NecMizu

“Quando eu cheguei na Europa, eu tinha grandes esperanças quanto ao futuro. Eu era apenas mais um no mundo, e admito que, eu não tenho grandes capacidades para ser útil e ter mais chances de me dar bem. Acho que uma parte de mim tinha esperança que, chegando aqui, as coisas seriam diferentes… Mas não são. São iguaizinhas a lá em casa quase… O mesmo de sempre: as pessoas abusando umas das outras, com suas manias estúpidas e os sempre presentes perigos da vida. Eu investi o pouco que tinha para vir aqui, e daqui para frente tenho de dar um jeito de virar-me. Acredito que vou poder ser capaz de dar um jeito pulando de cidade em cidade, tentando o melhor que posso, por menor que seja, talvez eu consiga um teto e comida… Mas isso não é vida sabe? Eu… Eu quero poder ter coisas legais pra mim também. Eu quero poder ser feliz também. Eu quero poder ser dono de minha vida. Eu larguei tudo e não tenho mais para onde voltar, e tudo que me resta agora sou eu e as coisas que trouxe em minha mochila. Talvez a Europa não seja o paraíso que eu acreditava ser… Mas aqui eu posso começar do zero, aqui eu posso tentar criar a coisa mais próxima de meu lugar feliz, apesar de que, eu não consigo parar de tremer de medo.”

O Vale Verde sempre foi um lugar pacífico e prospero, isto é, para os que vivem fora deste. O Reino Verde, aquele que ocupada toda extenção do vale, é um local onde os nobres que que controlam as terras são demasiado gentis em relação aos vizinhos e onde o aldeão mais simples pode viver com relativa tranquilidade, isso é, se ele não se encontrar com a infame Guarda Escarlate, os protetores vampíricos que servem ao reino. O que distingue a Guarda não é meramente o fato de serem todos compostos por vampiros, mas também a maneira arbitrária e simplesmente cruel que trata aqueles que consideram dignos de punição, e, segundo dizem as más línguas, esses parâmetros são tão pessoais que tornam-na simplesmente dependente de terem ou não ido com sua cara. Para todos os estrangeiros, O Vale Verde é um santuário onde a paz e a prosperidade não parecem ter fim, mas para seus habitantes, a verdade é que essa paz vem ao custo de uma perpétua insegurança, causada pelo medo de um dia ser encarado pelos olhos vermelhos de um dos vampiros da coroa. O Vale Verde tem vivido tempos difíceis, sem saber-se exatamente o porque, a Guarda Escarlate tem estado agitada e cumprindo diversas buscas e/ou execuções. A razão ninguém o sabe exatamente, mas segundo fofocas algo grande esta para ocorrer. De todos os vampiros que servem o reino, a mais famosa certamente é Charlotte, famosa como todo membro da Guarda não só pela sua arbitrariedade e crueldade, mas também por ser uma das poucas que se dão ao trabalho de correr atrás dos tomos arcanos e guarda-los para a posterioridade. A pelo menos dois séculos magia tornou-se ilegal no Vale Verde, e os vampiros da Guarda são os principais a caçarem os templos ocultos pela exuberante flora do local e atearem-nos fogo, muitas vezes sem sequer preservar qualquer conhecimento que possa conter no interior desses. Charlotte resolveu viajar para a vila de Woodcreak para investigar a possível existencia de um templo antigo aos seus arredores e a possibilidade de os habitantes fazerem culto aos elementos, como no passado pré-vampírico do Vale Verde. Acompanhada de sua sempre fiel assistente e maga de longa data, Niki, a mesma parte de sua casa suntuosa na capital do reino, imperiosa em descobrir seja lá o que for e em cumprir as leis, por quaisquer meios necessários.

