Kuriyama_nyah

Katsuki Bakugou era o que se podia chamar de pesquisador excêntrico, mas também, ser conhecido como a personificação do azar. Fascinado pelos cálculos das variáveis da viagem no tempo, estava há 924 dias preso nos acontecimentos do dia 24 de abril, sem nenhuma esperança de amanhecer no dia seguinte. Foram inúmeras as coisas absurdas que fez para romper o looping, contudo, quando se convenceu de que nada iria mudar, decidiu se declarar para seu antigo rival do ensino médio. Foi um fiasco, mas Kirishima não se lembraria de nada, então estava tudo bem.
O loiro só não esperava que, quando os relógios dessem meia-noite, o dia 25 de abril finalmente chegasse.

Quando Eijirou prometeu ser o melhor cavalo que Katsuki poderia conseguir no Evento Esportivo, o mais velho não imaginou que a promessa iria se estender para outras áreas da vida. Não havia montanha alta o suficiente o impedindo de alcançar o loiro explosivo, muito menos frios cortantes de invernos ou vales profundos de crises ansiosas; Kirishima havia feito uma promessa e iria cumpri-la, sendo irrelevante os vários quilômetros o separando de seu alvo.

“ — Eu não preciso de ajuda, Cabelo de Merda!
— Não importa, eu estarei lá.”

"Eu era punk rock demais para você: uma abrangente descrição do porquê de nosso relacionamento não ter dado certo."
Kirishima não esperava ganhar presentes ou um feliz Dia dos Namorados do seu ex, mas aquilo já era demais.

Kirishima tinha uma aparência e intenções igualmente questionáveis, era o tipo de pessoa que considerava o minimalismo superestimado, valorizava a extravagância cafona, o exagero performático e todas as formas de opulência. Em outras palavras, para o horror de Bakugou, era uma pessoa que dava vida longa ao mau gosto. O ruivo só se esquecia de um pequeno detalhe, tão ínfimo quanto importante: espiões não devem chamar atenção.
Maldito foi o dia que Katsuki foi realocado para o departamento desse idiota.

A canção do Lobo Branco era fria como a neve, sempre cantada sozinha ao amanhecer. Diziam para não encarar os olhos vermelhos ou haveria sangue, que não tentassem contato para não serem beijados pelo fogo e prata, que não dessem seu coração para aplacar o rugido se não quisesse perdê-lo; pois, o Lobo Branco sempre cantaria sozinho, assim como deve ser.
Todavia, os moradores do povoado subestimaram a curiosidade de Eijirou.

"— Eijirou Kirishima, você está preso por violar a lei temporal 2012, do artigo 13, subseção 5 — (...) Apertou o vinco entre as sobrancelhas, impaciente com a face confusa. — Lei temporal 2012: eventos apocalípticos. Artigo 13: efeito borboleta. Subseção 5: paradoxo temporal. Parabéns, Cabelo de Merda, você acabou de ser pego pela Policia Temporal. Tenha uma péssima viagem."
Eijirou passava bastante tempo pensando sobre os pulos de tubarão que cada evento cotidiano tinha, contudo, passaria ainda mais tempo pensando qual foi seu deslize despercebido e causador da sua prisão temporal. Além disso, qual anomalia seria criada a partir de seu amor por alguém que não fazia parte do seu presente?

Uma não-tese — com pouca linearidade — sobre como Katsuki e Eijirou cultivaram uma química inegável sendo apenas dois idiotas apaixonados brincando por aí; fosse combinando fantasias no Halloween, reproduzindo clichês de reality show sem o outro saber, perguntando a si próprios se formigas sentem dor, flertando como “bros” ou qualquer outra aleatoriedade cotidiana.

O universo existe há bilhões de anos e, por causa de uma pequena chance, acabamos vivendo aqui no mesmo tempo. Isso deve contar para alguma coisa, provar que o meu karma é carregado ou algo assim. Estive esperando muito tempo para encontrar meu lugar de paz, no entanto, é como um jogo frenético que eu não sabia estar jogando, imagina minha surpresa ao descobrir que perdi.