e isso satisfazia seu interior perfeitamente. O que ela realmente precisava era focar em sua carreira, e o resto se agregaria mais tarde. O problema eram seus amigos. Eles achavam que uma pessoa não poderia ser completa se não tivesse alguém com quem dividir suas conquistas. Bobagem, do ponto de vista dela. Infelizmente, eles fariam o que pudessem para que ela mudasse isso, e por este motivo, Harry agiu como Bartô Crouch Jr. no torneio tribruxo e colocou o nome da amiga no pergaminho mágico das inscritas para o leilão. Agora estava feito e ela não poderia voltar atrás. Oficialmente uma candidata."

30 de outubro de 1800. O grande dia. Nada daria errado. Ou daria? Não para ela. A doce Hermione Granger, com seus 19 anos de idade, e a aparência tão delicada quanto uma rosa branca. Seus olhos âmbar, agora focados em seu reflexo, brilhavam arduamente. O quanto havia esperado por aquele dia? Muito tempo. Quantas garotas teve que - discretamente - sabotar para que chegasse onde estava? Ali, vestida de noiva e prestes a se casar com o viúvo mais bonito e rico da cidade, seus sentimentos eram um misto de alegria e nervosismo. As borboletas em seu estômago pareciam querer fugir, e a cada minuto, um bolo maior ainda se formava em sua garganta. Céus, como havia pedido a todas as feiticeiras mortas na fogueira que fosse a escolhida para estar com ele. Mal podia acreditar, que finalmente iria ter algo para contar para suas amigas, naquelas tediosas reuniões do chá da tarde. Apesar de pequena, a cidade de Prypiat estaria em peso naquela igreja. Não podia fazer feio, repetia a si, insistentemente. Seu noivo era magnífico e mal conseguia segurar a ansiedade de ver o homem de cabelos loiros. Queria poder tocar a pele alva, encarar os olhos acinzentados e beijar a boca carnuda até que se esquecesse da conveniência que era aquele casamento. Do quão objetificada fora ensinada a ser, para suprir as necessidades de seu noivo vinte anos mais velho.

Em sua cabeça, ele era sua salvação, o seu anjo. E ele realmente era. Mas, nem só nos céus existem anjos, e descobrir isso depois do "sim" talvez não deixasse muito tempo para que ela fugisse.

“Eu já não entendia seus motivos, e nem interessava saber sobre eles. Ela me jurou amor eterno, todas as vezes em que fizemos sexo durante as madrugadas frias. Seu corpo era o que me aquecia, e seu carinho era o que me motivava. Pensei que havia ganhado seu coração, e agarrei-a como se fosse minha tábua de salvação, como se amá-la fosse o maior acerto que eu poderia ter em toda minha existência. Ledo engano. Ela não era absolutamente nada do que eu havia imaginado.”

O que pode acontecer em uma consulta onde o objetivo é aliviar a tensão?

"Talvez tomar veneno não faça mal. Desde que ele seja doce. Doce como você! A cada dose de veneno, meu corpo pede por mais. Talvez seja uma droga, afinal. Que vicia, ludibria, enlouquece e extasia. Ao mesmo tempo que quis distância, quis aproximação. Talvez no fim, tudo tenha sido pra ser assim. Um doce veneno, que não mata, mas faz viver."