"Quando eu terminei o ensino médio, eu me tranquei em meu quarto por algum tempo. Quando eu digo me tranquei, me tranquei mesmo, dificilmente saia dele, salvo para comer ou andar pela casa... Ninguém é de ferro. Algumas pessoas dizem que querem sumir, mas comigo foi diferente, eu realmente queria sumir, por isso larguei tudo e me tranquei nessas quatro paredes. As janelas eu sempre mantive fechadas, tanto os vidros como as cortinas. Também tinha convencido após muito choro meus pais a colocarem umas barras de ferro do lado de fora. Eu me sentia mais segura assim. Meus pais são anjos na minha vida... Eles mereciam um filho ou filha melhor do que eu sou, um inútil. Sou tão inútil que nem me matar consigo, porque? Por medo, é claro. Quando dizem que suicídio é o caminho mais simples; só podem ser ignorantes falando, pois nunca tentaram para saber o quanto é difícil. Eu já tentei umas cinco vezes: três eu acordei no hospital, duas eu acordava na cama no dia seguinte. Eu sou mesmo um idiota... Uma completa idiota... Eu tento ser o menor peso possível nas costas deles, e torço para minha mãe engravidar e poder seguir com sua vida. Talvez se eu ficar quieta no meu quarto, eu não seja tão custoso assim para eles... Eu sou um idiota mesmo. Eu não gosto desse apelido de Marry. Mas não gosto do meu nome também. Sinceramente eu só queria dormir e nunca mais acordar, mas até disso eu tenho medo... Eu só queria que essa dor acabasse... Esse medo... Eu não posso ser uma mulher assim... Eu não posso continuar a viver assim... Nenhuma namorada iria querer um cara como eu também, então não me resta muito. Eu só vou dormir agora... E torcer pra tudo acabar..."

Aki é uma garota de uma província minúscula, com uma cidade menor ainda que se quer vem a aparecer nos mapas. Em consequência, o apelido do local por seus habitantes é "Lugar Nenhum". Tal cidade se situa na nação de Leviatã, um reino que vangloria-se de seus portos movimentados e metrópoles cheias de vida, porém a jovem não vem a ter acesso as essas coisas. Presa nesta cidade minúscula, a mesma fica a sonhar com o mundo exterior e se perguntando a razão das coisas serem como são, em especial quando falta energia ou algum suprimento básico em sua casa.

Anii é um aprendiz de mago que fugiu da academia após sentir-se restringido em suas buscas arcanas. Jovem e sem muitas perceptivas de vida, seu único objetivo é aprender tudo que pode se sua principal área de interesse: necromancia. Chegando em uma cidade chamada Vêronna, encontra uma maga negra, mais velha que este, que lhe oferece uma oportunidade de tutela e oportunidades academicas e profissionais. Esta maga chamada Jully, apesar de ser um tipo estranho como o mesmo, ainda sim é capaz de convence-lo a segui-la, prometendo-lhe dinheiro e conhecimento. Agora com sua nova mestra, resta ao jovem de cabelos roxos acompanhar sua aventureira mestra de cabelos rosas.

Paris, 2122.
Em 2022 a luz do dia acabou. Desapareceu por completo. Permanentemente. No começo ninguém se importou muito, com exceção de todos os profissionais que relacionavam-se de algum modo, porém não demorou muito para tudo ir para o saco, com normas sociais e costumes pessoais ficando cada vez mais em choque com uma realidade que é praticamente alienígena para qualquer um. Quase que no mesmo momento, Eles, apareceram. Ninguém sabia o que eram, e a histeria foi coletiva, em especial quando eles provaram que vieram para ficar. Apelidados de “demônios” para ser casual, ou “chifrudos” se quiser ser preconceituoso, essas pessoas completamente iguais a um humano comum surgiram em massa, vestidos casualmente e cada vez em levas maiores. Quando já eram muitos não só na França, como em outros locais, foi à hora que estourou tudo, e tomaram controle de nossas vidas. Os demônios sugiram quando a luz acabou, e a escuridão tomou conta de tudo, e provaram não serem muito diferente dos humanos, apesar de se tornarem seus mestres praticamente. Mudaram a sociedade, por completo, e tão rápida e brutalmente que hoje ninguém sabe como era o mundo anterior aos seus senhores de calda e antes do “Escurecer”... Pierre é um deles, um demônio como todos os outros que mandam nos humanos, mas sua vida privilegiada de topo da nova cadeia alimentar está prestes a ser confrontada, quando a sociedade que ajudou a manter vir a ser questionada de onde menos espera.